LEITURA, EXERCÍCIO CEREBRAL


A indicação do texto abaixo, leva-nos a pensar, pois salienta ser a leitura um importante exercício para o cérebro assim como a atividade física é para os músculos do corpo humano. A leitura, de per si, é importante e cada um deve exercê-la conforme lhe aprouver. Particularmente, sou daqueles que desenvolve sua leitura em mais de um livro por vez, resultando num outro importante exercício cerebral, já que a retomada da leitura de um deles, obriga a situar o tema, o enredo ou a crítica, a partir do momento da parada anterior e independente dos outros livros que vêm sendo lidos.

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A leitura coloca seu cérebro para trabalhar.
Thomas Oppong. Escritor. Pensador. Criador em thinkinginmodels.co. Curador no postanly.com, Colunista da Inc. Magazine. Destaque no Business Insider, Quartz, CNBC, etc.

A leitura é para a mente o que o exercício é para o seu corpo.
Isso nos dá liberdade para vagar pela vastidão do espaço, tempo, história e oferecer uma visão mais profunda de idéias, conceitos, emoções e corpo de conhecimento.
Roberto Bolaño diz : “Ler é como pensar, como rezar, conversar com um amigo, expressar suas ideias, ouvir idéias de outras pessoas, ouvir música, olhar a vista, dar um passeio na praia. "
Seu cérebro nos livros está ativo - crescendo, mudando e fazendo novas conexões e padrões diferentes, dependendo do tipo de material que você está lendo.
Leitura aumenta a conectividade cerebral
Nossos cérebros mudam e se desenvolvem de maneiras fascinantes quando lemos.
Ao ler essas palavras, seu cérebro está decodificando uma série de símbolos abstratos e sintetizando os resultados em idéias complexas.
É um processo incrível.
O cérebro de leitura pode ser comparado ao esforço colaborativo em tempo real de uma orquestra sinfônica, com várias partes do cérebro trabalhando juntas, como seções de instrumentos, para maximizar nossa capacidade de decodificar o texto escrito à nossa frente.
A leitura reconfigura partes do seu cérebro. Maryanne Wolf explica em seu livro Proust and the Squid: A História e a Ciência do Cérebro da Leitura :
Os seres humanos inventaram a leitura apenas alguns milhares de anos atrás. E com essa invenção, rearranjamos a própria organização de nosso cérebro, o que, por sua vez, expandiu as maneiras pelas quais fomos capazes de pensar, o que alterou a evolução intelectual de nossa espécie. . . . A invenção de nossos ancestrais só poderia acontecer por causa da extraordinária capacidade do cérebro humano de fazer novas conexões entre suas estruturas existentes, um processo possibilitado pela capacidade do cérebro de ser remodelado pela experiência.
A leitura envolve várias funções cerebrais, incluindo processos visuais e auditivos, consciência fonêmica, fluência, compreensão e muito mais.
As mesmas regiões neurológicas do cérebro são estimuladas pela leitura de algo como experimentando-o.
De acordo com a pesquisa em curso nos Laboratórios Haskins para a Ciência da Palavra Falada e Escrita , a leitura, ao contrário de assistir ou ouvir mídia, dá ao cérebro mais tempo para parar, pensar, processar e imaginar a narrativa em nós.
Ler todos os dias pode retardar o declínio cognitivo no final da vida e manter os cérebros mais saudáveis.
Aumenta o raciocínio fluido
Pesquisas mostram que a leitura não apenas ajuda na inteligência fluida, mas também na compreensão de leitura e na inteligência emocional.
“Inteligência fluida” é a capacidade de resolver problemas, entender coisas e detectar padrões significativos.
A leitura pode aumentar a inteligência fluida e o aumento da inteligência fluida também melhora a compreensão da leitura.
Pesquisas em Stanford mostraram uma diferença neurológica entre ler por prazer e leitura focada, como se fosse um teste.
O sangue flui para diferentes áreas neurais, dependendo de como a leitura é conduzida.
Um estudo de 2011 publicado na Revisão Anual de Psicologia encontrou sobreposição em regiões do cérebro utilizadas para compreender histórias e redes dedicadas a interações com os outros.
A leitura deixa você emocionalmente inteligente
A ficção é uma experiência social.
O processo de leitura desempenha uma importante função social.
Ao ler ficção, você imagina mentalmente o evento, a situação, os personagens e os detalhes descritos pelo autor.
É um processo de imersão total.
Em seu livro Bird by Bird: Algumas instruções sobre escrita e vida , Anne Lamott escreve: “Para alguns de nós, os livros são tão importantes quanto quase qualquer outra coisa na Terra. Que milagre é que, a partir desses quadrados de papel pequenos, planos e rígidos, se desdobram mundo após mundo após mundo, mundos que cantam para você, conforto e tranquilidade ou que o excitam. Os livros nos ajudam a entender quem somos e como devemos nos comportar. Eles nos mostram o que comunidade e amizade significam; eles nos mostram como viver e morrer ”.
Os psicólogos David Comer Kidd e Emanuele Castano, da Nova Escola de Pesquisa Social de Nova York, provaram que a leitura de ficção literária aumenta a capacidade de detectar e compreender as emoções das outras pessoas, uma habilidade crucial para navegar em relações sociais complexas.
“O que os grandes escritores fazem é transformá-lo no escritor. Na ficção literária, a incompletude dos personagens leva sua mente a tentar entender as mentes dos outros ”, disse Kidd.
Pesquisadores da Emory University descobriram que a leitura de um romance aumenta as conexões nas partes do cérebro que lidam com a recepção da linguagem.
O principal autor do estudo, o neurocientista Gregory Berns, diz que também aborda um processo conhecido como cognição fundamentada .
“As mudanças neurais que encontramos associadas aos sistemas de sensação física e movimento sugerem que a leitura de um romance pode transportá-lo para o corpo do protagonista. . . . Já sabíamos que boas histórias podem colocá-lo no lugar de outra pessoa no sentido figurado. Agora estamos vendo que algo também pode estar acontecendo biologicamente. ”- Gregory Berns
Melhora a concentração
Em um único intervalo de 30 minutos, a pessoa média dividirá seu tempo entre trabalhar em uma tarefa, verificar e-mail, conversar com colegas, ficar de olho nas mídias sociais e reagir constantemente às notificações.
A leitura não apenas melhora a conectividade do seu cérebro, mas também aumenta a atenção, o foco e a concentração.
Se você se esforçar para se concentrar, a leitura pode melhorar o seu tempo de atenção.
Quando você lê um livro, toda a sua atenção está focalizada na história ou adquirindo uma melhor compreensão de um tópico em particular - o resto do mundo simplesmente desaparece e você pode mergulhar em todos os detalhes que está absorvendo.
Livros com estruturas melhores nos encorajam a pensar em sequência - quanto mais lemos, mais nossos cérebros são capazes de ligar causa e efeito.
Tente ler por 15 a 20 minutos de manhã antes do trabalho (ou seja, no seu trajeto matinal, se você pegar o transporte público).
Você ficará surpreso com o quanto você está mais concentrado quando chegar ao escritório.
Perder-se em um livro é o maior relaxamento!
Abrace o hábito da leitura
Em um mundo onde a informação é a nova moeda, a leitura é a melhor fonte de aprendizado contínuo, conhecimento e aquisição de mais dessa moeda.
A leitura requer paciência, diligência e determinação.
A leitura é como qualquer habilidade. Você tem que praticá-lo regularmente e constantemente.
Onde você preferir o brilho sedutor e a conveniência de um smartphone ou o senso de controle de um livro de papel, não perca tempo para ler.
Da próxima vez que você escolher um livro da prateleira, ou baixar um novo título no seu Kindle, pare e pense sobre o que está lendo - isso pode afetar mais do que você imagina!
Cavar mais fundo
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ALGUNS MOTIVOS CONTRA GILMAR MENDES

Pode um juizinho desses comandar ações de última instância da Justiça Brasileira? Pode parecer um agente de interesses? Desta forma, o STF (Supremo Tribunal Federal) pode se tornar um STL (Supremo Tribunal de Lulla), como já propagaram por aí. Ainda penso que venha a se tornar um mero "supreminho tribunalzinho Federal". Afinal, um ex-presidente daquela Corte, ela próprio já trouxe esta questão ao debate. Na ação noticiada abaixo, o jurista cita casos de suspeita sobre o "gilmarzinho", mas há muitos outros. E isto, apenas sobre "gilmarzinho", pois poderiam ser citados outros juizinhos daquele ambiente.
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Carvalhosa explica os 9 motivos para o impeachment de Gilmar

O jurista Modesto Carvalhosa, na Veja, explica os nove motivos para o impeachment de Gilmar Mendes:

“1. Gilmar telefonou espontaneamente a Silval Barbosa, ex-governador de Mato Grosso, horas antes preso em flagrante na Operação Ararath, hipotecando-lhe solidariedade e prometendo interceder a seu favor junto ao ministro Toffoli, que relatava o inquérito. Silval Barbosa é, nas palavras do ministro Luiz Fux, o protagonista de uma delação monstruosa.

2. Gilmar votou contra a prisão do secretário da Casa Civil e da Fazenda desse mesmo ex-governador. Éder de Moraes Dias, segundo a Polícia Federal, foi o principal operador do esquema de corrupção descoberto na Ararath.


3. Gilmar teve inúmeros encontros privados com o presidente Michel Temer, fora da agenda oficial, alegando velha amizade, e, ainda assim, com voto de minerva no Tribunal Superior Eleitoral, absolveu a chapa Dilma-Temer de abuso de poder político e econômico na última campanha, de maneira a preservar o mandato do amigo. Nesse processo, a ex-mulher de Gilmar, Samantha Ribeiro Meyer-Pflug, emitiu parecer favorável a Temer, que depois viria a nomeá-la conselheira da Itaipu Binacional, sem contar que o presidente ainda tornou um primo de Gilmar, Francisval Dias Mendes, diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários.

4. Gilmar, agindo como verdadeiro soldado do PSDB, a despeito de ser o relator de quatro entre nove inquéritos contra Aécio Neves, aceitou o pedido deste para convencer o senador Flexa Ribeiro a seguir determinada orientação no tocante a projeto de lei de abuso de autoridade.

5. Gilmar, desprezando o fato de que sua atual mulher trabalha no escritório que defendia os interesses do notório Eike Batista, mandou libertá-lo da prisão.

6. Gilmar, por três vezes, livrou do cárcere Jacob Barata Filho, milionário do setor de transportes do Rio de Janeiro, cuja filha se casou com o sobrinho de Guiomar Mendes, mulher do ministro. Mais: Francisco Feitosa, irmão de Guiomar, é sócio de Barata.

7. Gilmar mandou soltar o ex-presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Rio Lélis Marcos Teixeira, cliente, como Barata, do escritório de advocacia integrado pela esposa do ministro.

8. Gilmar votou no processo de anulação da delação premiada dos proprietários do grupo J&F, a despeito de a JBS haver patrocinado com 2,1 milhões de reais eventos do Instituto de Direito Público (IDP), empresa da qual o ministro é sócio.

9. Gilmar determinou a soltura do ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso José Riva, conhecido como “o rei da ficha suja no Brasil”, que foi defendido por Rodrigo Mudrovitsch, não só professor do IDP mas também advogado do ministro em outra causa.”

SOCIALISMO? ORA!

O ENGANADOR

O vídeo abaixo é uma das formas de representação do triste momento em que vivemos.  O falante é deputado, parece ser advogado de formação, também conhecido como experiente na carreira política. Entretanto, fala o absurdo falado! Tenta induzir o pensamento nacional de que o sistema judicial é o culpado, pois é  quem escolheria os candidatos a cargos. Esse coitado que fala pelos cotovelos não consegue ver, ou tenta ser malandro para esconder, o fato de que no meio existe o agente criminoso, o praticante do delito, o corrupto, o assassino que causa mortes de cidadãos por roubar o dinheiro que era destinado a garantir a vida de pessoas fortalecendo os sistemas de atendimento social e infraestrutural.
Pobre Brasil!

O MAU CHEIRO

Se ainda não conheces o tema, vale a pena acessar o sítio indicado abaixo. Apenas, aviso: cheira mal! Mas, quê fazer?, é o mundo em que vivemos!

AOS TRAIDORES, A SOLITÁRIA SIM!

Quanta bobagem neste texto do Gaspari! Quanta enganação! Quanto escondimento de uma realidade! Quanto direcionamento para a leitura dos incautos! Pétain foi prisioneiro de um tipo de crime, Darcy foi preso por outras razões e com foco na política. Se ambos agiram contra o Estado, nas condições e nos seus tempos, fizeram-no no contexto ideológico. Já, Lulla, é um criminoso comum, e dos piores, pois comandou o saque a erário brasileiro e, fazendo-o, causou a morte presumida de milhares de pessoas em razão da precariedade dos atendimentos sociais e infraestruturais do País pela falta dos dinheiros necessários para a Nação, mas guardados nas suas contas bancárias e nas de seus asseclas do bando criminoso. Pior ainda que um criminoso-assaltante, ele foi o agente que enganou toda uma população com a retórica moralista de antes, transformada no messianismo de agora. Assim, merece a prisão nas mesmas condições oferecidas a qualquer outro criminoso.
Aliás a prisão a ele deveria ser a pior de todas pois ele reúne no seu crime uma mescla dos que penalizaram Pétain e Darcy. Se o primeiro defendeu regime contrário ao seu País, Lulla também o fez e de forma amplificada. Se Darcy, também ele, propunha adoção baseada em ideologia inaceitável par a Nação, Lulla também o fez e de maneira especializada, por meio da organização internacional ambientada no Foro de São Paulo. Não é do conhecimento que Pétain ou Darcy tenham auferido milhões das moedas da época em favor próprio. Mas, Lulla o fez.
Então, Lulla é o maior enganador, oportunista, ladrão, usurpador da nacionalidade, comprador de mercados políticos  nacionais  e internacionais para sua promoção pessoal. Então traidor, sim!
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Lula não é o marechal Philippe Pétain
Elio Gaspari
Regime de solitária-light imposto a Lula assemelha-se ao que a França deu a um traidor
Passará o tempo, e o regime carcerário imposto a Lula deixará um travo amargo na memória nacional. Algo semelhante ao que resultou do embarque da família imperial para o exílio no meio de uma noite chuvosa, ou a ordem para que o caixão com o corpo de João Goulart percorresse os 180 quilômetros da fronteira argentina a São Borja, sem paradas no caminho. Lula é um ex-presidente da República. Está sozinho numa sala com cama, mesinha e banheiro. Não pode deixá-la, e para se comunicar com os carcereiros deve bater à porta. À primeira vista deram-lhe uma regalia, pois está muito melhor que os detentos do sistema penal brasileiro. As condições da solitária-light de Lula assemelham-se ao regime imposto na França de 1945 ao marechal Philippe Pétain. Ele traíra seu país e presidira uma ditadura pró-nazista. Foi condenado à morte, teve a sentença comutada e morreu no cárcere, em 1951. Indo-se para um exemplo brasileiro, Lula está num regime muito pior que aquele vivido em 1969 por Darcy Ribeiro, ex-chefe da Casa Civil de João Goulart. Ele ficou preso no Batalhão de Comando do Corpo de Fuzileiros Navais, no Rio. Darcy ficava num quarto iluminado e espaçoso. Fazia suas refeições e via a novela “Nino, o Italianinho” com os oficiais. Podia conviver com outros presos e, depois do expediente, circulava no pavilhão onde estava seu alojamento. Pelas paixões da época, Darcy era detestado, uma espécie de José Dirceu de Jango. A prisão de Darcy havia sido ordenada pelo auditor Oswaldo Lima Rodrigues, que mandou-o para o Corpo de Fuzileiros Navais, comandado pelo almirante Heitor Lopes de Souza, um militar duro e direto a ponto de ter ganho o apelido de “Cabo Heitor”. Suas simpatias pelos janguistas, a quem chamava de “gregórios”, eram nulas. Não havia emoções políticas no tratamento dado a Darcy, apenas uma espécie de cavalheirismo. Nessa época, a poucos quilômetros de distância, a Marinha institucionalizara a tortura de presos, massacrando jovens do MR8. Lula passa os dias só, trancado. Sem muito esforço, a Polícia Federal, o Ministério Público e o juiz Sergio Moro podem redesenhar esse regime carcerário, sem estimular um circo petista. Moro seguiu o manual. Em 1889 não existia protocolo para o embarque de um imperador deposto, e em 1976 improvisou-se uma regra para o transporte de um ex-presidente morto. Nos dois casos os donos do poder fizeram o que achavam certo para a hora, sem perceber que estavam numa esquina da história. Lula é um ex-presidente da República, levado ao poder pelo voto popular. Quando ele vive numa rotina semelhante à de um marechal usurpador e colaboracionista, alguma coisa está errada.
Publicado em: 15/04/2018, na Folha

NOVAMENTE O SUPREMO

De fato! Que Supremo é este? Para compreender, em termos rápidos, basta ler o editorial do Estadão.
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Que Supremo é este?
O Estado de São Paulo, 31/03/2018
Os ministros transmitem à sociedade a mensagem de que a lei são eles, que decidem desta ou daquela forma porque podem ou porque querem

Foi-se o tempo em que o Supremo Tribunal Federal (STF) era a ermida da Constituição e das leis, o fiel depositário da confiança da Nação de que naquela Corte está fincada a última e intransponível barreira contra o arbítrio, os arranjos de ocasião e todas as demais ameaças à democracia. Não se quer dizer, é evidente, que o STF deveria ser um escravo da opinião pública e que a simpatia dos cidadãos seja, por si só, um objetivo a ser perseguido. O apreço da sociedade à Corte é corolário de um conjunto de decisões lá tomadas em harmonia com o ordenamento jurídico e sua própria jurisprudência. Mas não é isto que se tem visto nestes tempos estranhos.
Na escalada de absurdos que têm marcado o comportamento da atual composição da Corte Suprema, o mais novo degrau foi superado pelo ministro Dias Toffoli. Com apenas um despacho, o ministro realizou a proeza de derrubar uma decisão soberana do Senado e, ao mesmo tempo, enxovalhar a Lei da Ficha Limpa. Como se trata de uma lei de iniciativa popular, não é exagero dizer que Dias Toffoli zombou de um legítimo anseio da sociedade que, democraticamente, foi acolhido pelo Congresso Nacional.
Por meio de uma ação de reclamação constitucional, da qual o ministro Dias Toffoli é relator, o ex-senador Demóstenes Torres, ainda procurador do Ministério Público de Goiás, requereu ao STF a sustação dos efeitos da Resolução 20 do Senado, que em 2012 cassou o seu mandato por quebra de decoro parlamentar e suspeita de uso do cargo para defender os interesses do empresário Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira. Como efeito imediato da cassação, ele perdeu os direitos políticos até 2027.
A reclamação baseia-se em uma decisão do próprio STF que considerou nulas as escutas telefônicas feitas durante as Operações Vegas e Montecarlo, que investigaram o envolvimento de Carlinhos Cachoeira na exploração de jogos de azar e corrupção. Assim, o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) no âmbito do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) ao qual Demóstenes Torres foi submetido também foi anulado.
Ao acionar o Supremo, o ex-senador pretendia, a um só tempo, obter liminar que lhe devolvesse o mandato até 2019, quando se encerraria, e sustar sua inelegibilidade. 
Talvez inspirado pela decisão esdrúxula de seu colega de Corte Ricardo Lewandowski, que ao presidir o processo de impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff a julgou indigna de permanecer no cargo, mas não a impediu de tentar obter outros mandatos eletivos, mantendo seus direitos políticos ao arrepio do que diz a Constituição, Dias Toffoli negou o pedido de Demóstenes Torres para voltar ao Senado, mas suspendeu sua inelegibilidade. Assim, o ex-senador não é mais considerado um “ficha-suja” e pode concorrer nas eleições de outubro, quando pretende obter nova vaga no Senado.
O espantoso na decisão do ministro Dias Toffoli é que, ao mesmo tempo que reconhece a legitimidade do processo político no Senado, se arvora, em seguida, em tutor de decisões de outro Poder, papel que não lhe é conferido pela Carta Magna. “Entendo que no caso (da cassação do mandato) se aplica a jurisprudência reiterada desta Suprema Corte acerca da independência entre as instâncias (penal e política) para afirmar a legitimidade da instauração do processo pelo Senado Federal antes de finalizado o processo penal”, diz o ministro em decisão liminar.
A “urgência” da decisão se deve ao prazo para que Demóstenes Torres possa se desincompatibilizar do cargo de procurador do Ministério Público de Goiás a tempo de se filiar a um partido e pleitear o novo mandato eletivo. Esta foi a razão da liminar concedida pelo ministro Dias Toffoli, que ignorou solenemente o fato de que a cassação de um mandato eletivo é acompanhada pela perda dos direitos políticos do parlamentar cassado.
Diante de mais um flagrante desrespeito à lei, a pergunta se impõe: que Supremo é este? Ao decidirem assim, os ministros transmitem à sociedade a mensagem de que a lei são eles, que decidem desta ou daquela forma porque podem e porque querem.


O QUARTO PODER CRIMINOSO

  _____________________________________________________________ A Imprensa, dita quarto poder, cria uma realidade virtual que não correspond...