RESISTÊNCIA AO ESBULHO

Esse é um movimento popular que interessa a todos, especialmente agora que estão previstos novos aumentos tributários. Sugiro acessar o sítio http://www.naovoupagaropato.com.br/ e assiná-lo, pois representa mais um elemento de resistência ao esbulho.
Se não quiseres assiná-lo passe-o adiante, talvez  o próximo queira fazer parte de um todo reclamante.





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OLHO VIVO!

César Maia publica em sua coluna de hoje, as observações abaixo, sobre as quais alguma coisa também eu já havia captado por aí. Vale a pena ficarmos atentos aos desdobramentos da situação atual, pois o camaleão-mor, também chefe da seita maléfica e comandante oculto da ORCRIM dominante no país, vem mantendo um comportamento simétrico e, por isso mesmo, muito estranho. Outro dado que chama a atenção é que, apesar do aparente desmantelamento petista, ainda há forças nacionais que não abrem mão do apoio à organização maléfica. Por quê será?

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A CADA DIA FICA MAIS CLARO QUE É LULA QUEM QUER TEMER PRESIDENTE! POR QUÊ?
     
1. Este Ex-Blog já postou vazamentos de reuniões internas do entorno de Lula em que o plano A é que Dilma se afaste licenciada por doença -física ou psíquica- e que Temer assuma. Isso garante a ela os direitos de presidente e depois de ex-presidente, o que amacia a concordância dela num futuro não muito distante. Assim, com Temer e com a crise agravada, o PT passa para a oposição por se estar cortando ganhos sociais. E, assim, Lula assume a condução da banda de música com vistas à sua candidatura em 2018.
     
2. Nos últimos dias, o que era vazamento se tornou translúcido, transparente, óbvio. Nos livros e contos policiais, detetives geniais sempre sublinham a desconfiança com aqueles que procuram demonstrar álibis e assim estarem cobertos para não serem responsabilizados pelo crime.
    
3. O que ocorreu nos últimos dias? Lula -abertamente crítico das medidas econômicas a serem adotadas e que se mantinha discreto, calado para fora e agitando para dentro e que nem telefonema de Dilma vinha respondendo-, de repetente resolve ir à Brasília "defender" Dilma contra os movimentos de impeachment. Conversa com os presidentes do Senado e da Câmara, entre oxiúros, e vaza as conversas.
    
4. Hasteia a bandeira da defesa do mandato de Dilma contra qualquer tentativa de impeachment.  Aproveita para surfar a onda das declarações reiterativas de Dilma, nos últimos dias, que é golpe tentar descontinuar o seu mandato, produto das eleições. Lula voa para Brasília e faz uma maratona de reuniões com os principais líderes políticos, todas elas devidamente vazadas.
   
5. Com isso, imagina que a imprensa, deputados, senadores e governadores, e líderes de opinião, vão achar que ele é um defensor do mandato de Dilma. Diria Sherlock Holmes: Elementar, meu caro Watson.
    
6. Lula quer que todos acreditem nisso para manter sua imagem imaculada e sempre fiel à companheira que ele levou no colo e elegeu. E que todos os problemas que o país atravessa vieram de erros cometidos pela sua sucessora.
   
7. E, por trás dos panos, diretamente ou através de seus amigos do peito, desenvolve a estratégia de licença presidencial para tratamento médico.
   
8. Simultaneamente, a CUT, MST e outros aliados sindicais iniciam as suas mobilizações, aquecendo seus batalhões, que foram pacificados com o ouro governamental, para os colocar em marcha e nas ruas, com greves e piquetes, logo após a posse de Temer. Com as medidas econômicas aprofundadas, cantarão o velho chavão de responsabilidade dos neoliberais, antemovo e capachos do imperialismo ianque.
   
9. Quanto mais a crise se aprofundar nas próximas semanas, melhor para a estratégia deles. Neste momento, não é a oposição que tem nas mãos a tampa do caixão presidencial para fechar, mas o próprio Lula e seu entorno. Quem viver, verá!

HÉLIO BICUDO, ONTEM E HOJE

Em agosto de 2005, no auge do MENSALÃO, aquela lenda criada pelos inimigos do PT, lembras?, a revista Veja entrevistou HÉLIO BICUDO. Naquela ocasião, ele já denunciou os desvios morais e comportamentais de LULLA que, no caso, é quem manda efetivamente no chamado "partido político", embora eu o veja como uma maléfica seita, ou, como denominam atualmente, uma ORCRIM, nos moldes das piores e mais sofisticadas organizações criminosas do mundo, esta, a nacional, voltada para o saque da Nação brasileira.
No caso da entrevista, vê-se hoje que Bicudo não é um oportunista ou casuísta dos 2015. Já mantinha a convicção dos desvios e já os denunciava, culminando com o encaminhamento do recente pedido de impedimento da presidente.
Vale a pena ler e contextualizar o tema no ontem e no hoje.






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"Lula esconde a sujeira"
Felipe Araujo/AE
http://veja.abril.com.br/170805/imagens/brasil24.jpg
UMA CERTEZA
Hélio Bicudo, petista há 25 anos: "É impossível que Lula não soubesse como os fundos estavam sendo angariados e gastos"

O jurista Hélio Bicudo, de 83 anos, tem uma longa militância em favor dos direitos humanos, na qual se destaca o combate à ação do Esquadrão da Morte paulista, no fim dos anos 60. Relutou muito antes de decidir manifestar sua opinião sobre o governo Lula e o PT, ao qual é filiado há 25 anos. Decidiu falar incentivado pela família e por alguns amigos, inclusive da base petista. "Não posso admitir que dentro da história que venho construindo, muitas vezes penosamente, eu possa ser considerado partícipe do que está acontecendo", disse Bicudo à editora de VEJA Lucila Soares, a quem concedeu a seguinte entrevista. 

O SENHOR ACREDITA QUE O PRESIDENTE LULA SABIA DOS FATOS QUE ESTÃO VINDO A PÚBLICO?
Lula é um homem centralizador. Sempre foi presidente de fato do partido. É impossível que ele não soubesse como os fundos estavam sendo angariados e gastos e quem era o responsável. Não é porque o sujeito é candidato a presidente que não precisa saber de dinheiro. Pelo contrário. É aí que começa a corrupção.

POR QUE O PRESIDENTE NÃO TOMOU NENHUMA ATITUDE PARA IMPEDIR QUE A SITUAÇÃO CHEGASSE AONDE CHEGOU?
Ele é mestre em esconder a sujeira embaixo do tapete. Sempre agiu dessa forma. Seu pronunciamento de sexta-feira confirma. Lula manteve a postura de que não faz parte disso e não abre espaço para uma discussão pública. 

HÁ OUTROS EXEMPLOS DESSA CARACTERÍSTICA?
Há um muito claro. Em 1997, presidi uma comissão de sindicância do PT para apurar denúncias contra o empresário Roberto Teixeira, que estava usando o nome de Lula para obter contratos de prefeituras em São Paulo. A responsabilidade dele ficou claríssima. Foi pedida a instalação de uma comissão de ética, e isso foi deixado de lado por determinação de Lula, porque o Roberto Teixeira é compadre dele. O único punido foi o Paulo de Tarso Venceslau, autor da denúncia. Ainda que não existisse necessariamente um crime, havia um problema sério, ético, político, que tinha de ter sido discutido e não foi. Essas coisas todas vão se acumulando e, no final, acontece o que se vê hoje. 

ESSES MESMOS SINAIS ESTÃO PRESENTES NO ASSASSINATO DO PREFEITO DE SANTO ANDRÉ, CELSO DANIEL?
A história de Santo André ainda não está clara. Houve uma intervenção do próprio partido para caracterizar o crime como crime comum, do que eu discordo. Houve a eliminação do Celso, ou porque ele não concordava com a corrupção ou porque ele quis interromper o processo num determinado ponto.

O SENHOR FOI VICE-PREFEITO DE MARTA SUPLICY. COMO FOI PARTICIPAR DE UM GOVERNO PETISTA?
O que me realizou na prefeitura foi constituir a Comissão de Direitos Humanos do município. Fora isso, tudo passou ao largo do meu gabinete, por opção de Marta. E, em dezembro de 2004, já no fim do governo, quando assumi interinamente a prefeitura e houve uma chuva muito forte, com graves prejuízos à população, pude verificar que os serviços públicos estavam totalmente omissos. Convoquei uma reunião do secretariado e apareceram dois ou três. Para mim foi uma experiência extremamente negativa.  

EM QUE MOMENTO O SENHOR COMEÇOU A PERCEBER QUE O PARTIDO ESTAVA NO CAMINHO ERRADO?
Quando a direção passou a tomar a frente das campanhas políticas. No início a militância era a grande força eleitoral. Isso foi mudando na medida em que o partido começou a abandonar os princípios éticos. A partir da campanha eleitoral de 1998, instalou-se definitivamente a política de atingir o poder a qualquer preço.

O PRESIDENTE LULA TAMBÉM QUERIA CHEGAR AO PODER A QUALQUER PREÇO?
Sim. Mas ele quer a representatividade, sem o ônus do poder. Ele dividiu o governo como se estivéssemos num sistema parlamentarista. É o chefe do Estado, mas não do governo. Nisso há, aliás, uma clara violação da Constituição, que é presidencialista. A conseqüência foi o aparelhamento do Estado, um governo sem projeto e essa tática de alcançar resultados pela corrupção do Congresso Nacional.

O EX-MINISTRO JOSÉ DIRCEU ERA O PRINCIPAL NOME DESSE GRUPO A QUEM LULA DELEGOU O PODER. QUAL SUA AVALIAÇÃO SOBRE ELE?
Dirceu é um trator. Ele é um homem que luta, sem restrição a meios, pelo poder. Está impregnado desse objetivo. Ele é o melhor representante de um grupo que aspirava ao poder pelo poder, não para fazer as reformas que sempre defendemos. O PT chegou ao governo sem projeto. Se Lula quisesse transformar o sonho petista em realidade, poderia ter se cercado de gente que o ajudaria nisso. Pessoas como Celso Furtado, Maria da Conceição Tavares, Fábio Konder Comparato, Maria Victoria Benevides, Paulo Nogueira Batista Junior trabalharam no programa e foram depois pura e simplesmente deixadas de lado. Foi uma escolha. Que continua. Em vez de buscar as pessoas autênticas, que comungam do ideal que acho que ainda é dele também, Lula se reúne com o Chávez (Hugo Chávez, presidente da Venezuela). Para quê?

O SENHOR TAMBÉM SE CONSIDERA DEIXADO DE LADO?
Eu entrei no PT porque achei que devia entrar, ajudei o Lula em vários momentos porque achei que devia ajudar e nunca pedi nada em troca. Ele é que, espontaneamente, me disse que eu assumiria uma posição. Um dia, o ministro Celso Amorim mandou seu chefe-de-gabinete me oferecer um lugar de conselheiro da Unesco. Eu pedi que me explicasse o que representava exatamente essa posição. A resposta foi: "É formidável. Três viagens por ano a Paris". Ou seja, estavam me oferecendo uma mordomia. Eu não aceitei.

EM ALGUM OUTRO MOMENTO O SENHOR FOI CHAMADO A COLABORAR COM O GOVERNO?
Sim. O então presidente do PT, José Genoíno, me pediu ajuda para convencer meus amigos deputados federais do PT a retirar seu apoio à formação da CPI dos Correios.

EXISTEM ELEMENTOS PARA QUE SE PEÇA O IMPEACHMENT DO PRESIDENTE?
Os fatos podem vir a caracterizar crime de responsabilidade e, portanto, motivar um pedido de impeachment. Mas eu gostaria de lembrar que as primeiras pessoas que pediram o impeachment de Fernando Collor foram o Lula e eu. O pedido foi engavetado. Só quando houve pressão popular é que se concretizou um processo. Se você não tem apoio popular, isso cai numa discussão de juristas que não leva a nada, a não ser ao prejuízo da democracia.

COMO O SENHOR VÊ O FUTURO DO PT?
Depende muito de como esse processo vai prosseguir. Se continuarmos com uma direção chapa-branca, não vamos chegar a lugar algum – a não ser no "desfazimento" de um partido que poderia ter chegado ao poder para realizar as reformas necessárias, mas só conseguiu promover um grande isolamento do Lula.

DILMA, A CHEER LEADER

O texto de Ruy Castro contém a justeza necessária para o momento. Além disto, na sua sutileza, contém uma suprema humilhação a Dilma e à sua incapacidade de governar, embora sua arrogância não veja isso.






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RUY CASTRO (PARA O JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO, DE 18/08/2015)

Cheer leader

Cheer leader é uma expressão em inglês que, para gáudio do nosso complexo de vira-lata, já se incorporou de tal forma à língua portuguesa que passou a dispensar aspas ou itálico. É como se todos soubessem o que significa –e, de fato, chamado a defini-la, qualquer um saberá descrever a lourinha de maria-chiquinha, suéter, saiote e meias 3/4, agitando pompons para a arquibancada a fim de empolgar a torcida. Bem brasileira.
A cheer leader não quer saber se seus craques estão jogando mal, se a tática adotada pelo treinador está errada ou se seu time está perdendo de dez a zero aos dez do segundo tempo. Ela não discute –torce. Pena que isso não altere o rumo do jogo. Pior ainda é quando não consegue alterar nem o ânimo da torcida.
A única vantagem de ser cheer leader é que, ao ver a catástrofe se abatendo sobre o seu time, a torcida não a xinga de burra, nem pede a sua demissão. O protesto é dirigido ao treinador, a alguns jogadores ou ao time inteiro, chamando-os de burros, sem raça ou sem vergonha. O que é mais um motivo para a cheer leader agitar os pompons e não se deixar abater –como se não fosse com ela.
A presidente Dilma está longe do visual, mas tem uma deliciosa alma de cheer leader. Seu time não consegue segurar a bola, toma um gol atrás do outro e, com tudo isso, ela sustenta um obtuso otimismo e repete platitudes recebidas com tédio e cansaço até pelos que lhe são simpáticos –estes, a cada vez, em número alarmantemente menor. Dilma não admite ser a mãe da crise. Põe a culpa no gramado, na bola ou na torcida adversária.
Infelizmente, uma presidente da República não pode ser apenas uma cheer leader. É também a treinadora, goleira e camisa 10 da equipe, e tudo ao mesmo tempo. E, como tal, está sujeita aos urros da arquibancada quando esta se convence de que ela está enterrando o time.

SÃO OS TEMPOS, SÃO APENAS OS TEMPOS!



TRANSVERSALIDADE DO MAL

Gullar escreveu o texto abaixo para o jornal Folha de São Paulo, de 13/09/2015. Nele, é traçado o histórico e o perfil comportamental dos agentes da atual crise econômica, social, política, ética e moral da sociedade brasileira. É um texto simples, quase como se fosse uma fotografia em preto e branco, relatando sobre tudo aquilo que já sabemos, mas, mesmo assim, agradável (se é possível entender o seu conteúdo como agradável!) de ler.
Vale a pena.



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FERREIRA GULLAR

O fim do caminho

Lula e sua turma agem sem remorsos, julgando-se no direito de se apropriarem dos bens públicos
Escrevi, certa vez, que a geração ideológica que havia combatido a ditadura e que assumiu o poder no Brasil após o regime militar chegava ao seu fim, isto é, cumprira a sua função e se esgotava.
O grupo liderado por Fernando Henrique Cardoso, de uma esquerda moderada, governou até 2002, quando Luiz Inácio da Silva ganhou as eleições e, com isso, a facção mais radical daquela geração assumiu o governo e nele se manteve até agora, no segundo mandato de Dilma Rousseff. Essa é uma geração que, em diferentes graus, situava-se à esquerda dos que apoiaram a ditadura e se aliou, consequentemente, aos partidos que pregavam o marxismo, embora não fosse aquele seu pensamento.
Nesse quadro, nasceu o Partido dos Trabalhadores, liderado por um operário e formado por simpatizantes da Revolução Cubana. Mas os grupos guerrilheiros foram destroçados, e o sistema soviético em seguida desabou.
Desse modo, quando o PT chegou ao poder, as fantasias revolucionárias já estavam fora de moda. Além disso, os escândalos do mensalão e, agora, as delações da Operação Lava Jato revelaram que, se Lula e seu pessoal foram de fato revolucionários algum dia, ao chegarem ao poder mudaram de projeto.
Imagino o que se passou na mente dos petistas: se a postura revolucionária não tinha mais cabimento, que fazer com o poder que lhes caíra no colo? Antes de tudo, não deixar que viesse a escapar-lhe das mãos e, para consegui-lo, a providência fundamental era manter e ampliar o apoio do eleitorado pobre.
Isso, por um lado; por outro, não dividir com ninguém os cargos importantes da máquina do Estado, como os ministérios e as grandes empresas estatais. Aliou-se, então, aos pequenos partidos, aos quais, em vez de dar altos cargos, comprou com dinheiro público: o mensalão.
Tendo nas mãos os ministérios e as estatais, infiltrou-os com a nomeação de mais de 20 mil "companheiros", sem concurso, a fim de que cedessem parte do salário ao partido e trabalhassem pela ampliação do número de novos militantes a favor do governo.
Mas isso não era tudo. O principal residia na apropriação das grandes empresas do Estado e particularmente da maior delas –a Petrobras. Ficou comprovado, na Operação Lava Jato, que, desde 2003– quando Lula assumiu o governo–, criou-se na Petrobras um "clube", formado por altos funcionários, ligados aos partidos do governo, e representantes de grandes empreiteiras, que prestavam serviço à empresa. As licitações –que envolviam centenas de milhões de reais– eram manipuladas de modo que, em rodízio, cada uma daquelas empresas obtivesse os contratos.
O custo das obras era então duplicado e as propinas distribuídas aos partidos e participantes das falcatruas, disso resultando, para a Petrobras, prejuízos bilionários, por ela mesmo admitidos.
A tais prejuízos somam-se os resultantes de negociatas envolvendo a compra e a construção de refinarias. E era Lula quem acusava seus opositores de pretenderem privatizar a Petrobras. Ele, de fato, não a privatizou: apropriou-se dela.
Lula e sua turma agem sem remorsos, uma vez que, sendo eles os defensores dos verdadeiros interesses nacionais, julgam-se com o direito de se apropriarem dos bens públicos.
Vou dar um exemplo. Há algum tempo, antes da Lava Jato, uma senadora do PT, indagada sobre os crescentes prejuízos sofridos pela Petrobras, respondeu: "Só quem se preocupa com isso são os acionistas. A Petrobras existe para servir ao povo".
Ou seja, não tem de dar lucro. Agora, a Operação Lava Jato mostrou que a sua eleição ao Senado, em 2014, foi financiada com propinas da Petrobras e, assim, dá para entender a sua tese: a senadora é o povo.
Esse é um tipo de populismo que, se arvorando defensor dos pobres, atribui-se o direito de usar de qualquer meio, inclusive a corrupção, para manter-se no poder.
Lula e Dilma só não contaram com duas coisas: que a gastança demagógica levaria o país à crise econômica e que suas falcatruas seriam reveladas à opinião pública.
O engodo se desfez, a credibilidade dos petistas despencou. Qual será o desfecho dessa comédia não sei dizer, mas que o lulopetismo já não engana a quase ninguém, não resta dúvida.

"LEVANDOSKI" MOSTRA AS GARRAS

No artigo que escreveu para o jornal Folha de São Paulo, de 13/09/2015, Ricardo, o indicado do PT, transmite recados sutis a executores da Lei que se contrapõem aos interesses do petismo. O fato mais significativo é que a escrita dele ocorre logo após os movimentos que legais que envolvem possíveis atos ilegais de LULLA, o milionário, segundo o fundador do PT, Hélio Bicudo. 
Só que, ao tentar amedrontar alguns segmentos legalistas, pisa na própria toga quando, direcionando a outros, indica a si próprio o caminho da correção, em vários momentos do texto, mas que separo especialmente dois:




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"...
A incontinência verbal pode configurar desde uma simples falta disciplinar até um ilícito criminal, apenada, em casos extremos, com a perda do cargo, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
..."

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"....
Por mais poder que detenham, os juízes não constituem agentes políticos, porquanto carecem do sopro legitimador do sufrágio popular.
..."
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A seguir, o texto integral:
Ricardo Lewandowski

Judicatura e dever de recato


Entre juízes, posturas ideológicas são repudiadas pela comunidade jurídica e pela opinião pública, que vê nelas um risco à democracia
RICARDO LEWANDOWSKI
É antigo nos meios forenses o adágio segundo o qual juiz só fala nos autos. A circunspecção e discrição sempre foram consideradas qualidades intrínsecas dos bons magistrados, ao passo que a loquacidade e o exibicionismo eram –e continuam sendo– vistos com desconfiança, quando não objeto de franca repulsa por parte de colegas, advogados, membros do Ministério Público e jurisdicionados.
A verbosidade de integrantes do Poder Judiciário, fora dos lindes processuais, de há muito é tida como comportamento incompatível com a autocontenção e austeridade que a função exige.
O recato, a moderação e mesmo a modéstia são virtudes que a sociedade espera dessa categoria especial de servidores públicos aos quais atribuiu o grave múnus de decidir sobre a vida, a liberdade, o patrimônio e a reputação das pessoas, conferindo-lhes as prerrogativas constitucionais da vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos para que possam exercê-lo com total independência.
O Código de Ética da Magistratura, consubstanciado na Resolução 60, de 2008, do Conselho Nacional de Justiça, consigna, logo em seu artigo 1º, que os juízes devem portar-se com imparcialidade, cortesia, diligência, integridade, dignidade, honra, prudência e decoro.
A incontinência verbal pode configurar desde uma simples falta disciplinar até um ilícito criminal, apenada, em casos extremos, com a perda do cargo, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
A Lei Complementar nº 35, de 1979, estabelece, no artigo 36, inciso III, que não é licito aos juízes "manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos ou em obras técnicas ou no exercício do magistério".
O prejulgamento de uma causa ou a manifestação extemporânea de inclinação subjetiva acerca de decisão futura, nos termos do artigo 135, V, do Código de Processo Civil, caracteriza a suspeição ou parcialidade do magistrado, que permitem afastá-lo da causa por demonstrar interesse no julgamento em favor de alguma das partes.
Por mais poder que detenham, os juízes não constituem agentes políticos, porquanto carecem do sopro legitimador do sufrágio popular. E, embora não sejam meros aplicadores mecânicos da lei, dada a ampla discricionariedade que possuem para interpretá-la, não lhes é dado inovar no ordenamento jurídico.
Tampouco é permitido que proponham alterações legislativas, sugiram medidas administrativas ou alvitrem mudanças nos costumes, salvo se o fizerem em sede estritamente acadêmica ou como integrantes de comissões técnicas.
Em países civilizados, dentre eles o Brasil, proíbe-se que exerçam atividades político-partidárias, as quais são reservadas àqueles eleitos pelo voto direto, secreto e universal e periódico. Essa vedação encontra-se no artigo 95, parágrafo único, inciso III, da Constituição.
Com isso, não só se impede sua filiação a partidos como também que expressem publicamente as respectivas preferências políticas. Tal interdição mostra-se ainda mais acertada porque os magistrados desempenham, ao par de suas relevantes atribuições, a delicada tarefa de arbitrar disputas eleitorais.
O protagonismo extramuros, criticável em qualquer circunstância, torna-se ainda mais nefasto quando tem o potencial de cercear direitos fundamentais, favorecer correntes políticas, provocar abalos na economia ou desestabilizar as instituições, ainda que inspirado na melhor das intenções.
Por isso, posturas extravagantes ou ideologicamente matizadas são repudiadas pela comunidade jurídica, bem assim pela opinião pública esclarecida, que enxerga nelas um grave risco à democracia.
RICARDO LEWANDOWSKI, 67, professor titular da Faculdade de Direito da USP, é presidente do STF - Supremo Tribunal Federal e do CNJ - Conselho Nacional de Justiça

O CONTEXTO DO TEMPO E NÓS

O tempo, ah, o tempo! Nada somos no contexto do tempo e nada deixaremos a não ser lembranças, também estas, morredouras. ___________________...