Brossard, ao escrever este artigo, em meados do último dezembro, o livro "Assassinato de Reputações", de Tuma, estava embrionário no conhecimento de todos. Agora, unindo o artigo de Brossard ao conteúdo do livro, vê-se como e quanto essas vestais são dissolutas, farisaicas e de como seus principal líder agiu traidoramente em relação aos seus companheiros.
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Vestais dissolutas
Paulo Brossard, 17/12/2013
Quando fundado o PT, seus integrantes eram, em regra, sindicalistas e
alguns intelectuais. Por esta razão, ou por outra, o nascente partido tinha a
pretensão de ser melhor que os demais. Proclamavam-se superiores. Eram os
puros, enquanto os outros seriam os ímpios, ou de segunda categoria.
Cedo, porém, ficou demonstrado que a nova agremiação haveria de
revelar-se possuidora de mazelas, quiçá superiores às atribuídas aos outros
partidos; com efeito, chegados ao poder não hesitariam em abrir um capítulo
novo no elenco das ilicitudes, o mensalão foi o maior, pelo menos o mais
chocante por seu ineditismo e ostensividade; não foi o único, formou um
rosário. Um dos mais conhecidos relacionou-se quando da eleição a governador de
São Paulo, do atual ministro da Educação.
Enfim parece que em
matéria de “traficâncias” as vestais revelaram-se insuperáveis
Ficaram famosos os fatos que tiveram como cenário o Hotel Ibis, em São
Paulo, local onde agente petista compraria um dossiê que comprometeria o
adversário, ao preço de R$ 1,7 milhão, dinheiro de contado. Se bem me lembro, o
dossiê não passava de um agregado de coisas ineptas a ponto de o virtual
adquirente desinteressar-se da suposta preciosidade e de evadir-se para não se
encontrar com a Polícia Federal, deixando mesmo no hotel a soma de R$ 1,7
milhão durante algum tempo. Menciono o caso por ter se tornado público o
episódio para demonstrar o proteiforme procedimento instaurado. Diante da
repercussão, nada menos que o presidente Luiz Inácio tentou diminuir a
importância da ocorrência chamando os compradores, seus correligionários, de
aloprados, vocábulo que, se não mentem os dicionários, significa endoidados,
malucos, estúpidos.
Agora veio a público que, numa investigação sobre contas no Exterior, o
Ministério da Justiça consultou o Legal Department Cayman Islands Government,
aparecendo nada mais nada menos que o nome de José Dirceu de Oliveira e Silva.
Por esta, ou aquela razão, o Ministério da Justiça, que requerera
esclarecimentos, parece ter sepultado a incômoda revelação e o fato não teve a
menor consequência, quer dizer, são fatos, e fatos de suma gravidade e os
serviços oficiais da alçada de um ministério de alta responsabilidade e
conceito teriam arquivado documento que lhe foi dirigido em resposta a
inquirição sua. Tais fatos são bastantes para demonstrar a deterioração das
normas da nossa administração, sob o governo que pretendia ser um padrão de
excelência. Diante deles poderia o Ministério da Justiça arquivá-los,
conservando sem divulgação e sem consequências o fato gravíssimo, sem
converter-se em co-responsável nem incidir em prevaricação?
Agora, outro fato arrasador vem de ocorrer, envolvendo o coração do
governo. Acaba de ser publicado livro, com base em copiosas revelações de Romeu
Tuma Junior, ex-secretário Nacional da Justiça do Ministério. Alega-se que Tuma
Junior foi exonerado em razão de ilegalidades cometidas ou coisa parecida, mas
quanto tempo decorreu desde a demissão? Não foi bastante para apurar a
responsabilidade do demitido, suposta a veracidade das imputações que lhe foram
feitas? A verdade, porém, é que nada, absolutamente nada, nenhuma iniciativa
tomou a administração de apurar fatos ditos graves como lhe cabia.
Publicado em livro e divulgado nacionalmente não se viu nem ouviu uma
palavra do governo a respeito. Essa omissão não importa em cumplicidade e esta
em corresponsabilidade; as revelações atingem mortalmente a alta administração
do país.
Enfim parece que em matéria de “traficâncias” as vestais revelaram-se
insuperáveis
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