OAB SERVIL

Sem dúvida alguma, o episódio narrado por Reinaldo Azevedo, acerca da homenagem a LULLA, corresponde à demolição da altivez da OAB, na defesa sempre intransigente da legalidade. Tornou-se servil a Ordem dos Advogados do Brasil ao atraso e ao engodo de personalidades, com projeção nacional, sim, mas sem conteúdo conceitual da democracia e da república, e sem lastro moral e ético para merecer tais homenagens. É o oportunismo, idiota!

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As tolices de Lula: agora ele defende ministro do STF com mandato. Ou: OAB chama para ato em homenagem à Constituição aquele que comandou a rejeição à Carta

Um dos segredos de Lula é não ter medo do ridículo. Como imprensa, sistema político e instituições reagem cada vez com mais mansidão às tolices que diz, ele segue adiante, sem medo, desde sempre, de ser feliz. Ele foi, nesta terça, um dos convidados de uma solenidade feita pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em homenagem aos 25 anos da Constituição. Faltou à Ordem, é evidente, um mínimo de bom senso. Considerando que se trata da entidade por excelência dos advogados, que devem ter como guia a Carta Magna, eu diria que também a decência saiu arranhada. O PT é o partido que se negou a comparecer ao ato de homologação da Constituição, o que correspondeu, simbolicamente, a um “não” ao documento. Por que uma entidade que simboliza o sumo da defesa da ordem jurídica e constitucional convida para uma solenidade alguém que se recusou a endossar a Constituição? Servidão voluntária? Vício de servir? Tenham paciência!
Depois da solenidade, o ex-presidente, que anda mais assanhado que chinoca em dia festa — para lembrar ditado gaúcho — resolveu deitar falação sobre o STF. E ousou fazer uma proposta que não ocorreu nem aos generais mais duros da ditadura. Segundo o valente, os ministros do STF deveriam ter mandatos. Leio na Folha : “É preciso que a gente decida a questão do Supremo. Se vai ter mandato ou não, se vai ser 75 anos, se vai ficar como está. Porque, senão, as pessoas ficam 40, 35 anos. Acho que poderíamos consultar a OAB. Pode ter um mandato. É uma coisa que tem que ser discutida”.
Ora, ora, ora. Digam-me cá: em que lugar, em que instância, em que foro se discute se “juiz deve ter mandato”? Se isso existe, está apenas na cabeça do gênio. A propósito: se Dias Toffoli ficar no tribunal até os 70, serão 28 como ministro do Supremo. Chegou lá aos 42 justamente pelas mãos de Lula. O único dado de sua biografia que explicava, mas não justificava, a nomeação, era a sua vinculação com o PT. Tinha sido reprovado num concurso para juiz.
Os nove ministros da Suprema Corte dos EUA permanecem no cargo enquanto tiverem condições de exercer o seu trabalho. Caso não peçam para sair, ficam até a morte. Aprovados pelo Senado, o cargo é vitalício. E, obviamente, não ocorreria a um ex-presidente ou a um líder político sugerir que tivessem “mandatos”. A razão de ser da vitaliciedade de um juiz é justamente impedir que se vergue a conjunturas políticas. Para tanto, claro!, é fundamental que as indicações feitas obedeçam a critérios que guardem intimidade apenas com a Justiça, não com a política. Ridículo no Brasil, isto sim, e cada vez mais, especialmente em face do aumento da expectativa de vida, é a aposentadoria compulsória aos 70 anos. Tanto é assim que ministros aposentadores seguem trabalhando em escritórios privados de advocacia, gozando de plena saúde física e mental.
De volta à Constituição
Mas até Lula é, às vezes, mais severo com o seu partido do que a própria imprensa, que costuma lhe ser reverente. Ao comentar o comportamento do PT na Constituinte, afirmou:
“O PT foi o único partido que, no dia da instalação da Constituinte, entregou um projeto de Constituição. Só tínhamos 16 deputados, mas éramos desaforados como se fôssemos 500. Se nossa Constituição fosse aprovada, certamente seria ingovernável, porque éramos muito duros na queda”.
Acerta numa coisa: submetido às vontades, então, do PT, o país seria ingovernável, como ingovernável teria sido se Lula tivesse vencido as eleições presidenciais em 1989, em 1994 ou em 1998. “Duros na queda” uma ova! O nome é outro: se alguém propõe um arcabouço constitucional que torna o país ingovernável, o nome disso é irresponsabilidade.
Lula só encontrou um país “governável” porque FHC fez reformas que o PT, obviamente não faria, contra a quais lutou bravamente, sabotando — cabe, sim, a palavra — todas os esforços para tirar o país de um atraso crônico. Dessa resistência, fez, diga-se, a sua plataforma, em muitos aspectos ignorada depois que chegou ao poder. Apontem uma só mudança estrutural importante implementada pelo petismo que concorre para a tal “governabilidade”. O que se reformou no governo FHC reformado foi; o que não se conseguiu fazer ficou para a calendas.
Quem sabe Lula faça um novo mea-culpa daqui a 25 anos…
Por Reinaldo Azevedo

IGNOMÍNIA ESQUECIDA

Compartilho este assunto, porque penso colaborar para que a nacionalidade brasileira não esqueçamos a indignidade que campeia por aí. Indignidade esta, construída a partir da ação, ou da sua falta, de todos os segmentos da sociedade, especialmente por aqueles que deveriam zelar pelas Leis e pelo espírito delas. No caso em tela, até o STF teve um papel estranho, o quê não devemos estranhar muito! Outro caso qualquer, envolvendo outros personagens, tanto vítimas quanto algozes, certamente atingiria repercussão internacional. Mas, como envolve pessoa sem expressão social, de um lado, e, do outro, de expressões políticas do regime nefasto dominante, nada acontece. Vê bem, 2007 ontem, 2013, hoje, e seis anos após, a juíza responsável pela monstruosidade quase é levada à promoção e, suprema ironia, cuidaria da Vara própria a crianças. Enfim, é o retrato colorido da situação pela qual passamos.

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Os algozes da menina estuprada na cadeia do Pará estão livres. Ela desapareceu

Publicado em 30 de julho de 2013, na coluna de AUGUSTO NUNES
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BRANCA NUNES
Em 21 de outubro de 2007, a menor L.A.B. foi presa em Abaetetuba, no Pará, sob a acusação de tentar furtar um telefone celular. Tinha 15 anos, menos de 40 quilos e um metro e meio de altura. Levada para a delegacia da cidade de 130 mil habitantes, a quase 100 quilômetros de Belém, passou os 26 dias seguintes numa cela ocupada por mais de 20 homens. Durante todo o tempo, o bando de machos serviu-se à vontade da única fêmea disponível. Estuprada incontáveis vezes, teve cigarros apagados em seu corpo e as plantas dos pés queimadas enquanto procurava dormir. Alguns detentos, aflitos com as cenas repulsivas, apelaram aos carcereiros para que interrompessem o calvário. Os policiais preferiram cortar o cabelo da adolescente com uma faca para camuflar a aparência feminina. A rotina de cinco ou seis relações sexuais diárias foi suspensa apenas nos três domingos reservados a visitas conjugais. O tormento só acabou com a intervenção do conselho tutelar, alertado por uma denúncia anônima.
De tão escabrosos, os fatos resumidos no parágrafo acima parecem extraídos de um filme de ficção. Mas o episódio aconteceu. E a realidade foi ainda mais apavorante.
Naquele 21 de outubro de 2007, um domingo, L.A.B. foi flagrada por Mayko Deyvison de Lima Santos tentando furtar um aparelho celular, algumas roupas e uma corrente de prata pertencentes ao dono da casa. Eram 9 horas da manhã. Depois de trancá-la num banheiro, Mayko ligou para um tio, Adilson Pires de Lima, e para os amigos Sérgio Teixeira da Silva e Francisco Carlos Fagundes Campos. Os três são investigadores de polícia.
Assim que chegou ao local do crime, Adilson se apresentou com um soco no estômago de L.A.B.. A arma colocada dentro da boca encerrou a primeira etapa do calvário. Encaminhada à delegacia, foi recepcionada por Sérgio teixeira com um chute nas costas.
(Era a quarta vez em menos de quatro meses que a adolescente entrava naquele lugar. Em 24 de junho, L.A.B. havia sido detida por tentativa de furto e liberada depois de pagar a fiança de R$ 180. Em 14 de setembro, foi presa por furto. O alvará de soltura, expedido em 18 de setembro, tem a assinatura da juíza Clarice Maria de Andrade. Não se sabe onde L.A.B. ficou por 72 horas. Nas duas ocasiões, alterou o sobrenome ─ para “da Silva Prestes” ─ e também a idade: afirmou ter 24 e 19 anos. Existe outro inquérito por furto aberto em 3 de julho.)
A história que teve início em 21 de outubro começou a percorrer descaminhos muito mais perturbadores quando a delegada Flávia Verônica Monteiro Pereira resolveu trancafiar L.A.B. ─ que nem precisaria de documentos para provar a menoridade denunciada aos gritos pelo físico ─ na jaula atulhada de machos.
Flávia foi a primeira mulher a cruzar o caminho da menina de 15 anos.
(A atitude da delegada não chega a ser surpreendente nos grotões do Brasil – muito menos nas lonjuras do Pará. No relatório da CPI do Sistema Carcerário, publicado em 2009, delegados, promotores, agentes penitenciários e juízes confirmaram que “quando não tem onde prender mulher, a gente coloca com os homens mesmo”. Ao vistoriar prisões paraenses, integrantes da CPI localizaram dois casos semelhantes ao de L.A.B.. No primeiro, uma presa engravidou depois de cinco meses numa cela com 38 homens. Noutro, a detenta teve dois filhos ao fim de temporadas distintas na cadeia. A quantidade de parceiros impede a identificação dos pais biológicos.)
Se não engravidou, L.A.B. teve sorte. Logo na primeira noite, foi atacada por Beto Júnior Castro da Conceição. Diante da resistência da presa, ele a levou para o banheiro e ali a estuprou. “A vítima gritou bastante, porém, como neste ambiente prevalece a lei do silêncio e os próprios presos tinham medo deste acusado, nada fizeram”, resume a denúncia do Ministério Público, à qual teve acesso o site de VEJA.
O segundo a saciar-se foi Rodinei Leal Ferreira, vulgo Cão. Como a adolescente seguia resistindo, os detentos resolveram confiscar-lhe a comida, que só liberavam mediante o que chamam de “empanada”: a vítima estende um pano no chão e faz sexo em troca de alimento, dinheiro ou material de limpeza.
Enquanto permaneceu no cárcere, L.A.B. sofreu lesões corporais, teve o corpo queimado com cigarros e isqueiros durante o sono e foi constantemente coagida a ficar longe das grades para não ser vista. Por causa da alta rotatividade, ela só conseguiu identificar Beto Júnior e Rodinei Leal, o Cão. A dupla, hoje no Centro de Recuperação Regional de Abaetetuba, foi condenada a 10 anos e 8 meses por estupro e atentado violento ao pudor contra a ex-companheira de cela.
(Beto Júnior também cumpre pena por dois crimes de roubo qualificado. O prontuário de Rodinei Leal inclui uma condenação por tentativa de roubo e outra por roubo qualificado.)
Cela em que L.A.B. passou 26 dias
Em 23 de outubro, dois dias depois da captura, Clarice Maria de Andrade – a mesma juíza que subscreveu o alvará de soltura de L.A.B. em 18 de setembro – assinou o auto de prisão em flagrante. A magistrada sabia que não existem celas só para mulheres na delegacia. Mas não quis saber onde L.A.B. ficara alojada.
Clarice foi a segunda mulher a cruzar o caminho da menina de 15 anos.
(“Se um juiz mandar soltar todas as pessoas que estejam presas em situação degradante no Brasil não sobrará ninguém atrás das grades”, avisa Emiliano Alves Aguiar, advogado de Clarice. “As cadeias estão superlotadas. Não há condições mínimas de salubridade para homens e mulheres”.)
Em 5 de novembro de 2007, 14 dias depois do início do drama, Clarice recebeu um ofício “em caráter de urgência” assinado por Antonio Fernando Botelho da Cunha, superintendente regional do Tribunal de Justiça do Pará. O documento determinava a transferência de L.A.B. para Belém, “uma vez que não possuímos cela para o abrigo de mulheres, estando a mesma custodiada juntamente com outros detentos, correndo risco de sofrer todo e qualquer tipo de violência”.
A juíza repassou o pedido para Graciliano Chaves da Mota, diretor da Secretaria da 3ª Vara de Abaetetuba, que assessorava a doutora. Embora tenha garantido à magistrada que a solicitação havia sido encaminhada por fax em 8 de novembro, o diretor só a enviou 12 dias depois, quando L.A.B. já estava em liberdade e o caso começava a chamar a atenção da imprensa. Nesse período, Clarice não procurou saber se o diretor cumprira a ordem que lhe dera.
O episódio ganhou repercussão nacional depois da interferência do conselho tutelar. Alertada para a presença de uma menina de 15 anos na cela masculina da cidade, a conselheira Diva de Jesus Negrão Andrade correu para a delegacia levando a certidão de nascimento de L.A.B.. Na frente do delegado Antônio Fernando Cunha, a adolescente não só reconheceu a menoridade, como confirmou a denúncia de que estava sendo abusada sexualmente pelos outros presos.
As evidências não foram suficientes para sensibilizar o delegado Cunha. Ao dizer que a menor só sairia dali com ordem judicial, devolveu L.A.B. ao inferno. Nesse mesmo dia, achou prudente transferi-la para a sala dos escrivães.
Na tarde seguinte, quando o pai de L.A.B. chegou à delegacia acompanhado de um conselheiro tutelar, o delegado Rodolfo Fernando Valle Gonçalves alegou que a adolescente havia fugido – e recusou-se a fazer um boletim de ocorrência registrando o sumiço da menina.
L.A.B. foi encontrada três dias mais tarde vagando no cais do porto. Contou que fora levada até lá por três policiais civis, que a ameaçaram de morte se não caísse fora da cidade.
Inquieta com os possíveis prejuízos eleitorais decorrentes da repercussão nacional do episódio, a governadora Ana Júlia Carepa prometeu afastar os diretamente envolvidos no absurdo. Reconheceu que outras cadeias do Pará reprisavam com frequência o mesmo espetáculo da promiscuidade e baixou um decreto proibindo homens e mulheres de dividirem a mesma cela – como se isso não fosse proibido pela legislação brasileira há alguns séculos.
Ana Julia foi a terceira mulher a cruzar o caminho da menina de 15 anos.
(A governadora não conseguiu se reeleger em 2010)
Hoje, o processo contra os protagonistas desse episódio ainda corre em sigilo no Tribunal de Justiça do Pará. Em tese, há 12 réus e uma vítima. O destino dos protagonistas informa que, na prática, existem 12 vítimas e uma ré. Os únicos que continuam encarcerados são os estupradores Beto Júnior Castro da Conceição e Rodinei Leal Ferreira, que já estavam atrás das grades quando cometeram o crime.
Declarados culpados no Processo Administrativo Disciplinar (PAD) instaurado pela corregedoria da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe), os agentes prisionais Benedito de Lima Amaral e João de Deus Oliveira foram exonerados em 5 de dezembro de 2008. Absolvido, o agente Marcos Eric Serrão Pureza trabalha atualmente na Casa do Albergado, em Belém.
Marcos Eric, como os demais envolvidos, foi condenado por omissão, em primeira instância, a 2 anos e 8 meses de prisão em regime fechado. O Tribunal de Justiça do Pará concedeu-lhe o benefício do regime aberto.
Também foram exonerados os delegados Antônio Fernando Botelho da Cunha, Rodolfo Fernando Valle Gonçalves, Celso Iran Cordovil Viana, Danieli Bentes da Silva e Flávia Verônica Monteiro Pereira. Na denúncia, a promotora Ana Carolina Vilhena Gonçalves afirmou que todos souberam do que se passava e optaram pela omissão.
Ana Carolina destacou a participação de Antônio Cunha, que só tomou providências para a transferência da menor ao receber um ofício da Secretaria de Direitos Humanos do Pará, em 5 de novembro – 18 dias depois do flagrante –, e da delegada Flávia Pereira. “Em decorrência da conduta desta acusada, a vítima sofreu os mais diversos abusos em seus direitos”, descreve a denúncia. “Depois de lavrado o flagrante, nem ao menos um ofício requerendo sua transferência para uma penitenciária feminina foi confeccionado”.
(“Infelizmente todos foram afastados”, lamenta João Nascimento de Moraes, presidente do Sindicato dos Delegados do Estado do Pará (Sindelp). “Eles são vítimas de um sistema carcerário em frangalhos. Os culpados são, primeiro, o governo federal, depois, o estadual”. De acordo com Moraes,a demissão dos delegados extinguiu o vínculo com a polícia e, consequentemente, com o sindicato. A exceção é Rodolfo Gonçalves. Contratado como um “faz tudo” do Sindelp, recebe hoje pouco mais de um salário mínimo por mês. “Foi uma maneira que arrumamos para ele não morrer de fome”, justifica Moraes.)
Apesar de ainda responderem ao processo penal, os investigadores de polícia Adilson Pires de Lima e Sérgio Teixeira da Silva foram absolvidos por falta de provas no Processo Administrativo instaurado pela Polícia Civil. O assessor de imprensa do órgão, que só revelou seu prenome ─  Valrimar ─, limitou-se a informar que nenhum deles trabalha mais na comarca de Abaetetuba. Não disse para onde foram transferidos os dois acusados de lesão corporal grave e ameaça.
Embora não figure entre os réus, a juíza Clarice Maria de Andrade foi aposentada compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 20 de abril de 2010. Em 14 de junho de 2012, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) anularam a decisão por considerá-la “excessiva”. A determinação do STF foi publicada em junho deste ano, quando Clarice já fora nomeada juíza titular da comarca de Ananindeua.
L.A.B. esteve sob a proteção do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM) até completar 18 anos. Em 6 de junho de 2010, segundo a Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal, migrou para outro programa destinado a adultos. Convidada a justificar a mudança, a Secretaria de Direitos Humanos, que até então respondera a todas as perguntas formuladas pelo site de VEJA, encerrou o assunto com uma desculpa nada esclarecedora: não podia fornecer “informações sobre pessoas que fazem parte dos seus programas de proteção, como forma de garantir sua segurança e integridade”.
Passados seis anos, os policiais que abandonaram L.A.B. no cais do porto de Abaetetuba conseguiram o que queriam. Eles continuam em liberdade. Lidiane Alves Brasil desapareceu.

APOSENTADOS E aposentados

Estilo Brasil, momento petralha, claro!
Visualize o trabalhador simples que está próximo de ti, ou tu mesmo! Agora, pensa nas assanhadas expectativas que tens para quando te aposentares, ou, se já és aposentado, a dureza que é a sobrevivência com os recursos limitados do "benefício" do INSS. Na outra ponta da mesa, ou do teu pensamento, vê a turma dos futebolistas, com sua vida cheia de benefícios, torrando grana durante décadas de boa vida, vivendo de cuidar do corpo, de se divertir (afinal, segundo dizem, futebol é um prazer!), viajando e sendo levado para todos os cantos, conhecendo lugares maravilhosos, com todas as comodidades. Há preocupação com o futuro? Que nada!, o povo garante a sobrevivência. Aquele trabalhador simples, lá do começo do texto, ou tu mesmo, ambos trabalharão para garantir a vida desses nababos perdulários que encerram suas carreiras por volta dos quarenta anos, se muito.
Mas, claro!, essa é a visão do proselitismo, das facilidades, das irresponsabilidades gerenciais de um governo petralha.
Benhur 


 

MESMICES IDEOLÓGICAS DE ONTEM E DE HOJE

GUERRA É PAZ
LIBERDADE É ESCRAVIDÃO
IGNORÂNCIA É FORÇA


... "DUPLIPENSAR quer dizer a capacidade de guardar simultaneamente na cabeça duas crenças contraditórias e aceitá-las ambas. O intelectual do Partido sabe em que direção suas lembranças devem ser alteradas; portanto sabe que está aplicando um truque na realidade: mas pelo exercício do DUPLIPENSAR ele se convence também que a realidade não est
á sendo violada." ... Em última análise, foi por meio do DUPLIPENSAR que o Partido conseguiu deter o curso da História." ... "Não há que se necessidade de dizer que os mais sutis praticantes do DUPLIPENSAR são os que o inventaram e sabem que é um vasto sistema de fraude mental."...
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Extraí o texto acima do livro "1984", de George Orwell, escrito ao final da primeira metade do século XX e representa a sua crítica de última instância à pregação teórica do socialismo e a contraposição da prática dessa ideologia. Pouco antes, já havia escrito "A Revolução dos Bichos", também estabelecendo uma crítica, mas mais humorada, à dicotomia oportunista ideológica mencionada.
Bem, comparações com momentos atuais, são livres!
Benhur

ESCOLHAS

... "A necessidade de sucesso é uma força constritora que impede uma participação imediata no momento presente, que impede o importante diálogo com o material da arte, bloqueia a abertura de relacionamentos, evita uma espécie de resposta muito mais ligeira do que as advertências da mente. Enfim, a necessidade de êxito distorce o prazer." ...
(Extraído do livro "A CONSPIRAÇÃO AQUARIANA", de Marilyn Ferguson, 1980)
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Não seria o momento de repensarmos muito das nossas atitudes em face da vida?
Benhur

VENENO DE ESCORPIÃO

Muito bom o filme! É uma arma demolidora da falação governamental, institucional portanto, e irresponsável, que já consumiu 16 BILHÕES DE REAIS dos impostos que o povo pagamos, em propaganda, PROPAGANDA!, pessoal e partidária.
Benhur

A RESPONSABILIDADE QUE TEMOS

As transformações que incidem sobre a Humanidade nos dias atuais, são muito fortes e formam um conjunto ousado de modificação do pensamento que definirá o perfil comportamental dos dias vindouros. Estas pessoas de hoje tem, portanto, uma responsabilidade em grau exponencial de se portar bem, de planejar e de definir os rumos estruturantes para aquelas de serão as gerações futuras.
O texto abaixo, pois, serve para a formação desse pensamento.
Boa leitura!
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A responsabilidade dos homens de nosso tempo
Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)

É necessário que o mundo inteiro chegue a ter a sensação de segurança para sua vida e para seus bens

Entre as múltiplas preocupações que embargam a mente e o sentimento dos homens de nosso tempo, acha-se a de forjar para as gerações vindouras um futuro digno de uma humanidade altamente civilizada, mas, acontece que atualmente milhões de jovens e crianças já começam a observar a obra dos que lhes antecederam. Aqueles são os que recolherão um dia a semente e o fruto que os homens de hoje estão preparando.
Seria inconcebível, por outra parte, que havendo a humanidade madura desfrutado o enorme progresso, o esforço titânico e os sacrifícios daqueles que a precederam, oferecesse, ao contrário, aos que vêm atrás dela o espetáculo de um mundo em ruínas e de uma humanidade desvalida. É por isto que a cada hora se torna mais necessária a pronta reconstrução material, moral, social e econômica do mundo. Enquanto se projetam e executam as obras que darão ao homem do amanhã mais de um motivo de justa admiração, não outro pensamento deveria presidir a mente de todos os homens que enfrentam nestes momentos a difícil, mas não impossível, tarefa de devolver à humanidade a paz e a felicidade perdidas.
Quando os homens de hoje e do futuro puderem confiar, sem a menor sombra de dúvida, na potencialidade, retidão e justiça, tudo contribuirá para facilitar o livre desenvolvimento das atividades que a inteligência humana será capaz de desenvolver para o progresso e melhoramento da espécie em todos os campos da vida. Mas é necessário, imprescindivelmente necessário, que o mundo inteiro chegue a ter essa sensação de segurança para sua vida e para seus bens. Que o homem possa empreender obras estáveis. Que seu pensamento não se esfume na ficção de um mundo irreal, senão que busque estender-se para o futuro e enlaçar-se com outros que propiciem uma evolução real e consciente para as elevadas finalidades que deve alcançar o aperfeiçoamento humano.
A responsabilidade dos homens de nosso tempo é, pois, muito grande. Esperançada, olhando para eles, está a juventude e a alma inocente de tantas crianças que haverão de receber de suas mãos o porvir que sejam capazes de forjar para elas. 
Os que hoje lutam por estabelecer uma paz duradoura e conciliar todos os interesses que se acham em jogo entre todos os povos do mundo terão de suas consciências a mais plena aprovação. É de se esperar que, nestes momentos graves que estamos vivendo, os homens de nosso tempo possam ter a clarividência necessária e a alta inspiração que as circunstâncias exigem para seguir o exemplo dos que deram à humanidade as luzes de suas grandes ideias  e a realização de suas grandes obras.
Texto extraído da Coletânea da Revista Logosofia, tomo V, pág. 159

O CONTEXTO DO TEMPO E NÓS

O tempo, ah, o tempo! Nada somos no contexto do tempo e nada deixaremos a não ser lembranças, também estas, morredouras. ___________________...