A RETÓRICA SUPERADA DA INJUSTIÇA SOCIAL

Efetuo a postagem de segmentos, sendo um pensamento e um artigo. 
O primeiro, mostra que não adianta a destruição pela incompetência ou pela corrupção, o empreendedorismo supera e refaz as perdas, mais rapidamente do que o tempo em que um capital foi destruído. Isto mostra que há mais capazes e outros tantos incapazes de idealizar, executar e armazenar riqueza. 
Já no texto, é mostrado que quando o governo quer exagerar no seu naco, aquele que produz riqueza migra seu poder empreendedor para outro lugar onde as condições são melhores. O autor também elabora um comparativo dos países que dão certo, com tributação diminuída.
Vistos os dois comentários que obtive do INSTITUTO LIBERAL, constatamos que o erro está nos governos mal-intencionados, ou incapazes, ou corruptos, ou, ainda, inapetentes para o trabalho, como ocorre no Brasil. 
O resto, ou seja, a retórica das diferenças sociais que geram injustiça e pobreza é apenas falação sem sentido, mas com o objetivo populista de atrair os ignorantes para a urna do voto, servindo os benefícios, como fator de troca, ou de compra, também aqui, como ocorre no Brasil.
Continuaremos sustentando esse círculo vicioso e nefasto?
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I.  Verificou-se muitas vezes ao longo da História que profusões de gastos, pesadas tributações, absurdas restrições comerciais, tribunais corruptos, guerras, sedições, perseguições, conflagrações e inflações não foram capazes de destruir o capital tão rápido quanto os esforços de cidadãos privados foram capazes de criá-lo.  Thomas Babington Macaulay
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II. Os Incorrigíveis. Ou: o capital não tem pátria e gosta de ser bem tratado 

Por João Luiz Mauad


Depois de praticamente quebrar o país com suas estripulias econômicas, os parlamentares do partido, de uma ala, digamos, mais à esquerda, entregaram à presidente Dilma Rousseff um documento com 14propostas cujo mote é tirar o Brasil da crise e “aprofundar a justiça tributária, com a tributação dos setores privilegiados da sociedade, já que atualmente os impostos recaem sobre a classe média e os trabalhadores”.
Entre as propostas, há algumas claramente redundantes, pois são medidas ou já em andamento ou já encaminhadas pelo governo ao congresso, como a volta da CPMF, a regulamentação dos acordos de leniência e a repatriação de recursos.  Provavelmente, foram colocadas ali para “encher linguiça”.  Outras são de matar de rir, como aquela que prevê a venda de títulos da dívida pública para bancos, a fim de levantar recursos para obras – será que eles têm ideia de como funciona o mercado financeiro?  Ou ainda a que sugere a captação de empréstimos na China, também para obras – como diria Mané Garrincha, só falta combinar com os russos, digo, com os chineses…
Noves fora as redundâncias e as piadas, há algumas sugestões bastante preocupantes, as quais, caso adotadas, além de não resolverem qualquer um dos nossos problemas, levariam o país diretamente para o fundo do poço.  São elas: a adoção de sete faixas de alíquotas do Imposto de Renda — a mais alta de 40% para salários acima de R$ 108 mil mensais — e isenção para quem ganha até R$ 3.390 (algo que certamente faria cair a arrecadação já num primeiro momento, mas essa é outra conversa); A instituição do imposto de renda sobre lucros e dividendos e remessa de recursos para o exterior; O fim da possibilidade de empresas poderem abater do IR o valor pago como juros aos acionistas; A criação do imposto sobre grandes fortunas e a elevação do imposto sobre heranças e doações.
Coincidentemente, no mesmo dia, leio na FSP que a onda migratória dos ricos (e remediados) rumo a paragens onde sejam mais bem tratados pelo fisco e pelo ambiente de negócios já começou, mesmo antes dessa proposta estapafúrdia vir a público.  Não é para menos.  As incertezas são muitas e o que não falta são políticos esquerdistas (o PT à frente) fazendo de tudo para transformar o Brasil em mais uma republiqueta bolivariana.
Propostas como essa da petezada são nitroglicerina pura para a já combalida economia tupiniquim. Ao contrário do que pensam Sibá Machado, Rui Falcão e outros vanguardistas do atraso, a história econômica sugere que baixos impostos sobre os ricos tendem incentivar o investimento e o crescimento, enquanto a alta taxação sobre eles costuma causar o efeito inverso. Com a economia francamente debilitada, amargando seguidos períodos de crescimento zero, inflação descontrolada, déficits e dívida crescentes, esta definitivamente não é uma boa hora para assustar os endinheirados com impostos extorsivos, elevação do gasto público e aumento da dívida, até porque, como bem demonstra a reportagem da FSP, esse pessoal tem um poder de mobilidade imenso.
Em suas malas, além de roupas e objetos de uso pessoal, os expatriados pela ganância e falta de responsabilidade do governo levam junto muitos investimentos que deixarão de ser feitos em Pindorama, assim como uma enorme capacidade de consumo.  Tudo somado, carregam para fora do país muitos empregos e vários pontos percentuais de crescimento do PIB.
A ideia dos petistas não é nova nem tampouco inovadora.  Já foi tentada por governos de esquerda no passado em muitos lugares. Como já escrevi alhures, no final dos anos 1970, alíquotas máximas do imposto de renda entre 60 e 90% não eram incomuns entre as economias avançadas da Europa e América do Norte.  A estagnação econômica mundial daquela época, entretanto, fez com que o pêndulo da política retornasse às ideias liberais (pelo menos no campo da economia) e aos governos reduzidos.
A tendência foi particularmente acentuada nos EUA e na Grã-Bretanha. Durante a administração de Ronald Reagan, por exemplo, as alíquotas máximas do imposto de renda caíram de 70% para 28%. Na Grã-Bretanha, Margaret Thatcher cortou a alíquota superior de 83% para 40%.
Embora de forma menos ambiciosa, outras economias seguiram o exemplo. Em 1988, o Canadá reformou seu sistema fiscal, achatando a estrutura tributária e reduzindo as taxas de topo. A Alemanha aprovou uma reforma no mesmo ano, diminuindo as taxas marginais sobre os mais ricos. Até mesmo a Noruega, em 1992, acabou cortando drasticamente as taxas de topo, tanto de trabalho quanto de rendimentos de capital, de 58% para 28%.
Os ricos costumam auferir renda de duas formas: com os lucros das empresas onde investem seus recursos e com os ganhos de capital. Não por acaso, os economistas recomendam que não se taxem os investimentos e o capital, pois essa tributação, além de distorcer os padrões de produção, mexe com a distribuição final de bens e serviços. Como o capital é a porta de entrada para o crescimento futuro, a tributação dos rendimentos de capital tende a reduzir investimentos e distorcer a produção ao longo do tempo.
Impostos mais altos sobre os ricos estão longe de ser um almoço grátis, como pensam os próceres do petismo. Em curtíssimo prazo, eles podem até levantar a receita (embora isso não seja garantido), mas não sem um custo enorme em termos de eficiência e crescimento em longo prazo. Reformas que fechem gargalos, reduzam o gasto público e alarguem a base tributária seriam muito mais eficientes do que o aumento de alíquota para os ricos.
Na verdade, o gesto dos radicais do PT não consegue convencer qualquer pessoa com um mínimo de discernimento e boa fé.  É uma pena que esse discurso velhaco ainda tenha espaço nos dias de hoje.  Ademais, um discurso que só serve mesmo para perpetuar uma política demagógica que nada mais tem a oferecer além da pura retórica.


"SINAIS DE PREOCUPAÇÃO E ESPERANÇA" (FHC-Estadão)

O belo e construtivo artigo abaixo, é de Fernando Henrique Cardoso e devemos vê-lo com a origem em um estadista, professor, escritor e sociólogo, tudo do mais alto nível da intelectualidade internacional. Por isso, o tom ponderado e sem radicalismos, como se fosse um árbitro da situação brasileira,  sem objetivo principal de ferir adversários. 
Contudo, espantei-me ao ler a opinião dele de que LULLA não praticou populismo, mas, logo depois, percebi qual era sua intenção quando desconstruiu o principal viés em que se baseia o PT, afirmando que não há ideologia na ação petista mas uma mistura desordenada de intenções progressistas, mas que não o são. 
Mostrou, assim, com elegância erudita, a confusão mental-partidária do petismo, lastreada pela "lullose" que afeta o País.
Vela a pena ler todo o artigo, mas permiti-me salientar em azul alguns trechos que pensei serem relevantes.
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Sinais de preocupação e esperança

Fernando Henrique Cardoso
03 Janeiro 2016 | 03h 00
Em 2015 houve muitos sinais de desalento. Assistimos à implosão do Oriente Médio, com a expansão do Estado Islâmico na esteira da guerra civil na Síria e no Iraque. Processo que se refletiu também na África, onde a Líbia se afunda no desgoverno e grupos radicais islâmicos fazem do terrorismo uma ameaça cada vez mais disseminada. Na Europa, assustada com as ondas migratórias, crescem os partidos xenófobos de ultradireita. Nos Estados Unidos, a voz trombeteira de Donald Trump põe em risco os ideais dos pais fundadores do país, criado para ser a terra da liberdade religiosa e da aceitação da diversidade.
Não obstante, nem tudo foi desânimo. A Conferência do Clima, em Paris, deu sinais de que os governos e as empresas despertaram e perceberam que o aquecimento global é um fato. Pode-se criticar o acordo num ou noutro ponto, mas ele dá passos concretos para a construção de uma economia de baixo carbono. A César o que é de César: o governo brasileiro, com a ministra Isabella Teixeira à frente, acordou e começa a acertar os passos em matéria climática.
Tampouco dá para desconhecer que o acordo com o Irã representou um avanço importante para conter a nuclearização. O Ocidente, que há tempo dialoga com a China, deverá prosseguir as negociações diplomáticas com os países muçulmanos. Terá de reconhecer os interesses do Irã no Oriente Médio e a presença da Rússia na região, levando-a ao diálogo diplomático e até mesmo ao esforço militar comum.
Também os ventos antipopulistas começam a soprar na América Latina. A derrota dos candidatos peronistas na Argentina e, sobretudo, a espetacular maioria obtida pela oposição democrática na Venezuela enchem de ânimo os que não confundem populismo com progressismo. Uruguai e Chile são governados por partidos “de esquerda”, mas não populistas, e a nenhum democrata ocorre torcer por sua derrota só por essa inclinação política. Outra coisa é o autoritarismo pseudonacionalista, que distribui uma renda que não se sustenta no tempo e atropela regras democráticas, quando não viola direitos humanos, para se perpetuar no poder, como no caso do “bolivarianismo”, que, como uma lâmina, estava e ainda está cravado no arcabouço institucional da região. Esse populismo começa a se desfazer. São sinais promissores.
A confusão entre populismo e políticas “de esquerda” baseia-se num equívoco: o de que medidas que propiciam melhoria imediata das condições de vida são progressistas, mesmo que não se possam manter no tempo. Em contrapartida, seriam de “direita” providências que impedem gastar mais do que se pode, à custa de endividamentos e da insolvência. Na verdade, o respeito ao equilíbrio orçamentário, o controle da inflação e a não manipulação do câmbio (sem austeridades eternas, nem monetarismos fora de moda) são condições indispensáveis para o crescimento econômico e para a inclusão social. Não são suficientes, mas são indispensáveis para que as políticas sociais se mantenham. Ao ignorá-las, muitos projetos ditos “em benefício do povo” terminam em ruínas.
Meus votos para 2016 são para que esta brisa benfazeja chegue ao Brasil. E assim como desejo que a onda repressiva e antimigratória que alcança a Europa e o populismo de direita que assola os Estados Unidos encontrem limites, espero que os populismos disfarçados de progressistas regridam em nossa região.
É difícil de dizer que o populismo é o traje institucional brasileiro. Há líderes que de vez em quando se mascaram com tal vestuário, porém ora têm vinculações à esquerda, ora à direita, ora ao centro ou onde mais haja pontos num hipotético espaço ideológico. A figura que na política brasileira recente mais se aproximou do modelo carismático, Lula, não chegou a institucionalizar o populismo. Prevaleceu no Brasil um misto entre “progressismo”, atraso, corrupção, nacionalismo, redistributivismo, etc., com laços empresariais, nem sempre sadios. Nada comparável à ideologia populista do peronismo ou do bolivarianismo, que tinham fortes traços antiamericanos ou anticapitalistas. Vingou entre nós um híbrido de oportunismo tradicional, clientelismo, corrupção e incompetência, sem fórmulas ideológicas consistentes.
Também isso está a se desfazer. Os desastres econômicos levaram essas políticas petistas à impossibilidade prática. Elas não se limitaram, o que seria defensável, a beneficiar os mais pobres, mas distribuíram vantagens pecuniárias, via Orçamento ou à margem dele, a quem menos precisava. Resultado: as finanças públicas estão em estado falimentar.
Sem o charme do populismo mais vigoroso e com o Tesouro vazio, como manter a “hegemonia” do PT? Impossível. Assistimos nos últimos meses de 2015 ao esfacelamento da “base aliada” e à queda vertiginosa do apoio popular ao governo. O desencontro entre Ministério da Fazenda, governo e Congresso acelerou o desmoronamento político. Roubaram tanto para sustentar os partidos no poder que suscitaram uma reação salutar e inédita. Algumas instituições do Estado se revigoraram. Vemos a Justiça, as Procuradorias e mesmo a Polícia Federal tentando extirpar os que fizeram “malefícios”. Como as regras da democracia prevalecem, não impera o medo e a mídia atua com propriedade informando o que ocorre nos gabinetes.
Há sinais de esperança. Comecemos 2016 com ânimo, imaginando que pelo melhor meio disponível (renúncia, retomada da liderança presidencial em novas bases ou, sendo inevitável, impeachment ou nulidade das eleições) encontraremos os caminhos da convergência nacional, respeitando a diversidade de opiniões, propiciando uma vida mais decente para todos, com a retomada do crescimento, a volta do emprego e a reconstrução da política republicana. São os meus votos.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO É SOCIÓLOGO, FOI PRESIDENTE DA REPÚBLICA

FIM DA SERVIDÃO VOLUNTÁRIA

Ao começar um novo ano, 2016, que corresponde ao um novo ciclo, desta vez de 366 dias, em nossas vidas, renovo o pensamento ancestral que penso ser o orientador de nossas vidas individuais. Se ele for aplicado, nossas vidas sociais terão melhor direcionamento, melhor aproveitamento e harmonia. Antes de tudo, vale a coragem de ser diferente, ousar e opinar de forma contrária, se adequado, mesmo que a maioria pense igual.
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Sejam resolutos em não servir e vocês serão livres. (Éttiene de la Boétie, em 1500)

O ESCLARECIMENTO NO HOJE

Tema filosófico de ontem, incidente sobre hoje, sobre o qual merece que pensemos.


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O que é esclarecimento?
Artigo do filósofo Immanuel Kant (Königsberg, Prússia, 30 de setembro de 1784).
Tradução de Luiz Paulo Rouanet, professor da PUC-Campinas.

Esclarecimento¹ (Aufklärung) significa a saída do homem de sua menoridade, pela qual ele próprio é responsável. A menoridade é a incapacidade de servir-se de seu próprio entendimento sem a tutela de outro. É a si próprio que deve-se atribuir essa menoridade, uma vez que ela não resulta da falta de entendimento, mas da falta de resolução e de coragem necessárias para utilizar seu entendimento sem a tutela de outro.Sapere aude²! Tenha a coragem de te servir de teu próprio entendimento! Tal é portanto a divisa do Esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma parte tão grande dos homens, libertos há muito pela natureza de toda tutela alheia (naturaliter majorennes), comprazem-se em permanecer por toda vida menores; e é por isso que é tão fácil a outros instituírem-se seus tutores. É tão cômodo ser menor! Se possuo um livro que possui entendimento por mim, um diretor espiritual que possui consciência em meu lugar, um médico que decida acerca de meu regime, etc., não preciso eu mesmo esforçar-me. Não sou obrigado a refletir, se é suficiente pagar; outros se encarregarão por mim da aborrecida tarefa.
Que a maior parte da humanidade (e especialmente todo o belo sexo) considere o passo a dar para ter acesso à maioridade como sendo não só penoso, como ainda perigoso, é ao que se aplicam esses tutores que tiveram a extrema bondade de encarregar-se de sua direção. Após ter começado a emburrecer seus animais domésticos e cuidadosamente impedir que essas criaturas tranquilas sejam autorizadas a arriscar o menor passo sem o andador que as sustenta, mostram-lhes em seguida o perigo que as ameaça se tentam andar sozinhas. Ora, esse perigo não é tão grande assim, pois após algumas quedas elas acabariam aprendendo a andar; mas um exemplo desse tipo intimida e dissuade usualmente toda tentativa ulterior. É, portanto, difícil para todo homem tomado individualmente livrar-se dessa menoridade que se tornou uma espécie de segunda natureza. Ele se apegou a ela, e é então realmente incapaz de se servir de seu entendimento, pois não deixam que ele o experimente jamais. Preceitos e fórmulas, esses instrumentos mecânicos destinados ao uso racional, ou antes ao mau uso de seus dons naturais, são os entraves desses estado de menoridade que se perpetua. Quem o rejeitasse, no entanto, não efetuaria mais do que um salto incerto por cima do fosso mais estreito que seja, pois ele não tem o hábito de uma tal liberdade de movimento. Assim, são poucos os que conseguiram, pelo exercitar de seu próprio espírito, libertar-se dessa menoridade tendo ao mesmo tempo um andar seguro.
Que um público, porém, esclareça-se a si mesmo, é ainda assim possível; é até, se lhe deixarem a liberdade, praticamente inevitável. Pois então sempre se encontrarão alguns homens pensando por si mesmos, incluindo os tutores oficiais da grande maioria, que, após terem eles mesmos rejeitado o jugo da menoridade, difundirão o espírito de uma apreciação razoável de seu próprio valor e a vocação de cada homem de pensar por si mesmo. O que há de especial nesse caso é que o público, que outrora eles haviam submetido, os forçará então a permanecer nesse estado, por pouco que eles sejam pressionados pelas iniciativas de alguns de seus tutores totalmente inaptos ao Esclarecimento. O que prova a que ponto é nocivo inculcar preconceitos, pois eles acabam vingando-se de seus autores ou dos predecessores destes. É por esse motivo que um público só pode aceder lentamente ao Esclarecimento. Uma revolução poderá talvez causar a queda do despotismo pessoal ou de uma opressão cúpida e ambiciosa, mas não estará jamais na origem de uma verdadeira reforma da maneira de pensar; novos preconceitos servirão, assim como os antigos, de rédeas ao maior número, incapaz de refletir.
Esse Esclarecimento não exige, todavia, nada mais do que a liberdade; e mesmo a mais inofensiva de todas as liberdades, isto é, a de fazer um uso público de sua razão em todos os domínios. Mas ouço clamar de todas as partes: não raciocinai! O oficial diz: não raciocinai, mas fazei o exercício! O conselheiro de finanças: não raciocinai, mas pagai! O padre: não raciocinai, mas crede! (Só existe um senhor no mundo que diz: raciocinai o quanto quiserdes, e sobre o que quiserdes, mas obedecei!). Em toda parte só se vê limitação da liberdade. Mas que limitação constitui obstáculo ao Esclarecimento, e qual não constitui ou lhe é mesmo favorável? Respondo: o uso público de nossa razão deve a todo momento ser livre, e somente ele pode difundir o Esclarecimento entre os homens. O uso privado da razão, por sua vez, deve com bastante frequência ser estreitamente limitado, sem que isso constitua um entrave particular o progresso do Esclarecimento. Mas entendo por uso público de nossa razão o que fazemos enquanto sábios para o conjunto do público que lê.
Denomino de uso privado aquele que se é autorizado a fazer de sua razão em um certo posto civil ou em uma função da qual somos encarregados. Ora, muitas tarefas que concorrem ao interesse da coletividade (gemeinem Wesens) necessitam de um certo mecanismo, obrigando certos elementos da comunidade a se comportar passivamente, a fim de que, graças a uma unanimidade artificial, sejam dirigidos pelo governo a fins públicos, ou pelo menos impedidos de destruí-los. Nesse caso, com certeza, não é permitido argumentar (räsonieren). Deve-se somente obedecer. Dado que essa parte da máquina, no entanto, se concebe como elemento do bem público como um todo, e mesmo da sociedade civil universal, assume por conseguinte a qualidade de um erudito que se dirige a um só público, no sentido próprio do termo, por meio de escritos, ele pode então raciocinar sem que as tarefas às quais ele está ligado como elemento passivo sejam afetadas. Desse modo, seria muito nocivo que um oficial, tendo recebido uma ordem de seus superiores, ponha-se durante seu serviço a raciocinar em voz alta sobre a conveniência ou utilidade dessa ordem; ele só pode obedecer. Mas não se pode com justiça proibir-lhe, enquanto especialista, de fazer observações sobre as faltas cometidas durante o período de guerra, e submetê-las ao julgamento de seu público.
O cidadão não pode recusar-se a pagar os impostos que lhe são exigidos; a crítica insolente de tais impostos no momento em que ele tem a obrigação de pagá-los pode até ser punida como um escândalo (que poderia provocar rebeliões gerais). Mas não está em contradição com seu dever de cidadão se, enquanto erudito, ele manifesta publicamente sua oposição a tais imposições inoportunas ou mesmo injustas. Do mesmo modo, um padre está obrigado diante de seus catecúmenos e sua paróquia a fazer seu sermão de acordo com o símbolo da Igreja à qual ele serve; pois ele foi empregado sob essa condição. Mas, enquanto erudito, ele dispõe de liberdade total, e mesmo da vocação para tanto, de partilhar com o público todas suas ideias minuciosamente examinadas e bem intencionadas que tratam das falhas desse simbolismo e de projetos visando a uma melhor abordagem da religião e da Igreja. Não há nada aí que seja contrário à sua consciência. Pois o que ele ensina em virtude de sua função enquanto dignitário da Igreja, ele o expõe como algo que ele não pode ensinar como quiser, mas que é obrigado a expor segundo a regra e em nome de uma outra.
Ele dirá: nossa Igreja ensina isto ou aquilo; eis as provas das quais ela se serve. Ele extrairá em seguida todas as vantagens práticas, para sua paróquia, dos preceitos os quais, por sua parte, ele não subscreve com convicção total, mas que ele expõe de modo sólido, pois não é impossível que haja neles uma verdade oculta, e em todo caso, nada há ali que contradiga a religião interior. Pois, se ele julgasse encontrar tal coisa, não poderia em consciência exercer sua função; deveria demitir-se. O uso, portanto, que um pastor em função faz de sua razão diante de sua paróquia é apenas um uso privado; pois esta é uma assembleia de tipo familiar, qualquer que seja sua dimensão; e, levando isso em conta, ele não é livre enquanto padre e não tem o direito de sê-lo, pois ele executa uma missão alheia à sua pessoa. Em contrapartida, enquanto erudito que, por meio de seus escritos, fala ao verdadeiro público, isto é, ao mundo, por conseguinte no uso público de sua razão, o padre desfruta de uma liberdade ilimitada de servir-se de sua própria razão e de falar em seu próprio nome. Pois, querer que os tutores do povo (nas coisas eclesiásticas) voltem a ser menores, é um absurdo que contribui para a perpetuação dos absurdos.
Entretanto, uma sociedade de eclesiásticos, um sínodo, por exemplo, ou uma classe (como são chamados entre os holandeses), não deveriam ter o direito de comprometer-se mutuamente por juramento sobre um certo símbolo imutável, para assim manter sob tutela superior permanente cada um de seus membros e, graças a eles, o povo, e desse modo perenizar tal tutela? Digo que é absolutamente impossível. Tal contrato, concluído para proibir para sempre toda extensão do Esclarecimento ao gênero humano, é completamente nulo e para todos os efeitos não ocorrido, tivesse sido implementado mesmo pelo poder supremo, pelas Dietas do Império e pelos mais solenes tratados de paz. Uma época não pode se aliar e conspirar para tornar a seguinte incapaz de estender seus conhecimentos (sobretudo tão urgentes), de libertar-se de seus erros e finalmente fazer progredir o Esclarecimento. Seria um crime contra a natureza humana, cuja vocação original reside nesse progresso; e os descendentes terão pleno direito de rejeitar essas decisões tomadas de maneira ilegítima e criminosa.
A pedra de toque de tudo o que pode ser decidido sob forma de lei para um povo se encontra na questão: um povo imporia a si mesmo uma tal lei? Ora, esta seria possível, por assim dizer, na espera de uma melhor, e por um breve e determinado período, a fim de introduzir uma certa ordem; sob condição de autorizar ao mesmo tempo cada um dos cidadãos, principalmente o padre, em sua qualidade de erudito, a fazer publicamente, isto é, por escrito, suas observações sobre os defeitos da antiga instituição, sendo enquanto isso mantida a ordem introduzida. E isso até que a compreensão de tais coisas esteja publicamente tão avançada e confirmada a ponto de, reunindo as vozes de seus defensores (nem todos, com certeza), trazer diante do trono um projeto: proteger as paróquias que se julgassem a respeito de uma instituição da religião modificadas segundo suas concepções, sem prejudicar contudo aquelas que quisessem manter-se na situação antiga. Mas é simplesmente proibido acordar-se sobre uma constituição religiosa imutável, a não ser contestada publicamente por ninguém, mesmo que fosse o tempo de duração de uma vida, e anular literalmente, desse modo, todo um período da marcha da humanidade em direção à sua melhoria, e torná-la não só estéril, mas ainda prejudicial à posteridade. Um homem pode, a rigor, pessoalmente e, mesmo então, somente por algum tempo, retardar o Esclarecimento em relação ao que ele tem a obrigação de saber; mas renunciar a ele, seja em caráter pessoal, seja ainda mais para a posteridade, significa lesar os direitos sagrados da humanidade, e pisar-lhe em cima.
Mas o que um povo não é sequer autorizado a decidir por si mesmo, um monarca tem ainda menos o direito de decidir pelo povo; pois sua autoridade legislativa repousa precisamente sobre o fato de que ele reúne toda a vontade popular na sua. Se ele propõe apenas conciliar toda verdadeira ou pretensa melhoria com a ordem civil, ele só pode, por outro lado, deixar a cargo de seus súditos o que eles estimam necessário para a salvação de sua alma; isto não lhe diz respeito. Em contrapartida, ele deve velar para que ninguém impeça a outro pela violência de trabalhar com todas suas forças para a definição e promoção de sua salvação. Ele prejudica à sua própria majestade quando intervém nesses assuntos, como se concernissem à autoridade do governo os escritos nos quais seus súditos tentam esclarecer sua ideia, ou quando age por sua própria vontade e se expõe à censura de Caesar non est supra Grammaticos3 . É também, e mais ainda, o caso quando ele rebaixa seu poder supremo defendendo contra o resto de seus súditos o despotismo eclesiástico de alguns tiranos em seu Estado.
Quando se pergunta, portanto: vivemos atualmente numa época esclarecida? A resposta é: não, mas numa época de Esclarecimento. Muito falta ainda para que os homens, no estado atual das coisas, tomados conjuntamente, estejam já num ponto em que possam estar em condições de se servir, em matéria de religião, com segurança e êxito, de seu próprio entendimento sem a tutela de outrem. Mas que, desde já, o campo lhes esteja aberto para mover-se livremente, e que os obstáculos à generalização do Esclarecimento e à saída da menoridade que lhes é auto-imputável sejam cada vez menos numerosos, é o que temos signos evidentes para crer. A esse respeito, é a época do Esclarecimento, ou o século de Frederico II, o Grande [rei da Prússia]. Um príncipe que não julga indigno de si mesmo que ele considere como um dever nada prescrever aos homens em matéria de religião, que lhes deixa sobre esse ponto uma liberdade total, e recusa, no que lhe diz respeito, o orgulhoso termo de tolerância, é ele mesmo esclarecido, e por ter sido o primeiro a libertar o gênero humano de sua menoridade, pelo menos no que concernia ao governo, e por ter deixado a cada um livre de se servir de sua própria razão em todas as questões de consciência, merece ser louvado pelo mundo que lhe é contemporâneo, e pelo futuro agradecido. Sob seu reinado, honoráveis eclesiásticos, a despeito de seu dever de função, têm a permissão, em qualidade de eruditos, de apresentar-se livre e publicamente ao exame de todos os juízos e pontos de vista que se afastam aqui ou ali dos símbolos adotados. Melhor ainda, esse direito é concedido a todos que não se encontram limitados por seu dever de função. Esse espírito de liberdade estende-se também ao exterior, mesmo onde deve lutar com os obstáculos externos de um governo que ignora sua verdadeira missão. Pois mostra a este, por seu exemplo brilhante, que ali onde reina a liberdade nada há a temer para a tranquilidade pública e unidade do Estado. Os homens procuram libertar-se de sua grosseria, por pouco que não se esforcem para mantê-los artificialmente em tal condição.
Situei o alvo principal do Esclarecimento, a saída do homem da menoridade da qual ele próprio é culpado, principalmente no domínio da religião: pois, em relação às ciências e às artes, nossos soberanos não se interessaram em desempenhar o papel de tutores de seus súditos. Além disso, essa menoridade à qual me referi, além de ser a mais nociva, é também a mais desonrosa. Mas a reflexão de um chefe de Estado que favorece o Esclarecimento vai mais longe e vê bem que, mesmo a respeito da legislação, não há perigo em autorizar seus súditos a fazer publicamente uso de sua própria razão, e em expor ao mundo suas ideias sobre uma melhor redação das leis, mesmo que seja com ajuda de uma crítica franca das já existentes; é disso que temos um exemplo brilhante, que nenhum outro monarca a não ser aquele que veneramos forneceu ainda. Mas somente aquele que, além disso, ele mesmo esclarecido, não teme as trevas, mas ao mesmo tempo tendo sob o comando um exército numeroso e bem disciplinado, garantia da tranquilidade pública, pode dizer o que um Estado livre não ousa dizer: raciocinai o quanto quiserdes, e sobre o que desejardes, mas obedecei! Revela-se assim uma marcha estranha, inesperada das coisas humanas; de todo modo, aqui como em todo lugar, quando se considera globalmente, quase tudo o que há nisso é paradoxal. Um grau mais elevado de liberdade civil parece ser vantajoso para a liberdade de espírito do povo, e lhe impõe todavia barreiras intransponíveis; um grau menos elevado daquela proporciona a este, em contrapartida, a possibilidade de estender-se de acordo com suas forças. Quando, portanto, a natureza libertou de seu duro envoltório o germe sobre o qual ela vela mais ternamente, isto é, a inclinação e a vocação para pensar livremente, então essa inclinação age por sua vez sobre a sensibilidade do povo (graças à qual este se torna cada vez mais capaz de ter a liberdade de agir) e, finalmente, também sobre os princípios do governo, que encontra o seu próprio interesse em tratar o homem, que doravante é mais do que uma máquina, na medida de sua dignidade.


RESPONSABILIDADE É ISSO

País sério, porquê preocupado com seus cidadãos e com a manutenção do estado de responsabilidade de cada um, age assim. Importa menos sua ideologia e mais, muito mais!, a valorização individual e comunitária. É claro que por lá ocorrem desacertos no trato da cidadania, mas o sentido da responsabilidade ainda é visível. 
Já, por aqui...bem, sabemos o quê ocorre. Enfim, pelo menos nesse ponto, tive inveja dos chineses.
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Autoridades da China prendem 11 pessoas por deslizamento de terra em Shenzen
O ESTADO DE S.PAULO
01 Janeiro 2016 | 10h 55
No mês passado, montanha de resíduos de construção que havia sido levantada contra uma colina desmoronou durante chuvas fortes, matou 12 pessoas e deixou 62 desaparecidos
Pequim - Autoridades do sul da China prenderam 11 pessoas depois que um deslizamento de terra em um local de despejo de resíduos de construção matou 12 pessoas e deixou 62 desaparecidos no mês passado. Promotores da cidade de Shenzhen, em um comunicado na quinta-feira, disseram que um despachante e o supervisor do local, além do gerente chefe e o vice de uma empresa responsável pela operação de descarga, estavam entre os presos.
Em 20 de dezembro, uma montanha de resíduos de construção que havia sido levantada contra uma colina desmoronou durante chuvas fortes, atingindo um parque industrial de Shenzhen. A cidade, que fica perto de Hong Kong, produz bens que vão desde telefones celulares a carros, e atrai trabalhadores de todas as partes da China.
Os promotores disseram que as 11 pessoas foram acusadas da negligência que teria causado o grave acidente. Eles também pediram que a polícia rastreie outros suspeitos.
Um funcionário no distrito onde o aterro foi localizado pulou de um prédio cerca de uma semana após o desastre. Não estava claro se o homem, identificado apenas pelo sobrenome Xu, estava sob investigação a respeito do deslizamento de terra. No entanto, como chefe do Escritório de Gestão Urbana do distrito, suas responsabilidades gerais incluiriam as que regulam as empresas e locais de construção na área.
Especialistas têm chamado o deslizamento de terra de um desastre provocado pelo homem, levantando a possibilidade de sanções duras para qualquer responsável. Apesar da ameaça de prisão sobre acidentes industriais graves, a falta de supervisão regulatória e o corte de custos muitas vezes levam a desastres mortais na China.

CONHECIMENTO COMO ASPIRAÇÃO DO SER HUMANO

A LOGOSOFIA é uma área do conhecimento que deve ser melhor conhecida e compreendida. Abaixo, exponho uma breve artigo  sobre o tema.
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Para dar maior conteúdo à vida
Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)

O conhecimento é uma das posses a que mais deve aspirar o ser humano

No homem existiu sempre, por lei natural, a inclinação para a posse; possuir uma coisa constituiu-se em todas as épocas um prazer, experimentado desde o momento em que se pensou na posse até seu alcance. Isto, naturalmente, dá um conteúdo à vida durante todo o tempo em que se mantém vivo o pensamento da posse. Há uma sensação agradável, que chega a presidir a vigília e até o sono, sobretudo quando se produz a aproximação ao desejado, e, enquanto dura e se realiza a aspiração, o ser vive feliz.
Apesar de a vida humana ser um constante possuir, a maioria ignora como é possível cumprir este desígnio sem que cada posse produza tormento e aflição, em vez de dar felicidade. Há que saber o que se quer possuir, e saber, também, se tal posse haverá de identificar-se com a vida e será elemento fértil para o cultivo de futuras prerrogativas. Deve-se possuir, então, aquilo que ofereça felicidade com projeções ao eterno, para que ela não seja efêmera. Esta verdade deve ser para cada um o sol que ilumine os dias da existência.
Muitas vezes se tem visto as pessoas sentirem felicidade enquanto buscavam por todas as partes do mundo a posse, por exemplo, de um selo, a qual manteve viva nelas a ilusão de encontrá-lo. Uma vez em suas mãos, é colocado em um álbum que se fecha, acabando ali a posse. Tal fato constitui a própria negação da posse, porque toda coisa nova que se possua deve enriquecer o acervo pessoal e tudo quanto forme a própria vida, aumentando a felicidade, a alegria e oferecendo uma nova possibilidade.
O homem pode traçar para si uma norma de conduta, procurando na posse de algo que lhe embeleze a vida, ou lhe dê conteúdo, o vigor do qual tanto necessita a alma nos momentos difíceis e que tão somente lhe pode dar a felicidade sabiamente experimentada e vivida, e a alegria e a confiança no que possui. Não é olhando para aqui e para lá, dizendo "isto me agrada, e isso também, e aquilo e mais aquilo”, como se poderia encontrar prazer, senão que esse prazer há de achar-se na segurança de sentir-se dono do que já se possui e em saber que ainda se pode chegar a possuir muito mais, com inteligência e bom juízo.
É necessário dar à vida um conteúdo, que pode ser aumentado pela qualidade das posses a que se aspire. O conhecimento é uma das posses a que mais deve aspirar o ser humano, visto que facilita a posse de tudo mais. Ainda que em determinado momento se perca integralmente o material, se conservarão intactas as posses espirituais. O material poderá ser reconstruído, poderá ser novamente possuído; mas nunca caia o homem na aberração da conquista material exclusiva, pois lhe faria perder o patrimônio do espírito, que é de essência eterna. 

IMPOSTÔMETRO

Ontem, conhecemos a apuração do Impostômetro, aquele sistema automático que calcula o quanto de impostos já pagamos, a partir de dados obtidos pela média da arrecadação auferida pelos poderes federal, estaduais e municipais. Pois bem! passamos dos 2 TRILHÕES DE REAIS, não milhões, nem tampouco billhões, mas TRILHÕES! Aí, então, vemos lá, no lado oposto, a tabela comparativa, aquela que mede ou confronta os benefícios que recebemos por haver contribuído tanto com o sistema governamental. Esta tabela evidentemente não existe, ela é criada pela nossa memória e da vivência daquilo que queremos, mas não vemos oferecido pelo Governo como contrapartida. Quase nada foram os benefícios a respeito de tudo isso, e não podemos considerá-los benefícios dados, mas obrigatórios do governo, já que nós pagamos por tudo o que deveríamos ter. Acessando a página  http://www.impostometro.com.br/ veremos que há uma tabela do crescimento, ano após ano, dessa parcela que nos é subtraída, assim como, um quadro comparativo de quantos dias anuais são necessários trabalhar para pagar impostos, em relação a outros países. Os dados que veremos correspondem a crescimentos anuais significativos, especialmente no governo petista, aquele com retórica tonitruante ao longo das décadas e dos demais governos brasileiros, contra os impostos exorbitantes, contra a falta de retorno social, contra a ausência de infraestrutura.
Eis, então, a característica enganosa da "lullocracia", pelo lado político, ou da "lullose", pelo lado da doença epidêmica que assola o País. Sugiro, pois, acompanhar os dados apurados no sítio indicado, pois aí estão os absurdos obtidos pelos meios ditos legais, mas imorais, pois pressionam covardemente toda a população. Já com relação aos dados daquilo que deveríamos receber em troca, mas não obtemos e padecemos pela falta desses benefícios, as informações correspondem à nossa vida diária, sem saúde pública adequada, sem segurança nas ruas e nas fronteiras, sem infraestrutura nas rodovias, mas com muito populismo, aquele que possibilita pendurar os paletós nas cadeiras inúteis do serviço público, garantindo o dízimo ao petralhismo. 
Enfim, vivenciamos a exaltação da arrogância canalha e oportunista, ao mesmo tempo que sofremos os resultados da incompetência gerencial sobre uma Nação, que ocorre não sei se apenas pela falta de preparo, ou se pela esperteza em organizar o saque, ou, até, por inapetência total pelo trabalho. 
A união destes três fundamentos é que nos dará a síntese do que é o "lullopetismo".

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O EXTREMISMO DITATORIAL CONFRONTADO COM O LIBERALISMO

  "A Revolta de Atlas", de Ayn Rand, é uma das obras literárias, de conteúdo filosófico e econômico, mais importantes na defesa da...