HUMANZÉS, e tudo se repete.

Não sei, não! Esse olhar confiante no absurdo; esse braço caracteristicamente levantado; esse séquito fanático; essas ideias messiânicas; e essa sede febril de poder. Tudo faz lembrar o remoto com o atual, de uma certa casta, de um certo povo, de uma certa banda do planeta, que se caracteriza pelo analfabetismo funcional, aquele que não prioriza adquirir conhecimentos, pois prefere apenas seguir o líder da boiada.
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STALIN TERIA TENTADO CRIAR EXÉRCITO DE HOMENS-MACACO
Os “humanzés” são criaturas que reúnem as melhores características dos humanos e dos chimpanzés. Soldados perfeitos nasceriam desse cruzamento genético bizarro, resultado das ambições megalomaníacas de gênios do mal e genocidas como Stalin. Ciência, ficção científica ou realidade? Tudo isso e mais um pouco.
As primeiras experiências de soldados com inteligência humana e resistência física dos chimpanzés foram descritas em A Ilha do Dr. Moreau. No mundo real, a trama desse clássico publicado por H.G. Wells em 1896 poderia ter inspirado Joseph Stalin.
Para conceber seu soldado dos sonhos, o líder soviético cooptou Ilya Ivanovich Ivanov, um respeitado biólogo que já havia cruzado espécies com sucesso. O Zubrão, híbrido de gado com bizão, e o Zedonk, híbrido de zebra com jumento, são fruto de suas experiências. Com o apoio financeiro do regime soviético e o respaldo do Instituto Pasteur de Paris, Ivanov iniciou os trabalhos para Stalin.
O objetivo inicial era inseminar artificialmente chimpanzés fêmeas com esperma humano. Não deu certo. As técnicas que conceberiam o “exército invencível do futuro” partiram para a proposta da inseminação artificial de mulheres com esperma de chimpanzés. A partir daí, o cientista perdeu o apoio do Instituto Pauster de Paris.
Obrigado a concluir seus estudos em um centro de experimentos da União Soviética, Ivanov perdeu também as estribeiras quando o chimpanzé, encarregado de inseminar as cinco “voluntárias”, morreu antes de cumprir sua missão. Pelo fracasso, Ivanov foi expulso e condenado ao exílio. E assim terminou a fantasia de Stalin. No imaginário popular, porém, o “humanzé” e outras experiências de cruzamento genéticos entre humanos e animais continuam a inspirar histórias de ficção científica na literatura, na TV e no cinema.

MUDANÇAS NECESSÁRIAS

O  editorialista  abaixo, do jornal Folha de São Paulo, não me satisfaz totalmente no que escreve, pois, às vezes é convexo na sua escrita, em outras é côncavo e, noutros momentos, é obtuso. Neste, que compõe a página dois do jornal de hoje, é anódino nos três primeiros parágrafos, mas, nos dois últimos, sintetiza aquilo que é a necessidade política brasileira dos dias contemporâneos: o SISTEMA PARLAMENTARISTA. É assim que penso, pois, juntamente com a adoção do VOTO DISTRITAL, teríamos a chance da alternativa, já que o PRESIDENCIALISMO e o atual sistema eleitoral, estão corrompendo o meu País.
 
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HÉLIO SCHWARTSMAN
A rua
SÃO PAULO - Protestos em massa na Ucrânia e na Venezuela. Numa escala bem mais modesta, nós os encontramos também no Brasil. Ampliando a busca geograficamente, entram Tailândia, Bulgária e Turquia. Se a expansão for temporal, podemos incluir a quase finada Primavera Árabe e as manifestações europeias, motivadas principalmente pela crise econômica.
Embora um grupo de tecnófilos goste de ressaltar a importância das mídias sociais na organização desse tipo de evento, a verdade é que protestos, confrontos e revoluções ocorrem desde que surgiram as primeiras cidades e reis, cerca de dez mil anos atrás. A internet por certo ajuda a mobilizar as massas, mas está longe de ser uma condição necessária. Basta lembrar que a inexistência da rede de computadores em 1789 não impediu a tomada da Bastilha.
E é bom ou ruim que o povo saia às ruas? A resposta, é claro, depende de para quem você torce e se você está a uma distância segura do centro dos acontecimentos. Manifestações podem tanto derrubar ditaduras como desestabilizar governos legítimos, sem mencionar as várias ocasiões em que elas deflagraram verdadeiros banhos de sangue. Podem, também, expressar justos anseios da população e, colocando um pouco de pressão sobre os dirigentes, contribuir para o aprimoramento das instituições.
Como não dá para eliminar os protestos (ainda que possam ser reprimidos) a pergunta relevante é sobre a melhor forma de lidar com eles. Penso que, neste quesito, regimes parlamentaristas tendem a sair-se melhor do que os presidencialistas.
Nos primeiros, governantes que se tornam impopulares podem ser postos para fora sem gerar uma crise institucional, o que é quase impossível no segundo caso. Se é verdade que as redes sociais vão tornar a rua mais presente na vida política das nações, então o presidencialismo é um regime que envelhecerá mal.

VESTAIS?

Brossard, ao escrever este artigo, em meados do último dezembro, o livro "Assassinato de Reputações", de Tuma, estava embrionário no conhecimento de todos. Agora, unindo o artigo de Brossard ao conteúdo do livro, vê-se como e quanto essas vestais são dissolutas, farisaicas e de como seus principal líder agiu traidoramente em relação aos seus companheiros.


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Vestais dissolutas

Paulo Brossard, 17/12/2013

 

Quando fundado o PT, seus integrantes eram, em regra, sindicalistas e alguns intelectuais. Por esta razão, ou por outra, o nascente partido tinha a pretensão de ser melhor que os demais. Proclamavam-se superiores. Eram os puros, enquanto os outros seriam os ímpios, ou de segunda categoria.

Cedo, porém, ficou demonstrado que a nova agremiação haveria de revelar-se possuidora de mazelas, quiçá superiores às atribuídas aos outros partidos; com efeito, chegados ao poder não hesitariam em abrir um capítulo novo no elenco das ilicitudes, o mensalão foi o maior, pelo menos o mais chocante por seu ineditismo e ostensividade; não foi o único, formou um rosário. Um dos mais conhecidos relacionou-se quando da eleição a governador de São Paulo, do atual ministro da Educação.

Enfim parece que em matéria de “traficâncias” as vestais revelaram-se insuperáveis

Ficaram famosos os fatos que tiveram como cenário o Hotel Ibis, em São Paulo, local onde agente petista compraria um dossiê que comprometeria o adversário, ao preço de R$ 1,7 milhão, dinheiro de contado. Se bem me lembro, o dossiê não passava de um agregado de coisas ineptas a ponto de o virtual adquirente desinteressar-se da suposta preciosidade e de evadir-se para não se encontrar com a Polícia Federal, deixando mesmo no hotel a soma de R$ 1,7 milhão durante algum tempo. Menciono o caso por ter se tornado público o episódio para demonstrar o proteiforme procedimento instaurado. Diante da repercussão, nada menos que o presidente Luiz Inácio tentou diminuir a importância da ocorrência chamando os compradores, seus correligionários, de aloprados, vocábulo que, se não mentem os dicionários, significa endoidados, malucos, estúpidos.

Agora veio a público que, numa investigação sobre contas no Exterior, o Ministério da Justiça consultou o Legal Department Cayman Islands Government, aparecendo nada mais nada menos que o nome de José Dirceu de Oliveira e Silva. Por esta, ou aquela razão, o Ministério da Justiça, que requerera esclarecimentos, parece ter sepultado a incômoda revelação e o fato não teve a menor consequência, quer dizer, são fatos, e fatos de suma gravidade e os serviços oficiais da alçada de um ministério de alta responsabilidade e conceito teriam arquivado documento que lhe foi dirigido em resposta a inquirição sua. Tais fatos são bastantes para demonstrar a deterioração das normas da nossa administração, sob o governo que pretendia ser um padrão de excelência. Diante deles poderia o Ministério da Justiça arquivá-los, conservando sem divulgação e sem consequências o fato gravíssimo, sem converter-se em co-responsável nem incidir em prevaricação?

Agora, outro fato arrasador vem de ocorrer, envolvendo o coração do governo. Acaba de ser publicado livro, com base em copiosas revelações de Romeu Tuma Junior, ex-secretário Nacional da Justiça do Ministério. Alega-se que Tuma Junior foi exonerado em razão de ilegalidades cometidas ou coisa parecida, mas quanto tempo decorreu desde a demissão? Não foi bastante para apurar a responsabilidade do demitido, suposta a veracidade das imputações que lhe foram feitas? A verdade, porém, é que nada, absolutamente nada, nenhuma iniciativa tomou a administração de apurar fatos ditos graves como lhe cabia.

Publicado em livro e divulgado nacionalmente não se viu nem ouviu uma palavra do governo a respeito. Essa omissão não importa em cumplicidade e esta em corresponsabilidade; as revelações atingem mortalmente a alta administração do país.

Enfim parece que em matéria de “traficâncias” as vestais revelaram-se insuperáveis

 

O DECÁLOGO DE BERTRAND RUSSELL


Decálogo


Bertrand Russell em 1907

Russell propôs, em sua autobiografia, um "código de conduta" liberal baseado em dez princípios, à maneira do decálogo cristão. "Não para substituir o antigo", diz Russell, "mas para complementá-lo". Os dez princípios são:

1.    Não tenhas certeza absoluta de nada.

2.    Não consideres que valha a pena proceder escondendo evidências, pois as evidências inevitavelmente virão à luz.

3.    Nunca tentes desencorajar o pensamento, pois com certeza tu terás sucesso.

4.    Quando encontrares oposição, mesmo que seja de teu cônjuge ou de tuas crianças, esforça-te para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, pois uma vitória que dependente da autoridade é irreal e ilusória.

5.    Não tenhas respeito pela autoridade dos outros, pois há sempre autoridades contrárias a serem achadas.

6.    Não uses o poder para suprimir opiniões que consideres perniciosas, pois as opiniões irão suprimir-te.

7.    Não tenhas medo de possuir opiniões excêntricas, pois todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas excêntricas.

8.    Encontra mais prazer em desacordo inteligente do que em concordância passiva, pois, se valorizas a inteligência como deverias, o primeiro será um acordo mais profundo que a segunda.

9.    Sê escrupulosamente verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais inconveniente se tentares escondê-la.

10. Não tenhas inveja daqueles que vivem num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso.

DELÍRIOS, APENAS ISTO!


Sempre fui cético quando dizem que vivemos o inicio de uma "ditadura democrático-republicana". Mas, alguns fatos cometidos pelo regime petista mostram que estou errado no meu ceticismo e que devo acreditar no que dizem. Pronto!, o relato a seguir mostra isso! Nos últimos dias, a tal de comissão da verdade (assim mesmo, com letras minúsculas), liderada por pessoas descerebradas, fixadas em verdades inverdadeiras e com objetivo de colocar viseiras em mim, tem passado dos limites, extraindo ossadas dos túmulos, delirando sobre indícios ou falsas evidências da História, para reescrevê-la a seu gosto. Agora, vê só!, a tal comissão quer porque quer, assassinar Juscelino. Então, é importante ler  a notícia abaixo que desmistifica o delírio demencial de quem quer porque quer descobrir os pelos que o ovo não tem.

 

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A Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo divulgou na semana passada um documento composto por 90 pontos com supostos indícios de que a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek foi resultado de uma conspiração dos militares.

A tese, no entanto, é contrária a de Comissão Externa constituída em 2001, na Câmara dos Deputados, requerida pelo ex-deputado Paulo Octávio, casado, com a neta de JK, Anna Cristhina Kubitschek. Na época, a Comissão colheu depoimentos dos peritos que trabalharam na investigação da morte de JK em 1976, Sérgio de Souza Leite e Roberto Freitas Vilarinho e do ex-diretor Departamento Técnico e Científico da Polícia do Estado do Rio de Janeiro, Francisco Gil Castello Branco, que conduziu as investigações na década de 70.

Além disso, convocou dois peritos totalmente desvinculados do processo inicial, João Bosco de Oliveira e Ventura Raphael Martello Filho, para assessorar a Comissão Externa da Câmara. Após ouvir inúmeros depoimentos, viajar ao Chile atrás de eventuais conexões com a Operação Condor e reconstituir a ultima viagem de Juscelino Kubitschek, a Comissão foi taxativa em desconsiderar a tese de assassinato. Segundo a conclusão do relatório, “por mais que se exercite a imaginação e criatividade”, não existem argumentos sólidos, balizados, lógicos ou técnicos que indiquem que ao contrário à um acidente. “Os menores, detalhes não passaram despercebidos. Investigamos todas as dúvidas, todas as suspeitas.

À medida que as questões foram sendo esclarecidas e respondidas, a conclusão foi-se impondo inexoravelmente [...] Ao final destes trabalhos, não resta mais dúvidas de que a morte de Juscelino Kubitscheck foi causada por um acidente automobilístico, sem qualquer resquício da consumação de um assassinato encomendado”, concluiu a Comissão de 2001. O resultado das investigações de 2001 são apoiados por Maria Estela Kubitschek, filha do ex-presidente, e por Maria de Lourdes, filha do motorista Geraldo Ribeiro. Em depoimento à Comissão Especial da Câmara, Maria de Lourdes constestou a versão de assassinato. “Na qualidade de representante legal e afetiva da família, diante dos fatos, da credibilidade do IML na época e dos laudos emitidos em vários estados, acredito até hoje que a perícia de 1976 estava correta. Isto é, que meu pai, Geraldo Ribeiro, não foi atingido por projétil de arma de fogo”. O vereador Gilberto Natalini (PV), presidente do grupo paulista responsável pelas investigações que “comprovam” que JK foi assassinado, disse desconhecer a investigação de 2001. Além disso, o seu assessor, Ivo Patarga, que auxiliou as investigações, não sabia, por exemplo, que os peritos oficiais do caso ainda estavam vivos.

Patarga afirma que qualquer investigação na época da ditadura foi influenciada pelo regime. Para Natalini, as provas apontadas no relatório da Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo são fortes e comprovam que foi um assassinato político. Mesmo assim, o vereador já afirmou que poderá ouvir os peritos iniciais para fazer uma acareação sobre o assunto. Contestações Em 1996, após a morte da ex-mulher de JK, Sarah Kubitschek, o ex-secretário do político, Serafim Jardim, autor do livro Juscelino Kubitschek — Onde está a verdade?, pediu a exumação do corpo do motorista Geraldo Ribeiro. A suspeita, constestada até hoje, era de que o motorista havia levado um tiro antes do acidente que vitimou os ocupantes do Opala. Porém, a suspeita foi refutada pelo médico-legista Márcio Alberto Cardoso, responsável pela exumação do cadáver em 1996, vinte anos após o acidente. Segundo ele, há fotos que mostram o crânio de Geraldo intacto, assim que foi tirado da urna no cemitério de Belo Horizonte. “Não havia perfurações ou fratura no crânio dele.

O que achamos foi um prego, que chamamos de cravo, usado para fixar uma estrutura de pano nos caixões”, afirma. Em entrevista ao Correio Braziliense, o perito Ventura Raphael Martello Filho, convocado para assessorar a Comissão Externa da Câmara, confirmou a impossibilidade de ter acontecido um atentado. “Com 40 anos de experiência, não consegui descobrir, por meio de laudos, fotos, recursos técnicos e análise do local, que houve ali outra coisa a não ser um acidente de trânsito.

O parecer técnico foi feito. Há uma série de impropriedades e argumentos infantis (como as teorias de conspiração)”, avalia Martello. Congresso Nacional O deputado Walter Feldman (PSB-SP) apresentou à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara um requerimento convidando para audiência pública o presidente do colegiado paulistano, vereador Gilberto Natalini (PV), o ex-secretário de JK Serafim Jardim e o perito criminal Alberto Carlos de Minas.

O requerimento deverá ser votado na próxima quarta-feira (18/12). Os três convocados defendem a versão de que o ex-presidente foi assassinado. Até o momento, os peritos iniciais ( Sérgio Leite e Villarinho), o legista que exumou o cadáver ( Márcio Cardoso) e os peritos que assessoraram a Comissão Externa ( João Bosco e Raphael Martello) não foram incluídos entre os que prestarão depoimentos.

 

 

SÓ PARA EMBALAR O RISO

É, sim! Só para quebrar a monotonia e embalar o riso.
 
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CHATEAR E ENCHER, por Paulo Mendes Campos 
Um amigo meu me ensina a diferença entre “chatear” e “encher”. Chatear é assim: você telefona para um escritório qualquer na cidade.
— Alô, quer me chamar por favor o Valdemar?
— Aqui não tem nenhum Valdemar.
Daí a alguns minutos você liga de novo.
— O Valdemar por obséquio.
— Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar.
— Mas não é do número tal?
— É, mas aqui nunca teve nenhum Valdemar.
Mais cinco minutos, você liga o mesmo número:
— Por favor, o Valdemar já chegou?
— Vê se te manca palhaço. Já não lhe disse que o diabo desse Valdemar nunca trabalhou aqui?
— Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí.
— Não chateia.
Daí a dez minutos, ligue de novo.
— Escute uma coisa: o Valdemar não deixou pelo menos um recado?
O outro dessa vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis.
Até aqui é chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova ligação:
— Alô. Quem fala aqui é o Valdemar! Alguém telefonou para mim?

NO PAÍS DA COPA


Recomendo a leitura desta boa análise do momento, escrita por Paulo Brossard.



No país da Copa

Autor: Paulo Brossard, 24/12/2013

 
Lamento que as vésperas do Natal, em vez de inspirar-me nele, tenha tido de escrever sobre temas tão ingratos

Se há um dado que se tem expandido entre nós é o protagonizado pela violência. As manifestações populares, grandes ou pequenas, tradicionalmente, terminam em passeatas ou coisa parecida. Agora, parece que devam ser concluídas com atos concretos de agressão ou dano; uma vitrina quebrada é uma conclusão digna de um tipo, como o incêndio de um veículo compõe excentricidade apropriada ao desfecho de outro. A partir daí, tudo pode acontecer. Mas, se me ocupo deste fato é porque vi com meus olhos o termo de um jogo de futebol, quando número apreciável de pessoas ocupavam as bancadas da assistência e se convertia com convulsão de alta belicosidade; as cenas que a televisão perpetuou e veio a mostrar com rigorosa objetividade; cabeças humanas pisoteadas com requintes de selvageria. Ora, quem vai assistir a uma disputa sabe de antemão que o seu clube pode ganhar, empatar ou perder. Sempre ouvi falar em espírito esportivo, mas nunca em conflito rude e isso tem acontecido, foi documentado e divulgado pela televisão. Mas são esportistas ou torcedores, são grupos de marginais ocultos sob a camisa de times. O fenômeno não é apenas extremamente nocivo, mas até perigoso, porque envolve multidões e se sabe do que são capazes as multidões.

Este o fato que, se não estou em erro tende a generalizar-se, talvez por preparo de grupos para este fim. E isso me parece perigoso porque a violência tolerada não cessa de propagar-se, de concessão em concessão, pode chegar ao insuportável. De mais a mais, as sanções adotadas tem sido ineptas. Em um caso o agressor foi condenado a pagar uma cesta básica e em outra situação, um agente do Ministério Público proibiu (sic) que a polícia entrasse nos estádios…

De concessão em concessão chegou-se a uma legislação ineficaz que resultou no triunfo da impunidade

Outrossim, proibir o acesso dos agressores é praticamente inviável, dado que a massa humana que sai de casa para assistir o espetáculo esportivo, não há como se identificar pessoa por pessoa, que comparece com sua carteira ou entrada.

As cenas degradantes que assistimos no estádio de futebol são uma forma de reprodução do que vemos fora dele. Autores de furtos e agressões raramente são detidos e quando o são, logo ganham as ruas e ficam liberados. As penas de pagar cestas básicas são cômodas para quem as aplicam, mas tornam-se um convite a delinquir. A reincidência dos delitos é a prova da ineficiência do aparato repressor do Estado, que transforma os cidadãos em vítimas potenciais, vivendo acuados em casas gradeadas. A população está encarcerada, enquanto os infratores estão à solta.

De concessão em concessão chegou-se a uma legislação ineficaz que resultou no triunfo da impunidade. A barbárie vista em Joinville é irmã do que assistimos nas ruas. Isso não é bom, e para não ficar pior, é preciso enfrentar o flagelo.

Lamento que as vésperas do Natal, em vez de inspirar-me nele, tenha tido de escrever sobre temas tão ingratos, mas isso revela quanto me feriram os sucessos mencionados. Espero sinceramente não tenha que desculpar-me outra vez pelos temas escolhidos nas vésperas do Natal e também de outras datas santificadas.

Para encerrar, eu me pergunto qual a impressão que eles despertam naqueles que em todo o mundo, procuram propagar as excelências dos esportes, quando na sede geográfica da próxima Copa do Mundo se assista cenas sub-humanas, exatamente no mais popular e enraizado esporte brasileiro.

Fonte: Zero Hora, 23/12/2013

 

INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL

Levando em conta os debates a Inteligência Emocional, sugiro a leitura do texto abaixo. É um novo campo de inflexão de estudos da mente e do...