Todos sabemos e
conhecemos a cloaca em que chafurda o petismo governante do Brasil
varonil. As ligações cloacais aparentemente são infindáveis, tal como o
"n" da matemática. Então a seguir, mais um daqueles canais que alimentam
o esgoto brasileiro da corrupção.
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Força-tarefa da Lava Jato caça o misterioso doleiro que guarda o dinheiro do petrolão
O suíço-brasileiro Bernardo Freiburghaus, que deixou o Brasil no ano passado, opera as contas do esquema em paraísos fiscais
THIAGO BRONZATTO E MURILO RAMOS
20/02/2015 21h57
>> Os homens que sacodem o Brasil: como trabalha a força-tarefa da Lava Jato
Segundo os depoimentos da delação premiada de Paulo Roberto Costa, Freiburghaus abrira uma conta no mesmo banco suíço Julius Baer para depositar parte do dinheiro da propina, US$ 5,6 milhões, paga pela Odebrecht. Costa disse que Freiburghaus fora orientado pelo ex-diretor da Odebrecht Rogério Araújo. Ele temia que o dinheiro destinado a Costa transitasse pelas mãos gananciosas de políticos.
Desde o começo do caso, a Odebrecht nega qualquer ilegalidade. Em nota, a empreiteira e Rogério Araújo “negam ter feito, intermediado ou mandado fazer qualquer pagamento ilegal a Paulo Roberto Costa e reiteram que não se manifestam sobre a fala suspeita e interessada de réus confessos, que buscam se favorecer dos benefícios da delação premiada”.
O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que assumiu em sua delação ter desviado mais de R$ 100 milhões da Petrobras, também afirmou ter usado o Julius Baer para transferir dinheiro para uma offshore no Canadá. Sócio de Freiburghaus e contador da Diagonal Investimentos, empresa de fachada que já foi vasculhada pela Polícia Federal no Rio de Janeiro, Marcos Heronides, que possui uma sorveteria no subúrbio carioca de Duque de Caxias, disse a ÉPOCA que o doleiro está na Suíça.
>> Delatores do petrolão entregam os companheiros do PT
Freiburghaus não gosta apenas de sorvete. Ele é dono de um apartamento avaliado em R$ 3 milhões na Lagoa Rodrigo de Freitas e costumava frequentar o Gávea Golfe Clube. Investe fora do Brasil. Em Portugal, por exemplo, ele fez um investimento imobiliário de quase e 2 milhões no ano passado. Numa sociedade com o advogado português Antonio Manuel Raposo Subtil, Freiburghaus comprou imóveis em Lisboa. “Eu não sabia que Freiburghaus tinha empresa no Brasil ou que estava envolvido em algum escândalo. Fui sócio dele, porque nosso escritório costuma abrir empresas em nome de nossos clientes estrangeiros”, diz Subtil, que afirma ter conhecido Freiburghaus numa feira imobiliária em Portugal.
Entre os que temem as possíveis revelações de Freiburghaus está a construtora Odebrecht. Preocupados com a colaboração da Suíça com a força-tarefa do petrolão, advogados da empreiteira estiveram com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para pedir informações sobre dados bancários enviados recentemente pelos suíços. A Odebrecht alega que os procuradores brasileiros, que já estiveram na Suíça e viram algumas das contas do petrolão, deveriam ter esperado a chegada formal dos documentos ao Brasil. A Odebrecht ainda não é oficialmente investigada, mas já quer anular quaisquer dados oriundos da Suíça.
A caça da força-tarefa a Freiburghaus se intensificará. Se ele for achado, a lista do petrolão ganhará alguns zeros.
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