A nossa vida é plena de fatos ininteligíveis, quando pensamos gentil e ingenuamente sobre eles. Mas, como devemos, sempre, saber sobre a esperteza da competição humana em que uns perdem para outros ganharem, então sim, a lógica abaixo faz sentido.
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A gritante diferença entre os juros que os bancos cobram e os que eles pagam
Você sabe qual é a diferença
entre os juros que você ganha do banco quando empresta dinheiro e os
que você paga quando toma emprestado? Quando olhamos para os números no
curto prazo, já enxergamos um abismo. O CDB (Certificado de Depósito
Bancário), o papel que você recebe quando empresta ao banco, está
rendendo atualmente 7,8% ao ano, em média. Já o crédito pessoal, aquele
dinheiro que você toma emprestado sem nenhuma garantia, rende 73% ao ano
para a instituição financeira.
Ao pensarmos em como
isso ficaria no longo prazo, então, a diferença é muito mais gritante. O
banco que tomou emprestado R$ 100 de uma pessoa física (ou seja, que
emitiu um CDB a esse preço) em 1º de julho de 1994, início do Plano
Real, teria que devolver, hoje, R$ 2.038 a esse cliente. Descontado o
Imposto de Renda, o pequeno investidor poderia resgatar R$
1.733. Considerando que a inflação foi de 333% no período, a
rentabilidade real dessa aplicação foi de 370%. No caminho inverso, se
porventura uma pessoa física fizesse exatamente o mesmo que o banco fez,
ou seja, tomado emprestados R$ 100 em 1994 e nada ter pago nesse
período e nem mesmo renegociado, sua dívida estaria hoje na casa dos
milhões. Mais precisamente, ele deveria R$ 7.205.180,78.
A conta foi feita pelo economista Fabiano Guasti Lima, a pedido do blog Achados Econômicos. Ele
é pesquisador do Instituto Assaf e professor da USP em Ribeirão
Preto-SP. É claro que um banco jamais deixaria a situação chegar a esse
ponto. Muito antes de a dívida atingir a casa do milhão, o credor já
teria interpelado judicialmente o devedor, de modo que o saldo pudesse
ser pago, ainda que após renegociação. Mesmo assim, esses números são
mais do que mera curiosidade. São uma forma de mostrar o que é o chamado
“spread” bancário, a diferença entre quanto o banco paga para
quem lhe empresta e quanto ele cobra quando empresta ao outros. Os
números mostram o enorme poder de barganha das instituições financeiras
diante dos seus clientes.
Fonte: Anonimous Brasil.
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