DOSTOIEVSKY E O PT, OU COMO ENGANAR PARA DOMINAR

Gostei da correlação estabelecida por Flávio Morgenstern, acerca do pensamento do escritor russo, explanado no livro mencionado, e as cópias mal feitas de "ações sociais" populistas e oportunistas que o petismo desenvolve como sendo maravilhas da sua criação "comonuncaantesnestepaiz" foram feitas.
Flávio traça o paralelo a partir de um pequeno escopo da obra, mas o melhor entendimento ocorre ao lê-la completa, o que recomendo se ainda não tiveste a oportunidade, pois a contextualização fica mais clara naquele ambiente denso do romance. Aliás, é um livro que merece leitura por, no mínimo, duas vezes.
Além dos breves textos expostos na escrita de Flávio, permito-me relatar outro, mais extenso, no mesmo capítulo da obra, mas que dá mais clareza ao pensamento de Dostoievsky e ao próprio pensamento "dazelite" petista de hoje.
".... Compreenderão por fim que a liberdade e o pão da terra à vontade para cada um são inconciliáveis, porque jamais saberão reparti-los entre si! Convencer-se-ão também de sua impotência para ser livres sendo fracos, depravados, nulos e revoltados. ( .... ) Milhares e dezenas de milhares de almas seguir-te-ão por causa deste pão, mas que acontecerá aos milhões e bilhões que não terão a coragem de preferir o pão do céu ao da terra? Será que só preferes os grandes e os fortes, aos quais os outros, a multidão inumerável, que é fraca, mas te ama, só serviria de matéria explorável? Eles também nos são queridos os seres fracos. Embora depravados e revoltados tornar-se-ão finalmente dóceis. Ficarão espantados e acreditarão que somos deuses por ter consentido, pondo-nos a comandá-los, em assumir a liberdade que os atemorizava e reinar sobre eles, de modo que ao final terão medo de ser livres. (.... ) Enganá-los-emos de novo ( .... ) porque será preciso que mintamos. .... )"
Se tudo isto fosse assinado pelo PT em sua festa de aniversário, tudo estaria conforme.

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Dostoievsky e o PT
Por Flavio Morgenstern em 09/02/2015, para o INSTITUTO LIBERAL
A maneira de o PT fazer política é simples e consabida: cria “programas sociais” que nada mais são do que modelos de cotas para qualquer atividade humana, tentando “incluir” mais pessoas na sociedade economicamente ativa.
Funcionais ou não, tais programas repetem a mesma estrutura em todos os ramos, tornando cada novo passo político petista apenas uma repetição do mesmo script.
O Fome Zero, pelo qual Lula foi até indicado ao Prêmio Nobel da Paz antes de descobrirem quão mal feito e risível era (gerou ruptura de Lula até com Frei Betto, notório caudatário da ditadura de Fidel Castro), nada mais era do que a “transferência” forçada de dinheiro dado em gorjetas em restaurantes para um “fundo” que daria parte do montante a alguns pobres.
Fracassado de cabo a rabo, o programa logo foi forçosamente “esquecido” pelo partido, sem que praticamente ninguém na imprensa, que deveria vigiar o governo, cobrasse os governantes pelo desastre. A seguir, veio o Bolsa Família, aparentemente com menos furos, em que o governo simplesmente dinheiro que toma por impostos de outras pessoas para alguns pobres, que lhe respondem com uma obediência eleitoral de joelhos, como se Brasília fosse Meca.
Assim é o Minha Casa, Minha Vida: toma-se dinheiro de impostos para criar casas para os mesmos que pagam impostos. Assim é o Mais Médicos: cria-se postos de saúde ocupados por semi-escravos cubanos ao invés de permitir que profissionais trabalhem onde querem. O Fundo de Amparo ao Trabalhador também toma dinheiro do trabalhador para que este agradeça ao governo quando este resolve lhe dar uma parte de volta. O PROUNI também força cotas em universidades.
E assim segue o modelo, do Luz no Campo ao Brasil Carinhoso, que “tira da miséria” modificando os critérios de pobreza, dando dois reais aos pobres e dizendo que “acabou com a miséria”. O esquema permanece até em fiascos retumbantes, como o Primeiro Emprego ou o Fome Zero.
Antes do PT, “programas sociais” eram formas mais “ativas” de o governo intervir na economia.
Num sistema capitalista, as pessoas produzem riqueza (material ou mesmo de idéias) e trocam pelo produto do trabalho das outras. É o chamado laissez-faire (“deixe-os fazer”). Alguns, que não gostam do esforço necessário para enriquecer, buscam atalhos. Usualmente através do Estado, a única instituição que pode agir sempre por força, tomando algo de algumas pessoas e “dando” a outras, através de um planejamento central de alguns burocratas. É o intervencionismo, chamado politicamente de “social-democracia”, ou Welfare State.
Acreditada por muito tempo como a melhor forma de governo, pois aparentemente “tira os pobres da pobreza”, a social-democracia soa inatacável até hoje, depois de exibir sinais de derrocada até no suposto paraíso nórdico.
Os liberais, tratados como insensíveis à pobreza, apenas conhecem o truque: o governo não produz nada, então, quando um governante aparentemente “dá” algo a alguém, não está tirando dinheiro do seu próprio bolso, e sim tomando do bolso alheio. Sem produção de riqueza no processo, os produtores têm menos incentivos para produzir (sendo consumidos por impostos), e a riqueza vai diminuindo, tendo-se cada vez menos algo a “distribuir”.
Aproxima-se os pobres dos ricos não tornando os pobres ricos (no máximo, ganham algumas migalhas da obediência eleitoral), mas sim tornando os ricos mais pobres. A social-democracia, aparentemente perfeita no curtíssimo prazo, é uma catástrofe humanitária no longo, enquanto o capitalismo enriquece cada vez mais os pobres, como mostra o Índice da Liberdade Econômica. É o migalhismo contra a riqueza da liberdade.
Tais programas sociais do Welfare State eram combatidos por Lula quando era oposição. Lula era contra o Bolsa Escola, que pagava uma mensalidade a famílias pobres, desde que mantivessem os filhos na escola. Era contra o Leve Leite de Paulo Maluf em São Paulo, que fazia o mesmo com latas de leite em pó. Era contra qualquer distribuição de cesta básica ou outras formas de compra de voto disfarçadas.
Tal fato ficou registrado em um famoso vídeo de Lula em 2000, quando ainda não estava no governo, xingando os críticos de seus programas de imbecil e ignorante e pode ser assistido aqui: http://youtu.be/UbCIcuH8G3E
O Bolsa Família simplificou tudo: acabou com o disfarce. Compra-se o voto e pronto, e com dinheiro vivo. O Lula que criticava quem votava com o estômago agora é contra quem não vota estomagado.
Por que isto se dá? A resposta também é simples: a tentação do poder. Libido dominandi, estudada desde Santo Agostinho. Para explicá-la, nada melhor do que recorrer ao maior clássico russo.
Nem só de pão vive o homem
Assistindo a todo o teatrinho petista desde 1880, Fiódor Dostoievsky, considerado por 9 em cada 10 falantes o maior romancista de todos, sem que nunca seja entendido direito, conhecia muito bem os planos de Lula, Dirceu, Dilma e toda a caterva petista.
Em sua última obra, Os Irmãos Karamázov, uma disparidade de vozes adversas e cheias de conflitos internos são postas a debater os assuntos mais filosóficos, sobretudo concernentes à religião.
Ivan Karamázov, o irmão do meio, intelectual e lutando contra a melancolia da rejeição e inadequação ao mundo, é um ateu descrente dos descrentes da época, preferindo mesmo argumentar a favor da superioridade moral da Igreja, ainda que sem Deus, aos fanáticos revolucionários ou até aos burocratas do Estado moderno.
Em um dos momentos mais sublimes da prosa mundial, Ivan conta a seu irmão Aliócha Karamázov, noviço de um monastério, um poema que pretende escrever, chamado O Grande Inquisidor (trecho tão grandioso que é muitas vezes tratado como um conto à parte do livro). No poema, Jesus Cristo volta à Terra em plena Inquisição espanhola, sendo trancafiado por um velho inquisidor imediatamente.
Seu algoz comenta a Jesus de quando Ele fora “tentado” no deserto (Mateus, 4:1-11), afiando que o espírito tentador, na verdade, conseguiu reunir a sapiência de todos os sábios futuros da Terra – “governantes, sacerdotes, cientistas, filósofos, poetas”. Lula e o PT inclusos. Resumiu o diabo “toda a futura história do mundo e da humanidade” nestas três tentações.
Quando o espírito quer que Jesus prove ser o Filho de Deus transformando as pedras em pães, Jesus obtempera, mesmo faminto no jejum: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”.
O que o tentador faz, na verdade, além de demonstrar simploriedade e reducionismo no falso ceticismo, é resumir toda a questão da liberdade dos homens diante dos governantes, “porquanto para o homem (…) nunca houve nada mais insuportável do que a liberdade!”
No bojo da tentação impingida a Jesus, resta o pecado mortal e mortífero da subordinação de toda a raça humana. É como se o diabo pedisse para transformar as pedras em pães “e atrás de ti correrá como uma manada a humanidade agradecida e obediente, ainda que tremendo eternamente com medo de que retires tua mão e cesse a distribuição dos teus pães”.
Alguém mais notou que Jesus resistiu à tentação, mas nenhum petista, nenhum social-democrata, nenhum burocrata da “reforma social” deixou de sucumbir à perdição de transformar pedras em pães, ainda que temporariamente, ainda que falsamente, mesmo que simplesmente manipulando índices, em nome de ter agradecimentos obedientes, de homens reduzidos a pedintes gratos, despidos de toda vergonha, honra, trabalho e destino próprios, solícitos a cobrir de ovações e votos ao primeiro que sacrificar sua liberdade no altar da mistificação e da manipulação da realidade em troca da mais ínfima migalha gratuita?
Jesus notou a contradição: “Que liberdade é essa se a obediência foi comprada com o pão?” Certamente não a liberdade de ver a realidade como é, sem querer manipulá-la pela bruxaria e tapeação.
Alguém que viva apenas de pão pode ver algo além do maior tirano como um grande benfeitor, escondendo o seu medo de que pare de lhe dar pães?
É o que diz o inquisidor, crendo que o tentador mostrou tão bem como o homem se resume a uma besta fera buscando saciar seus apetites quando não é mais livre: “Sabes tu que passarão os séculos e a humanidade proclamará através da sua sabedoria e da sua ciência que o crime não existe, logo, também não existe pecado, existem apenas famintos?”
Pode-se ler tal clarividência sem pensar em como são fracos os espíritos de quem justifica o mensalão – ou mesmo de quem o aceita como um “mal menor” em nome da “justiça social” da “distribuição de renda”, o migalhismo esmolista petista? Pode-se não se pensar na mídia governista? Na blogosfera progressista? Em homens menos rastejantes, mas ainda verminosos, do escol de Foucault, Lacan, Gramsci, Marcuse, Derrida, Zaffaroni, Negri e outros negadores do crime?
São os que preferem o rebanho obediente, que dirá: “É preferível que nos escravizeis, mas nos deem de comer”. Não existe mais crime, apenas “causas sociais”, sobretudo a desigualdade econômica. Para estes, “até a morte é mais cara do que o livre-arbítrio no conhecimento do bem e do mal”. É o selvagem de Rousseau, só consciente de seu apetite.
A crise do PT disputando poder ou da social-democracia precisando pagar a conta surpreende alguém? Não ao inquisidor de Ivan Karamázov: “Finalmente compreenderão que, juntos, a liberdade e o pão da terra em quantidade suficiente para toda e qualquer pessoa são inconcebíveis, pois eles nunca, nunca saberão dividi-los entre si!”
Jesus rejeita a bandeira do pão e da terra (curiosamente, divisa comum aos comunistas, nazistas e futuros partidos sindicalistas e “trabalhistas”) em nome da liberdade e do pão dos céus. Todavia, alerta o inquisidor, “Eles destruirão os templos e cobrirão a terra de sangue. Mas essas tolas crianças finalmente perceberão que, mesmo sendo rebeldes, são rebeldes fracos que não aguentam a própria rebeldia.”
Se antes o rei benevolente precisava ser milagroso, hoje o burocrata da obediência mundial, da destruição de consciências no formigueiro da igualdade e unanimidade modista, pode ser um novo ídolo sem tanto: “Ao receberem os pães de nossas mãos, eles, evidentemente, verão com clareza que os pães, que são seus, que eles conseguiram com as próprias mãos, nós os tomamos para distribuí-los entre eles sem qualquer milagre, verão que não transformamos pedras em pães e, em verdade, estarão mais alegres com o fato de receberem o pão de nossas mãos do que com o próprio pão!”
Fica alguma dúvida da razão do fanatismo petista, da crença de que a distribuição justifica qualquer crime, da mistificação sobre as figuras falsas dos mandantes-em-chefe, da nulidade cultural e de consciências inovadoras entre as hostes petistas?
Dostoievsky, é claro, sabia antever tudo. E nunca votaria na esquerda ou no PT.



NÃO APODRECEM. POR QUE SERÁ?

No endereço que está abaixo, poderás ver algo interessante sobre os produtos MacDonald's. Quanto ao resultado desse conhecimento, fica a teu entendimento avaliá-lo.
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DETALHES DA VIDA

A vida passa por nós sem que demos a importância devida a pequenos momentos e situações em que, vivenciando-as normalmente, não as percebemos. Mas, assistindo ao vídeo da reportagem indicada no endereço abaixo, podemos avaliar a densidade de um momento, comum para bilhões de pessoas, revolucionário na vida de poucas.
Emocionante, enfim!
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TROTSKY - MERCADER - SARITA MONTIEL

Os nomes que mencionei no título da postagem são conhecidos por poucos, muito poucos!, da geração que vivencia o século XXI. Talvez Trotsky pela relevância de alguns aspectos políticos da atualidade, ainda seja lembrado, mas poucos, muito poucos!, conhecem as particularidades da sua vida pessoal e política no cenário mundial, especialmente pela participação que teve, e dos ódios adquiridos então, na Revolução Russa.
Mas, na caudal da importância da vida de Trotsky naquele momento, surge o tal Ramón Mercader e, agora sabe-se, a relação que este mantinha com Sara Montiel. Para quem conhece esses personagens e suas estórias, o fato de Sarita estar envolvida com o assassino, e dessa forma, fez cair a imagem icástica que mantinha dela por ela ter povoado, e muito, minha mente da adolescência e do adulto jovem. Agora, cai a máscara, cai o pano e termina o espetáculo. É uma pena!
Após o texto de Padura, há um endereço que pode ser acessado e onde há maiores informações sobre o fato, inclusive com um documentário filmográfico bem interessante.
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Ramón Mercader ri no túmulo

Leonardo Padura, para o jornal Folha de São Paulo, de 15/02/2015
Sara Montiel, ícone do cinema espanhol, pode ter tido filha do assassino de Trótski, segundo revista
Uma revista espanhola fez uma revelação que causou comoção no mundo do show business do país ibérico: Sara Montiel, um dos ícones do cinema espanhol do século 20 e uma das mulheres mais belas do mundo, pode ter tido uma filha ilegítima de ninguém mais, ninguém menos que Ramón Mercader, o assassino de León Trótski.
Segundo a revista, a criança, concebida e nascida no México no período em que Montiel viveu nesse país, na década de 1950, nasceu por cesárea. Quando sua mãe acordou da anestesia, lhe disseram que a menina tinha nascido morta, sendo que, na realidade, fora sequestrada e enviada a Valencia, onde seria adotada e criada por uma família que ali vivia. A operação à qual submeteram a atriz e cantora foi tão brutal que, no processo, foi extirpado seu útero, deixando-a estéril pelo resto de sua vida.
Sobre aquela gravidez de "la" Montiel pouco se soube na época. O assunto só foi comentado mais tarde, mas tudo parece indicar que aconteceu, embora não tenha sido possível determinar com clareza o destino da criança que ela gestou. E nunca se falou com certeza do possível pai, embora tenham sido aventados vários nomes de amantes duradouros e ocasionais da vedete.
Agora, vários anos após a morte da bem chamada "Saritíssima", o homem que por anos foi seu cabeleireiro fez a revelação explosiva que a imprensa divulgou... com a cautela devida num caso como esse.
Poucos dos roteiristas das telenovelas brasileiras mais cheias de reviravoltas teriam sido capazes de imaginar esse giro "dramático" no desenvolvimento de uma personagem. Isso porque, embora la Montiel pareça ter sido bastante liberal em suas relações amorosas, nesse episódio, para que a conjunção agora revelada pudesse ter acontecido, ela teria de ter ocorrido nos anos 50, quando Mercader estava encarcerado na temível prisão mexicana de Lecumberri, cumprindo 20 anos de pena pelo assassinato de Trótski.
É sabido, pela própria Montiel e por seu amante da época, o colunista espanhol Juan Plaza, que a atriz visitou Mercader na prisão mexicana em duas ou três ocasiões e, num gesto de simpatia, lhe deu de presente um agasalho tricotado por ela. O que desconheço é se nesse inferno chamado Lecumberri havia autorizações para visitas conjugais...
Se bem que é sabido que com um pouco de dinheiro é possível abrir qualquer porta no México, ainda mais a de uma instituição na qual sempre reinou a corrupção. Ou terá sido o longo braço de Stálin que, de Moscou, deu ordem para que fossem feitos "investimentos" para melhorar a vida de seu pistoleiro de aluguel e o presenteou com o petisco fino que era a jovem Sara Montiel?
Os ingredientes da telenovela mais inesperada da biografia sempre obscura de Ramón Mercader foram colocados sobre a mesa. Agora falta esperar os próximos capítulos --ou então que, neste século 21 tão pouco novelesco, um simples exame de DNA esclareça tudo.
Tradução de CLARA ALLAIN

A INFORMALIDADE E O SENTIMENTO REAL DO JORNALISTA

A informalidade e o sentimento real do jornalista, antes da encenação televisiva. Sim, porque aquilo que assistimos no programa ao vivo, nunca é a realidade, pois tudo representa o jogo de interesses do sistema, aqui entendendo quem paga a publicidade da empresa, os interesses dessa mesma empresa e os "acertos" de bastidores. Tudo isto é o que forma o conjunto noticiado a que assistimos.
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http://youtu.be/9ptZ6yE6Fa0

CLOACA DA CLOACA

Todos sabemos e conhecemos a cloaca em que chafurda o petismo governante do Brasil varonil. As ligações cloacais aparentemente são infindáveis, tal como o "n" da matemática. Então a seguir, mais um daqueles canais que alimentam o esgoto brasileiro da corrupção.
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Força-tarefa da Lava Jato caça o misterioso doleiro que guarda o dinheiro do petrolão

O suíço-brasileiro Bernardo Freiburghaus, que deixou o Brasil no ano passado, opera as contas do esquema em paraísos fiscais

THIAGO BRONZATTO E MURILO RAMOS
20/02/2015 21h57
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No dia 29 de outubro de 2014, o suíço-brasileiro Bernardo Freiburghaus apresentou à Receita Federal uma declaração de saída, documento exigido de todos aqueles que desejam deixar o Brasil ou se ausentar por mais de 12 meses. Não declinou seu novo endereço, como outros fazem em sua situação. Conforme a Receita informou à força-tarefa do Ministério Público Federal que investiga o petrolão, Freiburghaus indicou apenas uma conta-corrente com cerca de 50 mil francos-suíços, depositados no banco Julius Baer, na Suíça. Freiburghaus tem residência lá. Faltavam poucos dias para a etapa mais importante da Lava Jato, batizada de Juízo Final. Enquanto grandes empreiteiros seguiam para o xadrez, Freiburghaus desaparecia no mundo. Segundo os investigadores, deixara o Brasil em junho.

ELO O suíço Bernardo Freiburghaus. Em depoimentos como o de Paulo Roberto Costa, ele é apontado como doleiro do esquema (Foto: reprodução)
No começo de novembro, os investigadores já sabiam que Freiburghaus era o grande doleiro dos principais operadores do petrolão. Seus clientes incluíam executivos da Petrobras, como os delatores Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco; lobistas envolvidos no esquema; e empreiteiras, sobretudo a Odebrecht. Freiburghaus atua desde os anos 1990 no mercado negro dos bancos suíços. Especializou-se em clientes cariocas. Para minimizar os riscos de ser descoberto pelas autoridades brasileiras e suíças, usava múltiplos bancos – e, de tempos em tempos, remanejava o dinheiro dos clientes para novas contas secretas. Tinha contato direto com os gerentes dos  bancos. Usava uma brasileira de sua confiança, fluente em várias línguas, para se comunicar por e-mail com alguns desses bancos. A força-tarefa do petrolão está à caça dele: há um mandado judicial para que ele fale. Se Freiburghaus colaborar, os investigadores chegarão mais rápido à origem do dinheiro sujo que ele, segundo as provas do caso, repassava aos operadores do esquema. A origem – quem pagava – está nas fornecedoras da Petrobras, sejam empreiteiras ou multinacionais do petróleo.
>> Os homens que sacodem o Brasil: como trabalha a força-tarefa da Lava Jato
Segundo os depoimentos da delação premiada de Paulo Roberto Costa, Freiburghaus abrira uma conta no mesmo banco suíço Julius Baer para depositar parte do dinheiro da propina, US$ 5,6 milhões, paga pela Odebrecht. Costa disse que Freiburghaus fora orientado pelo ex-diretor da Odebrecht Rogério Araújo. Ele temia que o dinheiro destinado a Costa transitasse pelas mãos gananciosas de políticos.
Desde o começo do caso, a Odebrecht nega qualquer ilegalidade. Em nota, a empreiteira e Rogério Araújo “negam ter feito, intermediado ou mandado fazer qualquer pagamento ilegal a Paulo Roberto Costa e reiteram que não se manifestam sobre a fala suspeita e interessada de réus confessos, que buscam se favorecer dos benefícios da delação premiada”.
O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que assumiu em sua delação ter desviado mais de R$ 100 milhões da Petrobras, também afirmou ter usado o Julius Baer para transferir dinheiro para uma offshore no Canadá. Sócio de Freiburghaus e contador da Diagonal Investimentos, empresa de fachada que já foi vasculhada pela Polícia Federal no Rio de Janeiro, Marcos Heronides, que possui uma sorveteria no subúrbio carioca de Duque de Caxias, disse a ÉPOCA que o doleiro está na Suíça.
>> Delatores do petrolão entregam os companheiros do PT
Freiburghaus não gosta apenas de sorvete. Ele é dono de um apartamento avaliado em R$ 3 milhões na Lagoa Rodrigo de Freitas e costumava frequentar o Gávea Golfe Clube. Investe fora do Brasil. Em Portugal, por exemplo, ele fez um investimento imobiliário de quase e 2 milhões no ano passado. Numa sociedade com o advogado português Antonio Manuel Raposo Subtil, Freiburghaus comprou imóveis em Lisboa. “Eu não sabia que Freiburghaus tinha empresa no Brasil ou que estava envolvido em algum escândalo. Fui sócio dele, porque nosso escritório costuma abrir empresas em nome de nossos clientes estrangeiros”, diz Subtil, que afirma ter conhecido Freiburghaus numa feira imobiliária em Portugal.
Entre os que temem as possíveis revelações de Freiburghaus está a construtora Odebrecht. Preocupados com a colaboração da Suíça com a força-tarefa do petrolão, advogados da empreiteira estiveram com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para pedir informações sobre dados bancários enviados  recentemente pelos suíços. A Odebrecht alega que os procuradores brasileiros, que já estiveram na Suíça e viram algumas das contas do petrolão, deveriam ter esperado a chegada formal dos documentos ao Brasil. A Odebrecht ainda não é oficialmente investigada, mas já quer anular quaisquer dados oriundos da Suíça.
A caça da força-tarefa a Freiburghaus se intensificará. Se ele for achado, a lista do petrolão ganhará alguns zeros.

"PARALAMENTAR" UMA DAS RAZÕES DA CARGA FINANCEIRA QUE NOS ACOMETE


Afinal, qual é o custo atualizado dos parlamentares, "paralamentar" a minha condição de povo? A matéria jornalística abaixo, da revista Congresso em Foco, esclarece esta dúvida e, assim, todos teremos a razão "paralamentar" os absurdos cometidos por aqueles a quem indicamos como nossos representantes republicanos.
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O EXTREMISMO DITATORIAL CONFRONTADO COM O LIBERALISMO

  "A Revolta de Atlas", de Ayn Rand, é uma das obras literárias, de conteúdo filosófico e econômico, mais importantes na defesa da...