O PAPEL DA OPOSIÇÃO BRASILEIRA

Concordo com o escritor do texto, mas penso que o PSDB, como principal força da oposição ao petismo, deve manifestar alternativas de políticas governamentais, definindo um modelo de governança ao mesmo tempo social, para melhorar as condições de suporte à população, e no mesmo tom econômico, para recuperar o ambiente esfacelado que o petismo deixa. Tudo isto inserido no contexto das condições mundiais, levando em conta o papel que o Brasil deve representar nesse ambiente maior.
É um desafio e tanto, mas parece-me exequível o reerguimento, especialmente depois da destruição petista.


___________________________________________________

A responsabilidade das oposições

Fernando Henrique Cardoso, para o EL PAÍS, de 05/07/2015

Anotada e registrada a responsabilidade política do petismo, as oposições, em particular o PSDB, têm compromissos com a nação


Diante da paralisia governamental, da expansão incontrolada da ação legislativa, da recessão econômica e do ativismo da Justiça, vê-se muita cobrança: e as oposições e o PSDB? Sumiram? Que farão com os mais de cinquenta milhões de votos que receberam? Compreende-se a angústia, mas é preciso distinguir os papéis da oposição e os do Governo.
Como no jogo de xadrez, o Governo joga com as pedras brancas, as iniciativas têm que partir dele. Tomou algumas no desespero, para enfrentar as agruras financeiras. Ao tomá-las foi buscar quadros e medidas no arsenal da oposição. Quer isso dizer que a oposição deve ficar paralisada? Não.
Política econômica é questão de dosagem e de credibilidade. A dose parece excessiva e todo esforço fiscal pode se esvair na falta de atividade econômica que encolhe a arrecadação. Segundo, sem um horizonte de esperança, qualquer ajuste pode ser letal.
Com este Governo não há recuperação de credibilidade à vista, pois o cristal se quebrou. E os escândalos de corrupção revelados diariamente se encarregam de corroer qualquer elo de confiança que o Governo queira tecer.
Cabe às oposições mostrar no dia a dia, e não só no Congresso, que o sofrimento do povo é consequência da ação desatinada dos governos de Lula e Dilma – da dupla e não só da última – que desdenharam das boas práticas de gestão do Estado. Só naPetrobras, os prejuízos causados por decisões erradas para atender a pressões políticas chegam a 34 bilhões de reais, fora os seis bilhões de propinas! Que dizer do desrespeito sistemático da Lei de Responsabilidade Fiscal. É prova de imprudência no uso do dinheiro público.
É preciso reavivar a memória do povo, a cada instante, para mostrar que este ajuste violento não corresponde ao que foi pregado pelo PSDB, não é “o que o Aécio faria”. O ajuste vai cair nos ombros da população. O aumento de impostos pega todos, empresários e consumidores, desemprego e reajustes salariais abaixo da inflação pegam os trabalhadores. A alta das taxas de juros em doses excessivas aumenta a dívida pública e dificulta o próprio ajuste. Estas medidas podem eventualmente controlar a inflação, mas reduzem a massa salarial e diminuem o consumo. Como o Governo não corta despesas, a retomada do crescimento – se houver – terá sido conseguida a enorme custo para o povo.
O refrão das oposições deve ser: chegamos a tais medidas e ao descalabro atual porque os governos lulo-petistas foram irresponsáveis, não se preocuparam em controlar o gasto público e enganaram o povo, enveredando pela megalomania. Os royalties do pré-sal, diziam, vão resolver os problemas da educação, faremos ao mesmo tempo o trem bala, a transposição do São Francisco, a Norte-sul e a Transnordestina, sem falar nos 800 aeroportos! Concessão de serviço público é coisa de vende-pátria neoliberal. Daremos empréstimos no FIES e no Minha Casa Minha Vida, as bolsas acomodarão os miseráveis e o BNDES dará subsídios em abundância aos empresários. O Tesouro pagará a farra.
Tanto pior, melhor? Não. Anotada e registrada a responsabilidade política do petismo, as oposições, em particular o PSDB, têm compromissos com a nação. Nada justifica arruinar ainda mais o futuro, votando pela derrubada do fator previdenciário. Nada explica apoiar aumentos de gasto que no futuro serão pagos com mais impostos, mais inflação e mais ajustes. Em suma, a oposição deve criticar as políticas petistas e não se confundir com elas. Não deve, porém, votar contra os interesses da nação.
Espera-se mais das oposições. Espera-se que apresentem sua visão de futuro, apontando um rumo ao país. Espera-se que se comprometam com a construção de uma economia de baixo carbono, impulsionada pela inovação, regida por regras claras e estáveis, com agências regulatórias independentes, mais e melhor integrada ao mundo e às cadeias globais de valor.
Espera-se que defendam a re-industrialização do país, sem hesitar na crítica a políticas canhestras de conteúdo nacional que, sob a pretensão enganosa de estimular a produção local, acabam por isolar o Brasil e condená-lo à obsolescência tecnológica.
Espera-se que façam da educação não um slogan, mas de fato uma prioridade do Estado e da sociedade, que tenham a coragem de dizer que, embora avançando, o Brasil está ficando para trás em relação a países comparáveis ao nosso, que, frente à sombra que esse quadro projeta sobre o futuro do país, não receiem enfrentar dogmas e pressões corporativas que dificultam reformas e inovações indispensáveis a um salto de qualidade em matéria de educação.
Espera-se das oposições que sejam progressistas também no campo comportamental: que não defendam a redução da maioridade penal, mas sim a extensão da pena dos menores infratores em dependências que sejam condizentes com a dignidade humana; que apoiem como legítimo e justo o casamento entre pessoas do mesmo sexo; que não fujam ao debate sobre as drogas, que não temam proclamar que o encarceramento dos usuários é parte do problema e não da solução; que sejam assertivas na luta pela igualdade de gênero e contra o preconceito e a discriminação racial, com o uso adequado de cotas e demais medidas compensatórias; e que não aceitem retrocessos legais na questão das terras indígenas.
Espera-se das oposições, sobretudo, que reafirmem seus valores democráticos. Que digam, em alto e bom som, ser possível e necessário atuar contra a deliberada violação de direitos humanos, principalmente em países vizinhos, sem com isso ferir o princípio da não intervenção.
Da mesma maneira, espera-se que reiterem não ter o propósito antidemocrático de derrubar governos, mas tampouco o temor de cumprir seus deveres constitucionais, se os fatos e a lei assim o impuserem.

ACEITAREMOS A PEDOFILIA?

Peço que acesses o endereço abaixo e leias com absoluta isenção o texto. Sabemos e vemos como ocorrem as mudanças dos conceitos, das culturas, das leis, das normas, tudo num contexto de pressão-aceitação, em que a inteligência da estratégia adotada por um pequeno grupo se sobrepõe à vontade da maioria, a partir de pequenos passos, sondagens, táticas de sensibilização e, finalmente, a institucionalização das novas condutas. É só olhar para o passado antigo e recente para vermos como isso aconteceu, Portanto, esse novo movimento, como está contido no texto, já o identifiquei ocorrendo pelo mundo, ainda timidamente, é verdade, mas OCORRENDO. Não estranhemos se nos próximos anos venhamos a ter debates desse tipo e com representantes nos nossos legislativos, executivos e judiciários, defendendo o tema.
É o fim!
____________________________________________

ELEGIA À MANDIOCA

Simples assim. É só assistir é tentar a deglutição do papel ridículo a que todos os brasileiros somos levados, tendo como governantes pessoas desse tipo.

GOVERNANÇA ASSIMÉTRICA

A matéria jornalística abaixo, embora conheçamos a relação indecente entre os dois extremos aí expostos, é necessário assisti-la. Assim, o impacto que nos é dado é maior e talvez sirva para que comecemos a reagir de forma eficaz contra a anomalia.


http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2015/06/brasil-fica-no-ultimo-lugar-em-ranking-que-avalia-retorno-social-de-impostos.html

"O PONTO A QUE CHEGAMOS"

O artigo de Fernando Henrique Cardoso, trago-o por ser oportuno e ter origem confiável. Vale a pena sua leitura.
_____________________
O ponto a que chegamos

A oposição não deve escorregar para o populismo e, sim, apontar caminhos para superar os problemas. O fator previdenciário, por exemplo, é indispensável para o equilíbrio das finanças pública



Os brasileiros sentem a dor das oportunidades perdidas. Olhando em retrospectiva, não há dúvidas de que nos últimos anos houve uma guinada. Para a esquerda? Não, para o despropósito. O que havia sido penosamente reconstruído na década de 1990, o Plano Real; aresponsabilidade com as finanças públicas; o incentivo à iniciativa privada (sem subsídios descabidos); a manutenção do setor produtivo e financeiro estatal longe do alcance dos interesses clientelísticos; em suma, o início da reorganização do estado e, ao mesmo tempo, a reformulação e universalização do atendimento à saúde e à educação, bem como do acesso à terra, perdeu-se por “desmesura”. Em política econômica tão importante quanto o rumo é a dosagem. No caso, o rumo foi perdido e o limite da prudência na dosagem, ultrapassado.
Até quase o fim do primeiro mandato de Lula, o mantra de uma política econômica adequada (o tripé: metas de controle inflacionário, flutuação da taxa de câmbio e política monetária sem interferências políticas) se manteve, embora sinais preocupantes já começassem a aparecer. Beneficiado o país pelo boom mundial a partir de 2004, especialmente pelo alto preço das commodities e pela abundância de capital, até aquele momento muito havia a louvar na expansão das políticas sociais. Abandonado o Fome Zero, houve a aceitação silenciosa do programa “neoliberal” de transferências de rendas (bolsas sem contrapartida). Na ação internacional do governo era de se esperar mais para um país que, desde 1999, se elevara à categoria de um dos BRICs, nos quais os mercados viam um futuro promissor e as potências um parceiro a considerar.
O início da derrapada se deu com a substituição de Palocci por Mantega, com a falta de dosagem e com as concessões populistas que jogaram fumaça no escândalo do mensalão. A partir daí, a penetração partidária na máquina pública, que sempre esteve no DNA do PT por ele se considerar “herdeiro histórico” e principal agente do progressismo, se ampliou para abrigar a “base aliada”. Aos poucos, surgiu outra formulação “teórica” para o descontrole financeiro do governo: a dita “nova matriz econômica”. Esta substituiu a visão do governo do PSDB, que era social democrática contemporânea, isto é, entendia que o bom governo, para atender ao longo do tempo às demandas sociais, requer previsibilidade na condução das políticas econômicas.
O desastre que aí está é fruto de decisões desatinadas do lulopetismoe da obsessão pela permanência no poder, com a ajuda da corrupção e de medidas populistas que nada têm a ver com desenvolvimento econômico e social ou com os interesses nacionais e populares
processo de erosão simultânea do “presidencialismo de coalizão” e do bom senso na economia, embora originário do governo Lula, se tornou mais claro no primeiro mandato de Dilma: o “presidencialismo de coalizão” —no qual se supõe a aliança entre um número limitado de partidos para apoiar a agenda do governo no Congresso— se transformou em “presidencialismo de cooptação”. Nele, grandes e pequenos partidos (meros agregados de pessoas que visam o controle de um pedaço do orçamento) ideologicamente díspares, passam a tão somente carimbar as decisões do Executivo no Congresso em troca de penetração cada vez maior na máquina governamental e participação nos contratos públicos
Tão grave quanto o desvio das políticas macroeconômicas saudáveis, foi o desmazelo nas políticas setoriais, do petróleo ao etanol, passando pelo setor elétrico. Não me refiro à corrupção desvendada pela Operação Lava Jato —em si já muito grave—, mas aos erros de decisão: refinarias e complexos petroquímicos projetados com megalomania (Comperj, Abreu e Lima etc.), ou sem viabilidade econômica (no Ceará e no Maranhão), assim como um conjunto de estaleiros (11!) construídos para fornecer a custos altíssimos e por meio de engenharias financeiras duvidosas, tipo Sete Brasil, navios, plataformas e sondas para a Petrobras, com o sacrifício dos interesses da própria empresa e do país.
O mesmo exagero na dosagem se viu no FIES (deixando agora as universidades e os alunos na rua da amargura), no falecido trem bala, nas concessões de aeroportos à custa do BNDES, e também na política de “campeões nacionais”, financiada à custa da emissão de dívida cara pelo Tesouro para empréstimo a juros subsidiados de centenas de bilhões de reais a algumas empresas, sem transparência alguma. Políticas em si justificáveis e preexistentes, de estímulo ao “conteúdo nacional” e apoio ao empresariado brasileiro, foram deturpadas. Os erros são inumeráveis, como o controle do preço da gasolina, que levou usinas de cana à ruína, ou a redução demagógica das tarifas de energia elétrica quando a escassez de água já se desenhava no horizonte. Tudo isso revestido de uma linguagem “nacionalista” e de grandeza.
Não houve apenas roubalheira, mas uma visão política e econômica equivocada, desatenção ao bê-á-bá do manejo das finanças públicas e erros palmares de política setorial
Em suma: não houve apenas roubalheira, mas uma visão política e econômica equivocada, desatenção ao bê-á-bá do manejo das finanças públicas e erros palmares de política setorial. Sabemos quais foram os responsáveis pelo estado a que chegamos. Cobra-se agora das oposições: o que fazer? É preciso primeiro reconhecer que, dada a reeleição de Dilma e do PT, há que dizer: quem pariu Mateus que o embale. Tudo bem, é verdade. Mas o Brasil não é do governo ou da oposição, é de todos. A oposição de hoje será governo amanhã. Portanto, não deve escorregar para o populismo e, sim, apontar caminhos para superar os problemas acima citados. O fator previdenciário, por exemplo, é indispensável, a longo prazo, para o equilíbrio das finanças públicas. Se for para mudá-lo, que se encontre um substituto à altura. Pensando no Brasil, não cabe simplesmente fazer o seu funeral. Não nos aflijamos eleitoralmente antes do tempo. Neste momento o que importa é que o povo veja quem foram os verdadeiros responsáveis pelo desastre que aí está. Ele é fruto de decisões desatinadas do lulopetismo e da obsessão pela permanência no poder, com a ajuda da corrupção e de medidas populistas que nada têm a ver com desenvolvimento econômico e social ou com os interesses nacionais e populares.

ENTRADA NA "ZELITE"

Essa ironia de "O Antagonista" deve ter ferido fundo, muito fundo!, o boquirroto. Pior do que isto, acaba com a choradeira e o ódio contra a "zelite". Melhor do que este pior, é a engolida em seco que a Chauí deve estar deglutindo.

________________________________________

Lula entra oficialmente na elite brasileira

Brasil 10.06.15 15:51 
Vamos repetir: com a descoberta de que recebeu 4,5 milhões de reais da Camargo Corrêa, Lula entra oficialmente na elite brasileira.

MAIS UM CAPÍTULO DE RETÓRICA VAZIA

O editorial do jornal Folha de São Paulo, de 10/06/2015,  mostra que o legado do legado, na verdade, é nova mistificação de retórica vazia, constantemente utilizada pelo petismo e pelo seu líder boquirroto e irresponsável. Já tivemos algumas edições do PACmania e os resultados nunca alcançaram sequer índices aceitáveis de realizações. No mesmo tom, se as obras previstas para a competição futebolística do ano passado ainda não foram pelo menos iniciadas, quanto mais concluídas, o quê se pode esperar da prestidigitação petista, no caso do último "pacote" anunciado? Não nos esqueçamos que as denominadas "obras da copa", eram anunciadas como padrão fifa (assim mesmo, com letras minúsculas, mesmo contrariando a regra dos acrônimos). 
Ora!, vê-se que falta planejamento e capacidade gerencial a esses novos membros das "zelites" e sobra muita, mas muita mesmo!, incapacidade governamental, arrogância e, acima de tudo, ignorância no seu sentido pleno.



___________________________________________

O legado do legado

No afã de gerar alguma notícia positiva, o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) não se importou em lançar o mais novo pacote bilionário de investimentos em infraestrutura bem na semana em que se completa um ano da abertura da Copa do Mundo no Brasil, evento que deixou um enorme rastro de obras inacabadas.
Conforme mostrou reportagem desta Folha no domingo (7), pelo menos 35 projetos de transporte coletivo e aeroportuários nas 12 cidades-sede ainda não ficaram prontos e apresentam as conhecidas mazelas de atrasos, estouro no orçamento, suspeitas de corrupção e erros de execução.
No caso do transporte público, setor que chegou a ser indicado como o maior beneficiário do legado da Copa, somente 21,4% das obras de grande porte do plano inicial foram inauguradas.
Um dos maiores descalabros é o VLT (trens leves sobre trilhos) de Cuiabá. Orçado inicialmente em R$ 700 milhões, o projeto tem agora seu custo estimado em R$ 2,5 bilhões e é alvo de uma CPI devido a indícios de desvio de recursos.
Como de praxe, o atraso tende a elevar os gastos com a empreitada. Pior, sem previsão para que o VLT entre em operação, os 40 trens comprados por R$ 500 milhões estão parados em um pátio e sofrem desgaste pela falta de uso.
Em São Paulo, a única obra de transporte público prevista no plano original, o monotrilho da linha 17-Ouro, ficou de fora do marco da Copa após a mudança dos jogos do Morumbi (zona oeste) para o Itaquerão (zona leste). Com isso, a construção entrou na rotina de atrasos do metrô paulista, e sua conclusão passou de 2013 para 2017.
Outra decepção são os aeroportos, com 12 promessas não cumpridas até agora. É o caso de Fortaleza, onde apenas 16% das obras do novo terminal foram realizadas.
Além de lentos, os trabalhos costumam ter erros de projeto e execução --às vezes resultando em tragédias. Em plena Copa, a alça sul do viaduto Batalha dos Guararapes, em Belo Horizonte, desabou.
Duas pessoas morreram e outras 23 ficaram feridas num episódio de resto previsível, segundo o inquérito, dado o "desprezo às normas mínimas de segurança".
O país sem dúvida precisa de vultosos investimentos em infraestrutura e logística, mas é no mínimo difícil acreditar em novos pacotes quando parece interminável a lista de projetos incompletos, que inclui não só o "legado da Copa" mas também a transposição do rio São Francisco, entre tantos outros.

"BABY BOOMER", COM ORGULHO!

  ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Sim, ...