A adoção do posicionamento POLITICAMENTE CORRETO vem sendo adotada pela esquerda mundial como forma sutil de dominação da sociedade, fazendo com que sejamos obrigados e pensar diferente a agir segundo uma cartilha imaginária que nos é imposta.
Muito cuidado, portanto!
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O politicamente correto ataca um direito humano básico: a liberdade de pensamento e de expressão
O ser humano é
um animal dotado da capacidade de raciocinar, imitar e imaginar. Mas não só.
Ele é também um animal dotado da capacidade de verbalizar e comunicar suas
idéias com o propósito de persuadir seus interlocutores, trocar informações com
eles ou, simplesmente, expressar suas emoções.
A capacidade de
se expressar de maneira complexa e argumentada constitui um traço
distintivamente humano -- o qual, ademais, é em grande medida responsável pelo
nosso progresso civilizatório. Mais ainda: a capacidade de se expressar
livremente é o mecanismo por meio do qual o ser humano mantém a sociedade
funcionando. É em decorrência da liberdade de expressão e da capacidade de
articular idéias que as pessoas conseguem apontar problemas, explicá-los,
solucioná-los e tentar chegar a um consenso.
Mas há o outro
lado: a transmissão de idéias também representa um foco potencial de conflitos
entre os seres humanos. Um determinado conjunto de idéias -- sobretudo quando
estas não fazem parte de nossa identidade cultural -- pode nos parecer
rechaçáveis, criticáveis ou mesmo repugnantes. Ou seja, as idéias não só nos
seduzem, como também podem nos molestar. E, em ocasiões, podem nos molestar
sobejamente. E isso é inevitável: por ser capaz de pensar e de se expressar, o
ser humano sempre poderá soar ofensivo a terceiros.
A evolução se deu por meio do debate aberto
Durante séculos,
os indivíduos chegaram ao ponto de se enfrentar mutuamente, até o extremo de se
aniquilarem, por causa das idéias. As guerras religiosas foram, em última
instância, guerras sobre idéias: sobre concepções heterogêneas (e
contrapostas), acerca da transcendência, pelas quais muitos estavam dispostos a
morrer e a matar. A forma que socialmente descobrimos para evitar nos enfrentarmos
e nos agredirmos por causa de nossas idéias díspares foi a tolerância mútua: um
programa ideológico que politicamente se cristalizou naquilo que hoje chamamos
de 'liberalismo' -- "uma tecnologia para evitar a guerra civil",
como, de maneira clarividente, definiu o filósofo Scott Alexander.
As idéias
liberais nos ensinaram o segredo para podermos conviver em paz: aceitarmos
tolerar mutuamente as idéias díspares e incorrermos em argumentações racionais
para resolver nossas discordâncias. Foi assim que a civilização evoluiu.
A censura estimula a intolerância
Obviamente,
nosso desafio sempre foi tolerar aquelas idéias ou expressões alheias que nos
ofendem, e não aquelas que nos agradam e entusiasmam. Somos tolerantes quando
respeitamos o dissenso, e não quando recriamos o consenso. E somos mais
propensos a tolerar as idéias alheias quando os demais toleram as nossas: se um
grupo de pessoas vê suas idéias sendo silenciadas e censuradas, ele perde toda
a razão estratégica para tolerar as idéias alheias. Consequentemente, quando um
grupo politicamente influente consegue instituir a censura sobre aquelas idéias
alheias que consideram ofensivas, essa ação bem-sucedida começa a atrair
imitadores: a tendência natural é que outros indivíduos que também se sentem
ofendidos por outras idéias passem a exigir a censura dessas idéias. Como
consequência, o debate vai se tornando cada vez mais manietado. Pior: quando um
grupo vê suas idéias sendo censuradas, a tendência é que ele redobre a aposta
em suas idéias, tornando-as ainda mais agressivas, podendo se degenerar em
violência física.
Assim, qualquer
sociedade que opte pela censura, ainda que branda, está continuamente colocando
em xeque a resistência de seus pactos implícitos em torno da liberdade de
expressão. Em última instância, a tolerância mútua é, em certa medida, um
equilíbrio potencialmente muito frágil: quando um grupo sente que suas idéias
já são suficientemente toleradas pelos demais, ele pode, de um lado, se limitar
a tolerar as idéias alheias; mas, de outro, pode também cair na tentação
oportunista de tentar censurar marginalmente aquelas idéias ou expressões de
terceiros que lhes ofendem, causando ainda mais distúrbios. Esse tem sido o
caminho escolhido pelos adeptos do politicamente correto.
O politicamente correto como ferramenta de controle
O adjetivo
'politicamente correto' é usado para descrever linguagens ou ações que devem
ser evitadas por serem vistas como 'excludentes' ou 'ofensivas'. Em tese, o
politicamente correto defende a censura de idéias que marginalizam ou insultam
grupos de pessoas tidos como desfavorecidos ou discriminados, especialmente
grupos definidos por gênero, raça ou preferências sexuais. No entanto, ao
defender a censura de idéias consideradas "ofensivas", o politicamente
correto nada mais é do que uma ferramenta criada para intimidar e restringir a
liberdade de expressão. Ao proibir a livre manifestação de idéias a respeito de
uma miríade de assuntos, o politicamente correto funciona como uma linha de
montagem mecanizada, cujo objetivo é padronizar e homogeneizar as ideias dos
indivíduos, fazendo-os pensar e agir sempre de modo uniforme. Para o
politicamente correto, um debate aberto e sem censura, além de ofensivo para as
minorias, é também subversivo, inflamatório e gerador de discórdias, devendo
por isso ser censurado. Mas isso atenta contra a lógica básica. O debate aberto
é algo que, por definição, estimula a análise crítica e impede a uniformidade
(e a hegemonia) intelectual. O debate aberto e sem censura evita a predominância
do chamado "pensamento de manada", garantindo assim uma voz
exatamente para os grupos mais marginalizados e excluídos -- os quais, em tese,
são o alvo da preocupação do politicamente correto.
Se o indivíduo
não mais tiver a liberdade de falar o que pensa, ele não mais será capaz de
pensar. Como bem disse o psicólogo Jordan Peterson, a liberdade de expressão é
suprema e está acima do "direito" de alguém de não se sentir
ofendido. Com efeito, não há o "direito de não ser ofendido"
simplesmente porque isso, caso realmente fosse impingido, levaria à extinção do
próprio pensamento: o ser humano, por ser capaz de pensar, sempre poderá soar
ofensivo a alguém. Querer proibir a expressão do pensamento significa proibir o
próprio ato de pensar.
Conclusão (e um teste)
No final, o que
temos hoje é apenas uma defesa simétrica da liberdade de expressão: só é lícito
aquilo que me agrada. Aquilo que me ofende deve ser proibido. Só que defender a
liberdade de expressão de minhas idéias não é mérito nenhum. Tampouco
representa qualquer utilidade social. O verdadeiro mérito está em defender a
liberdade de expressão daqueles que nos ofendem profundamente, e então
vencê-los no debate por meio da razão. A censura prévia é simplesmente o método
a que recorrem os intelectualmente incapazes. No geral, se você é de esquerda e
defende censura e punição àquilo que você considera "discurso de ódio da
direita", você está apenas defendendo o privilégio da sua seita de abolir
a expressão das idéias alheias. E vice-versa. A universalidade da liberdade de
expressão não existe para proteger aquilo que nos agrada, mas sim para proteger
da censura aquilo que nos ofende. Caso cedamos ao encanto de censurar aquilo
que nos desagrada, em vez de criarmos uma plataforma que estimule o desenvolvimento
do indivíduo por meio do raciocínio lógico, do questionamento e dos diálogos
estimulantes, estaremos apenas criando robôs com pensamentos padronizados e
homogeneizados. Abrir a Caixa de Pandora da censura pode acabar estimulando
outros grupos a fazerem exatamente o mesmo, acabando assim com a liberdade
geral de expressão e com toda a nossa capacidade de debate baseado na razão.
Com efeito, estaremos atacando a nossa própria capacidade de raciocínio.
Não há mágica: o
livre intercâmbio de informações e idéias é crucial para o progresso de uma
sociedade livre. Por isso, toda a forma de "polícia do pensamento"
deve ser abolida. Por fim, um teste: alguns países europeus, como a Alemanha,
transformaram em crime o "discurso de ódio" (hate speech) na
internet. Na prática, as mídias sociais (Google, Facebook e Twitter) serão
severamente multadas caso permitam que seus usuários façam "discursos de
ódio" em suas plataformas. Por uma questão de lógica, isso implica que
agora é ilegal odiar Hitler e o Holocausto na internet. Também significa que o
marxismo -- que fomenta o ódio dos assalariados aos capitalistas, estimulando o
assassinato de capitalistas -- se tornou ilegal. Você apóia?
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