Onde e como registrar as vidas que se foram pelas mãos ensanguentadas da esquerda subversiva e vil, da qual fizeram parte as multifacetadas e enganosas faces de Dilma, Dirceu, Genuíno, dentre muitos outros que, no presente, assaltaram e afundaram o Brasil gerando a pior crise de sua história?
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( Na Veja, em Reinaldo Azevedo)
O debate sobre a revisão da Lei da Anistia voltará. Ou
melhor: já voltou. Até porque existe uma ação no Supremo, sob a relatoria do
ministro Luiz Fux. O memorando da CIA revelando que o então presidente Ernesto
Geisel deu autorização pessoal para a eliminação extrajudicial de inimigos do
regime certamente terá desdobramentos políticos. Vamos ver quais.
De saída, note-se: trata-se de uma barbaridade, para empregar
uma palavra a que o próprio Geisel recorreu certa feita ao tratar do assunto? A
resposta, obviamente, é “sim”. De resto, o documento não deixa dúvidas sobre o
comprometimento oficial do regime com a prática ilegal até para os padrões da
ditadura. É evidente que essa história tem de ser devidamente contada. Contar,
ou recontar, a história à luz dos fatos não implica, no entanto, a revisão da
Lei da Anistia. Mais: não se pode ignorar o contexto em que o poder se
comportou como marginal. Não para justificar os crimes do Estado. Mas em
benefício da precisão histórica.
A questão não é nova neste blog. No dia 12 de
janeiro de 2010 — há mais de oito anos, portanto —, publiquei a lista de todas
as pessoas que foram assassinadas também pelos terroristas de esquerda. Cheguei
a 119. Que fosse apenas uma, pouco importa: sua respectiva morte e seu
respectivo nome tinha de estar na lista da Comissão da Verdade, que concluiu
seu trabalho em 2014. Por que não estava? Pelo visto, a turma não leva a sério
aquela história de que a morte de qualquer homem nos diminui. Os valentes não
se sentiram diminuídos nem com mais de mais de 100.
As esquerdas alegavam, até 2014, que o Regime Militar, ao
longo de 21 anos, havia matado 424 pessoas — número ampliado, então. para 434.
É um total provavelmente inflado. Mortos comprovados pré-2014 eram 293. Os
outros constavam como “desaparecidos” e se dava de barato que tivessem sido
eliminados por agentes do regime. Havia casos em que a vinculação com a luta
política não estava comprovada. Estão na lista os mortos do Araguaia. Que
corpos tenham sumido, é evidente, é inaceitável. Que pessoas tenham sido
executadas depois de rendidas, idem.
Se querem ler uma justificativa para brutalidade e atos
criminosos, não será aqui. Mas é preciso contar a verdade inteira.
E o que não se diz é que o terrorismo de esquerda matou nada
menos de 119 pessoas, muitas delas sem nenhuma ligação com a luta política.
Quase ninguém sabe disso. Consolidou-se ainda outra brutal inverdade histórica,
segundo a qual as ações armadas da esquerda só tiveram início depois do AI-5,
de 13 de dezembro de 1968. É como se, antes disso, os esquerdistas tivessem se
dedicado apenas à resistência pacífica.
É mentira. Nada menos de 19 pessoas foram mortas pelas
esquerdas antes do AI-5. Em muitos casos, aparecem os nomes dos assassinos.
Se vocês forem procurar, muitos homicidas estão na lista dos
indenizados do Bolsa Ditadura, beneficiados por sua suposta “luta em favor da
democracia”. Ou, então, suas respectivas famílias recebem o benefício, e o
terrorista é alçado ao panteão dos heróis. Os casos mais escandalosos são os
facinorosos Carlos Marighella e Carlos Lamarca.
Ah, sim: PARA AS VÍTIMAS DA ESQUERDA, NÃO HOUVE INDENIZAÇÃO.
Como vocês sabem, elas não têm nem mesmo direito à memória. Foram apagadAs da
história pela Comissão da Verdade!
Não! Eu não considero que o terrorismo de estado —
comprovadamente praticado durante a ditadura militar — tenha a mesma gravidade
do terrorismo dos grupos que tentavam assaltar o poder. Ambos são perversos,
mas só o primeiro tem força para corromper as instituições. Sempre que o Estado
praticar crimes sob o pretexto de combatê-lo encontrará em mim um opositor. Mas
que o princípio de civilidade não sirva, por outro lado, para esconder as
práticas criminosas a que as esquerdas recorreram na tentativa de implantar no
país uma ditadura comunista.
Abaixo, as vítimas das esquerdas antes da decretação do AI-5.
AS VÍTIMAS DAS ESQUERDAS ANTES DO AI-5
1 – 12/11/64 – Paulo Macena, vigia – RJ
Explosão de bomba
deixada por uma organização comunista nunca identificada, em protesto contra a
aprovação da Lei Suplicy, que extinguiu a UNE e a UBES. No Cine Bruni,
Flamengo, com seis feridos graves e um morto.
2 – 27/03/65 – Carlos Argemiro Camargo, sargento do
Exército – Paraná
Emboscada de um
grupo de militantes da Força Armada de Libertação Nacional (FALN), chefiado
pelo ex-coronel Jeffersom Cardim de Alencar Osório. Camargo foi morto a tiros.
Sua mulher estava grávida de sete meses.
3 – 25/07/66 – Edson Régis de Carvalho, jornalista – PE
Explosão de bomba no
Aeroporto Internacional de Guararapes, com 17 feridos e 2 mortos. Ver próximo
nome.
4 – 25/07/66 – Nelson Gomes Fernandes, almirante – PE
Morto no mesmo
atentado citado no item 3. Além das duas vítimas fatais, ficaram feridas 17
pessoas, entre elas o então coronel do Exército Sylvio Ferreira da Silva. Além
de fraturas expostas, teve amputados quatro dedos da mão esquerda. Sebastião
Tomaz de Aquino, guarda civil, teve a perna direita amputada.
5 – 28/09/66 – Raimundo de Carvalho Andrade, cabo da PM, GO
Morto durante uma
tentativa de desocupação do Colégio Estadual Campinas, em Goiânia, que havia
sido ocupado por estudantes de esquerda. O grupo de soldados convocado para a
tarefa era formado por burocratas, cozinheiros etc. Estavam armados com balas
de festim. Andrade, que era alfaiate da Polícia Militar, foi morto por uma bala
de verdade disparada de dentro da escola.
6 – 24/11/67 – José Gonçalves Conceição (Zé Dico), fazendeiro
– SP
Morto por Edmur
Péricles de Camargo, integrante da Ala Marighella, durante a invasão da fazenda
Bandeirante, em Presidente Epitácio. Zé Dico foi trancado num quarto, torturado
e, finalmente, morto com vários tiros. O filho do fazendeiro que tentara
socorrer o pai foi baleado por Edmur com dois tiros nas costas.
7 – 15/12/67 – Osíris Motta Marcondes, bancário – SP
Morto quando tentava
impedir um assalto terrorista ao Banco Mercantil, do qual era o gerente.
8 – 10/01/68 – Agostinho Ferreira Lima, Marinha Mercante –
Rio Negro/AM
No dia 06/12/67, a
lancha da Marinha Mercante “Antônio Alberto” foi atacada por um grupo de nove
terroristas, liderados por Ricardo Alberto Aguado Gomes, “Dr. Ramon”,
que, posteriormente, ingressou na Ação Libertadora Nacional (ALN). Neste
ataque, Agostinho Ferreira Lima foi ferido gravemente, vindo a morrer no dia
10/01/68.
9 – 31/05/68 – Ailton de Oliveira, guarda penitenciário
– RJ
O Movimento Armado
Revolucionário (MAR) montou uma ação para libertar nove de seus membros que
cumpriam pena na Penitenciária Lemos de Brito (RJ) e que, uma vez libertados,
deveriam seguir para a região de Conceição de Jacareí, onde o MAR pretendia
estabelecer o “embrião do foco guerrilheiro”. No dia 26/05/68, o estagiário
Júlio César entregou à funcionária da penitenciária Natersa Passos, num pacote,
três revólveres calibre 38. Às 17h30, teve início a fuga. Os terroristas foram
surpreendidos pelos guardas penitenciários Ailton de Oliveira e Jorge Félix
Barbosa. Foram feridos, e Ailton morreu no dia 31/05/68. Ainda ficou gravemente
ferido o funcionário da Light João Dias Pereira, que se encontrava na calçada
da penitenciária. O autor dos disparos que atingiram o guarda Ailton foi o
terrorista Avelino Brioni Capitani.
10 – 26/06/68 – Mário Kozel Filho, soldado do
Exército – SP
No dia 26/06/68,
Kozel atua como sentinela do Quartel General do II Exército. Às 4h30, um tiro é
disparado por um outro soldado contra uma camioneta que, desgovernada, tenta
penetrar no quartel. Seu motorista saltara dela em movimento, após acelerá-la e
direcioná-la para o portão do QG. O soldado Rufino, também sentinela, dispara 6
tiros contra o mesmo veículo, que, finalmente, bate na parede externa do
quartel. Kozel sai do seu posto e corre em direção ao carro para ver se havia
alguém no seu interior. Havia uma carga com 50 quilos de dinamite, que,
segundos depois, explode. O corpo de Kozel é dilacerado. Os soldados João
Fernandes, Luiz Roberto Julião e Edson Roberto Rufino ficam muito feridos. É
mais um ato terrorista da organização chefiada por Lamarca, a VPR. Participaram
do crime os terroristas Diógenes José de Carvalho Oliveira, Waldir Carlos
Sarapu, Wilson Egídio Fava, Onofre Pinto, Edmundo Coleen Leite, José Araújo
Nóbrega, Oswaldo Antônio dos Santos, Dulce de Souza Maia, Renata Ferraz Guerra
Andrade e José Ronaldo Tavares de Lima e Silva. Ah, sim: a família de Lamarca
recebeu indenização. De Kozel, quase ninguém mais se lembra.
11 – 27/06/68 – Noel de Oliveira Ramos, civil – RJ
Morto com um tiro no
coração em conflito na rua. Estudantes distribuíam, no Largo de São Francisco,
panfletos a favor do governo e contra as agitações estudantis conduzidas por
militantes comunistas. Gessé Barbosa de Souza, eletricista e militante da VPR,
conhecido como “Juliano” ou “Julião”, infiltrado no movimento, tentou impedir a
manifestação com uma arma. Os estudantes, em grande maioria, não se intimidaram
e tentaram segurar Gessé que fugiu atirando, atingindo mortalmente Noel de
Oliveira Ramos e ferindo o engraxate Olavo Siqueira.
12 – 27/06/68 – Nelson de Barros, sargento PM –
RJ No dia
21/06/68, conhecida como a “Sexta-Feira Sangrenta”, realizou-se no Rio uma
passeata contra o regime militar. Cerca de 10.000 pessoas ergueram barricadas,
incendiaram carros, agrediram motoristas, saquearam lojas, atacaram a tiros a
embaixada americana e as tropas da Polícia Militar. No fim da noite, pelo menos
10 mortos e centenas de feridos. Entre estes, estava o sargento da PM Nelson de
Barros, que morreu no dia 27.
13 – 01/07/68 – Edward Ernest Tito Otto Maximilian Von
Westernhagen, major do Exército Alemão – RJ
Morto no Rio, onde
fazia o Curso da Escola de Comando e Estado Maior do Exército. Assassinado na
rua Engenheiro Duarte, Gávea, por ter sido confundido com o major boliviano
Gary Prado, suposto matador de Che Guevara, que também cursava a mesma escola.
Autores: Severino Viana Callou, João Lucas Alves e um terceiro não
identificado. Todos pertenciam à organização terrorista Colima – Comando de
Libertação Nacional.
14 – 07/09/68 – Eduardo Custódio de Souza, soldado da PM – SP
Morto com sete tiros
por terroristas de uma organização não identificada quando de sentinela no
Deops, em São Paulo.
15 – 20/09/68 – Antônio Carlos Jeffery, soldado
da PM – SP
Morto a tiros quando
de sentinela no quartel da então Força Pública de São Paulo (atual PM) no
Barro Branco. Organização terrorista que praticou o assassinato: Vanguarda
Popular Revolucionária. Assassinos: Pedro Lobo de Oliveira, Onofre Pinto,
Diógenes José Carvalho de Oliveira, atualmente conhecido como “Diógenes do PT”,
ex-auxiliar de Olívio Dutra no Governo do RS.
16 – 12/10/68 – Charles Rodney Chandler, capitão do
Exército dos Estados Unidos – SP
Herói na guerra com
o Vietnã, veio ao Brasil para fazer o Curso de Sociologia e Política, na
Fundação Álvares Penteado, em São Paulo/SP. No início de outubro de 68, um
“Tribunal Revolucionário”, composto pelos dirigentes da VPR (Vanguarda Popular
Revolucionária), Onofre Pinto (Augusto, Ribeiro, Ari), João Carlos Kfouri
Quartin de Morais (Maneco) e Ladislas Dowbor (Jamil), condenou o capitão
Chandler à morte, porque ele “seria um agente da CIA”. Os levantamentos da
rotina de vida do capitão foram realizados por Dulce de Souza Maia (Judite).
Quando retirava seu carro da garagem para seguir para a faculdade, Chandler foi
assassinado com 14 tiros de metralhadora e vários tiros de revólver, na
frente da sua mulher, Joan, e de seus três filhos. O grupo de
execução era constituído pelos terroristas Pedro Lobo de Oliveira (Getúlio),
Diógenes José de Carvalho Oliveira (Luis, Leonardo, Pedro) e Marco Antônio Bráz
de Carvalho (Marquito).
17 – 24/10/68 – Luiz Carlos Augusto, civil – RJ
Morto, com um
tiro, durante uma passeata estudantil.
18 – 25/10/68 – Wenceslau Ramalho Leite, civil – RJ
Morto, com quatro
tiros de pistola Luger 9 mm durante o roubo de seu carro, na avenida 28 de
Setembro, Vila Isabel, RJ. Autores: Murilo Pinto da Silva (Cesar ou Miranda) e
Fausto Machado Freire (Ruivo ou Wilson), ambos integrantes da organização
terrorista Colima (Comando de Libertação Nacional).
19 – 07/11/68 – Estanislau Ignácio Correia, civil – SP
Morto pelos
terroristas Ioshitame Fujimore, Oswaldo Antônio dos Santos e Pedro Lobo
Oliveira, todos integrantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), quando
roubavam seu automóvel na esquina das ruas Carlos Norberto Souza Aranha e Jaime
Fonseca Rodrigues, em São Paulo.