OS NÃO COMUNS

(de Cláudio Humberto-14/09/2009)

Lina Vieira causou irritação ao vigiar jatinhos em Brasília

O governo Lula ainda não sabe como cancelar, com discrição, uma invenção da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira que provocou muitas reclamações de lobistas, empresários, corruptores e políticos: quem sai ou chega a Brasília em jatinho agora é obrigado a utilizar o Terminal 2 do aeroporto, passando – com suas malas – pelo raio-x, câmeras de segurança e agentes da Receita e da Policia Federal.

Antes de Lina Vieira, passageiros de jatinhos e malas recheadas de dinheiro passavam, discretamente, só nos hangares de táxi aéreo.

Agora, passageiro de jatinho em Brasília é recolhido em uma van da Infraero e levado ao Terminal 2 do aeroporto.

Meu Comentário:

Ao ler a matéria do colunista Cláudio Humberto, é possível perceber o quanto de desfaçatez existe no mundo dos negócios, entre o privado e o público. Certamente essa medida será revertida. Afinal, todos esses citados, assim como Sarney, não devem ser pessoas comuns.


POLÍTICA, A VERDADEIRA

Quase todos os dias vemos e sabemos ocorrer denúncias de erros administrativos, éticos ou morais, postos a público tanto pela oposição quanto pelos governistas, em batalhas episódicas na guerra pelo Poder. Há, então, o debate acirrado, a indignação pública, cada um toma o seu lado, a imprensa vai fundo no caso, mesmo onde deveria ter ido antes, e nada acontece. Logo depois, vemos que esses ânimos indignados pela imoralidade ocorrida, se acomodam, mudam de conversa, iniciam um processo de "todavia", "porém", "mas", etc. e o caso se esvai porque os acertos foram feitos. As várias correntes, não mais tanto ideológicas, mas, sim, de interesses escusos, se juntam, no interesse dos grupos. Até a imprensa, aquela que aparece nas pesquisas de opinião, como a mais confiável para a população, deixa de valorizar o valorizado antes e desvia o assunto, esquece. Assim, pouco a pouco, o resto de esperança que tínhamos numa reforma da linha ética de uma parte do Congresso e das Instituições, vai à falência, finda, esvanece. Esses acordos, já denominados de "acordãos", e que dão relevo ao clima negocial dos bastidores, fazem parte de nosso dia-a-dia, levando a que os assumamos bovinamente e os vivenciemos como corretos nas atitudes republicanas e democráticas do Brasil, em face da aplicação do princípio dos usos e dos costumes, fundamentado na ação da pior legislatura já ocorrida "NESTEPAIZ". É ali que ocorre a confluência de interesses particulares desses representantes do povo, enquanto, este, o eleitor tem as suas vontades esquecidas.
Perceba-se que, até agora, não mencionei a palavra política, já que o que está acontecendo nada tem da verdadeira Política (claro, com P). O que vem ocorrendo no Brasil é a negociação de interesses, popularmente denominada de negociata. Eis o termo adequado! Quando falarmos disso que aí está, por favor, não mencionemos Política, apenas negociata. A junção de forças antagônicas na Política, por meio da boa retórica e da construtiva dialética, é salutar e necessária quando postas a serviço da verdadeira construção ideológica que leva efeitos para o bem estar do povo.
A esse procedimento da sociedade, por intermédio dos seus representantes, os parlamentares, é que chamaríamos Política, em torno da qual todas as discussões teriam como base a estruturação e a formação da sociedade e da Nação brasileiras.
Só que, hoje, acabaram-se os interesses maiores, suprapensados, supraprojetados, supraestimulados, com visão de décadas, ou de séculos, para a frente, estruturando a sociedade em que vivemos hoje, e que nossos descendentes usufruirão amanhã, formando a nacionalidade e possibilitando identidade universal ao País. Perdeu-se o pensamento e a visão horizontais e ganhou o olhar, aquele que nos dá o limite do umbigo.
A cidadania brasileira deve retomar o rumo do pensamento construtivo e adequar-se ao contexto da nova ordem mundial, execrando o fisiologismo, o patrimonialismo e a politicagem. Isso só será conseguido se tivermos a consciência do voto adequado, nas pessoas certas e confiáveis, à luz do seu passado.

HOMENS MEDÍOCRES

José Ingenieros diz que: "O homens evoluem com a variação de suas crenças, não necessariamente as religiosas, e podem transformá-las enquanto vão aprendendo; as sombras acomodam as próprias crenças aos seus apetites, e pretendem encobrir a indignidade com o nome de evolução. Se dependesse delas, esta última palavra equivaleria a desequilíbrio, ou a falta de vergonha; muitas vezes, a traição. .... Quantos há que parecem homens, e que só valem pelas posições alcançadas nos meios mediocráticos Vistos de perto, examinados em obras e ações, são menos dos que nada; valores negativos. Sombras. Os caracteres excelentes são indomesticáveis. Sua firmeza os sustenta."
Meu comentário:
Evidentemente, nos nossos homens públicos de hoje, não há caráter, há mediocridade. Eles são entes servis ao erro, ao ganho fácil, à corrupção, à enganação, à mentira. Por isso mesmo, por essa falta de escrúpulos e por essa ambição sem limites, são extremamente perigosos.

FÁBULA DA ASSIMILAÇÃO

A fábula relatada abaixo, mostra que o poder transforma as pessoas. A posição de inferioridade faz com que clamemos contra o sistema, teorizemos sobre a classe dominante, sonhemos com a realidade que não alcançamos agora, projetemos ações, a partir da vontade que temos, longe do que almejamos. Quando conseguimos chegar ao objeto do nosso sonho, as coisas mudam. Tornamo-nos vorazes de espaço e de dominação; somos avaros na distribuição do bolo; queremos, ao custo dos outros, ter mais riquezas e garantias; não nos suprimos mais, apenas com a dimensão do hoje ou do amanhã. Erroneamente, nosso horizonte deve ter a distância da nossa existência, que pensamos ser imorredoura, mas que é curta demais para sermos tão egoístas e arrogantes para com a vida. Os ratos da fábula passaram uma vida observando o alimento indisponível pelo obstáculo. Esqueceram de trabalhar para suprir essa deficiência de alimento, enquanto criticavam com palavras vãs o sistema. Ao ter satisfeito o desejo do queijo, perderam-se nas divisões, nas lutas pela sobrevivência dos mais fortes e criaram um sistema, tal qual o anterior. Como na "Revolução dos Bichos", de George Orwell, e assim como os porcos de lá, aqui, o próximo passo será o congraçamento com o gato, em lautos jantares de queijo e marmelada, conspirando contra os ratos fracos.



O sonho dos ratos
Rubens Alves

Era uma vez um bando de ratos que vivia no buraco do assoalho de uma casa velha. Havia ratos de todos os tipos: grandes e pequenos, pretos e brancos, velhos e jovens, fortes e fracos, da roça e da cidade. Mas ninguém ligava para as diferenças, porque todos estavam irmanados em torno de um sonho comum: um queijo enorme, amarelo, cheiroso, bem pertinho dos seus narizes.

Comer o queijo seria a suprema felicidade...

Bem pertinho é modo de dizer. Na verdade, o queijo estava imensamente longe, porque entre ele e os ratos estava um gato... O gato era malvado, tinha dentes afiados e não dormia nunca. Por vezes fingia dormir. Mas bastava que um ratinho mais corajoso se aventurasse para fora do buraco para que o gato desse um pulo e, era uma vez um ratinho...

Os ratos odiavam o gato. Quanto mais o odiavam mais irmãos se sentiam. O ódio a um inimigo comum os tornava cúmplices de um mesmo desejo: queriam que o gato morresse ou sonhavam com um cachorro...

Como nada pudessem fazer, reuniram-se para conversar. Faziam discursos, denunciavam o comportamento do gato (não se sabe bem para quem), e chegaram mesmo a escrever livros com a crítica filosófica dos gatos. Diziam que um dia chegaria em que os gatos seriam abolidos e todos seriam iguais. "Quando se estabelecer a ditadura dos ratos", diziam os camundongos, "então todos serão felizes"...

- O queijo é grande o bastante para todos, dizia um.

- Socializaremos o queijo, dizia outro.

Todos batiam palmas e cantavam as mesmas canções. Era comovente ver tanta fraternidade. Como seria bonito quando o gato morresse! Sonhavam. Nos seus sonhos comiam o queijo. E quanto mais o comiam, mais ele crescia. Porque esta é uma das propriedades dos queijos sonhados: não diminuem, crescem sempre.

E marchavam juntos, rabos entrelaçados, gritando: "o queijo, já!"...

Sem que ninguém pudesse explicar como, o fato é que, ao acordarem, numa bela manhã, o gato tinha sumido. O queijo continuava lá, mais belo do que nunca.

Olharam cuidadosamente ao redor. Aquilo poderia ser um truque do gato. Mas não era. O gato havia desaparecido mesmo. Chegara o dia glorioso, e dos ratos surgiu um brado retumbante de alegria. Todos se lançaram ao queijo, irmanados numa fome comum.

E foi então que a transformação aconteceu. Bastou a primeira mordida. Compreenderam, repentinamente, que os queijos de verdade são diferentes dos queijos sonhados. Quando comidos, em vez de crescer, diminuem.

Assim, quanto maior o número dos ratos a comer o queijo, menor o naco para cada um. Os ratos começaram a olhar uns para os outros como se fossem inimigos. Olharam cada um para a boca dos outros, para ver quanto do queijo haviam comido. E os olhares se enfureceram.

Arreganharam os dentes. Esqueceram-se do gato. Eram seus próprios inimigos. A briga começou. Os mais fortes expulsaram os mais fracos a dentadas. E, ato contínuo, começaram a brigar entre si. Alguns ameaçaram a chamar o gato, alegando que só assim se restabeleceria a ordem.

O projeto de socialização do queijo foi aprovado nos seguintes termos: "Qualquer pedaço de queijo poderá ser tomado dos seus proprietários para ser dado aos ratos magros, desde que este pedaço tenha sido abandonado pelo dono".

Mas como rato algum jamais abandonou um queijo, os ratos magros foram condenados a ficar esperando. Os ratinhos magros, de dentro do buraco escuro, não podiam compreender o que havia acontecido. O mais inexplicável era a transformação que se operara no focinho dos ratos fortes, agora donos do queijo. Tinham todo jeito do gato, o olhar malvado, os dentes à mostra.

Os ratos magros nem mais conseguiam perceber a diferença entre o gato de antes e os ratos de agora. E compreenderam, então, que não havia diferença alguma. Pois todo rato que fica dono do queijo vira gato.

Não é por acidente que os nomes são tão parecidos. (Gato/Rato)

FATOS QUE NÃO PODEM SER ESQUECIDOS

Para quem viu o olhar enlouquecido de Collor, contra Simon, deve lembrar das suas atitudes pessoais não menos esquisitas e assustadoras, quando Presidente. Por outro lado, levando em conta a característica da população brasileira, que é a de esquecimento rápido dos crimes cometidos pelos algozes, é uma pena que não lembremos mais do monstruoso crime cometido por ele e ao qual Maria Helena dá realce no texto abaixo. Não temos o direito, por nós e por nossos filhos, de esquecer o Plano Collor que acabou com ilusões, destruiu projetos pessoais e esfacelou vidas humanas.


Maria Helena R. R. de Souza, da coluna do NOBLAT.
07/08/2009

Agredidos e Ultrajados


O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, embriagado pelos quase 60 milhões de votos que recebeu em outubro de 2006, achou-se no direito de dar uma bofetada em milhões de famílias brasileiras, vítimas do chamado Plano Collor.

Na última quarta-feira, 21 de março de 2007, ele recebeu, em seu gabinete, no Palácio do Planalto, o senador Fernando Collor de Mello (sic). A mim não me interessa se o senador alagoano cumpriu seus 8 anos de afastamento da vida pública. Muito menos se não foi julgado pelo STF por falta de provas. Nem me venham dizer que ele foi absolvido pelo povo, já que acaba de ser eleito pelos alagoanos para representá-los no Senado Federal. Isso é uma vergonha para o Estado de Alagoas, nada mais do que isso.

O Plano Collor foi o mais sofisticado crime contra um povo que se tem notícia. Não usou tanques para bombardear populações inteiras. Não fuzilou ninguém em praça pública. Não prendeu, nem torturou, nem espancou, nem mandou enforcar. A arma que usou foi uma caneta. Que matou e feriu muita gente.

De repente, da noite para o dia, esse homem confiscou todo o dinheiro de um povo. A Caderneta de Poupança sempre foi a aplicação popular por excelência. É notório que o sucesso dos países desenvolvidos se deve à capacidade de seu povo poupar.

Tão importante era o apego e a fé na Poupança, que o candidato Collor dizia, em comícios, e depois pela televisão, que seu concorrente, o sindicalista Lula, comunista, iria tirar o dinheiro que o povo tinha na Caderneta de Poupança. Dizem que Lula perdeu porque Collor deu-lhe um soco abaixo da linha da cintura, apresentando uma ex-namorada que o acusava de monstruosidades.

Em um país machista como o nosso, isso pouca mossa causou, tanto que Collor venceu. E venceu porque todos ficaram com muito medo que o esquerdinha lhes confiscasse a Poupança. Eleito Collor, todos respiraram aliviados. Os poupadores de sempre foram dormir tranqüilos. Os que aplicavam no mercado financeiro, e tinham aprendido a duras penas como se defender das burrices dos planos econômicos que se sucediam como pragas, esses, com medo de um novo plano, migraram para a Poupança, o porto seguro.

Pois foi esse porto que Fernando Collor bombardeou, matando – literalmente – muita gente e ferindo para sempre muitos outros. O dinheiro que nos foi tomado ficaria retido no Banco Central por dezoito meses e, a partir do 19º mês, seria devolvido em 12 parcelas iguais e sucessivas, com juros de 6% ao ano, mais correção monetária.

Foi devolvido, é verdade. Aos inocentes, aos que não tinham amigos na praça, aos que não se sujeitaram a fazer acordos espúrios, aos que não se beneficiaram das famosas torneirinhas da Ministra da Economia (...) Esses, os tolos, receberam seu dinheiro em 12 parcelas. Que já não valia, podem fazer as contas que quiserem, aplicar os índices que bem entenderem, não valia, repito, o mesmo que valia em 16 de março de 1990, dia seguinte à posse do atual senador como Presidente da República do povo a quem iria apunhalar.

Essa monstruosidade não ajudou o Brasil em nada. Seis meses depois a inflação voltava galopante e a corrupção comia o país do centro para as bordas. Em setembro do mesmo ano, estava derrotada essa política desastrosa e criminosa e tudo voltava aos padrões característicos dos anos de alta inflação.

Muitos morreram de tristeza e medo. Muitos se suicidaram. Muitos tiveram que se desfazer, aos poucos, e para os espertos que se utilizaram das famosas torneirinhas, de carros e moradias. Muitos adiaram os planos de estudar e foram trabalhar para ajudar a família. O confisco não afetou somente os que foram suas vítimas. Em cascata, sofreram comerciantes, profissionais liberais, colégios, prestadores de serviços, uma infinidade de pessoas.

A tristeza que se abateu sobre o país, contada, ninguém acredita. Ruas escuras e silenciosas à noite, de dia longas filas nas portas dos bancos, para a retirada dos 50 mil cruzados novos que esse pastiche de marajá nos permitia levar para casa.

(...) E o que nós recebemos é essa agressão: exatamente 17 anos e cinco dias depois, o então candidato Lula, hoje Presidente da República, recebeu calorosa e gentilmente, para duas horas de papo ameno, em seu gabinete no Palácio do Planalto, o sujeito que o desrespeitou e à sua família, e que foi o causador de muito sofrimento e dor para uma enorme parcela da população brasileira.

Esse texto foi publicado aqui em 23 de março de 2007, intitulado “Agredidos”. Hoje, nesta semana que se iniciou em 3 de agosto de 2009, o título é outro. Com toda a dor que senti há dois anos e meio, não imaginei que a República das Alagoas estivesse para ser refundada, debaixo do mesmo tacão e tendo por seguidores os mesmos apadrinhados de outros tempos, as mesmas figuras insalubres para a sociedade brasileira e mais os aproveitadores de ocasião! Calculam contar com a proteção e as bênçãos do único partido que lhes fez frente, a verdade precisa ser dita, nos idos de 1992.

Ontem, o sempre fiel escudeiro Renan nos agrediu e ultrajou a todos: usou calão dentro da Casa do Povo, o que já é uma vileza. Mas nem com a proteção dos padrinhos teve a coragem de falar bem alto e de frente para o microfone: falou baixo e ainda pediu que tudo fosse apagado dos anais da Casa. E rompeu com qualquer padrão ético ao dizer que “minoria com complexo de maioria é falta de decoro parlamentar”.

Voltaram. Estão se achando muito fortes. Precisam sair de suas fortalezas/masmorras de ouro e prata e andar pelas ruas das cidades. Vão levar um bom susto.

ANOMALIAS REPUBLICANAS

Os parlamentares, tanto da Câmara quanto do Senado, estão reclamando que Lulla interfere para impedir a instalação da CPI da Petrobrás. Está errado Lulla? Democrática e republicanamente, está! Agora, ele como bom oportunista e sem capacidade de entender o holismo histórico que deve ser levado em conta na formação da Nação, acerta. E não se importa com o erro, pois apenas detém a visão pontual do momento, e os seus interesses pessoais e os do seu partido, sem levar em conta o processo democrático. Além do mais, ele surfa no momento Chavista e Morallista, dominantes da América Latina, onde predomina o messianismo e, por ele, a pressão para a ruptura dos padrões republicanos e constitucionais, lá e aqui.


Meu comentário:

Há algumas décadas, poucas, quanto alguém perdia disputas, discussões, embates esportivos, dizia-se que "apanha mais que mulher de soldado". Isso, porque vivia-se uma época em que a sociedade não tinha olhos para essa violência doméstica, constante, virulenta e inaceitável e isso fazia parte do anedotário cruel da vida. À parte o dito jocoso e impróprio, tanto para ontem e muito mais para hoje, não podemos fugir da correlação inevitável com o que ocorre na relação entre os Poderes Judiciário e Executivo, perante o Legislativo. Este, tem sido a mulher de soldado de ontem, que apanhava, ficava quieta e a sociedade aceitava. Já aqueles, Judiciário e Executivo, são os que batem impunemente, porque o outro lado é fraco e a sociedade concorda com isso. Fraco por quê? Por sua própria culpa! Por sua desatenção, pelo seu desleixo, pela sua falta de ética, pela corrupção imperante no seu interior, pela sua mansidão bovina, enfim. Os mais antigos lembramos de outros Congressos, ou os mais lidos sabem das histórias de Casas e de Congressistas espetaculares no enfrentamento dialético e retórico das questões fundamentais da Política, esta sim com letra maiúscula. Agora, pergunto: é possível relevar o ambiente congressista de hoje? À exceção de alguns poucos nomes, em ambas as Casas, que ainda para vê-los é necessário que elevemos o olhar, a quase totalidade faz parte da massa de manobra do Governo. Quando não é isso, mostram-se como oposição, riscam o facão no solo, esbravejam e, depois.....acertam tudo e conformam-se com o entendimento de "afinal, todos fazem, eu também farei". Lembram? Não é essa a notação dominante, cujo padrão foi definido por LULLA, na época do mensalão? E todos foram felizes para sempre. Já o Judiciário, historicamente em papel circunspecto, tem tomado a necessária dianteira e interferido no Congresso, quando este não consegue resolver suas pendências internas. Provavelmente é o que deve ocorrer agora, quando a oposição já anunciou que pensa fazê-lo para garantir os seus direitos na CPI da Petrobrás. É louvável, pois assim é necessário. Mas, aí que está a questão! Necessário porque o conjunto do Senado está cabresteado e não tem capacidade, ou vontade, de reverter o desejo do Executivo. É urgente, pois, que a sociedade se alerte e tome atitude nas próximas eleições, votando e enviando para lá, e para os seus estados, mulheres e homens de caráter e de personalidade, bem preparados em idéias e sentimentos e, fundamentalmente, empatizados com o seu patrão, o povo.





RECESSÃO: FALTA DE TRANSPARÊNCIA GOVERNAMENTAL

PIB cai 0,8% no 1º trimestre e confirma recessão; queda é de 1,8% em um ano
CIRILO JUNIORda Folha Online, no Rio
A economia brasileira teve retração de 1,8% no primeiro trimestre de 2009 ante igual período do ano passado, e de 0,8% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, informou nesta terça-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Trata-se da segunda taxa negativa consecutiva do PIB (Produto Interno Bruto) nessa comparação --houve queda de 3,6% no quarto trimestre--, o que configura um quadro de recessão técnica, a primeira desde 2003.
A queda de 1,8% em relação ao primeiro trimestre de 2008 é a mais forte desde o quarto trimestre de 1998, quando a retração foi de 1,9%. Apesar da esperada queda, a retração é menor que a esperada pelo mercado e economistas
ouvidos pela Folha Online.
Meu comentário:
Desde o início internacional da crise, mais precisamente com localização nos Estados Unidos, no começo do ano passado, era previsível o atingimento de outros países e, dentre eles, o Brasil. Isto, porque a economia mundial é interdependente e, especialmente, em casos de países emergentes, como o nosso país, as relações comerciais são mais comprometidas, tanto em relação às perdas, como aos ganhos nas balanças comerciais. O nosso Presidente, entretanto, assim como sua corte de arrogantes (ou seriam néscios?) executava uma constante arrotação flatulenta de soberba e de retórica farsante, como se o povo não fôssemos esclarecidos e não soubéssemos acompanhar as notícias do norte. Apesar de tudo, após a conjuminação de interesses que geraram a conjunção de esforços de várias nações, a crise não teve o tamanho e não gerou o impacto previsto, a não ser em alguns pontos, como nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, mais o Japão. Mesmo assim, e embora com certo atraso, os impactos se dão no Brasil. É bem verdade que algumas medidas inteligentes, inspiradas em outros países, foram tomadas pelo governo, o que ajudou a diminuir o problema. O irônico disso tudo, é que, na análise dos grandes nomes da economia mundial, o que sustentou a brasileira, impedindo-a de ir à bancarrota, foi o sólido sistema financeiro nacional. Aquele mesmo sistema, tão criticado antes de 2003, e de forma irracional, por esses que hoje são governo. Aliás, de toda aquela crítica infame e incessante o que restou? Restou a adoção da mesma estrutura econômico-financeira, que obteve saltos de crescimento, cavalgando um momento mundial único nas últimas décadas. Mesmo assim, o Brasil esteve à frente apenas do Haiti no crescimento dos seus números econômicos, enquanto Rússia, Índia e China, também componentes do BRIC, bombavam crescimentos fenomenais apesar de, também eles, recém saídos de crises internas, num momento mundial crítico, até o ano 2001. Porém, neste momento, deste Governo, se perdeu a oportunidade de crescer ainda mais se fosse dada continuidade à racionalização do Estado, como vinha sendo proporcionado pelos governos anteriores. Mas, o que ocorreu foi o seu inchamento, com criações de Ministérios obsoletos, contratações desnecessárias, burocratização dos sistemas, vida palaciana nababesca, administração pública perdulária, superposição de atividades, para confundir o acompanhamento de gastos, etc. Enfim, a crise chegou e o PIB garantido de 4%, pelos falastrões do início, já está praticamente zerado na sua previsão. Apesar de tudo, o Governo mantém índices elevados de aprovação junto à opinião pública, em função da proliferação de programas assistencialistas esmolares que em nada contribuem para a formação cidadã, já que não garantem o emprego permanente, condição necessária para que o chefe de família aufira renda em troca do seu trabalho e situação que lhe traz dignidade pessoal e comunitária. O que preocupa é que essa política irresponsável acaba gerando um messianismo, característico de povos menos desenvolvidos, o que não condiz com o atual estado da sociedade brasileira. Além do mais, quanto da estrutura econômica está em comprometimento para as futuras gestões do País? Alguém de hoje, será responsabilizado pelas gerações futuras?

"BABY BOOMER", COM ORGULHO!

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