Sempre fui cético quando dizem que vivemos o inicio de uma
"ditadura democrático-republicana". Mas, alguns fatos cometidos pelo
regime petista mostram que estou errado no meu ceticismo e que devo acreditar
no que dizem. Pronto!, o relato a seguir mostra isso! Nos últimos dias, a tal
de comissão da verdade (assim mesmo, com letras minúsculas), liderada por
pessoas descerebradas, fixadas em verdades inverdadeiras e com objetivo de
colocar viseiras em mim, tem passado dos limites, extraindo ossadas dos
túmulos, delirando sobre indícios ou falsas evidências da História, para reescrevê-la
a seu gosto. Agora, vê só!, a tal comissão quer porque quer, assassinar
Juscelino. Então, é importante ler a notícia abaixo que desmistifica o
delírio demencial de quem quer porque quer descobrir os pelos que o ovo não
tem.
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A Comissão da Verdade da Câmara Municipal de
São Paulo divulgou na semana passada um documento composto por 90 pontos com
supostos indícios de que a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek foi
resultado de uma conspiração dos militares.
A tese, no entanto, é contrária a de Comissão
Externa constituída em 2001, na Câmara dos Deputados, requerida pelo
ex-deputado Paulo Octávio, casado, com a neta de JK, Anna Cristhina Kubitschek.
Na época, a Comissão colheu depoimentos dos peritos que trabalharam na
investigação da morte de JK em 1976, Sérgio de Souza Leite e Roberto Freitas
Vilarinho e do ex-diretor Departamento Técnico e Científico da Polícia do
Estado do Rio de Janeiro, Francisco Gil Castello Branco, que conduziu as
investigações na década de 70.
Além disso, convocou dois peritos totalmente
desvinculados do processo inicial, João Bosco de Oliveira e Ventura Raphael
Martello Filho, para assessorar a Comissão Externa da Câmara. Após ouvir
inúmeros depoimentos, viajar ao Chile atrás de eventuais conexões com a
Operação Condor e reconstituir a ultima viagem de Juscelino Kubitschek, a
Comissão foi taxativa em desconsiderar a tese de assassinato. Segundo a
conclusão do relatório, “por mais que se exercite a imaginação e criatividade”,
não existem argumentos sólidos, balizados, lógicos ou técnicos que indiquem que
ao contrário à um acidente. “Os menores, detalhes não passaram despercebidos.
Investigamos todas as dúvidas, todas as suspeitas.
À medida que as questões foram sendo
esclarecidas e respondidas, a conclusão foi-se impondo inexoravelmente [...] Ao
final destes trabalhos, não resta mais dúvidas de que a morte de Juscelino
Kubitscheck foi causada por um acidente automobilístico, sem qualquer resquício
da consumação de um assassinato encomendado”, concluiu a Comissão de 2001. O
resultado das investigações de 2001 são apoiados por Maria Estela Kubitschek,
filha do ex-presidente, e por Maria de Lourdes, filha do motorista Geraldo
Ribeiro. Em depoimento à Comissão Especial da Câmara, Maria de Lourdes
constestou a versão de assassinato. “Na qualidade de representante legal e
afetiva da família, diante dos fatos, da credibilidade do IML na época e dos
laudos emitidos em vários estados, acredito até hoje que a perícia de 1976
estava correta. Isto é, que meu pai, Geraldo Ribeiro, não foi atingido por
projétil de arma de fogo”. O vereador Gilberto Natalini (PV), presidente do
grupo paulista responsável pelas investigações que “comprovam” que JK foi
assassinado, disse desconhecer a investigação de 2001. Além disso, o seu
assessor, Ivo Patarga, que auxiliou as investigações, não sabia, por exemplo,
que os peritos oficiais do caso ainda estavam vivos.
Patarga afirma que qualquer investigação na
época da ditadura foi influenciada pelo regime. Para Natalini, as provas
apontadas no relatório da Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo
são fortes e comprovam que foi um assassinato político. Mesmo assim, o vereador
já afirmou que poderá ouvir os peritos iniciais para fazer uma acareação sobre
o assunto. Contestações Em 1996, após a morte da ex-mulher de JK, Sarah
Kubitschek, o ex-secretário do político, Serafim Jardim, autor do livro
Juscelino Kubitschek — Onde está a verdade?, pediu a exumação do corpo do
motorista Geraldo Ribeiro. A suspeita, constestada até hoje, era de que o
motorista havia levado um tiro antes do acidente que vitimou os ocupantes do
Opala. Porém, a suspeita foi refutada pelo médico-legista Márcio Alberto
Cardoso, responsável pela exumação do cadáver em 1996, vinte anos após o acidente.
Segundo ele, há fotos que mostram o crânio de Geraldo intacto, assim que foi
tirado da urna no cemitério de Belo Horizonte. “Não havia perfurações ou
fratura no crânio dele.
O que achamos foi um prego, que chamamos de
cravo, usado para fixar uma estrutura de pano nos caixões”, afirma. Em
entrevista ao Correio Braziliense, o perito Ventura Raphael Martello Filho,
convocado para assessorar a Comissão Externa da Câmara, confirmou a
impossibilidade de ter acontecido um atentado. “Com 40 anos de experiência, não
consegui descobrir, por meio de laudos, fotos, recursos técnicos e análise do
local, que houve ali outra coisa a não ser um acidente de trânsito.
O parecer técnico foi feito. Há uma série de
impropriedades e argumentos infantis (como as teorias de conspiração)”, avalia
Martello. Congresso Nacional O deputado Walter Feldman (PSB-SP) apresentou à
Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara um requerimento
convidando para audiência pública o presidente do colegiado paulistano,
vereador Gilberto Natalini (PV), o ex-secretário de JK Serafim Jardim e o
perito criminal Alberto Carlos de Minas.
O requerimento deverá ser votado na próxima
quarta-feira (18/12). Os três convocados defendem a versão de que o
ex-presidente foi assassinado. Até o momento, os peritos iniciais ( Sérgio
Leite e Villarinho), o legista que exumou o cadáver ( Márcio Cardoso) e os
peritos que assessoraram a Comissão Externa ( João Bosco e Raphael Martello)
não foram incluídos entre os que prestarão depoimentos.
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