DEIXA-ME VOLTAR

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VIDA

Para estimular os mais elevados sentimentos e agradecer pela vida.



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HERANÇA DO LULLOPETISMO


Como sabemos todos, somos de origens étnicas essencialmente latinas e, estas, com histórico secular de praticar e aperfeiçoar os métodos e os meios corruptivos. Embora isso esteja também no meio de outras etnias diferentes e de raças diferentes, os demais parece que lutam e conseguem resultados satisfatórios na exclusão desse mal. Já, os nossos povos, cultivamos a “arte” e o aperfeiçoamento dela, levando a eventuais paradas e outras tantas eventuais retomadas, dependendo do momento e do governo que nos aflige, sempre. Por esta linha de raciocínio, penso que vínhamos estabilizados ao longo dos anos de regime militar e de governos próximos, quando, embora a corrupção persistisse, ela acontecia, sim!, mas não ocorria desenfreadamente. O regime lullopetista (lullopetismo, faço questão de escrever o termo com dois LL, para melhor identificação com Collor, cuja união, quem diria!, trouxe de volta a lembrança do escândalo do início dos 90, quando o Brasil restou assombrado com a quantia, dita roubada, de 6 MILHÕES de dólares, depositada no Uruguai. Ontem, aquilo foi migalha perto dos BILHÕES, de hoje) abriu a porteira, podendo essencialmente correlacionarmos tudo ao ditado popular que diz “quem nunca comeu melado, quando come se lambuza”. É assim, o lullopetismo se desapegou dos primeiros princípios da ética, levando o País a um estado de anomia moral em que tudo era válido e fazendo com que as pessoas pensassem ser normal roubar e assaltar o dinheirinho público. Afinal, se o LULLA messiânico praticava, por que não todos? O depoimento de Emílio comprovou o quê já sabíamos quando ele delatou que Lulla é um “bon vivant”.  É isto que vemos nas diversas Operações Policiais que vêm ocorrendo.
Por outro lado, Instituições Públicas, Organizações, Entidades de Classe e outras mais, ajudaram na construção dessa ideia de vale-tudo, omitindo-se, justificando atos ou, mesmo, estimulando o crime. Tudo isso levou a modificações negativas na infraestrutura, na economia e nos sistemas operacionais do País, mas, nada comparável à demolição dos pilares éticos e morais, culturais e sociais que vínhamos construindo penosamente depois dos solavancos institucionais das últimas décadas
Enfim, lá no início das descobertas do mal, particularmente pensava que levaríamos uma geração para recompor as coisas no Brasil. Hoje, com o plus que vem sendo descoberto, pessoalmente já elevei para duas gerações. Mas, dizem, vem mais por aí e, desta forma, deixo de ser otimista e fortaleço meus pessimismo.

No contexto deste debate engrandecedor que vem ocorrendo na nacionalidade brasileira, onde estão evidenciadas ascendências e descendências de causas e culpas, penso mecerer destaque o editorial do Estadão, de 16/04/2017: http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,a-responsabilidade-de-lula,70001739770

O "NAPOLEÃO" DE ORWELL, É BRASILEIRO

Trago (epa!, "trago" do verbo trazer) o texto integral de a TRIBUNA DA INTERNET, para que seja possível entender o contexto. 
Embora os fatos antigos já sabidos pelos mais bem informados, cai como boa comprovação de tudo o que sempre foi dado como boato para o entendimento da maioria. Emílio "Oh! Brecha" escancara a relação incestuosa com Lula, desde o início, quando cooptou-o para segurar a greve e, finalmente, admite que já detinha um perfil daquele com quem podia negociar desavergonhadamente. No parágrafo do texto da reportagem onde ele resgata a informação que lhe foi passada pelo Golbery, está a comprovação disto. Agora, quanto a Lula, ele é ou não é o NAPOLEÃO, de "A Revolução dos Bichos"?


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Lula já era financiado e defendia interesses da Odebrecht desde os anos 70

Resultado de imagem para EMILIO E LULA
Ilustração reproduzida do Arquivo Google
Catarina Alencastro, Carolina Brígido e Letícia FernandesO Globo
Próximo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva há mais de trinta anos, o empresário Emílio Odebrecht relatou, em seu depoimento de delação premiada, como o ex-sindicalista que se tornou presidente da República ajudou, durante décadas, a empreiteira que leva seu sobrenome. Emílio conheceu Lula no fim da década de 1970, apresentado por Mário Covas, já falecido. Na época, o empresário enfrentava uma greve geral no Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, e precisava de ajuda para aplacar os ânimos de seus funcionários. “Ele (Lula) criou as condições para que eu pudesse ter uma relação diferenciada com os sindicatos”, relata Emílio.
Rapidamente, a relação entre os dois se fortaleceu. Emílio diz que ficou impressionado com o petista: “Ele pega as coisas rápido. Ele percebe aquilo que tem a ver com intuição pura. É um animal político, um animal intuitivo”, diz o empresário.
CONSELHOS E DINHEIRO – E conta que sempre “apoiou Lula”, com conselhos e financeiramente. Um dos pontos em que o empreiteiro teria ajudado a orientar a visão de mundo do petista foi na confecção da famosa “Carta ao Povo Brasileiro”, o documento divulgado durante a campanha de 2002 por Lula para serenar os ânimos do mercado financeiro em relação a sua possível eleição.
Emílio diz que a Odebrecht contribuiu para todas as campanhas de Lula, mas que o petista nunca tratou de valores. Por outro lado, quando Lula finalmente virou presidente, qualquer que fosse o problema enfrentado pela empresa, Emílio ia até o Palácio do Planalto pedir a intervenção do chefe da República. E era quase sempre atendido.
Em alguns casos, Emílio precisou transpor obstáculos colocados pela ex-presidente Dilma Rousseff, quando ministra de Minas e Energia e depois da Casa Civil, e Lula deliberou pelo menos em uma ocasião em prol do amigo. Emílio só chamava Lula de “chefe”, mas parece se gabar de, apesar da proximidade, nunca ter tido relação íntima, ou ter frequentado a casa do petista:
NA CASA DE LULA – “Só estive uma vez no apartamento de Lula quando era sindicalista. E foi a melhor coisa que eu fiz. Pra ele e pra mim. A nossa relação, eu sou muito transparente. Eu gosto do Lula, confio nele, valorizo ele”, conta.
Uma preocupação grande de Emílio era quanto à possibilidade de “reestatização” da Petrobras. Um dia, quando já era real a chance de Lula se eleger, o empreiteiro procurou o petista e ele garantiu que não estatizaria o setor petroquímico. O empresário relembra uma conversa com o general Golbery Couto e Silva sobre Lula para dar sua visão sobre o ex-presidente:
“‘Emílio, Lula não tem nada de esquerda. Ele é um ‘bon vivant’ (teria dito o general). E é verdade. Ele gosta da vida boa, gosta de uma cachacinha, gosta de fazer as coisas e gosta de ver os outros, efetivamente, a coisa que ele mais quer é ver a população carente sem prejuízo, essa que é a versão mais correta, sem prejuízo de quem tem. Não é aquele negócio de tirar de um pra dar pro outro. Essa é a minha visão, por isso teve um alinhamento muito grande”.
LIBERDADE TOTAL – Com Lula instalado no Planalto, Emílio tinha a liberdade de ir até o presidente e reivindicar que negócios feitos pela Petrobras em prejuízo da Braskem (braço da Odebrecht) fossem desfeitos, o que acabou acontecendo. Em outro momento, foi a Lula impedir que a Petrobras comprasse os ativos da Petroquímica Ipiranga, o que detonaria os planos da subsidiária da Odebrecht de espraiar seus mercados.
“Como negócio, seria um desastre”, resume Emílio aos procuradores. Dois anos depois de conseguir impedir o negócio, a própria Braskem comprou a Petroquímica Ipiranga.
LICENÇA AMBIENTAL – Mais adiante, já no segundo mandato de Lula, em 2007, Emílio precisou dele devido a um problema na hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, obra tocada pela Odebrecth. Uma das licenças ambientais que deveriam ser dadas ao empreendimento pelo Ibama estava travada por conta da reprodução dos bagres, que ocorria justamente no local previsto para a barragem.
“Eu disse: ‘O país precisa de energia e vai ser paralisado por causa do bagre? O senhor precisa tomar uma decisão’. Ele perguntou se eu já tinha falado com a ministra Dilma eu disse que sim, mas que era inócuo. ‘O senhor já deve ter percebido que eu não tenho simpatia por ela, que é muito dona da verdade. É uma pessimista em tudo’”, relatou Emílio ao procurador, revelando que não estendeu a relação que mantinha com Lula à sua sucessora.
MARINA DE FORA – Lula encampou a tese da empreiteira e transformou o episódio do bagre em uma referência frequente em seus discursos sobre como havia demora excessiva na concessão de licenças ambientais. O caso marcou o enfraquecimento da então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que acabou deixando o governo.
As ajudas de Lula a Emílio foram recompensadas não apenas com as doações, que Emílio garantiu que ocorreram por meio de caixa um e caixa dois:
“Fique certo: Lula não conversava comigo sobre isso, sobre os valores. Mas quero deixar uma coisa muito clara. Eu quando falava com (Pedro) Novis (presidente da Odebrecht antes de Marcelo Odebrecht assumir) e com Marcelo eu não dava a opção de dar ou não dar. Eu dizia: negociem, mas é para dar”.
SÍTIO DE ATIBAIA – Já no fim de 2010, quando Lula estava se despedindo da Presidência, Emílio relatou que o executivo da Odebrecht Alexandrino Alencar, que o ajudava a fazer a interface com Lula, contou que a ex-primeira-dama Marisa Letícia pediu um favor: que o empreiteiro ajudasse a concluir as obras do sítio de Atibaia para fazer uma surpresa ao presidente assim que seu período no comando do governo terminasse.
O empreiteiro explicou aos procuradores a sofisticada logística montada para executar a missão, tirando gente de várias obras da Odebrecht, mas sem que a empresa parecesse envolvida institucionalmente na empreitada. Ao todo, disse, a reforma custou mais de R$ 700 mil. Mas nem Lula nem Dona Marisa procuraram saber esse valor.
“Ele (Alexandrino) me falou isso em outubro e se eu não me engano no penúltimo dia do ano, dia 30, eu estive com ele (Lula) no Palácio do Planalto e eu disse: ‘Olha, chefe, o senhor vai ter uma surpresa e nós vamos garantir o cumprimento do prazo naquele programa do sítio’. Ele não fez nenhum comentário, mas também não botou nenhuma surpResa, coisa que eu entendi não ser mais surpresa. Quando foi que ele soube eu não sei. Por quem que ele soube, não sei. Por mim não foi”, explicou.
PALESTRAS SOB MEDIDA – Emílio Odebrecht também disse que a empresa dele financiava palestras do ex-presidente Lula em países africanos para que a imagem da Odebrecht ficasse atrelada ao carisma do petista, como forma de impulsionar os negócios. Segundo Emílio, a empreiteira custeava o transporte, em aviões fretados, hospedagem e demais gastos do ex-presidente durante esses eventos.
Os honorários era o próprio presidente quem definia: variavam entre US$ 150 mil e US$ 200 mil por palestra. Em troca, a empreiteira pegava carona na imagem de Lula e estampava seu logotipo nos eventos dos quais ele participava. O empreiteiro contou que apresentou Lula à elite e às autoridades africanas — e, a partir disso, passou a financiar as palestras que o petista fazia.
“Quem introduziu o Lula fomos nós, em todos os países (da África) que nós levamos ele.”
INSTITUTO LULA – Emílio também disse que comprou um terreno em São Paulo, por meio de uma empresa de um laranja, para Lula instalar uma nova sede de seu instituto.
No fim, o petista quis manter a sede onde ela já estava instalada, e o dono da Odebrecht vendeu o terreno.
O empresário falou também sobre muitos outros assuntos, inclusive o apoio financeiro da Odebrecht a Taiguara Rodrigues, sobrinho de Lula.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A delação confirma fatos importantes e já sabidos desde os anos 70, como Antonio Santos Aquino tem denunciado há anos aqui na “Tribuna da Internet”. 1) Emílio sabia que Lula não é de esquerda, mas mostrou desconhecer que o sindicalista foi instruído nos EUA; 2)No entanto, o empresário sabia tudo sobre a proteção do regime militar a Lula, através do ministro Golbery;  3) Ficou claro também que a Odebrecht financiava Lula desde os tempos de sindicalista, e depois ele retribuiu defendendo os interesses da empresa, até negociando aprovação de medidas provisórias, o que é o mais grave ato de corrupção possível e imaginável, e nunca antes, na História deste país, se tinha visto nada igual. (C.N.)

RENOVAÇÃO

Em tempos modernos, por que não resgatar um pouco do ensino do passado? Vamos, também nós, buscar um mundo novo, livrando-nos deste presente que pretendemos seja um passado para esquecer e votemos em novos nomes nas próximas eleições. Esqueçamos a podridão que nos cerca, limpemo-la da nossa vida e deixemo-la como lixo para aqueles que pretendem ainda roubar da Nação brasileira.


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OS HUMANOS DESAPARECEM E ...

Apenas assiste ao vídeo e pensa. Apenas isto!


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DÁ PARA ACREDITAR? PENSO QUE SIM!

De fato! O texto abaixo mostra a dicotomia do Governo Temer que vive entre a ciclotimia gerencial e a pusilanimidade política. Apenas, não sei se a primeira gera a segunda, ou isso ocorre no seu inverso. Os exemplos estão sendo amontoados na caixa da aceitação calada de cada um dos brasileiros. Ora o governo anuncia, sempre com pompa, medidas restritivas de despesas, de direcionamento de recursos, de iniciativas modernizadoras do País, de coragem, enfim! Porém, no momento seguinte, altera aspectos anunciados, volta nos seus passos, circunda o problema e ... nada faz. Em outros momentos, relativos ou não a uma medida, confronta interesses, vai à luta, mas, logo depois, ensimesma-se, esconde-se do debate e ... sucumbe aos adversários. Ah!, mas é assim a política, dizem! Só que a verdadeira Política não ocorre assim. O que vem ocorrendo no Brasil é a negociação de interesses, popularmente denominada de negociata. Eis o termo adequado! Quando falarmos disso que aí está, por favor, não mencionemos Política, apenas negociata. A junção de forças antagônicas na Política, por meio da boa retórica e da construtiva dialética, é salutar e necessária quando postas a serviço da verdadeira construção ideológica que leva efeitos para o bem estar do povo.
A esse procedimento da sociedade, por intermédio dos seus representantes, os parlamentares, é que chamaríamos Política, em torno da qual todas as discussões teriam como base a estruturação e a formação da sociedade e da Nação brasileiras.
Só que, hoje, acabaram-se os interesses maiores, suprapensados, supraprojetados, supraestimulados, com visão de décadas, ou de séculos, para a frente, estruturando a sociedade em que vivemos hoje, e que nossos descendentes usufruirão amanhã, formando a nacionalidade e possibilitando identidade universal ao País. Perdeu-se o pensamento e a visão horizontais e ganhou o olhar, aquele que nos dá o limite do umbigo.
A cidadania brasileira deve retomar o rumo do pensamento construtivo e adequar-se ao contexto da nova ordem mundial, execrando o fisiologismo, o patrimonialismo e a politicagem. Isso só será conseguido se tivermos a consciência do voto adequado, nas pessoas certas e confiáveis, à luz do seu passado.
De qualquer forma, este governo está cumprindo um papel importante ao tentar resgatar o País do fundo do buraco para onde o lullopetismo o levou. 
Está certo que este é um processo de, pelo menos, uma geração de brasileiros, mas ela tem de ser iniciada e é o quê Temer está fazendo.
Apesar de tudo, acreditemos.



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Entre o atraso e a modernidade
Ao completar nove meses no poder, o presidente Michel Temer abraça uma agenda reformista na economia, mas preserva as práticas da 'velha política'
José Fucs , 12 Fevereiro 2017 | 05h00, para o Estadão
Ao completar nove meses no cargo neste domingo, incluindo o período de 110 dias como interino, o presidente Michel Temer continua mal avaliado nas pesquisas. Segundo um levantamento divulgado no início de fevereiro pelo instituto Ipsos, uma das maiores empresas de pesquisa do mundo, Temer é aprovado por apenas 19% dos brasileiros, o mesmo resultado obtido em junho e julho. Seu governo também recebe nota baixa no boletim popular – 59% da população o classificam como ruim ou péssimo. Pior ainda, 74% consideram seu governo inferior (40%) ou igual (34%) ao da ex-presidente Dilma Rousseff.
Embora não tenha conseguido ainda o reconhecimento da população, Temer já tem resultados para apresentar. Apesar das turbulências e de tropeços na área política, no campo econômico ele promoveu uma considerável mudança de rumo no País, em relação ao quadro herdado de Dilma. Ao abraçar uma agenda claramente reformista, baseada no programa “Ponte para o Futuro”, elaborado em 2015 por seu partido, o PMDB, Temer tenta imprimir sua marca na gestão do País.
Os números registram a mudança. A inflação, que estava em 10% ao ano quando Temer assumiu, chegou a 5,35% no acumulado em 12 meses. Em janeiro, a variação do IPCA, que mede a inflação oficial, ficou em 0,38%, a menor para o mês desde o início da série, em 1979. Após três anos de recessão, a economia começa, enfim, a reagir. A expectativa dos economistas dos bancos é de que o crescimento em 2017 fique em 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e alcance uma taxa anualizada no final do ano de 2,5% (veja os gráficos).
“A minha visão é de que houve uma mudança de peso em relação ao que havia antes”, diz o economista Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central e sócio da Gávea, uma empresa de investimentos sediada no Rio de Janeiro. “Hoje, o Brasil segue vulnerável, mas aquela sensação de que era um trem desgovernado, de que estávamos indo para um precipício, não existe mais.”
Pressionado pela urgência imposta pela crise e por um mandato-tampão de dois anos e oito meses, a ser completado em 2018, Temer produziu um total de 62 medidas, de acordo com dados oficiais, desde o desembarque no Palácio do Planalto, em 12 de maio. A lista inclui medidas corriqueiras da administração, como o reajuste dos benefícios do Bolsa Família, mas revela a dimensão da mudança que está em curso, na qual poucos analistas acreditavam quando Temer tomou posse. “Para ser sincero, eles fizeram mais do que eu imaginava que seriam capazes de fazer nesse tempo”, afirma o consultor Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central e ex-economista-chefe do Santander.
A maior metamorfose está ocorrendo na economia. Mesmo com o desemprego batendo recorde e a retomada em marcha lenta, Temer conquistou pontos na questão fiscal, a mais urgente no momento, com a aprovação da PEC do teto dos gastos pelo Congresso Nacional. “O governo tirou o bode da sala”, diz Schwartsman.
Só que, para cumprir de forma efetiva seu papel, o teto dos gastos depende da reforma da Previdência Social, hoje a principal fonte do rombo bilionário no orçamento federal, enviada pelo governo ao Congresso em dezembro. Se não for desfigurada no Legislativo, a reforma da Previdência representará, ao lado do teto, o maior ajuste fiscal da história recente do País.
Simplificação. Ainda em fevereiro, Temer deverá encaminhar ao Congresso uma reforma trabalhista, cujos principais pontos foram apresentados a lideranças sindicais no final do ano, com o objetivo de modernizar as relações de trabalho. Ele afirmou que pretende também promover uma minirreforma tributária, destinada a simplificar os tributos, para permitir a redução do tempo gasto com o pagamento das obrigações com o Fisco, um dos mais altos do mundo.
Fora da esfera do Legislativo, Temer garantiu desde o princípio, com o apoio do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a autonomia operacional do Banco Central, para que a instituição possa administrar a política monetária aparentemente sem interferências políticas, comuns no governo Dilma. A política de concessão de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), antes voltada para a produção de “campeões nacionais”, tornou-se mais horizontal, sem benefícios para setores específicos, com o dinheiro dos pagadores de impostos. Na Petrobrás, onde se concentrou o propinoduto montado por PT, PMDB e PP, que prosperou nos governos de Lula e Dilma, a gestão foi profissionalizada. Os preços dos combustíveis deixaram de ser usados como ferramenta de política econômica.
Na arena política, porém, ele parece puxar o Brasil para trás. Apesar de sua habilidade política, que permitiu a construção de uma base respeitável no Congresso, Temer parece alheio às demandas das ruas, contra a corrupção e em defesa da Lava Jato. Ao mesmo em que trabalha para implementar uma agenda reformista no País, Temer cultiva práticas da “velha política”, ao recrutar caciques do PMDB, vários citados em delações da Lava Jato – como ele próprio – para ocupar postos de destaque na Esplanada dos Ministérios (leia o quadro).
“Se é verdade que o presidente Temer tem uma legitimidade formal, baseada na Constituição, ele precisava conquistar uma legitimidade efetiva, a partir de seu próprio desempenho político – e, neste aspecto, deixou a desejar”, diz o cientista político José Álvaro Moisés, diretor do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas da USP. “O presidente Temer deveria ter tido a coragem e a clareza de separar do seu governo as pessoas do seu partido e de seu círculo mais próximo, que foram mencionadas em delações da Lava Jato, como ele mesmo, e provavelmente serão denunciadas na Justiça.”
Contrapartidas. Mesmo na economia, Temer deu seus tropeços. Logo no início do governo, sancionou um aumento salarial para servidores do Judiciário e do Ministério Público da União. Depois, no final do ano, deu seu aval ao reajuste de servidores de oito categorias. No início de fevereiro, emitiu outro sinal contraditório com o controle de gastos, ao criar dois ministérios, elevando o total para 28, só quatro a menos que nos tempos de Dilma.
Na renegociação das dívidas estaduais, Temer abriu mão da cláusula que restringia a concessão de aumentos salariais para o funcionalismo dos estados e sancionou a lei aprovada pelo Congresso sem a exigência das contrapartidas previstas no projeto original. “A renegociação das dívidas dos estados foi muito mal conduzida até agora”, diz o economista Marcos Lisboa, presidente do Insper, uma escola de negócios de São Paulo, e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. “O problema dos Estados não é dívida, é folha de pagamento, de ativos e inativos, e ele vai se agravar nos próximos anos, porque haverá um envelhecimento dos servidores, com impacto na Previdência de vários estados.”
O Brasil de Temer, como se vê, oscila entre o atraso, materializado na “velha política”, acossada pela Lava Jato, e a modernidade, centrada na realização das reformas econômicas de que o País precisa para garantir o crescimento sustentável. Mas, como diz José Álvaro Moisés, não dá para separar a política da economia no Brasil de hoje. Do resultado dessa dicotomia encarnada por Temer dependerá, em boa medida, o futuro do País. “O perigo é o meio sucesso”, afirmava o ex-senador e economista Roberto Campos (1917-2001), mencionado em artigo recente pelo ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola.

INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL

Levando em conta os debates a Inteligência Emocional, sugiro a leitura do texto abaixo. É um novo campo de inflexão de estudos da mente e do...