COMO COMPREENDER?

De estranheza em estranheza, de surpresa em surpresa, muitas dúvidas são postas sobre a mesa dos negócio$ e$cu$o$ que ocorrem com instrumentos que deveriam existir para o desenvolvimento social. Da mesma forma que o BNDES, todos os indícios  indicam que podemos aguardar grandes solavancos, também na Caixa Econômica Federal. 
Mas, enfim, eis um bom texto com a perplexidade manifesta de um dos grandes juristas, também com acuidade dos problemas brasileiros.
 
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O “x” da questão
INSTITUTO MILLENIUM, 8 de outubro de 2013
  
 O leitor há de estranhar que me volte para um problema que vem se desdobrando de maneira dramática, senão patética, originalmente de natureza privada, embora de repercussão pública. Pois é exatamente por este motivo que me arrisco a enfrentar o caso Eike Batista.
Um empresário, possuidor de uma das maiores fortunas do mundo, de poderosa criatividade. Por onde passava, empresas nasciam, cresciam, ganhavam identidade na bolsa, e os resultados eram festejados de antemão; enfim, um futuro promissor, tanto mais expressivo quando o quadro indicava sinais de retração.
Eis senão quando uma espécie de terremoto atingiu em cheio aquele mundo de maravilhas. Sem entrar em pormenores, partindo do que vem sendo divulgado pela totalidade dos meios de comunicação, lamento o desastroso insucesso do empreendimento econômico, laureado ontem, flagelado hoje. Jornais não hesitaram em dizer tratar-se do maior calote do século e a fortuna do empresário passou a ser uma sombra do que era, dado revelador da facilidade em vender sonhos. Obviamente, o bom sucesso não nasceu no vácuo, mas em meio no qual é relevante um sistema bancário. Outrossim, é da natureza do ofício do banqueiro a posse de qualidades específicas, porque o risco faz parte do seu dia a dia e ele não pode ser o último a saber da catástrofe. Ao sistema bancário parece que nada de estranho embaciava o singular esplendor do bilionário. Mais não posso dizer porque os negócios não se noticiam, “o segredo é a alma do negócio”. Mas há outro aspecto. O sistema financeiro estatal entre nós apresenta inegável relevância, chegando a financiar obras em países da América do Sul e até Cuba, por exemplo. Também foi noticiado que o Grupo Eike Batista, agora em declive notório, é um dos grandes financiados pelo BNDES.
O Banco é destinado a ser instrumento do governo federal para fomentar o desenvolvimento econômico e social do país, sua natureza e particularidade são inseparáveis de sua origem e destinação; ainda agora, o ministro da Fazenda anunciou um reforço ao BNDES. O financiamento do grupo Eike Batista pelo BNDES, em condições que banqueiros não poderiam ignorar, não deixa bem o governo. A direção do Banco não pode fazer generosidade para uma das maiores fortunas do mundo sem as reservas de estilo. O mesmo se pode dizer, mutatis mutandis, em relação à Petrobras, que passou, está passando e ainda vai passar por enormes dificuldades. A maior empresa do Brasil fez coisas que não podia fazer, a compra em condições onerosas e a venda em condições perniciosas de uma refinaria em território americano. Foi tão flagrante o abuso, que, até onde sei, não houve quem se arvorasse em defensor da traficância.
O castelo de areia ruiu de uma hora para outra. Não sei se os bancos privados não amargaram grandes perdas, mas o BNDES, por ter sido o grande financiador do grupo Eike Batista, seria o principal prejudicado. Incompetência? Irresponsabilidade? Ufanismo inconsequente? Como o caso da Petrobras, o do BNDES é tão chocante, que autoriza deduções menos decorosas. Esse o x da questão.
 

TRAIÇÃO

Ao concluir a leitura do artigo abaixo, de Stephen Kanitz, não sabia se ria ou chorava. Então, ri-me! Primeiro, porque está em gestação o tal de PBE-Partido Bem Eficiente, vindo complementar a longa lista de penduricalhos, também denominados de agremiações políticas, engrossada pelo ridículo PROS, pelo Solidariedade e pela Rede que, embora não tenha conseguido se instituir, certamente um dia dará.
Mas, o que mais levou-me ao riso, aquele, para não chorar, foi o desnudamento que o texto faz, dos desvios de ação e das consequentes anomalias institucionais, ocasionados pelo descaramento canalha das autoridades nacionais que os promovem e, na outra ponta, compreendida a apatia  e a ignorância da sociedade brasileira que sabe disso tudo e nada faz.
 
Com uma finalidade bem definida, histórica e conceitualmente, o tal Banco virou um banco qualquer até exportador de recursos financeiros, meus e teus, a republiquetas ou ditaduras nada recomendáveis. Tudo a fundo perdido, perdido mesmo, por que retorno que é bom, jamais!
 
E aí se vão milhares?, não, bilhões de moedas que deveriam ser destinadas para o desenvolvimento econômico e social do meu Brasil, moedas, estas, que podem comparadas aos trinta dinheiros da traição ocorrida segundo a lenda histórica.
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“A partir da publicação desta lei, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, passará a ser denominado de Banco.“
O Partido Bem Eficiente, em formação, propõe aos demais deputados de outros partidos que criem uma lei propondo a mudança da razão social do BNDES para B, de Banco. 
Propõe a eliminação dos termos Social, Desenvolvimento, Econômico e Nacional da sigla BNDES, por razões éticas. 
O BNDES aprovou empréstimo de R$ 190.000.000,00, a juros subsidiados, para a renovação de 227 quartos de luxo no Hotel Glória do Rio de Janeiro.
Façam os cálculos de quanto sairá por quarto. Serão renovados também duas suítes presidenciais de 300 metros quadrados. 
Acontece que Renovação deveria ser custeada pelo lucro do Hotel, já que o Hotel existe e funciona, e nunca pelo povo Brasileiro.  
Isto já é suficiente para retirar o Social da razão social do BNDES.
Um S não pode financiar um Hotel de 5 Estrelas, não está no seu Objeto Social.
Já que o BNDES faz os empréstimos que faz, basta tirar o S para ele voltar a ser coerente e não confundir os funcionários, os diretores do Banco, e o contribuinte brasileiro. 
Em termos de Desenvolvimento, não há nenhum Desenvolvimento em refazer um hotel que já existe.
Renovação não é Desenvolvimento, e sim Renovação, como estava explicitamente dito no projeto.
Em termo de Econômico, não há nada econômico em R$ 190.000.000,00 serem emprestados para renovar, sequer construir, 352 quartos no total. A maioria de luxo discutível, num país que está se isolando cada vez mais do intercâmbio internacional.
Executivos do Uruguai, Argentina, Paraguai, e agora Venezuela, não possuem recursos para pagar um hotel destes. 
E como o Hotel Glória pertence ao grupo Suíço Acron, o Termo Nacional também não é cabível.
Ou seja, o BNDES virou um Banco a serviço não de um país, de um projeto de desenvolvimento, de um ideal de justiça e equidade social. Renovar o BNDES é simples, basta tirar as siglas que não fazem mais sentido. 
O objetivo aqui não é repensar o BNDES, é pedir uma “volta às origens“, um “back do basics“, como muitas vezes se faz em Administração quando uma empresa se desvia da sua razão social. 
Num país que não acredita nos princípios da Administração isto é impossível, um caminho sem volta para o BNDES. 
O Partido Bem Eficiente não espera eficiência neste caso, somente transparência. 
“A partir da publicação desta lei, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, passará a ser denominado de Banco.“
Algo para se pensar. 
 

O HOMEM E SUAS DUAS NATUREZAS (Logosofia)


Eis um texto construtivo da mente, para a compreensão da vida e a continuidade do SER, mesmo após a sua morte física. O escrito mostra que o registro das nossas ações durante a vida, fica indelevelmente marcado na herança hereditária ou genésica. Este é um dos temas da LOGOSOFIA.
 
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O homem e suas duas naturezas
Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)
 
 
Quando Deus criou o homem, sua concepção foi perfeita. Fê-lo superior a todo outro ser vivente sobre a Terra e concedeu-lhe a graça de possuir duas naturezas: a física e a espiritual. Isto explica a sobrevivência do espírito humano, já que, ao cessar a vida física, permanece a espiritual, formada com os elementos eternos constitutivos da existência.
A natureza física, dotada de um perfeito organismo com função automática e permanente à margem da vontade, com sistemas biológicos que atuam e se comunicam maravilhosamente entre si, e um mecanismo psicológico que se resume na alma, sempre cumpriu e continuará cumprindo sua missão humana dentro das necessidades, limitações e perspectivas que dizem respeito à vida do homem. Nessa natureza física, que constitui a base material da existência humana, ficou plasmada uma parte ponderável de sua altíssima concepção, dando lugar a seu gênero como criatura superior; mas essa parte, com sua admirável organização biológica, só tem por finalidade articular a vida com base em necessidades e perspectivas materiais.
 
Pelo exposto se entenderá que a natureza física é perecível, e o é em virtude de sua corruptibilidade, que culmina com sua desintegração, fato que não ocorre com o espírito, por ser imutável sua natureza. As mudanças evolutivas que formam os elos da perpetuidade não se produzem nela, mas sim na célula hereditária, que vai forjando o destino individual.
 
O ser humano deve compreender que todos os seus esforços haverão de encaminhar-se para o predomínio de sua natureza espiritual, para experimentar em sua consciência a sensação cabal da perenidade.
 
Chegará, assim, à consubstanciação das naturezas física e espiritual, ou seja, à conjunção harmônica de dois organismos diferentemente constituídos: um, de pura essência mental, superior; outro, físico, inferior, sujeito à influência do primeiro, mas sem que esse predomínio altere suas manifestações psicobiológicas normais; ao contrário, a parte espiritual é fator equilibrante entre ambas, criadas para que se complementem de forma admirável. Pode-se avaliar a importância de conhecer esta dualidade constitutiva da estrutura humana, cujo mecanismo é passível de articular-se e influir com resultados surpreendentes sobre a vida do indivíduo.
 
Como articulá-lo? Eis a grande pergunta. Isso não haverá de acontecer em virtude de algum milagre ou graça especial. O homem deve aprender a organizar sua vida para perpetuar-se dentro de sua própria consciência, por ser ela a que lhe permite experimentar a sensação inefável de ser e de existir, e a que concentra, na célula hereditária ou genésica, a síntese perfeita de tudo quanto realizou durante a vida. Todas as conquistas em prol do aperfeiçoamento ficam ali impressas, o que contribui para a perpetuidade da herança e configura a verdadeira identidade do ser, bem de sua exclusiva propriedade.
Texto extraído do Livro O Espírito, p. 57

HERANÇAS DO FARISAÍSMO PETISTA

Trago este bom e esclarecedor texto de Pazzianotto, pois o tema está absolutamente centrado no momento brasileiro, antevendo o próximo e importante evento nacional.
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ELEIÇÕES 2014
ALMIR PAZZIANOTTO PINTO
 
Na campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014, o Partido dos Trabalhadores (PT) gozará de autoridade para reivindicar a paternidade de dez obras, em 12 anos de governo. São elas: mensalão, rompimento dos princípios da ética e da moralidade, insegurança jurídica, desprestígio da diplomacia, compra e venda de legendas, declínio das atividades industriais, exportação de empregos para China e Índia, criação de ministérios inúteis, construção e financiamento de estádios de futebol e oficialização da palavra “presidenta”.
Amigos propuseram-me a inclusão da falência do ensino e da assistência pública à saúde, do endividamento, da alta dos preços, da inflação, do registro de milhares de sindicatos pelegos, da violência, da expansão do tráfico de drogas. Para alguns, o maior feito levado a cabo desde o governo Lula seria a reforma ortográfica, com obscuras regras sobre o uso do hífen e a eliminação do trema.
A relação não observa ordem de importância, mas o primeiro lugar foi destinado ao mensalão. Já se disse que o Brasil é produto de três culturas: a do sobrenatural, trazida pelos negros; a da indolência, transmitida pelos índios; e a do privilégio, herdada dos portugueses. O mensalão reafirma a sabedoria da asserção. Jamais se associaram tantos privilégios e privilegiados como na ação penal movida contra líderes do PT, secundados por comparsas de segunda e terceira categorias, todos com direito a participar da história com o rótulo de mensaleiros.
Em contraponto às realizações, mencionarei parte do que deixou de ser feito. Começo pela reforma política. Há muito prometida, e cobrada pelas camadas não alienadas da população, permanece adormecida nos porões do Poder Executivo. Como fruto da inércia, no balaio de gatos das legendas encontra-se de tudo. Basta acessar a página do Tribunal Superior Eleitora e o leitor se espantará com a fertilidade da classe política. O PT é irmão gêmeo da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Nasceu com o discurso de ser diferente, puro, integrado por operários do chão de fábrica e alguns intelectuais. Rejeitava políticos tradicionais e representantes da denominada burguesia. Com o tempo, e no desfrute do poder, transformou-se em cópia dos demais, sobretudo nos defeitos.
Hoje o PT se alimenta do Fundo Partidário e do horário obrigatório no rádio e na televisão e aderiu, com a CUT, ao peleguismo. “Ao diabo os escrúpulos”, diriam os dirigentes, em agradável convivência com velhos oligarcas, empreiteiras, bancos, grandes empresas. “O poder tende a corromper”, escreveu lorde Acton, cujas palavras são confirmadas pelos fatos.
A última revoada de parlamentares, à procura de legendas que lhes assegurem a reeleição, afronta o princípio constitucional da moralidade e seria energicamente coibida não fossem a lei, o Ministério Público e o Poder Judiciário passivos e lenientes diante de tramoias partidárias. Da mesma maneira que temos profissionais voltados para a criação e exploração de sindicatos, passamos, de alguns anos para cá, a conhecer o ofício de fundador de partidos, como revelou o Estado na edição de 23 de setembro, na página A5. Confirma-se o que Gilberto Amado já denunciava no século passado: “Partido político é associação de indivíduos para a conquista e a fruição do poder, só e só”.
Descartada a reforma política, quais outras deixou o governo de fazer? Todas, a começar pela trabalhista.
Defendida pelo então presidente Lula no lançamento do Fórum Nacional do Trabalho (FNT), em julho de 2003, foi condenada ao ostracismo e levou consigo a reforma sindical. Objetivava o FNT “promover a democratização das relações de trabalho por meio da adoção de um modelo de organização sindical baseado na liberdade e autonomia. Atualizar a legislação do trabalho e torná-la compatível com as novas exigências do desenvolvimento nacional, de maneira a criar um ambiente propício à geração de emprego e renda”. Pretendia, ainda, “modernizar as instituições de regulação do trabalho, especialmente a Justiça do Trabalho e o Ministério do Trabalho e Emprego”. Os resultados foram pífios e as ideias de democratização e modernização caíram no esquecimento.
Aproximam-se as eleições de 2014 e, com elas, a chance de o eleitorado tomar nas mãos o encargo de promover, pelo voto, as reformas inadiáveis. Apesar de ter conduzido o Brasil à situação em que o vemos, a presidente Dilma Rousseff, por um desses insondáveis caprichos da vida política, surge como favorita no primeiro turno. Marina Silva, antes estrela de primeira grandeza, deixou o elenco principal para se transformar em coadjuvante e corre risco de se converter em figurante. A quem caberá a responsabilidade de enfrentar o rolo compressor federal na segunda rodada de votação? Essa é a dúvida que assalta os brasileiros.
Dois candidatos se anteciparam e já se encontram em campanha: Aécio Neves e Eduardo Campos. Sobre eles recairá, ao que tudo indica, o ônus de demonstrar que o PT e aliados não são imbatíveis. Ambos são experientes e titulares de interessantes currículos. Aécio é neto de Tancredo Neves e Eduardo Campos, de Miguel Arrais. Não perderam, contudo, as características de políticos regionais. Aécio Neves apresenta-se como porta-voz da oposição; Eduardo Campos, nem tanto.
A Nação anseia pela restauração da moralidade, abatida em sucessivos escândalos. As manifestações de rua são o termômetro da revolta popular. Reivindicam o respeito à ética e o combate à corrupção. Quem tiver ouvidos para o clamor do povo, e ganhar a confiança das pessoas de bem, será o próximo presidente.

PEQUENOS ATOS, GRANDES VERGONHAS

A notícia abaixo não é apenas uma notícia. Antes de tudo, é uma demonstração da venalidade com que o petismo governa. É uma das muitas e escondidas ações enviesadas desse pessoal que se lambuza com o poder. É uma vergonha para os nacionais ter governantes que agem dessa forma, mas deveria sê-lo mais deprimente para os agentes da ação e dos seus favorecidos. Mas, dentre eles, quem se importa? Vivem a flanar felizes pela vida, sem perceber o mal que fazem à construção da nacionalidade brasileira. Enfim, finalmente, a Justiça grita a ilegalidade, vergonhosa ilegalidade, de um ato que implica pouco sobre todos mas que não deveria ocorrer.
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Justiça anula passaporte diplomático de filho de Lula
Documento foi concedido a Luís Cláudio Lula da Silva 3 dias antes do fim do mandato do ex-presidente; juiz determinou que passaporte seja apreendido e encaminhado ao Itamaraty.
A Justiça Federal de Brasília declarou nulo o passaporte diplomático concedido a Luís Cláudio Lula da Silva, um dos filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. ...
 
A Procuradoria da República no Distrito Federal havia considerado a emissão do documento ilegal e fora do interesse do País. A sentença, do início do mês passado, atende à ação civil pública movida em 2012 pelo Ministério Público Federal.
 
A concessão do passaporte de Luís Cláudio ocorreu três dias antes do término do mandato de Lula. O Ministério Público abriu uma investigação preliminar, em janeiro de 2011, quando reportagens na imprensa revelaram uma extensa lista de beneficiários do passaporte especial, como parentes do ex-presidente, autoridades religiosas, políticos e ex-ministros. A chamada farra na liberação deste documento levou o Ministério das Relações Exteriores (MRE) a adotar, ao fim daquele mês, regras mais rígidas para concedê-lo.
 
O passaporte diplomático dá ao seu portador uma série de regalias, como acesso à fila separada em aeroportos e tratamento no embarque e desembarque menos rígido nos países com os quais o Brasil tem relação diplomática. De emissão gratuita, o documento também torna dispensável, em alguns países, a exigência do visto de entrada. Fazem jus ao passaporte diplomático, segundo o Itamaraty, aqueles que desempenham ou vão desempenhar missão ou atividade continuada de especial interesse do País.
 
Inicialmente, a Procuradoria da República no DF passou um pente-fino para avaliar a regularidade de 328 passaportes emitidos pelo Itamaraty entre 2006 e 2010, em caráter excepcional, em razão do interesse brasileiro. Apenas sete passaportes concedidos aos parentes de Lula foram considerados irregulares, por não apresentarem justificativas pertinentes.
 
A ação civil pública foi proposta em junho de 2012 depois que o Ministério das Relações Exteriores (MRE) confirmou ao Ministério Público que Luís Cláudio era o único que não havia devolvido o documento dentre os sete passaportes dados a parentes do ex-presidente. Um mês depois, a Justiça concedeu liminar para suspender o passaporte dado a ele. O passaporte diplomático dele tinha validade até dezembro de 2014.
 
Na sentença, o juiz Jamil Rosa de Jesus Oliveira, da 14ª Vara Federal em Brasília, julgou procedente o pedido do Ministério Público para declarar nulo o passaporte diplomático concedido ao filho do ex-presidente. No despacho, o magistrado mencionou que o Itamaraty já havia cancelado o documento por conta da nova regulamentação para sua concessão.
 
"Em verdade, não há nada a acrescentar em matéria de mérito, uma vez que o passaporte diplomático concedido ao réu foi absolutamente irregular, de modo que a consequência deve ser o cancelamento, definitivo, do documento, e respectiva apreensão, se não houver devolução espontânea", decidiu o magistrado, em despacho de 10 páginas no último dia 3 de outubro.
 
O advogado de Luís Cláudio, Cristiano Zanin Martins, afirmou que vai apelar da decisão ao Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), com sede em Brasília. Segundo o defensor, a sentença "não acrescenta nada" porque o passaporte diplomático já tinha sido cancelado. Martins acrescentou que, num recurso anterior, o TRF-1 já havia concedido uma liminar para proibir a apreensão do passaporte diplomático. Nesse recurso, Luís Cláudio ganhou direito de usar o documento, como se fosse um passaporte comum, por ter obtido um visto de entrada nos Estados Unidos com validade até dezembro de 2020.
 
"A questão do cancelamento (do passaporte) já foi feita administrativamente", afirmou o advogado do filho de Lula. Martins disse que a troca do passaporte diplomático pelo comum será uma providência a ser tomada futuramente.
 
Na decisão, o juiz federal destacou que o passaporte diplomático será apreendido em juízo, para em seguida ser devolvido ao Itamaraty, após o desenlace do recurso em torno do visto norte-americano.
Fonte: Ricardo Brito - Agência Estado - 11/11/2013
 


FODA-SE (com o perdão pela palavra)

Belo texto  de Millor Fernandes que, espero, ajude a melhorar teu dia.
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“FODA-SE” , por Millôr Fernandes

O nível de stress de uma pessoa
é inversamente proporcional
à quantidade de Foda-se!
que ela fala.

Existe algo mais libertário
do que o conceito do Foda-se!?
O Foda-se!
aumenta minha auto-estima,
me torna uma pessoa melhor.
Reorganiza as coisas. Me liberta.
- Não quer sair comigo ?
Então foda-se!

- Vai querer decidir essa merda
sozinho (a) mesmo?
Então foda-se!

O direito ao foda-se!
deveria estar assegurado
na Constituição Federal.

Os palavrões não nasceram por acaso.
São recursos extremamente válidos e criativos
para prover nosso vocabulário
de expressões que traduzem
com a maior fidelidade
nossos mais fortes e genuínos sentimentos.

É o povo fazendo sua língua.
Como o Latim Vulgar,
será esse Português Vulgar
que vingará plenamente um dia.

Pra caralho, por exemplo.
Qual expressão traduz melhor a idéia
de muita quantidade do que
Pra caralho?

Pra caralho
tende ao infinito,
é quase uma expressão matemática.
A Via-Láctea tem estrelas
pra caralho,
o Sol é quente
pra caralho,
o universo é antigo
pra caralho,
eu gosto de cerveja
pra caralho,
entende?

No gênero do Pra caralho,
mas, no caso, expressando
a mais absoluta negação,
está o famoso
Nem fodendo!

O ‘Não’, não é ‘não’! e tampouco
o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade,
‘Não,absolutamente não!’ o substituem.
O Nem fodendo
é irretorquível, e encerra, mata, liquida o assunto.

Te libera, com a consciência tranqüila,
para outras atividades
de maior interesse em sua vida.
Aquele filho pentelho de 17 anos
te atormenta pedindo o carro
pra ir surfar no litoral?
Não perca tempo nem paciência.
Solte logo um definitivo:
Marquinhos presta atenção, filho querido,
Nem fodendo!

O impertinente se manca na hora!

Por sua vez,
o Porra nenhuma!
atendeu tão plenamente as situações
onde nosso ego exigia
não só a definição de uma negação,
mas também o justo escárnio
contra descarados blefes,
que hoje é totalmente impossível imaginar
que possamos viver sem ele
em nosso cotidiano profissional:
ele redigiu aquele relatório sozinho
porra nenhuma!

O Porra nenhuma,
como vocês podem ver,
nos provê sensações
de incrível bem estar interior.
É como se estivéssemos
fazendo a tardia e justa denúncia pública
de um canalha.

São dessa mesma gênese os clássicos
aspone, chepone, repone
e mais recentemente, o prepone
- presidente de porra nenhuma.

Há outros palavrões igualmente clássicos.

Pense na sonoridade de um
Puta-que-pariu!,
ou seu correlato
Puta-que-o-pariu!,
falado assim, cadenciadamente,
sílaba por sílaba...
Diante de uma notícia irritante qualquer
puta-que-o-pariu!
Dito assim te coloca outra vez em seu eixo.
Seus neurônios têm o devido tempo e clima
para se reorganizar e sacar a atitude
que lhe permitirá dar um merecido troco
ou o safar de maiores dores de cabeça.

E o que dizer de nosso famoso
vai tomar no cu!?
E sua maravilhosa e reforçadora derivação vai
tomar no olho do seu cu!

Você já imaginou o bem
que alguém faz a si próprio
e aos seus quando,
passado o limite do suportável,
se dirige ao canalha de seu interlocutor
e solta:

Chega - vai tomar no olho do seu cu!!
Pronto,
você retomou as rédeas de sua vida,
sua auto-estima.
Desabotoa a camisa e sai à rua,
vento batendo na face,
olhar firme, cabeça erguida,
um delicioso sorriso de vitória
e renovado amor íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto
não registrar aqui
a expressão de maior poder de definição
do Português Vulgar:
Fodeu!
E sua derivação mais avassaladora ainda:
Fodeu de vez!

Você conhece definição mais exata,
pungente e arrasadora
para uma situação
que atingiu o grau máximo imaginável
de ameaçadora complicação?
Expressão, inclusive, que uma vez proferida
insere seu autor em todo um providencial contexto interior
de alerta e autodefesa.
Algo assim como quando você está dirigindo bêbado,
sem documentos do carro, sem carteira de habilitação
e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar:
O que você fala?
Fodeu de vez!
 



OS DESVÃOS DO ENSINO

Recomendo o bom texto abaixo, publicado no Instituto Millenium, que nos permite ver o quê não vemos.

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O Enem e a chibata autoritária

1 de novembro de 2013 
Autor: Alexandre Barros
pequeno normal grande
Alexandre Barros
O Brasil está mal em educação e, pelo visto, quer melhorar seu desempenho com o chicote do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Primeiro, criou um exame que reflete a incapacidade do Estado de fiscalizar a qualidade do ensino. Se não conseguimos melhorar a qualidade do ensino, chibata nos iludidos. Afinal, a culpa não é sempre do estudante. O Ministério da Educação (MEC) prefere olhar pelo retrovisor a olhar pelo para-brisa. Os educatecas (obrigado, Elio Gaspari), já que não resolvem o problema com reais soluções, fa-lo-ão punindo as vítimas.
Há gente que apenas não quer fazer o Enem. É uma liberdade assegurada pela Constituição, mas os educatecas põem todos no mesmo vagão. Destino: um campo de condenados. Talvez queiram imitar (mal) a Coreia do Sul. Lá, um exame feito no fim do curso secundário define o futuro de um estudante: se será um felizardo por toda a vida – seja na burocracia governamental, seja nos chaebols, os grandes conglomerados industriais – ou um pária para sempre, porque não se saiu bem num exame. A Coreia está repensando o que a revista inglesa “The Economist” (26/10) chamou de corrida armamentista: todos correm numa raia só para se saírem bem na prova que definirá a universidade – mas nem a economia nem a felicidade se resumem a um diploma universitário.
No Brasil, quem vai para a burocracia governamental regulará cada vez mais a vida de todos nós. Quem vai para a empresa privada terminará junto com muita gente no topo e pouca gente para fazer o que é importante no processo produtivo. De ambas as coisas se queixam muito os empresários brasileiros e são eles que fazem o Brasil crescer.
Na Coreia do Sul, menos estudantes estão optando por fazer o exame e aceitando que a felicidade pode estar fora daquilo que o bom resultado nele garante. A pressão é simplesmente muito grande e talvez não compense os sacrifícios.
Nos Estados Unidos a democratização da universidade começou com o fim da 2.ª Guerra Mundial. Todos os veteranos da guerra tiveram acesso a um curso universitário ou profissional e puderam melhorar de vida. Esse sistema subsistiu até cerca de 2005. Aí a economia disse: basta! Precisava de mais gente treinada para cumprir as tarefas de nível médio. Para isso a universidade é demais. Hoje, para muita gente, não compensa endividar-se para fazer um curso universitário que já não garante um emprego mais bem remunerado.
Em conversas com empresários brasileiros, estes dizem querer menos regulação e mão de obra mais competente no nível médio e operacional, “onde as coisas acontecem”. Melhor um college de dois anos ou reciclagens periódicas. Com matérias específicas, universitárias ou não, concluídas num curso via internet, servem melhor às necessidades das empresas, que estão sempre sendo forçadas a inovar, e aos empregados, que precisam estar atualizados.
Quem toma decisões em Brasília muito pouco contato tem com quem produz riqueza e paga impostos que sustentam o governo
Há alguns anos uma universidade brasileira ofereceu cursos com aulas das 11 da noite à 1 da madrugada. Os educatecas chiaram: ninguém pode estudar a sério nesse horário, disseram. Depois de uma longa queda braço cederam e os cursos são um sucesso. Enquanto isso, o Senai (que, felizmente, não é controlado pelos educatecas) passou a oferecer cursos ligados à ferramentaria, das 4 da madrugada às 7 de manhã, no Complexo do Alemão. Havia fila na porta e a moçada que de lá saía tinha emprego garantido porque e economia precisava. Felizes eles, que não eram regulados pelo MEC.
Quem toma decisões em Brasília muito pouco contato tem com quem produz riqueza e paga impostos que sustentam o governo. Resultado cruel: mais políticas que saem da cabeça de quem não tem nenhuma experiência no processo produtivo e prejudicam a satisfação das necessidades reais da produção. A ânsia regulatória-fiscalizatória desvia atenções e recursos, que deviam ser canalizados para o crescimento, para atividades cartoriais e certificatórias que pouco ou nada rendem e muito atrapalham.
Steve Jobs, da Apple, e Bill Gates, da Microsoft, largaram a universidade e por isso puderam inovar. Peter Thiel, que ficou bilionário com o PayPal e com o Facebook, criou, por meio de uma fundação com seu nome, 20 bolsas por ano para estudantes com menos de 20 anos de idade largarem cursos universitários e se dedicarem a desenvolver inovações, orientados não por burocratas governamentais, mas por empresários de sucesso que produzem as coisas que nos fazem mais felizes. Esse choque de realidade faria efeito aqui, mas cá nem Jobs nem Gates poderiam ensinar em nenhuma faculdade porque não são formados por uma…
A Coreia pensa em “descomprimir” o sistema credencial. No Brasil, educatecas criam mais obrigações para “comprimir” mais os adolescentes com políticas que estão sendo abandonadas em outros países. Burocratas ouvem falar de programas que parecem ser muito bons em outros lugares e os transplantam para o Brasil sem saber de suas disfuncionalidades. Ou seja, criam políticas sem pés nem cabeça, “macaqueadas” de outros lugares onde já estão sendo abandonadas, para trazê-las para cá como se pudessem ser panaceias.
As regras do Enem estão cada vez mais rígidas (como tudo o que é administrado por burocracias). Agora, além de esse exame se estar tornando obrigatório, ainda querem colocar mais umas bolinhas de ferro nas tiras da chibata, inventando multas para quem se inscrever e não aparecer no dia da prova! Da cabeça de quem sairia uma coisa dessas?
Para quem ainda não se deu conta, uma ditadura se baseia no autoritarismo burocrático. Viver num sistema em que sempre os outros obrigam os uns a fazer o que os eles querem explica um pouco do que é o “tudo isso que está aí” contra o que as pessoas protestam.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 31/10/2013

NOVAMENTE, A IMPORTAÇÃO DE MÉDICOS

Padilha, o "mais um  poste", afirmou na semana passada que não teria problema algum em procurar um daqueles médicos importados e reprovados, para se consultar. Ora!, todos sabemos que é uma mentira ou, pelo menos, uma gozação para cima do povo brasileiro, essa afirmação. Ele, assim como LULLA, Dirma, Sarnaey, jamais passarão por isso, pois sempre buscarão os hospitais e os médicos de excelência.
Mas, apenas para dar consistência à crítica que ocorre sobre o processo de importação desses profissionais, é relevante conhecer o conteúdo da reportagem abaixo, que dá consistência às preocupações com a vinda de médicos estrangeiros, estes sem a devida capacidade, resultante de deformações na graduação de onde vieram. 
Se podemos, até, aceitar a vinda de profissionais de fora, em face de uma pressuposta carência de médicos locais, que tal providência ocorra pelos limites da perfeição, mas jamais pela zona de sombra da deformidade profissional. 
Voltando ao "mais um poste", sabemos que ele nunca dependerá dessa turba chegante, pois apenas os coitadinhos dependentes do SUS é que nela depositarão a esperança de vida.
 
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Medicina na Bolívia tem mais brasileiros que curso da USP
'Fábricas de médicos' atraem 16 vezes mais que a principal universidade do país
Apenas 2,1% dos formados na Bolívia passaram, em 2012, no exame federal para revalidação do diploma
FABIANO MAISONNAVEENVIADO ESPECIAL A SANTA CRUZ DE LA SIERRA (BOLÍVIA)
Em 2010, quando era professor de medicina na Universidade Cristã da Bolívia (Ucebol), o médico Ruben (nome fictício) recebeu a carta de um aluno brasileiro conhecido pelo apelido de Psicopata.
Ali estava escrito que o estudante havia tentado o suicídio no passado e que, caso Ruben o reprovasse pela terceira vez, seria o responsável pelo que viesse a ocorrer.
A ameaça não evitou um novo fracasso, mas, no ano seguinte, para surpresa do professor, o Psicopata estava na cerimônia de graduação.
"Não sei como se formou, mas é um perigo para quem cair em suas mãos", disse o médico à Folha.
Cansado do baixo nível dos alunos brasileiros --a grande maioria nas faculdades privadas da cidade-- e de irregularidades, que incluem compra de notas, Ruben abandonou a sala de aula.
Psicopata faz parte de uma verdadeira invasão de brasileiros nos cursos de medicina bolivianos. São cerca de 25 mil alunos em instituições do país vizinho, segundo a Embaixada da Bolívia no Brasil.
Boa parte deles vem dos Estados próximos, como Acre e Mato Grosso, mas há alunos de quase todo o país.
Esse contingente equivale a 23% dos estudantes de medicina matriculados no Brasil no ano passado -- 110.804 alunos, segundo censo do Ministério da Educação.
O número de brasileiros estudando medicina na Bolívia é ainda 16 vezes maior do que os colegas que cursam na Universidade de São Paulo.
Os brasileiros são atraídos para a Bolívia por dois grandes motivos: a ausência de vestibular --basta o diploma de ensino médio para fazer a matrícula-- e o custo baixíssimo das faculdades.
Na Universidade de Aquino (Udabol), onde estudam cerca de 5.000 brasileiros, o estudante que pagar à vista desembolsará cerca de R$ 10.500 por cinco anos.
Na Santa Casa de São Paulo, essa quantia não cobriria sequer três meses do curso --a mensalidade é R$ 3.940.
Graduar-se, porém, não é simples. Formalmente, o processo dura ao menos sete anos. Inclui um ano de internato, três meses de trabalho obrigatório e aprovação no exame de graduação, feito fora da universidade.
Depois, está a difícil volta ao Brasil: apenas 2,1% dos formados na Bolívia passaram, em 2012, no Revalida, exame federal para validar o diploma de medicina estrangeiro.
"Aqui é o contrário, o vestibular fica pro final", compara a farmacêutica goiana Tatiane de Azevedo, 29, que no ano que vem estudará medicina na Udabol.

O CONTEXTO DO TEMPO E NÓS

O tempo, ah, o tempo! Nada somos no contexto do tempo e nada deixaremos a não ser lembranças, também estas, morredouras. ___________________...