RECONFIGURANDO A VIDA DEPOIS DO COVID-19

Boa análise do autor do texto postado abaixo, embora pontual! Porém, não apenas Nova York será reconfigurada, pois, por extensão, o mundo todo terá alterações na vida. As instalações comerciais, os focos industriais, os centros de atração econômica  e financeira poderão mudar de local. Semana passada, o governo francês divulgou que, possivelmente, a RENAULT desapareça e da mesma forma, muitas outras empresas desaparecerão. As relações humanas e comportamentais mudarão e a adoção da máscara será uma órtese de uso constante e por longo tempo. Até que tenhamos uma vacina, devidamente testada e atestada, certamente demorará, especialmente por que ela deverá abranger não apenas a atual mutação do vírus, mas outras mutações advindas. Sabemos que estão ocorrendo recidivas da doença na China e na Coreia do Sul, mas com vírus alterados que causam sintomas diferentes dos atuais. 
Enfim, a vida não será mais a mesma.



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Nova York conseguirá evitar um êxodo?
Segundo o prefeito Bill de Blasio, à medida que avançam lentamente para uma reabertura, os nova-iorquinos estão apreensivos sobre como sua cidade emergirá da pandemia - e que tipo de futuro haverá para ela
Por Joshua Chaffin | Financial Times, de Nova York | 29/05/2020 

Há apenas pouco mais de um ano, antes de que a peste moderna chegasse, o complexo imobiliário Hudson Yards, em Manhattan, organizou uma festa de lançamento ao estilo de Versalhes em sua superabundância de champanhe, ostras, chefs de cozinha badalados, pessoas famosas e outras pompas de uma grande cidade.

Mas em uma tarde recente o Hudson Yards era uma cidade fantasma. Seu shopping de 93 mil metros quadrados estava fechado e o grupo de sua loja principal, o Neiman Marcus, declararia falência pouco depois. O The Vessel - a escultura de arte pública que já foi comparada por um crítico a um churrasco grego gigante e geralmente vive lotada de turistas - estava vazio, exceto por um segurança que patrulhava sua base.

O único tráfego de pedestres era um fluxo constante de soldados, que saíam de tratar pacientes do covid-19 no hospital de campanha erguido às pressas no centro de convenções Javits, nas proximidades. Eles se enfileiravam, separados por intervalos de 1,8 metro, para receber refeições de graça em uma loja do Hudson Yards que fora convertida em um sopão. Ao seu lado estavam motoristas de veículos de entregas, carteiros, faxineiros e outras pessoas que ocupam as linhas de frente na luta de Nova York contra o coronavírus.

O quadro é uma lembrança de como o vírus transformou drasticamente Nova York, que deve ter sofrido mais mortes do que qualquer outra cidade do mundo, em apenas algumas semanas. Segundo o prefeito Bill de Blasio, à medida que avançam lentamente para uma reabertura, provavelmente no próximo mês, os nova-iorquinos estão apreensivos sobre como sua cidade emergirá da pandemia - e que tipo de futuro a espera.

Mais do que outras grandes cidades, Nova York ilustra as características urbanas que o vírus transformou em vulnerabilidades - densidade populacional, altíssimo custo de vida, dependência dos setores de varejo, cultura e turismo, e a necessidade de usar um transporte público sempre lotado.

A história moderna da cidade de Nova York é marcada por desastres periódicos acompanhados pelo medo do êxodo - para outras cidades que são mais baratas, mais seguras, mais convenientes. Houve a crise fiscal dos anos 1970 e a decadência que se seguiu; o crash da bolsa de 1987; os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001; e a crise financeira de 2008 - isso sem falar dos vários furacões, inundações e apagões de energia.

Contudo, em cada caso os arautos da catástrofe mostraram estar errados. A cidade se recuperou ainda mais forte do que antes e, de certa forma, se reinventou. O 11 de setembro, por exemplo, deu origem a uma região central mais vibrante e pôs em marcha o Hudson Yards, um empreendimento imobiliário de US$ 25 bilhões que é o maior da América do Norte. Depois de 2008, a capital financeira do mundo se transformou em um centro de tecnologia capaz de rivalizar com o Vale do Silício e fortaleceu sua atração magnética para uma nova geração de talentos.

“Ninguém trabalha em Nova York porque é mais barato ou mais fácil. Ninguém. Trabalha porque o talento está aqui”, diz Mary Ann Tighe, chefe da região metropolitana (que se estende pelos Estados de Nova York, New Jersey e Connecticut) da CBRE, grupo de serviços imobiliários.

Carl Weisbrod, um veterano do governo municipal que liderou a revitalização da Times Square no fim dos anos 1980, na gestão de Ed Koch, e foi nomeado recentemente por Blasio para integrar uma nova força-tarefa destinada a orientar a recuperação da cidade, admite que os próximos 18 meses serão difíceis. “Mas enquanto Nova York se aferrar ao seu talento, não tenho nenhuma dúvida de que, como uma questão econômica, ela se recuperará”, completa.

A esperança é que os testes possam encontrar novos focos e contê-los antes de que se tornem surtos
Outros líderes da sociedade tendem a ecoar essa fé reflexiva no futuro de Nova York. Alguns até falam sobre uma oportunidade única para reimaginar a cidade - para eliminar regulamentações comerciais problemáticas que se acumularam ao longo de gerações, atrair novos setores ou corrigir as desigualdades sociais expostas pela crise.

Como Blasio disse há pouco tempo: “Se é que alguma vez houve um momento, um momento de ruptura, na história da cidade, é este momento. É hora de analisar de novo tudo o que fazemos e ver o que funciona e o que não funciona.”

Antes que Nova York possa começar a se reinventar, há muito incerteza, mesmo entre seus defensores mais fervorosos, sobre como a cidade vai superar a catástrofe imediata. Muitos sentem-se atormentados por uma sensação preocupante de que desta vez as coisas são diferentes.

“Isto é muito mais complicado”, diz Carol Kellermann, que dirigiu o fundo de caridade criado depois do ataque terrorista de 11 de setembro e também liderou o grupo consultivo da Comissão de Orçamento dos Cidadãos. “Acredito que terá impactos muito mais profundos e duradouros.”

O 11 de setembro foi brutal e devastador, mas o mundo se mobilizou pela cidade e sua economia foi retomada em poucos dias. Depois de 2008, a cidade de Nova York acabou se beneficiando de políticas que injetaram grandes quantias de liquidez no sistema financeiro.

Com o coronavírus não existe uma solução rápida à vista. Os necrotérios da cidade estão inundados depois de mais de 21 mil mortes - cerca de oito vezes o número de mortos na cidade por conta dos ataques de 11 de setembro - e alguns preveem que o desemprego subirá para 20% em junho. Mas a cidade desperta menos simpatia da nação do que ressentimento partidário. Nova York se sente sozinha.

O pior de tudo é que o que distingue a cidade de Nova York e é responsável por sua alquimia única - sua densidade populacional - é o que a torna tão vulnerável à pandemia. “Além de tratamentos melhores e uma vacina, não sei se existe alguma política governamental que possa fazer as pessoas se sentirem mais seguras”, diz Kellermann.

Aqueles com condições de fazê-lo foram embora, para passar a quarentena em lugares como Hamptons, Palm Beach e Aspen. Ela se pergunta quantos terão partido definitivamente, já que a vida cultural da cidade está fechada e, portanto, incapaz de compensar seus altos impostos e outras indignidades.

“Definitivamente haverá um êxodo urbano”, diz Winston Fisher, incorporador imobiliário de terceira geração, que expressou o medo presente entre os nova-iorquinos de uma certa época sobre uma volta para os maus e velhos tempos. “Eu cresci na cidade. Fui assaltado à mão armada. Lembro como era a esquina da 59ª com a Sexta Avenida, a Times Square”, recorda ele. “A cidade de Nova York pode ser ruim. Não esqueça disso.”

Alguns dos maiores empregadores anunciaram que precisarão de menos espaço para escritórios

Para evitar isso, tem crescido o consenso de que as autoridades devem criar uma sensação de segurança, assim como conseguiram fazer depois do 11 de setembro. Caso contrário, será impossível restabelecer os negócios - e muito menos trazer os turistas de volta. É um desafio de saúde pública, mas também psicológico.

Na falta de uma vacina, o governador do Estado de Nova York, Andrew Cuomo, recorreu ao ex-prefeito Michael Bloomberg para liderar um sistema de testes e rastreamento. A esperança é que, enquanto a cidade começa a reabrir, os responsáveis pelos testes possam encontrar novos focos de infecção com rapidez e contê-los antes de que se tornem surtos. Como Cuomo reconhece prontamente, é uma tarefa gigantesca.

Enquanto isso, as incorporadoras correm para reformar prédios de escritórios que foram projetados para se ajustar ao gosto pela densidade cada vez maior. Os elevadores serão reprogramados para responder a aplicativos de smartphones, para que os passageiros não precisem tocar em um botão. Portas internas serão removidas pela mesma razão.

Um ponto crítico nesta descontaminação é o maior - e possivelmente o mais deteriorado - sistema de metrô do mundo. A Autoridade Metropolitana de Transportes (MTA, de Metropolitan Transportation Authority) começou um esquema que seria inimaginável há apenas alguns meses: lavar e desinfetar cada vagão e estação de metrô todos os dias.

“A cidade de Nova York e a MTA se desenvolvem fundamentalmente sobre a densidade. Essa densidade cria colaboração intelectual, e cultura, e negócios, e Wall Street, e finanças e design”, diz Pat Foye, presidente da MTA, ao explicar o papel essencial do metrô como sistema de circulação para uma metrópole mundial.

Foye prevê que as novas tecnologias de limpeza “podem ser um verdadeiro divisor de águas em termos de confiança do público no sistema”. Mas a limpeza terá um custo: ele calcula que serão “centenas de milhões de dólares” de despesas adicionais em um momento em que o número de passageiros e as receitas com passagens caíram mais de 90%.

A MTA recebeu US$ 3,9 bilhões em financiamento de emergência do governo federal e já pleiteou outra injeção de US$ 3,9 bilhões apenas para conseguir chegar ao fim deste ano.

Esse é apenas um exemplo dos desafios fiscais que espreitam a cada passo. Blasio, cuja gestão acrescentou 30 mil trabalhadores à folha de pagamento da cidade desde que ele assumiu o cargo, em 2014, estimou em US$ 7,4 bilhões o déficit orçamentário decorrente da paralisação por causa do vírus. Outros põem esse número mais perto de US$ 10 bilhões.

Seja qual for o valor, Seth Pinsky, que comandou o órgão de desenvolvimento econômico da cidade durante a gestão Bloomberg, teme que isso possa representar a ameaça mais direta a um círculo virtuoso no qual talentos e empresas correm uns atrás de outros para a cidade.

“A chave do sucesso de Nova York nos últimos 20 anos ou mais tem sido a força de trabalho de primeira classe que foi capaz de atrair”, diz Pinsky, que recentemente assumiu o comando da 92nd Street Y, uma das principais instituições culturais da cidade. “O que me preocupa é que, quando o governo começar a reagir à situação fiscal, seremos obrigados a fazer cortes nos serviços básicos que serão tão devastadores que vão comprometer a qualidade de vida na cidade.”

Encontrar maneiras de preservar restaurantes, museus, galerias e coisas do gênero não é apenas “ter uma quedinha pelas artes e a cultura”, diz Pinsky. Ao contrário, é essencial manter o apelo e a viabilidade de um lugar que de outra forma é caro e complicado para morar.

Quando Donald Trump foi eleito presidente, alguns nova-iorquinos se consolaram com a ideia de que pelo menos Trump era um deles e, portanto, alguém com quem se podia contar para cuidar dos interesses da cidade. Mas sua hostilidade constante contra a cidade que votou esmagadoramente contra ele em 2016 tem reduzido as esperanças de apoio federal.

O corte de impostos que Trump fez em 2017 foi pago em grande parte com a punição de Nova York e outros Estados com impostos altos e tendência democrata. Mesmo se Trump estivesse inclinado a ajudar, Mitch McConnell, líder da maioria no Senado, rejeitou pedidos de ajuda para combater o coronavírus que classificou como “resgates financeiros de Estados azuis” (Estados predominantemente democratas).

Depois do 11 de setembro, Bloomberg respondeu à crise com o aumento dos impostos sobre propriedades, um fluxo de receita que representa quase um terço do orçamento de US$ 89 bilhões da cidade de Nova York. Mas esse truque não será repetido facilmente.

As incorporadoras podem não estar em condições de suportar uma carga financeira mais pesada no momento em que muitos de seus inquilinos pararam de pagar aluguel. Elas também estão diante de um temor maior: depois de um treinamento intensivo em trabalho remoto, alguns dos maiores empregadores da cidade - entre eles BlackRock e Morgan Stanley - já anunciaram que precisarão de menos espaço para escritórios no futuro. Se essa conclusão for generalizada, os valores das propriedades de Manhattan podem estar no caminho de um reajuste.

Mesmo antes do coronavírus, os ricos já tinham começado a fugir dos impostos cada vez mais altos da cidade e mudado para lugares como a Flórida e o Texas. “As pessoas estão deixando Nova York e estão deixando Nova York em massa”, diz Norman Radow, que já foi incorporador em Nova York e agora tem sede em Atlanta. O coronavírus, acrescenta ele, “é apenas a gota d’água”.

Ainda assim, a própria experiência de Radow o leva a se perguntar se podem existir oportunidades de investimento pela frente. Ele se mudou para Manhattan em 1978, no pior momento da crise fiscal, e comprou um apartamento de dois quartos por US$ 63 mil. “Todo mundo achava que era o fim de Nova York”, lembra ele. “E veja o que aconteceu.”

Em meio aos escombros, há estilhaços de esperança. Alguns começam a se entusiasmar com a possibilidade de que uma cidade que se tornou tão superaquecida nesta era de dinheiro barato - um bastião de bilionários, acomodados no Hudson Yards - agora possa sofrer um realinhamento induzido pela pandemia. Aluguéis mais baratos podem acabar por tornar a cidade mais acessível para uma nova geração, que usará seus espaços de maneiras que os mais velhos mal podem imaginar.

“Isso sempre acontece depois de cada crise. Serve de semente para a fase seguinte”, diz Daniel Kaplan, sócio sênior da empresa de arquitetura FXCollaborative. Kaplan observa que a WeWork nasceu dos espaços de escritório não utilizados que sobraram na esteira da crise de 2008.

Kellermann concorda: “Minha filha, que tem 35 anos, diz que a cidade voltará ao que era nos anos 1970 e 1980 - mais dura, mas mais arrojada” (Ela reconhece que sua filha não teve uma experiência de fato com a Nova York da década de 1970, uma época em que o número de homicídios por ano passou dos 2 mil e usar o metrô à noite estava fora de questão).

Para Fisher, o momento apresenta uma chance rara de reestruturar um governo municipal antiquado e melhorar o fluxo de crédito para pequenas empresas. Como outros membros da comunidade empresarial, ele também gostaria que a cidade desse prioridade ao setor de ciências da vida como a próxima fonte de empregos bem remunerados, assim como a gestão de Bloomberg cultivou o setor de tecnologia.

Mesmo com a decisão anunciada pela Amazon no ano passado de cancelar os planos de ter uma segunda sede em Queens, a cidade de Nova York ainda conseguiu atrair bilhões de dólares em investimentos da varejista online, bem como do Facebook e do Google, que destacaram e remodelaram o lado oeste da cidade.

Weisbrod quer construir moradias mais acessíveis. “Acho que o pêndulo se moveu longe demais na direção contrária à construção”, diz ele. “Todo mundo diz que quer moradias mais acessíveis, mas ninguém as quer em sua vizinhança.”

Com o coronavírus a abrir os olhos da população para as disparidades entre ricos e pobres, pode ser que exista uma chance. Ao mesmo tempo, Weisbrod e outros líderes se preocupam com a forma como a crise poderá moldar a política da cidade. Será uma força construtiva que trará reformas - ou uma força desagregadora que, em última instância, colocará comunidades umas contra as outras?

A corrida para a sucessão de Blasio como prefeito no ano que vem pode ser uma das campanhas eleitorais mais importantes da história moderna da cidade. Seu sucessor será alguém que, como ele, se classifica como “progressista”, ou será um membro da classe executiva, nos moldes de Bloomberg - ou algo completamente diferente? Quem quer que seja, o vencedor deve ter fé na resiliência de Nova York, mas também, como adverte Pinsky, não esquecer seus dias mais sombrios.

“Aqueles foram tempos horríveis”, diz ele sobre os anos 1970, quando a base econômica da cidade de Nova York estava destroçada e sua população encolheu em 800 mil moradores. “Levamos décadas para nos arrastar para fora daquele buraco. Deveríamos ter muito cuidado para não voltar a cair nele.”


NOVAMENTE A HIDROXICLOROQUINA

Sabias que existe a COALIZÃO COVID-BRASIL, preocupada em estudar e avaliar a aplicação da hidroxicloroquina no tratamento do vírus corona? Pois é!, e é composta por  Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Sírio-Libanês, HCor, Hospital Moinhos de Vento e Hospital de Clínicas (ambos de Porto Alegre), Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo e Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet), além do Ministério da Saúde. Como podemos ver, são instituições de ponta no tratamento da saúde e que vêm adotando nos seus protocolos de atendimento o malfalado produto. Casualmente, é nesses hospitais renomados que as personalidades sociais, empresariais e artísticas buscam tratamento e utilizam prioritariamente a cloroquina e seus acompanhamentos. Por que, então, há tanta pressão de setores ideológicos contra a utilização de meio de cura aprovado por renomados médicos e hospitais?

NADA SABEMOS

O momento vivido mostra claramente o quanto a humanidade está despreparada para eventos traiçoeiros, tanto ao referido ao conhecimento, como às iniciativas governamentais de emergência global. Particularmente, no Brasil, agora comprovamos que não temos governança adequada para gerenciar esses momentos críticos. Relembrando a tragédia do Haiti, ocorrida há pouco mais de 10 anos, fico imaginando se algo daquela magnitude ocorresse por aqui. A situação da pandemia do COVID-19 mostra claramente que se algo semelhante ao Haiti, acontecesse no Brasil, seria uma das maiores tragédias da História, pois não teríamos nem estratégia, nem logística e nem recursos físicos e financeiros para confrontar um evento desses. Então, a humildade e a sabedoria de Sócrates é oportuna para nossos governantes e técnicos e, por extensão, para nós mesmos, pois somos nós quem os colocamos nos comandos da Nação.



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A ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA NÃO PARA



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Bando criminoso, quadrilha criminosa, grupo organizado criminoso, tudo isto indica ocorrer pleonasmo. Porém, no caso do lullopetismo (com dois L, para caracterizar a relação com Collor, lembras?), tudo deve ser duplicado, exacerbado, pois a organização criminosa que Lulla comandou, e comanda,  não tem precedentes na História. Então, ainda após as identificações criminosas e as condenações judiciais, continuam desviando, roubando saqueando a Nação. Culpados somos todos que os elegemos no passado e, no presente, ainda lhes damos espaço e atenção. O artigo da Revista Oeste, abaixo, salienta detalhadamente o saque.


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A NOVA PEDALADA DO PT
Levantamento do TSE sobre as contas do partido indica irregularidades em gastos da ordem de R$ 30,4 milhões no uso dos Fundos Partidário e Eleitoral
22 MAIO 2020, 10:42
Tem de tudo. Aluguel de avião. Contratação de advogados. Ônibus para caravanas. Quando se trata de gastar o dinheiro público, o PT demonstra-se, mais uma vez, um especialista. Relatório preliminar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a prestação de contas do partido referente ao ano de 2018 ao qual a Revista Oeste teve acesso com exclusividade apresenta vários indícios de irregularidades cometidas pelo PT, como a omissão de documentos que deveriam ter sido apresentados à Justiça Eleitoral ainda no ano passado ou desvio de finalidade na utilização de recursos.
O TSE cobra do partido esclarecimentos sobre gastos da ordem de R$ 14,6 milhões referentes a custeios. São despesas não esclarecidas que aparecem como locação de imóveis, aeronaves, serviços jurídicos e até dívidas de campanhas pregressas, inclusive a do ex-prefeito de São Paulo e candidato à Presidência em 2018, Fernando Haddad, e a do ex-poste Dilma Rousseff, de 2010. A corte eleitoral também quer que o PT explique os motivos pelos quais não repassou cerca de R$ 15,8 milhões para candidaturas femininas nas últimas eleições gerais. O dinheiro acabou indo parar nas contas de campanha dos candidatos do sexo masculino, indicando desvio de finalidade na aplicação do dinheiro do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC).
Os indícios de irregularidade foram listados pelos técnicos do TSE e estão anexados à prestação de contas do partido.
Agora, a corte eleitoral aguarda a manifestação da legenda para emitir um parecer conclusivo que pode resultar na aprovação ou reprovação das contas. Na quinta-feira da semana passada, 14 de maio, o ministro Edson Fachin determinou ao partido que os responsáveis pelas contas, a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), e o deputado estadual por São Paulo Emídio de Souza, secretário nacional de finanças, apresentem em 20 dias os documentos para que os técnicos do TSE possam avaliá-los.
Uma eventual reprovação da prestação de contas pode obrigar a legenda a devolver aos cofres públicos os gastos considerados irregulares. Ou ainda, em último caso, há a possibilidade de que o PT perca o direito aos Fundos Partidário e Eleitoral nos próximos anos. “Informa-se que o Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores apresentou a prestação de contas referente ao exercício financeiro de 2018 de forma incompleta, visto que estão ausentes documentos obrigatórios”, citam os técnicos do TSE no relatório a que a reportagem teve acesso.
A corte também apura a possibilidade de que o PT tenha maquiado gastos eleitorais por meio dos custeios da máquina partidária, prática que os técnicos passaram a olhar com muita atenção desde a eleição de 2014.
A Resolução nº 23.553/2017 do TSE estabelece que “as despesas e os custos assumidos pelo partido político e utilizados em benefício de uma ou mais candidaturas devem ser registrados integralmente como despesas financeiras na conta do partido e, concomitantemente, como transferências realizadas de recursos estimáveis aos candidatos beneficiados”. Ou seja: gasto de campanha deve ser declarado como gasto de campanha; gasto do partido deve ser declarado também como tal. Além disso, outro objetivo dessa análise mais detalhada é verificar se houve excesso, abuso ou desvio de finalidade no uso do recurso público.
Notas fiscais anexadas à prestação de contas apontam, por exemplo, que apenas em 19 de março daquele ano o partido gastou R$ 20 mil com a locação de um avião para realizar um voo entre Porto Alegre e Bagé, no Rio Grande do Sul. O período da contratação do jatinho particular coincide com a tal “caravana Lula”, cujo ponto de partida no Rio Grande do Sul era justamente a cidade de Bagé. Na ocasião, Lula fez um discurso de oito minutos na Universidade Federal dos Pampas e foi escorraçado por manifestantes antipetistas.   Os técnicos do TSE também solicitam informações detalhadas sobre locação de veículos, de imóveis e até mesmo sobre a folha de pagamento da sigla — parte dos gastos do PT ocorreu durante a campanha Lula Livre, que, segundo vários especialistas em Direito Eleitoral, não pode ser qualificada como “atividade partidária”; seria um ato de promoção pessoal.
Na lista de contratos estão gastos de R$ 13 mil com o aluguel de uma van e de um veículo executivo  utilizados por membros do partido durante protestos do Lula Livre entre 15 e 19 de abril de 2018, em Curitiba. Enquanto o ex-presidente cumpria pena, os petistas gritavam seus bordões do lado de fora da Polícia Federal bancados com o dinheiro do pagador de impostos.
O TSE exige detalhes dos processos, quer saber se foram ações de caráter administrativo e em quais tribunais os advogados atuaram. Na lista de contratos, há um com o escritório Aragão e Ferraro Advogados Associados, do jurista Eugênio Aragão, ministro da Justiça do governo Dilma Rousseff em 2016. Oficialmente, o escritório prestou serviços na chamada pré-campanha, quando Lula ainda fazia jogo de cena de que poderia ser candidato. Mas houve encontros entre advogados e o ex-presidente quando ele já estava preso em Curitiba. Apenas em junho de 2018, o escritório recebeu R$ 130 mil.
As mulheres também não escaparam das artimanhas do PT. O partido foi o que mais defendeu a instituição de uma cota de 30% do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas Eleitorais para mulheres. Em maio de 2018, o PT fez uma consulta com pompa e circunstância ao TSE com o propósito de disciplinar a destinação desses tais 30%. O documento teve a assinatura da presidente Gleisi Hoffmann. Tudo lindo. Na teoria. Na prática, o partido deveria ter repassado às candidatas R$ 70 milhões. O valor destinado à ala feminina foi de R$ 54,1 milhões. O resto acabou abastecendo candidaturas masculinas.
NNem mesmo o braço intelectual do PT, a FFundação Perseu Abramo, escapa da lambança contábil.
De acordo com a Lei nº 9.096/1995, as siglas são obrigadas a repassar 20% do Fundo Partidário às suas respectivas fundações. Dos R$ 23,7 milhões obrigatórios para a atividade de sociólogos, pesquisadores, acadêmicos e pelegos sindicais — algo que, em si, precisa ser combatido pela sociedade —, o partido repassou R$ 22,8 milhões. Quase R$ 1 milhão a menos. O TSE quer saber onde foi parar esse dinheiro.
Em 2018, o último ano em que todas as contas dos partidos já estão fechadas, o PT recebeu dos cidadãos trabalhadores que pagam impostos um total de R$ 331,5 milhões. Desse valor, R$ 119 milhões foram destinados ao partido por intermédio do Fundo Partidário. Esse fundo é utilizado para bancar as despesas operacionais das legendas, como pagamento de funcionários e encargos, aluguel de sedes de diretórios municipais e regionais etc. O resto da bolada, R$ 212 milhões, chegou aos cofres petistas pelo Fundo Especial de Financiamento de Campanha. A jabuticabice foi criada pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB), hoje em prisão domiciliar, após decisão questionável por parte do Supremo Tribunal Federal que impedia a doação de empresas a campanhas eleitorais.
As contas do PT reafirmam o que o Brasil já conhece, a mais absoluta disposição do partido para o uso indevido de recursos públicos. Mas expõem também a urgência de revisão dos mecanismos de financiamento das legendas e das campanhas eleitorais. Hoje, apenas o Partido Novo defende a extinção dos Fundos Partidário e Eleitoral. É uma pauta que merece o engajamento de ativistas e de organizações que trabalham em favor de um Estado mais eficiente, como o Centro de Liderança Pública e a Transparência Brasil. O PT apresenta a face mais nefasta do problema. Mas esses fundos são estorvos que precisam ser eliminados.




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O CONTEXTO DO TEMPO E NÓS

O tempo, ah, o tempo! Nada somos no contexto do tempo e nada deixaremos a não ser lembranças, também estas, morredouras. ___________________...