LULLA, TRABALHAR? ORA!

A charge é uma arte. Não apenas pelo desenho, mas, principalmente, pela capacidade de captar a realidade e de transmiti-la. É o caso desta! A expectativa de uma liberdade condicionada ao trabalho, faz de Lulla uma vítima, pois ele não sabe o que é trabalhar e, além de não saber, falta-lhe vontade,  aquela força interior que move o interesse de quem pretende crescer na vida pelo próprio esforço. Não é caso desse sacripanta, que sempre foi levado no andor como se fosse um santo, só que do pau oco.
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LULLA LIVRE ou LULLA PRESO?

Na sua página do INSTAGRAM, o Senador Kajuru publicou uma enquete sobre LULLA LIVRE ou LULLA PRESO?
Sobre isto, digo que não é apenas uma questão de Lula livre ou Lula preso. É algo maior, pois o contexto é extremamente grave, já que envolve um chefe de uma organização criminosa, cuja comparação é difícil de estabelecer no mundo criminoso até agora conhecido. Essa ORCRIM, comandada por Lulla, saqueou um País, destruiu uma Nação e formatou um modelo criminoso internacional, a partir de uma ideologia historicamente criminosa, aliada a grupos fora-da-lei pelo mundo todo, por meio de aliciamento de líderes locais com o dinheiro fácil da Odebrecht, empresa do Amigo, formando um ciclo maligno de GOVERNO BRASILEIRO-ODEBRECHT-GOVERNOS ESTRANGEIROS-NOVAMENTE ODEBRECHT e, finalmente LULLOPETISMO. Neste último estágio, o Lullopetismo, seus líderes, mas principalmente a família LULLA DA SILVA, enriqueceu desmesuradamente, deixando um rastro de mortes de cidadãos que não tinham mais Saúde Pública, Segurança e Infraestrutura adequadas para sobreviver. Então, LULLA PRESO, é o ápice de um processo investigativo e condenatório absolutamente consistente e totalmente legal em cujo contexto o único absurdo é o conjunto de regalias que lhe é concedido pelos juízes que lhe devolvem os favores da indicação.

MALUCO? QUEM É?

Com relação à  notícia de que Bolsonaro retrucou o presidiário acerca das críticas contra o seu governo, comento. Está certo o Bolsonaro! Lulla, chamar o outro de maluco, apenas prova que o ex-presidente, ele sim!, está MALUCO. O atual Governo, e não defendo exacerbadamente Bolsonaro, está tentando dar um novo rumo à Nação, livrando-a dos princípios anacronistas da ideologia esquerdista surgida nos 1800. Neste momento, os brasileiros estamos recuperando o País infraestruturalmente, educacionalmente e culturalmente, depois da destruição e do saque lullopetistas. Na verdade, MALUCO é quem saiu pelo mundo, com seu alforje cheio  do meu e do teu dinheiro, distribuindo-o a governos. Queres um cenário pior?, pois aqui está!, Governos, estes, caracterizados por serem ditaduras cruéis e assassinas. Mas, porque isto? Porque Lulla queria o protagonismo mundial e um cargo no ONU. Pode isto? Ação típica, esta sim!, de um maluco, desconectado da realidade, divagante e delirante. Enfim, estes sim, são fundamentos e conceitos do que é ser MALUCO. Mas, mais maluco que ele, Lulla, é o nosso sistema que lhe permite dar entrevistas, falar que recebe frequentemente pen-rive, também recebe visitas e divulga por esses canais espúrios os seus recados, delírios, críticas e mentiras, embora seja um INVESTIGADO, INDICIADO, CONDENADO  e PRESIDIÁRIO. Então, mais MALUCO está o nosso SISTEMA, comandado pelo PODER JUDICIÁRIO e, este, pelo STF.  



IMPACTOS DA COLONIZAÇÃO EUROPÉIA

Gostei bastante da especulação estabelecida pelo autor do texto abaixo. Não que concorde com tudo aquilo que ele expõe, mas é um registro importante, pois possibilita outra visão de uma época de expansão da civilização que, bem ou mal, levou cultura e modos de vida a outros cantos do nosso mundo. A proposta escrita dá-nos um aspecto do passado e faz-nos pensar sobre o futuro da Humanidade, tendo as ocorrências do presente como parâmetro.

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A colonização européia precipitou a Pequena Idade do Gelo?
Dagomar Degroot é professor de história ambiental na Universidade de Georgetown. Seu livro mais recente é A Era de Ouro Frígida: Mudança Climática, a Pequena Idade do Gelo e a República Holandesa, 1560–1720 (2018). Ele mora em Washington, DC.

Da pequena idade do gelo. O Frozen Thames, olhando para o leste em direção a Old London Bridge (1677) por Abraham Hondius. Cortesia do Museu de Londres
Muitos de nós pensam que uma mudança ambiental rápida é uma crise essencialmente moderna. Hoje, as temperaturas estão subindo, o solo está sendo lavado, o fósforo está sendo diluído, as florestas estão recuando, os pesticidas estão esterilizando as terras agrícolas, os fertilizantes estão sufocando as vias fluviais e a biodiversidade está despencando sob o ataque das sociedades superpovoadas e industrializadas. Algumas dessas mudanças são verdadeiramente novas. Mas muitos outros têm raízes profundas e ecos distantes no início do período moderno, os anos entre 1400 e 1800, quando grande parte do mundo começou a assumir sua forma atual. Recentemente, cientistas, geógrafos, historiadores e arqueólogos combinaram perícia e evidência para revelar o quanto as transformações ambientais modernas eram realmente profundas. 
Nenhuma mudança ambiental foi mais abrangente do que as que acompanharam as façanhas dos exploradores e colonizadores europeus. Da Austrália a Cuba, os europeus desembarcaram em territórios há muito separados do Velho Mundo. Navios europeus abrigavam plantas e animais, e os corpos europeus carregavam bactérias e vírus, nenhum dos quais se espalhou além da Eurásia ou da África. Quando esses organismos atingiram a terra, muitos se multiplicaram com uma velocidade chocante nos ecossistemas e comunidades humanas que nunca os haviam encontrado antes.
As consequências foram muitas vezes catastróficas. Nas Américas, por exemplo , os vírus responsáveis ​​pela varíola e pelo sarampo varreram as chamadas populações de “solo virgem” - isto é, populações sem experiência com elas. No século 17, dezenas de milhões haviam morrido. Os colonos europeus aumentaram o número de mortos diretamente, por meio de violência assassina, ou indiretamente, forçando os sobreviventes para fora dos territórios comunais e em trabalhos forçados extenuantes.
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Enquanto isso, embora algumas das espécies invasoras que os europeus intencionalmente ou inadvertidamente trouxeram consigo tivessem pouco sucesso em ecossistemas desconhecidos, muitos superaram completamente as plantas e animais indígenas. Com alimentos abundantes, competição fraca, poucos predadores ou nichos ecológicos inexplorados, as populações de plantas e animais podem se multiplicar com uma velocidade chocante. Um único casal de ratos, por exemplo, pode "irromper" em uma população de mais de 17 milhões em apenas três anos!
À medida que os ratos e outros organismos varriam as Américas, reformulavam constantemente os ambientes para se parecerem mais com aqueles que os colonos haviam deixado para trás na Europa. A maioria teve seu maior sucesso, onde os colonos desempenharam um papel ativo. Ao perturbar ou destruir formas indígenas de cultivar ecossistemas, normalizando legalmente os padrões europeus de uso da terra, caça ou extração de madeira em grande escala, e conectando-se à globalização das redes de mercadorias, os colonos deram a mão a espécies invasoras. No século XIX, os europeus e seus aliados não humanos destruíram os ecossistemas vibrantes e diversas sociedades que haviam recebido Cristóvão Colombo em 1492.
Cientistas e geógrafos especularam que o número de mortos se acumulou tão rapidamente nas Américas que arrefeceu o clima da Terra. À medida que milhões pereceram, as plantas selvagens podem ter invadido campos e bosques repentinamente abandonados. A expansão das florestas tropicais, em particular, poderia ter tirado grandes quantidades de dióxido de carbono da atmosfera: precisamente o inverso do que está acontecendo hoje, embora em escala muito menor.
Seas mortes de milhões em todo o Novo Mundo contribuíram para o resfriamento climático, isso apenas ampliouas mudanças naturais no sistema climático da Terra que há muito estavam em andamento. Começando no século XIII, a atividade do Sol começou a declinar assim como mudanças modestas na órbita da Terra reduziram a quantidade de energia solar que atingiu o hemisfério norte no verão. Erupções estratovulcânicas - relativamente escassas nos últimos séculos da Idade Média - agora repetidamente lançavam dióxido de enxofre na estratosfera, onde reagia com a água para criar véus gelados de poeira espalhada pela luz solar. As temperaturas baixas revelaram loops de feedback no solo e no gelo marinho que provocaram profundas mudanças na circulação dos oceanos e da atmosfera. Alguns lugares tornaram-se mais úmidos e outros mais secos, muitas vezes por meio de chuvas torrenciais ou secas marcantes.
Este foi o início da Pequena Idade do Gelo, um período complexo de resfriamento climático que afetou os diferentes continentes de forma diferente, mas foi verdadeiramente global no escopo entre os séculos XVI e XVIII. Nas décadas mais frias da Pequena Idade do Gelo, as temperaturas em todo o hemisfério norte podem ter caído mais de 1 grau Celsius abaixo da média em meados do século XX. Em comparação, os gases de efeito estufa emitidos por humanos aumentaram a temperatura global em quase 1 grau Celsius, novamente em relação à média do meio do século 20, embora haja muito mais aquecimento em estoque.
O resfriamento e os extremos associados de precipitação encurtaram ou interromperam as estações de crescimento em diversas sociedades no início do mundo moderno. Onde os fracassos da colheita duraram mais do que alguns anos, os preços dos alimentos subiram e a fome muitas vezes se seguiu. Como os corpos desnutridos enfraqueceram o sistema imunológico, os surtos de doença epidêmica seguiam-se com frequência. Da Angola atual à Rússia, da Índia à China, milhões responderam migrando do campo atingido. No entanto, a migração incentivou a disseminação rural de surtos de doenças para as cidades e tornou ainda mais difícil a recuperação da produção agrícola. Com o aumento das mortes, as demandas por comida e segurança animaram protestos e revoltas que muitas vezes assumiam queixas existentes contra governos corruptos e incompetentes. Rebeliões dentro dos estados ajudaram a inflamar as tensões entre os estados, e as demandas da guerra tipicamente atraíam ainda mais recursos do campo. Milhões morreram em todo o Velho Mundo.
No entanto, algumas comunidades e sociedades eram resilientes, até mesmo adaptáveis ​​em face da Pequena Idade do Gelo. Outros, de fato, se beneficiaram de seu impacto nos ambientes regionais e locais. A população relativamente pequena e a dura ditadura do xogunato Tokugawa no Japão, por exemplo, provavelmente pouparam o país das fomes da Pequena Idade do Gelo. Mudanças na circulação atmosférica, entretanto, permitiram que os navios holandeses alcançassem mercados distantes mais rapidamente, e deram vantagens cruciais às frotas holandesas nas guerras navais. Os inventores holandeses desenvolveram patins de gelo, carros de bombeiros e mangueiras, barcaças puxadas por cavalos e quebra-gelos, cascos de navios lubrificados e endurecidos para gelo marinho e muitas outras tecnologias para lidar com novas realidades ambientais.
As crises ambientais dos primeiros séculos modernos têm algo a nos ensinar hoje? De fato, eles fazem. Os piores desastres ambientais - os que mataram a maioria das pessoas - foram muitas vezes deliberadamente agravados por governos, empresas e indivíduos predatórios. As sociedades que escaparam do desastre ambiental estavam relativamente a salvo da exploração colonial e flexíveis diante das circunstâncias ambientais mutáveis. Enfrentamos um futuro incerto, mas, como os primeiros tempos modernos, há muito que podemos fazer para aliviar o sofrimento humano em face da agitação ambiental - ou torná-lo muito pior.


ASPECTOS DO CONTRAGOLPE MILITAR DE 1964

Ocorrido recentemente, o aniversário de 55 anos do contragolpe militar contra o comunismo no Brasil, ainda suscita discussões sobre suas origens, causas e fundamentos. Contragolpe porquê todos os registros da História da época indicavam a certeza de uma revolução proletária nos moldes da revolução russa, já expandida para a China e para Cuba, além de outros recantos do mundo. A experiência dos desacertos e das crueldades cometidas apenas nesses três países, já indicavam de per si que nenhuma sociedade poderia aceitar a ditadura esquerdista. Hoje, sabemos das centenas de assassinatos em Cuba, assim como das dezenas de milhões  na URSS e das presumíveis 80 milhões de vidas chinesas roubadas. 
Enfim, como disse, ainda há muito a conhecer e a aprender para compreender aquele período. Neste contexto, o artigo abaixo ajuda a ver o passado, a partir de um dos seus aspectos. Portanto, vale a pena a leitura.

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"1964: VERDADES INCONVENIENTES"
                                                     Por Flavio Gordon
                 “É inegável que o golpe militar e civil foi empreendido sob bandeiras defensivas. Não para construir um novo regime. O que a maioria desejava era salvar a democracia, a família, o direito, a lei, a Constituição…” (Daniel Aarão Reis, Ditadura e democracia no Brasil: do golpe de 1964 à Constituição de 1988).
            Na madrugada de 27 de novembro de 1962, um Boeing 707-441 (prefixo PP-VJB) decolou do Rio de Janeiro levando 80 passageiros e 17 tripulantes. Era o voo 810 da Varig, com destino a Los Angeles, e escalas em Lima, Bogotá e Cidade do México. Pouco antes de aterrissar no Aeroporto Internacional Jorge Chávez, em Lima, a aeronave colidiu com uma montanha e explodiu, matando todos a bordo.
            Entre as vítimas fatais, estava Raúl Cepero Bonilla, que substituíra Ernesto Che Guevara na presidência do Banco Nacional de Cuba, e que, à frente de uma grande delegação cubana, viera ao Brasil sob o pretexto formal de participar da 7ª Conferência da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura). Informalmente, Bonilla fora enviado por Fidel Castro para tratar de um assunto delicado com o presidente brasileiro João Goulart.
            A história começara meses antes do acidente aéreo, quando o coronel getulista e veterano da FEB Nicolau José Seixas, nomeado por Goulart para a chefia do Serviço de Repressão ao Contrabando, obteve informações sobre a chegada recorrente de grandes caixotes com geladeiras a uma fazenda em Dianópolis (à época, Goiás; hoje, Tocantins). Como não houvesse sequer energia elétrica naquele lugar ermo, Seixas desconfiou que o conteúdo dos caixotes fossem armas contrabandeadas por latifundiários da região. Tendo reunido seus homens de confiança, numa madrugada, o coronel comandou uma batida surpresa à fazenda. Assustados, e sem oferecer resistência, os ocupantes fugiram para o mato, deixando para trás todos os pertences, incluindo as tais “geladeiras”. Ao inspecionar a carga, Seixas e seus comandados tiveram uma surpresa.
            Com efeito, havia ali armas contrabandeadas, mas não só. Junto a elas, muitas bandeiras cubanas, retratos e textos de discursos de Fidel Castro e do deputado pernambucano Francisco Julião (o líder das Ligas Camponesas), manuais de instrução de combate e planos para a construção de novos focos de guerrilha rural. Além disso, havia também planilhas detalhando a polpuda contribuição financeira enviada por Cuba ao movimento revolucionário de Julião. Sim, sem desconfiar de nada, o coronel Seixas acabara de desbaratar um campo de treinamento militar das Ligas Camponesas, que, em plena vigência da democracia no país (o ano era 1962, recorde-se), pretendia derrubar o governo por meio das armas, instaurando aqui um regime comunista nos moldes cubanos.

            Em vez de comunicar sobre o material subversivo ao serviço de inteligência do Exército, como seria o mais comum, o coronel Seixas entregou-o diretamente a João Goulart, que, diante da grave ameaça estrangeira ao seu governo, tomou uma decisão muito estranha. Sem nada comunicar aos seus ministros, ao Congresso, ao STF ou à imprensa, o presidente foi se queixar com o embaixador de Cuba, dizendo-se “traído”. E é nesse contexto que, dias depois, Fidel Castro envia Raúl Cepero Bonilla para se haver com Goulart.
            Em reunião sigilosa no Palácio do Planalto, e depois de conversarem sabe-se lá o que, o ministro cubano recebeu das mãos do presidente brasileiro todo o material apreendido em Dianópolis. Com esse gesto discreto e conciliador, Goulart dava o caso por encerrado, pretendendo que ninguém mais soubesse do ocorrido. Para seu azar, contudo, a pasta de couro em que Bonilla levava a documentação de volta a Cuba foi encontrada intacta entre os destroços do Boeing 707-441. O material acabou nas mãos da CIA, que tornou público o seu conteúdo.
            Convém esclarecer: a história relatada acima não brotou da cabeça de nenhum bolsonarista radical, intervencionista ou saudosista do regime militar. Ela está no livro Memórias do Esquecimento, do ex-guerrilheiro Flávio Tavares, um dos 15 presos políticos libertados por ocasião do sequestro do embaixador americano Charles Elbrick. E, muito embora Tavares tenha se limitado a relatar os fatos, furtando-se a uma conclusão inconveniente à versão esquerdista da história, ela me parece inescapável.
            Ao devolver discretamente à nação inimiga os planos de um levante armado contra o seu governo, sem nada informar às Forças Armadas e aos demais poderes da República, o presidente João Goulart cometeu um ato de traição à pátria. Que tenha, ele próprio, se declarado “traído” ao embaixador cubano é altamente significativo nesse contexto, um sinal evidente de que esperava lealdade de Cuba, e de que, portanto, algo em troca fazia para merecê-la. Talvez jamais venhamos a saber exatamente que algo era esse, mas o simples acerto sigiloso com Fidel já seria motivo mais que justificado para a sua deposição.
            Eis o tipo de fato que a esquerda brasileira, solidamente aquartelada na grande imprensa, não deseja que seja mais conhecido por parte do público, uma vez que ameaça a sua mitologia particular sobre o 31 de março de 1964. Se, entre outras coisas, fosse comprovada a existência de focos de guerrilha no país antes da queda de João Goulart (e, ademais, com o patrocínio da ditadura socialista cubana), cairia por terra a lenda segundo a qual a opção pela luta armada foi apenas uma reação de setores da esquerda ao regime militar, e não parte de uma estratégia de tomada violenta do poder.
            Foi para impedir que os leitores nutrissem qualquer impulso de questionar a lenda que, por exemplo, a revista Super Interessante publicou em outubro do ano passado (em plena corrida eleitoral, portanto) uma matéria com o título “Mito: os militares impediram um golpe comunista em 1964”, cujo lead exibia o dogma inquestionável: “A verdade: Jango era um político trabalhista, não comunista. E a luta armada só ganhou adeptos depois do golpe”. No corpo da matéria, lia-se ainda: “Embora a revolução cubana e a figura romântica de Che Guevara pudessem inspirar jovens idealistas, a luta armada estava fora dos planos das esquerdas brasileiras… Enquanto o Brasil foi uma democracia, a luta armada ficou de fora. Em vez disso, a esquerda abraçava a estratégia pacífica do PCB de se aliar a Jango e pressionar por reformas nas ruas. Foi somente com o golpe de 1964 que grupos debandaram do Partidão e abraçaram o modelo de revolução de Fidel Castro. Se essas pequenas e malsucedidas guerrilhas tentaram fazer do Brasil uma segunda Cuba, foi em grande parte em reação ao próprio golpe” (grifos meus).
            Trata-se de um exemplo típico das tentativas da esquerda de emplacar sua narrativa mistificadora, com base num curioso non sequitur, segundo o qual o fracasso circunstancial do projeto de luta armada serviria como prova do seu caráter essencialmente inofensivo, com o qual só mesmo um anticomunista paranoico poderia se preocupar. Ora, decerto ninguém esperava que um redator da Super Interessante abandonasse sua refeição vegana ou a balada com os amigos para se aprofundar na historiografia do período antes de lhe dedicar uma matéria, sobretudo quando o objetivo não é informar o público, mas jogar água no moinho da esquerda. Mas o fato é que, hoje, temos fartas evidências mostrando que a ameaça de uma revolução armada já se fazia presente muito antes da derrubada de João Goulart. E, de novo, tais evidências não provêm de fanáticos bolsonaristas, mas de estudiosos simpáticos à esquerda, como, por exemplo, a historiadora Denise Rollemberg, da Universidade Federal Fluminense.
            No livro O apoio de Cuba à luta armada no Brasil, a autora confirma o relato de Tavares, deixando claro que a narrativa habitual da esquerda simplesmente inverte a ordem dos fatores: antes que consequência do assim chamado golpe de 1964, a opção da esquerda pela revolução armada foi uma de suas causas. Escreve Rollemberg: “Quanto à revolução brasileira, Cuba apoiou a formação de guerrilheiros, desde o momento em que assumiu a função de exportar a revolução, quando o Brasil vivia sob o regime democrático do governo João Goulart, ou seja, antes da instauração da ditadura… Cuba apoiou, concretamente, os brasileiros em três momentos bem diferentes. O primeiro, como disse, foi anterior ao golpe civil-militar. Nesse momento, o contato do governo cubano era com as Ligas Camponesas… Cuba viu nesse movimento e nos seus dirigentes o caminho para subverter a ordem no maior país da América Latina”. E conclui: “A relação das Ligas com Cuba evidencia a definição de uma parte da esquerda pela luta armada no Brasil, em pleno governo democrático, bem antes da implantação da ditadura civil-militar. Embora não se trate de uma novidade, o fato é que, após 1964, a esquerda tendeu – e tende ainda – a construir a memória de sua luta, sobretudo, como de resistência ao autoritarismo do novo regime. É claro que o golpe e a ditadura redefiniram o quadro político. No entanto, a interpretação da luta armada como, essencialmente, de resistência deixa à sombra aspectos centrais da experiência dos embates travados pelos movimentos sociais de esquerda no período anterior a 1964” (grifos meus).         
            É preciso lembrar ainda que, ao falar de interferência cubana na política brasileira, estamos falando necessariamente da URSS. Desde o início da Guerra Fria, os dirigentes soviéticos estavam convencidos de que precisavam estender os seus tentáculos sobre o Terceiro Mundo. Em meados de 1960, por exemplo, o comando central da KGB já tratava Cuba como um Avanpost – ou, em jargão militar, “cabeça-de-ponte” – para a conquista da América Latina. Em julho do ano seguinte, o então chefe da KGB, Alexander Shelepin, enviou a Kruschev um plano para explorar a nova posição. A ideia era financiar os movimentos de libertação nacional do Terceiro Mundo para que conduzissem levantes armados contra governos considerados “reacionários” ou “pró-americanos”. Como observou certa feita Nikolai Leonov, alto oficial de inteligência soviético, havia à época a convicção de que “o destino do enfrentamento mundial entre os EUA e a URSS, entre capitalismo e socialismo, seria decidido no Terceiro Mundo”.

Quando o redator da Super Interessante afirma a não existência de uma ameaça de revolução comunista no Brasil da época, com base no argumento de que “Jango não era comunista. Marxistas ortodoxos defendem o fim da propriedade privada dos meios de produção. Já Jango era um advogado proprietário de terras gaúchas”, ele demonstra total ignorância do modus operandi da Internacional Comunista.
            Em primeiro lugar, há aí uma confusão primária entre a definição enciclopédica de uma doutrina política e a sua realidade histórica concreta. Que marxistas defendessem doutrinariamente, e em abstrato, o fim da propriedade privada, não significa que tenham abdicado dela para a conquista e manutenção do poder (o que, aliás, seria materialmente impossível). Como mostrei em artigo passado, os dirigentes comunistas sempre foram os grandes proprietários nas nações em que chegaram ao poder. Defendiam o fim da propriedade privada alheia, evidentemente, não o da sua própria. Ora, se adotássemos o critério infanto-juvenil do redator da matéria, seríamos forçados a concluir que jamais houve no mundo um comunistazinho sequer, pois todos eles foram proprietários (de terras, de imóveis, de moeda, de artigos de luxo etc.).
            Em segundo lugar, para os objetivos da Internacional Comunista, pouco importava o que Jango era, ou seja, quais as suas convicções político-ideológicas pessoais. Era preferível, aliás, que os líderes das nações-alvo do projeto expansionista soviético não fossem membros formais dos partidos comunistas locais. É o que consta expressamente, por exemplo, num dos documentos dos arquivos da StB (o serviço de inteligência tcheca que atuava como braço da KGB), citado no meu livro A Corrupção da Inteligência, em que se descrevem alguns dos objetivos da espionagem comunista no Terceiro Mundo: “Ambos os serviços de inteligência [i.e., KGB e StB] efetuarão medidas ativas com o objetivo de garantir ativistas progressistas (fora dos partidos comunistas) nos países da África, América Latina e Ásia, que possuam condições para, no momento determinado, assumir o controle de movimentos de liberação nacional”. O referido documento data de 1961, mesmo ano em que João Goulart – um dos “ativistas progressistas” alvos das medidas ativas soviéticas – assumia a presidência.
            Segundo o historiador britânico Christopher Andrew, que realizou pesquisa nos arquivos pessoais do dissidente soviético e ex-agente da KGB Vasili Mitrokhin: “O papel da KGB na política soviética para o Terceiro Mundo foi mesmo mais importante do que o desempenhado pela CIA na política americana. Por um quarto de século, e ao contrário da CIA, a KGB acreditou que o Terceiro Mundo era a arena na qual poderia vencer a Guerra Fria”. Graças à abertura dos arquivos da StB, hoje sabemos, entre outras coisas, que, já em 1961, a URSS planejava “causar guerra civil no Brasil”.

            que essas informações fossem conhecidas do público. Hoje, quando o muro de silêncio sobre fatos politicamente inconvenientes começa a ruir, não é de se espantar que a esquerda reaja com verdadeiro pavor. Afinal, é preciso manter a todo custo o consenso dos bem-pensantes sobre o período, a saber: a preocupação demonstrada pelo governo americano – e, internamente, pelas forças políticas ditas conservadoras – com a expansão do comunismo na América Latina durante a Guerra Fria não passou de paranoia motivada por um anticomunismo patológico (“macarthista”), histérico e desprovido de razão.
            O pânico de ver aquele consenso desmascarado aos olhos da população resultou na mais recente e desesperada tentativa de censura praticada intelligentsia de esquerda no Brasil, que tudo fez para desacreditar e reduzir o alcance do documentário 1964: o Brasil entre armas e livros, iniciativa do portal Brasil Paralelo. Por trazer dados históricos relevantes e até hoje ocultados do grande público por força do maquinário de hegemonia narrativa operado por nossa esquerda cultural, o filme não poderia mesmo ser tolerado pela intelligentsia progressista. Como digo no meu livro, há um constante desejo de que a história de 1964 continue a ser muito mal contada…"

PENDURICALHOS QUE ARRASAM O BRASIL

Copiei a imagem e o texto de www.espaçovital.com.br, para poder demonstrar um mínimo aspecto da razão de o Brasil vivenciar injustiças, descompassos e absurdos institucionais. Em PENDURICALHOS & CIA. ILIMITADA podemos sentir isso: 
O Tribunal de Justiça do Pará aposentou voluntariamente um analista judiciário com proventos integrais de R$ 56 mil. Seu vencimento básico é de R$ 6 mil. Foram somados gratificação e adicionais.
Quase simultaneamente, o Tribunal de Justiça da Bahia concedeu aposentadoria voluntária a um motorista com proventos integrais de R$ 24,7 mil. Seu vencimento básico é de R$ 5,6 mil. Foram somados abono permanente, vantagens pessoais, reposição e adicionais.
As histórias da carochinha são narrativas fictícias no que tange a seus personagens. Todos se encontram no mundo do faz-de-conta. E cada história tem sua ética ou moral a ser refletida e utilizada, com situações e/ou personagens não reais.
Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau são exemplos de contos-da-carochinha.
Os casos – paraense e baiano - aí de cima, das consistentes aposentadorias concedidas pelos TJs do Pará e da Bahia nada têm a ver com teto constitucionais. São histórias reais de carochinhas de corpo humano.

O VAZIO DO OCO DO CÉREBRO OBTUSO

É impressionante o quanto de vazio está contido no texto proposto para dissertação de mestrado. É fácil depreender, também, quão oca é essa cabeça proponente do tema, assim como a do seu orientador, mas é possível compreender o propósito de consolidar o anacronismo da esquerda, ampliando o fosso da ignorância e estreitando a amplitude da sabedoria. Enfim, quê fazer, se a esquerda insiste na autodestruição? O problema é que o assunto flui numa Universidade Federal, cujos custos oneram o orçamento de cada cidadão brasileiro, especialmente os de bem.

O POLITICAMENTO CORRETO COMO FORMA DE CENSURA

A adoção do posicionamento POLITICAMENTE CORRETO vem sendo adotada pela esquerda mundial como forma sutil de dominação da sociedade, fazendo...