O "TROCA-TROCA" IMORAL

O cartaz da postagem faz referência comparativa acerca da imoral reunião ocorrida semana passada na casa de Kátia Abreu e que envolveu, de um lado, Gilmar Mendes, Ricardo Levianoski e Alexandre Moraes e, do outro, vários senadores que representam a nata da malandragem senatorial e com dezenas de processos em julgamento por esses "juízes" que "julgam" aqueles com estavam confraternizando.

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A DESUMANIDADE POSTA COMO NATURAL

Vivemos tempos em que matar seres no ventre já é permissível; também, tempos em que avançam teses que demonstram ser a pedofilia um processo natural do ser humano; tempos, ainda, em que se discute, e muitas vezes talvez se pratica no recôndito de ambientes pouco acessíveis, a eutanásia a doentes terminais; tempos em que fetos abandonados são encontrados amiúde nas lixeiras e nas ruas; e, agora, tempos em que se discute livremente o abandono de idosos. Há muitos outros "tempos de absurdos", mas, paro por aqui. Estou perdido, amarrado firmemente aos princípios comportamentais e psicossociais que moldaram meu caráter e minha personalidade, num ambiente dito "moderno", mas, certamente, cruel. Muito cruel! Resta-me a dúvida sobre o que move a pena de escritor como esse, dito bem formado, propondo tese desse tipo. Talvez fosse conveniente um olhar sobre sua vida pessoal para identificar eventuais atitudes desse tipo, absolutamente questionáveis.

O artigo exposto abaixo, foi escrito por Luiz Felipe Pondé, em meados de 2017, para o jornal Folha de São Paulo. Não mereceria leitura, mas ela deve ser completada para vermos como funciona a cabeça revirada de pessoas ditas "filósofas", no nosso tempo.

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DEIXAR OS PAIS NA CASA DE REPOUSO É UM “DIREITO DO CIDADÃO” QUE QUER SER FELIZ

Luiz Felipe Pondé
Folha

Acho a autoajuda e o politicamente correto duas formas de mau-caratismo. Minha crítica máxima aos dois nasce da minha certeza (tenho poucas) de que o sofrimento é fonte inexorável do amadurecimento, coisa rara em épocas retardadas como a nossa. O projeto contemporâneo é chegar aos 60 anos com cabeça de 15. Logo, retardo mental como projeto de vida. Uma conquista contra a inteligência.

Um dos temas prediletos do mau-caratismo é a chamada “terceira idade”. Um mercado, claro, devido à longevidade da espécie nos últimos anos. Já se tratou a velhice como “melhor idade” também. Uma ofensa à experiência humana real.

AMBIVALÊNCIA – A longevidade estendida é um dos casos mais claros da famosa ambivalência descrita por Zygmunt Bauman (1925-2017). Um bem evidente por um lado, um drama humano gigantesco por outro, sem solução, como toda ambivalência que se preze. O mais sábio dos meus amigos costuma dizer que uma das versões do inferno no futuro será a impossibilidade de morrer. Você vai querer morrer e não conseguirá.

Sem fazer referência necessariamente a toda gama de pessoas que vegetam por aí em leitos aparelhados com tecnologia de “primeira linha” para a humanidade vegetativa, a longevidade puramente fisiológica, muitas vezes acompanhada pela perda de funções cognitivas essenciais, atormentará o humano daqui para a frente.

LONGEVIDADE – A maravilhosa peça “O Pai”, de Florian Zeller, com direção de Léo Stefanini, cujo elenco é encabeçado por Fulvio Stefanini (brilhante como o pai da peça, vencedor do Prêmio Shell de melhor ator em 2016), em cartaz no teatro Fernando Torres, em São Paulo, é essencial para pensarmos o tema da longevidade para além do marketing da longevidade.

Este é caracterizado por um discurso, como (quase) sempre no marketing, de facilitação da realidade em nome de um otimismo besta.

O impacto dos avanços tecnológicos, científicos e médicos criaram uma sobrevida na espécie humana jamais imaginada. Vivemos mais, mas somos cada vez mais solitários. Muito metabolismo para uma alma cada vez mais dissociada de si mesma. A peça tem, entre outras qualidades, a capacidade de levar você para dentro dessa alma idosa longeva e solitária, graças ao texto, às interpretações e à direção.

SURTO DE HISTERIA – A solidão é uma epidemia contemporânea, em meio ao maior surto de histeria já enfrentado pela humanidade. Solidão e histeria, juntas, formam uma mistura explosiva em termos epidemiológicos.

Os avanços sociais e políticos, passo a passo com os avanços técnicos citados acima, produzem uma sociabilidade cada vez mais egoísta — o egoísmo é a grande revolução moral moderna. As pessoas emancipadas tendem ao egoísmo como forma de autonomia.

Inteligentinhos não entendem isso muito bem porque são as maiores vítimas do marketing de comportamento que se pode imaginar. Emancipados pensam em si mesmos, antes de tudo, como consumidores do direito ao egoísmo.

OS IDOSOS SOFREM – Sempre soubemos que os idosos sofrem na mão dos filhos homens e de suas mulheres, que quase nunca suportam seus sogros, que insistem em ficar vivos. As filhas, que quase sempre suportaram o ônus da lida com os pais, agora se libertam e também querem vida própria (claro que existem exceções ao descrito acima, que filhos, filhas, genros e noras ofendidinhos não fiquem nervosos em demasia).

As filhas também têm o direito de cuidar de si mesmas, é evidente. Deixar os pais na casa de repouso é um “direito de todo cidadão” que quer ser feliz sem ter que viver cuidando de pais que nunca morrem. Por isso que o mercado gerontológico só cresce.

SEM SOLUÇÃO – Além disso, a crescente queda na natalidade, que caracteriza os mesmos países de crescente população longeva, só tende a agravar o quadro. Baixa natalidade e alta longevidade são ambas frutos da mesma riqueza instalada na sociedade: alta tecnologia e direitos sociais são manifestações diretas dessa riqueza. Filhos únicos serão idosos longevos solitários, dependentes de serviços que ocupam o vazio deixado pelas famílias.

Qual a solução pra isso? Não há. Um mundo de velhos solitários é o futuro de um mundo de ricos autônomos e amedrontados.

CHIMARRÃO

 

Nada é preciso falar sobre o cartaz. Toda a filosofia está aí, fácil de entender!



AMANHÃ, A VERDADE SERÁ CONHECIDA

A roda do tempo gira e vamos conhecendo o outro lado dos fatos. Sugiro ler o texto de: https://medicospelavidacovid19.com.br/editoriais/folha-de-s-paulo-revela-numeros-de-david-uip-veja-a-comparacao-com-medicos-que-fazem-tratamento-precoce/




 

IMPRENSA: PRODUTO DE COMPRA E VENDA

Juca Chaves é um grande piadista, mesmo em suas músicas. Agora, neste caso, acerca da imprensa, a piada se torna realidade. É assim que vem ocorrendo no Brasil, mesmo no meio daqueles veículos da mídia, tradicionais e respeitados de outrora. Hoje, tudo está no mercado a ser comprado ou vendido, depende de que lado esteja o interesse.
 

OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA

Já ouvimos falar sobre a durabilidade inferior dos produtos que consumimos e julgamos o fato negativo por diversas facetas, do tempo, dos métodos e dos interesses atuais. Ocorre que o problema é muito, mas muito mais antigo!, do que imaginamos. Assim, sugiro assistir ao filme até seu final.

https://youtu.be/FJx5NJzV1HU

O REMENDO DA GRAÇA (OU INDULTO)

Está certo o pensamento de Fernão Lara Mesquita, do blog O VESPEIRO. A GRAÇA é o remendo; se é necessário remendar é porque algo foi rasgado; e foi mesmo, pois todos vimos, sentimos e sabemos que o manto constitucional da Nação Brasileira foi rasgado e seus pedaços voam por aí. O Decreto da Graça nunca deveria ter existido, mas ocorreu para o esforço da recompor o texto que fundamenta a ordem nacional.

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Indulto é o remendo

 

…é o pito; é a lição de moral. Remédio mesmo, só crime de responsabilidade por abuso de poder no Senado.

 

Fui pro mato onde o mundo ainda é mundo. Nenhuma lâmpada no horizonte. Não pega celular.

 

Abril é o silêncio. Aquele xaxim peludo já extinto, que veio da casa de minha mãe, lançou folha nova que se vai desenrolando. Os macacos atacam em bando as bananas da ceva num nunca chega! O Edegar tá puto! As saíras, os tangarás e o mais dos passarinhos de galho sumiram. Araponga nada. Macuco, nem poleiro. Uru nenhum. Até zabelê tá quieto.

 

Andou se mostrando lá um tucano-de-bico-preto raro. E tinha jacutinga na jussara cacheada do Juca Lobo. Bicho garantista de mato vivo, esse. Ele e os monos…

 

 

Cobra a essa altura já meio que sumiu. A anta que passa na pinguela do rancho tá com filhote. Tá tudo triscado de carreiro de paca. E foi vista uma pintada grande na estrada da casa do Darci…

 

Tem um pau monstro, de araçá piranga, de conformação impossível de rolar, trazido pela última enchente do verão, ancorado antes do pedral. Haja água! Deu uma cor, rosa sobre preto, contorcida e estranha! Parece gente mas é grande. A estrada então, tá por um fio, com um ângulo negativo comido pelo lado do rio. Vai ter de alugar a retro e cavar um desvio na faixinha que sobra.

 

Notícia importante tem em toda parte. A gente só tem de falar a língua…

 

 

Excepcionalmente o Edegar veio me tirar do sonho. Bom repórter! Sabe tudo de voto distrital com recall. É analfabeto mas entende de democracia. Vai ver é por isso! Cabeça reta. Não me aporrinha com bobagens. Mas essa achou que devia, e devia mesmo. Não veio me informar. Veio bater o alívio dele com o que viu na televisão. Veio se confirmar, esse morador do Brasil.

 

Sim, Edegar, você está certíssimo. É assim mesmo que se faz. Eles estão empurrando o Brasil de volta para a Idade Média. Esse indulto é um belo remendo; um pito; uma lição de moral; um chacoalhão na covardia geral.

 

Mas a essência da tática desse pessoal é não recuar nunca; te fazer sempre sentir como diante de uma fatalidade contra a qual não adianta lutar. Assim, remédio mesmo, só crime de responsabilidade por abuso de poder no Senado. E você faz a sua parte exigindo isso de Brasília em voz alta, nem que seja só para o seu vizinho.

 

 

Não, não há “negociação política” para questões que não são políticas. Isso aí é só caso de polícia. Esse careca anda por aí chutando a lei? Que haja com as consequências! E esse Barroso – fofoqueiro! patético! –  a mesma coisa. Ele dá pra editorialista da imprensa de hoje. Pra democrática já não servia. Os redatores anônimos dos editoriais desses jornais não davam “a opinião de alguém”, tinham de estudar para demonstrar para qual posição da luta milenar da humanidade contra a opressão cada ato e cada fato empurrava o país: mais pra perto ou mais pra longe da civilização ou da barbárie?

 

Tinha-se jornal porque estava-se na luta…

 

No Supremo é muito mais fácil. Até o cara que entra como ajudante de ladrão pode não saber nada que não tem erro: pode aquilo que está escrito na constituição, não pode aquilo que não está. Assassinato dá 6 anos. A Daniel Silveira deram 8 anos e 9 meses pelo cafajestismo que a Constituição lhe dá o direito de portar.

 

 

Alexandre de Moraes, Luis Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli et caterva chutam o Estado Democrático de Direito e cospem todo dia na cara da Constituição, do regime penal, das garantias individuais, da liberdade de opinião, da imunidade dos representantes eleitos do povo. Deitam “leis” à revelia do povo de quem emana exclusivamente o poder de fazê-las. Cassam mandatos que não lhes pertencem. Fazem-se, ao mesmo tempo, “vítimas” e relatores de “processos” por crimes que não há. Impedem os réus de assistir os próprios julgamentos!

 

O Edegar me tirou do sonho mas o Brasil continua no dele. Nada do que esses caras fazem vale. São, todos, crimes definidos e tipificados na constituição e nas leis. Atentar contra elas é atentar contra a democracia e contra a civilização. Atos deliberados de subversão da ordem pública puníveis desde muito antes de haver rede social.

 

E se assim é, Edegar, que obedecer o quê! Tranca esses manés na jaula! Quem eles pensam que são?!

 

É isso que mandam fazer as leis que há!

"BABY BOOMER", COM ORGULHO!

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