CINISMO DOS CRIMINOSOS

Devagar, devagarinho, os efeitos bumerangue dos crimes praticados vão atingindo frontalmente as pessoas mais (des)honestas do mundo. A senadora Bezerrona cansou de falar a única coisa que sabia falar, quando apregoava que um golpe estava excluindo do governo uma mulher honesta, a Dilmona. Não tão honesta assim, claro!, pois, tirante o roubo do "cofre do Ademar", a cujos 20 milhões de dólares ( em valores atuais) nunca foi dada explicação do seu destino, vemos um país quebrado econômica e financeiramente em função dos roubos praticados livremente e acobertados pela administração lullopetista, com relação direta a uma incapacidade mental e intelectual de gerenciar uma Nação e, especialmente, pela inapetência dessa turba oportunista para o trabalho. Aliás, essa inapetência para com o esforço ao trabalho é característica de todos esses vermes e ácaros entranhados no sindicalismo, nos encostos de cargos comissionados, nas milhares de aposentadorias por "perseguição" política e nos choros das famosas e deprimentes cotas. Tudo, como falei, bem característico do lullopetismo, cujos seguidores, navegando livre, alegre e irresponsavelmente pelos ares e mares de um espertalhão internacional, deixaram-se levar pelo messianismo e seguiram a rota do crime, aperfeiçoando os seus mecanismos de forma a deixar invejosas as mais antigas e fortes organizações criminosas do mundo, como nunca antes no Universo. Esqueceram-se, então, de que a vida é levada com os pés no chão, no solo, onde se estabelece a rota e se trilha o caminho da vida. 
Pronto!, esqueceram-se disso e a Justiça agora os pega, julga e enjaula, tudo devidamente como deve ocorrer com criminosos de lesa-humanidade, aqueles que causaram milhares de mortes por descaso com a Saúde Pública, com a falta de Infraestrutura Viária, com a permissividade criminosa ao mundo do crime e que gera a falta da boa estrutura da Segurança Pública.
Dia desses, li uma publicação dando conta de que um desses cargos do Ministério da Fazenda falou que necessitaremos de 9 anos para recuperar o País. Penso que ele esteja errado, pois avalio o tempo de que, pelo menos, uma geração de brasileiros deverá passar pela Nação antes que o Brasil retome a sua estabilidade.
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TCU propõe bloquear bens de Dilma
Parecer da área técnica do Tribunal de Contas da União diverge de auditora que isentou Conselho de Administração no caso de Pasadena

Fábio Fabrini / BRASÍLIA, para o Estadão
Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) pede que ex-integrantes do Conselho de Administração da Petrobrás, entre eles a ex-presidente Dilma Rousseff, sejam responsabilizados e tenham os bens bloqueados por perdas na compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). É a primeira vez que o setor de auditoria da corte propõe tornar indisponível o patrimônio dos ex-conselheiros por prejuízos no negócio, investigado na Operação Lava Jato. A área técnica do tribunal analisa a culpa de Dilma e de outros ex-membros do colegiado também nas maiores obras da estatal. O parecer obtido pelo Estado foi concluído no último dia 19 e é subscrito pelo chefe da Secretaria de Controle Externo da Administração Indireta do TCU no Rio de Janeiro (Secex Estatais), Luiz Sérgio Madeiro da Costa.
Ele divergiu de auditora que avaliou a transação e, dias antes, havia reiterado entendimento do tribunal de isentar o conselho, aplicando sanções apenas a ex-dirigentes que tinham funções executivas. Desde 2014, ex-diretores da companhia têm os bens bloqueados. Dilma era ministra da Casa Civil do governo Lula e presidente do Conselho de Administração em 2006, quando foi aprovada a aquisição dos primeiros 50% da refinaria. O secretário pede que os ex-conselheiros sejam considerados responsáveis solidários por perdas de ao menos US$ 266 milhões (R$ 858,3 milhões). O bloqueio, inicialmente por um ano, visa a cobrir eventual ressarcimento à estatal.
Além de Dilma, estão na lista o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil), os empresários Cláudio Haddad e Fábio Barbosa, o general Gleuber Vieira e o ex-presidente da companhia José Sergio Gabrielli – como integrava também a Diretoria Executiva, este último já está com os bens bloqueados. O grupo participou da reunião que aprovou a compra em 2006. A estatal pagou, inicialmente, US$ 359 milhões ao grupo belga Astra Oil, que, no ano anterior, havia desembolsado US$ 42 milhões por 100% dos ativos.
Em março de 2014, o Estado revelou que a então presidente da República votou a favor do negócio. Ela disse que só deu seu aval porque se baseou em “resumo tecnicamente falho” que omitia cláusulas das quais, se tivesse conhecimento, não aprovaria. Após um desacordo, a Astra acionou uma dessas cláusulas, que lhe assegurava o direito de vender sua fatia em Pasadena à estatal. Em 2012, a Petrobrás pagou US$ 820 milhões pelos 50% remanescentes à empresa belga. Em 2014, ao bloquear bens de exdiretores, o TCU concluiu que a perda total pela compra foi de US$ 792 milhões (R$ 2,5 bilhões). Em relatório anexado a um desses processos, que traz a análise sobre a maior parte das perdas (US$ 580 milhões ou R$ 1,8 bilhão), a auditora da Secex Estatais Maria Lúcia Samico defendeu responsabilizar não só os ex-diretores já implicados em 2014, mas outros cinco ex-funcionários da Petrobrás que negociaram com a Astra. No entanto, reiterou que o conselho não tem culpa pelos prejuízos, pois não detinha as informações necessárias para antever que o negócio seria nocivo.
O parecer não discute as delações premiadas da Lava Jato, entre elas a do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, informando que Dilma conhecia em detalhes a compra. ‘Dever de diligência’. O chefe da secretaria contestou as conclusões. Para ele, Dilma e os demais ex-integrantes do conselho descumpriram normativos da Petrobrás e a Lei das Sociedades por Ações ao não “acompanhar a gestão da Diretoria Executiva” por meio da “análise devida das bases do negócio” e ao não solicitar “esclarecimentos mais detalhados sobre a operação”, antes de autorizá-la. Com isso, argumenta ele, violaram o “dever de diligência” para com a companhia.
Os pareceres foram enviados ao relator dos processos, ministro Vital do Rêgo, e ao procurador-geral do MP de Contas, Paulo Bugarin, que vão apresentar suas considerações. Depois, o caso será pautado para julgamento. Não há previsão.
Pasadena é caso ‘antigo e arquivado’, diz ex-presidente
A ex-presidente Dilma Rousseff informou, em nota, que o assunto Pasadena “é antigo e já foi arquivado em 2014 pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por considerar que nem ela nem os demais ex-conselheiros de Administração da Petrobrás tiveram responsabilidade pelos eventuais prejuízos”. Dilma afirmou que o próprio TCU a “excluiu” do processo em 2014, por considerar que o Conselho de Administração “não havia sido devidamente informado de todas as cláusulas no processo de aquisição de Pasadena”. O Estado entrou em contato com a secretária de Cláudio Haddad e ela disse que ele só poderia se pronunciar a partir de segunda-feira. Fábio Barbosa não quis se manifestar. Gleuber Vieira disse que desconhece o parecer do tribunal e não poderia comentá-lo em detalhes. Defensor de José Sergio Gabrielli, Antônio Perilo disse que parecer de técnicos do TCU acolhe argumentos de seu cliente. Ele alegou que auditoria admite que a carta de intenções do negócio não foi autorizada por Gabrielli. Graça Foster não comentou.


UNIVERSO e MULTIVERSO

Assistir ao breve filme abaixo é, também, sentirmos nossa pequenez e insignificância como unidade no contexto sem fim. Recomendo assisti-lo observando os números: diâmetros, distâncias, tamanho das galáxias e do Universo e, agora, a nova teoria, a do Multiverso, onde ocorreriam muitos outros Universos.
Nossa insignificância como Unidade é inquestionável, mas nossa importância como Mente nesse ambiente imenso e impensável, também o é.




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EXPANSÃO HUMANA NOS ÚLTIMOS 6000 ANOS

O vídeo indicado abaixo permite que vejamos como ocorreu a evolução da ocupação da Terra nos últimos seis mil anos.
Resta perguntar; "para onde vamos?"
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UM ANO DE GIRO DA TERRA

Em poucos minutos temos a visão de um giro da Terra no decorrer de um ano, neste vídeo da NASA.
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21 DE AGOSTO DE 1948

21 de agosto de 1948.
Minha velhice, comecei a pensá-la quando ainda era jovem, sem crises, sem exageros, sem estereótipos. Defini minha vida pensando em como poderia viver os meus últimos anos. E assim está sendo! Como diz o o psicanalista citado pelo Contardo, "a gente envelhece como viveu", não adianta tentar modificar personalidade, acelerar processos do nosso entorno, ou, ao contrário, parar o tempo. Este, o tempo, é inexorável, segue sem percalços enquanto nós, os idosos, vamos parando fisicamente e não podemos deixar nossa mente parar também. Nossa mente não pode entrar na cristalização da ausência de objetivos, embora tenhamos consciência dos poucos anos de vida que ainda venhamos a ter.
Devemos lembrar sempre que, desde o nascimento, a cada dia que tenhamos a felicidade de viver, a velhice se torna mais companheira, confidente e participante da nossa vida. Até o fim!


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Só é possível viver com leveza quando sabemos que logo a vida vai acabar
Contardo Calligaris

Fui ver "A Viagem do meu Pai", de Philippe Le Guay, que me pareceu muito melhor do que diz a crítica. Espero que o filme continue em cartaz: é uma visão tocante (e não desesperadora) da idade avançada –na experiência do idoso e dos que convivem (ou conviverão, mais cedo ou mais tarde) com ele.
Claro, o filme só conta "uma" história. Em matéria de velhice, é bom lembrar o título do ótimo livro de Jack Messy, que imitava o bordão de Lacan sobre a mulher: "A Pessoa Idosa Não Existe" (ed. Aleph). Messy lembrava, assim, que cada um envelhece do seu jeito.
Uma frase de Julian Ajuriaguerra (grande neuropsiquiatra e psicanalista) circulava como um provérbio, no hospital Sainte-Anne: "On vieillit comme on a vécu" (a gente envelhece como viveu) –ao envelhecermos, seremos nós mesmos, só que velhos.
Lembro-me de uma conversa, nos anos 1980, com Jean Bergès (sucessor de Ajuriaguerra no hospital Sainte-Anne). Eu descrevia um caso de alexitimia num paciente idoso (alexitimia é uma extrema dificuldade em verbalizar, descrever e até viver sentimentos e emoções). Eu entendia a dita alexitimia como um sintoma da idade do paciente. Bergès observou que existia uma boa chance de que meu paciente não fosse muito diferente quando era jovem.
A velhice não é um tipo de personalidade e, se for um transtorno, seria reativo: o jeito de cada um reagir à perda da identidade profissional (que pesa desde a aposentadoria), à sensação de uma maior proximidade da morte, ao luto do casal e dos amigos, que vão morrendo, à perda da saúde (nem tanto pela chegada de uma grande doença quanto pela síndrome do carro velho, que começa a dar uma encrenca atrás da outra), à perda da autonomia (com necessidade de ter assistência ou de viver num quadro comunitário) etc. A lista é longa.
A reação a essas perdas, muito mais do que a idade, define o que é a velhice avançada. Há o idoso que se deprime, há aquele que se angustia, e quase todos começam a delirar. O idoso tem boas razões para ser paranoico.
Começa com a constatação de que, em tese, ele vai morrer antes dos outros: o que significa que os mais jovens o empurram para a saída. Passa pela sensação de que ele está sendo roubado por aqueles que ficarão com suas coisas (a casa e o relógio, por exemplo). E acaba na necessidade de se mostrar sempre desconfiado: não me deixo enganar significa, no caso, "ainda não estou morto".
As mesmas razões que alimentam a paranoia do idoso produzem sua falta de interesse na vida dos outros. Frequentemente, conversar com um idoso é um exercício de humildade. O que a gente diz tem pouca importância, e o interesse do idoso é fingido –como se nada pudesse se comparar ao drama da vida dele que está acabando.
Agora, eu gosto dos idosos e de sua companhia, mas admito que esses meus "bons sentimentos" sirvam sobretudo a esperança de ser eu mesmo amado (e amável) quando serei idoso. Concordo, não vai ser fácil.
O idoso somos nós amanhã. Mas no sentido oposto ao que acontece com as crianças; sonhamos que as crianças venham a ser tudo o que queríamos ser e não fomos, enquanto o idoso é o fruto de uma espécie de idealização negativa: ele é o que não gostaríamos de vir a ser, é o retrato de um declínio que preferiríamos evitar.
Será que a grande idade, então, não traz nada de bom? O que há de interessante na experiência do idoso? Além do luto antecipado de si mesmo, além da sensação de superfluidade em fim de linha, além de um certo nojo de si e de um corpo que falha, além da desconfiança (vocês não me matarão e descartarão enquanto durmo)". Não há nada que preste?
Em outras palavras, será que existe um jeito "legal" de ser idoso? Será que as perdas podem trazer algo diferente do ressentimento e do luto? Será que pode valer a pena viver até lá?
Gostei da última cena do filme de Le Guay. Justamente porque acho que deve ser possível envelhecer até ser idoso "pegando leve". Explico.
Há um clichê que pergunta sempre como podemos viver sabendo que logo iremos morrer.
A velhice avançada poderia ser o momento em que a gente descobre que talvez esse clichê possa e deva ser subvertido, com a sabedoria que a grande velhice traz: saber que vamos morrer não impede de viver –ao contrário, só é possível viver com leveza quando sabemos que logo a vida vai acabar. Essa é a sabedoria do idoso. 

NOÉ NO BRASIL

Já efetuei a postagem deste assunto, mas, renovo-a.
Há mais de quarenta anos li no JB a fábula relatada abaixo e a guardei por todos esse tempo, pois sempre a vi como o retrato perfeito da situação administrativa e comportamental dos sucessivos governos pelos quais passamos. Especialmente neste momento que ainda vivenciamos, quando obras para a copa de futebol que ocorreu há dois anos ainda não estão concluídas, ou nem sequer foram iniciadas, ou, pior que tudo, já estão na segunda e até terceira reforma ou conserto, é pertinente lermos o texto irônico do escriba. Mencionei as obras da copa, por comporem o fato mais escabroso da inoperância e da incompetência governamentais, mas a crítica pode ser estendida a todas as outras malsucedidas iniciativas arrotadas pela grandeza sonhadora dos boquirrotos governamentais de plantão, e que continuam a flagelar os usuários das rodovias, dos aeroportos, dos portos, da saúde pública, da segurança, da falta de água e por aí vai.
Ademais, a fábula tem um quê de crítica à cultura de acomodação e de vivas ao comodismo que entroniza datas comemorativas e feriados religiosos num calendário de um país que precisa trabalhar para formar suas gerações, mas que não faz, pois prefere o ócio. Fico triste quando acompanho movimentos populares, com as consequentes movimentações politiqueiras, que apoiam a criação de feriados disso e daquilo, mas, também, fico alegre quando essas iniciativas não vingam.
O preocupante é que todos os governantes procedem assim e, pelo visto, o atual, de Temer também já está prevendo a criação de penduricalhos desse tipo.
Assim, lê o texto abaixo e sentirás viver o ontem e o hoje da mesma forma.


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A FÁBULA DE DEUS, DO REI E DA ARCA 


Escrita por Emmir de Castro, para o Jornal do Brasil, em 04/06/1975

Certo dia a divindade chamou o Rei no Céu e disse:
- Rei, não vou te dar maiores detalhes, mas seria bom que você mandasses construir, dentro de um mês, uma grande arca. Bem Grande!
Informado, o Rei voltou e procurou do outro lado das montanhas da Capital um velho fabricante de arcas.
O velho foi chamado ao Salão Dourado e lá o Rei mandou que começasse a fazer uma arca tão grande quanto a vontade de Deus. O ancião, taciturno e silencioso, recebeu aordem e foi embora para a sua tapera, onde já construía as melhores arcas do Reino, ainda durante a vida do bisavô do soberano.
Um dos sábios que cercava e planejava o Reino do monarca que, como bom monarca, também era cercado por sábios, foi ao ouvido do Rei e argumentou:
- Majestade, se é a vontade de Deus, acho que seria temerário colocar todo o projeto da arca na dependência exclusiva do "know-how" do velho, cuja tecnologia, pelos últimos relatórios recebidos, parece obsoleta se comparada com o que se faz nos países que estudam o assunto, apesar de, como sabemos, não fabricarem arcas. Eu aconselharia o Reino a criar um grupo de trabalho para coordenar o "Projarca", como poderíamos chamar o projeto.
O Rei, não gostava de grupos de trabalho, pois sabia que eles dificilmente se agrupavam para trabalhar. Mas, tratando-se de um assunto onde estava a mão de Deus, concordou.
Quinze dias depois o ancião já tinha pronto o estoque de madeira com o qual ergueria a arca. Técnicos do "Projarca", porém, duvidaram da qualidade do lenho e representaram aos sábios do Rei.
Houve um atrito entre o velho e um técnico. Os sábios, preocupados com a ranhetice do ancião, foram ao Rei e solicitaram a criação de uma subsidiária para pesquisar vegetais. Ela haveria de dizer, em pouco tempo, qual o tipo de árvore a ser usado.
Resolveu-se criar a "Peskarca". Ela teria a vantagem adicional de operar no mercado, tornando-se lucrativa. Mas como uma empresa de pesquisas não podia ficar subordinadaa um grupo de trabalho, fechou-se o grupo e fez-se uma superintendência, chamada "Superarca".
No vigésimo dia do prazo descobriu-se uma gigantesca roubalheira no fornecimento de equipamento e na venda de computadores à "Superarca", que já tinha 12 mil funcionários. Como havia pressa, não foi aberto inquérito, mas criou-se uma gerência de controle, entregue a um probo servidor que passou a ter o título de "Gerarca".
Este demitiu 2 mil funcionários, com a ajuda dos 5 mil que contratara, e informou aos sábios que, entre os técnicos da "Superarca", havia até republicanos. Estes foram devidamente processados, com exceção de alguns poucos que desapareceram.
Passados 25 dias do encontro do Rei com Deus, a "Peskarca" já dera um lucro de 2 milhões de estrelas, e a "Superarca", graças à fábrica de bandeirinhas e à criação de pintos que mantinha nas granjas de apoio, renderam outros quatro.
O velho fabricante de arcas, esquecido, deixara de ir à Capital, até que descobriu que suas verbas tinham sido repassadas ao Departamento de Relações de Imagens – “Imarca” - encarregado de defender a imagem da "Superarca" em publicações nerepublicanas.
Foi ao Superintendente, que na época já era Vice-Rei de uma Companhia de Economia Misturada, a "Comarca" e, depois de um diálogo áspero, onde foi acusado de pretender rejeitar o sistema "Proarca", gerado pelos computadores para encaminhar o fluxograma, acabou demitido.
O Rei soube da dispensa do velho no trigésimo dia do prazo, quando foi chamado por Deus.
- E a arca? - perguntou a Divindade.
- O Senhor precisa me dar mais uns 15 dias. Está tudo pronto. Temos 25 mil funcionários trabalhando dia e noite no projeto. Ainda não começamos a montagem, mas em compensação, graças à versatilidade de nossos técnicos e de meus sábios, já ganhamos mais de 50 milhões de estrelas aproveitando os resultados marginais do projeto.
- O Senhor tem mais 15 dias. Pode voltar. Mas cuida para ter tua arca no prazo.
De volta ao Palácio, o Rei reuniu os sábios e determinou que a "Comarca" apressasse seu trabalho. Para isso foi instituído um grupo de trabalho interministerial.
Trabalhou-se dia e noite e, passados 10 dias, a quilha estava montada. No 12º, surgiu o perfil da arca. No 13º, a popa e, no 14º, o chefe dos sábios, numa cerimônia fartamente ilustrada pela "Gazeta da Coroa", pregou a primeira tábua na arca propriamente dita.
Na manhã seguinte, o Rei soube que precisaria conseguir mais 10 dias com Deus.
Irritou-se, tirou duas das três carruagens dos sábios e proibiu-os de usar mais de 32 vestes nas festas de cerimônia.
Ao alvorecer, Sua Majestade já estava à porta de Deus, à procura de um novo adiamento. Foi recebido por um santo que trouxe a má notícia.
- Não haverá adiamento. Deus já te deu uma prorrogação e, afinal de contas, quando mandou que fizesses a arca, já estava sendo benevolente.
Descendo o caminho de seu Reino, o monarca começou a sentir que caía uma chuva fininha.
Três dias depois, continuava chovendo. O Grande Salão Dourado estava inundado, como, aliás, estava inundado todo o país. A corte, reunida, tinha água pela cintura.
Um dos sábios, mais esperto, viu que surgia no horizonte uma pequena mancha. Era um barco, um grande barco, uma arca.
- Mandem parar aquela arca. De quem é aquela arca?
- Não adianta. É do velho Noé, aquele que trabalhava para meu bisavô.
Ele não vai parar - previu o Rei.
E Noé, que em sua arca só levava bichos, foi em frente.

TRISTE REALIDADE. A DOS NOSSOS DIAS!

Sem dúvida, estamos perdendo a guerra, aquela que procura manter os contatos reais, ou pela fala ou pela escrita; aquela guerra que ainda procura manter a explanação das ideias de forma ordenada e profunda, com a boa retórica, a boa lógica, a boa gramática; enfim, estamos perdendo a guerra que garantia a nossa privacidade, pois hoje nos desnudamos aos outros e buscamos os nus dos outros, aqueles expostos desavergonhadamente nas chamadas "redes sociais", que são redes, sim, mas redes de captura de incautos. Chegamos ao ridículo da exposição total e desavergonhada das nossas intimidades, como se fossem troféus pessoais e serem compartilhados com todos. 
Agora, há o maldito "wathsapp" que acabou por desferir o golpe de misericórdia nas antigas falas telefônicas e nas ancestrais comunicações escritas entre os amigos. 
Nada contra tê-los, esses mecanismos da modernidade da comunicação, mas o problema, é que a prudência do bom uso virou exagero. Assim, as pessoas se distanciam cada vez mais e, individualmente, cada um vai perdendo a capacidade da comunicação organizada e bem expressada pela escrita.
Embora vivamos na superficialidade das relações devemos assimilar essas mudanças e acompanhar essa (in)evolução da melhor forma que seja possível aos que ainda mantêm a noção do caminho perdido.
As imagens críticas, abaixo, procuram caracterizar o momento.



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Angel Boligan Cultura Inquieta
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O EXTREMISMO DITATORIAL CONFRONTADO COM O LIBERALISMO

  "A Revolta de Atlas", de Ayn Rand, é uma das obras literárias, de conteúdo filosófico e econômico, mais importantes na defesa da...