A fábula relatada abaixo, mostra que o poder transforma as pessoas. A posição de inferioridade faz com que clamemos contra o sistema, teorizemos sobre a classe dominante, sonhemos com a realidade que não alcançamos agora, projetemos ações, a partir da vontade que temos, longe do que almejamos. Quando conseguimos chegar ao objeto do nosso sonho, as coisas mudam. Tornamo-nos vorazes de espaço e de dominação; somos avaros na distribuição do bolo; queremos, ao custo dos outros, ter mais riquezas e garantias; não nos suprimos mais, apenas com a dimensão do hoje ou do amanhã. Erroneamente, nosso horizonte deve ter a distância da nossa existência, que pensamos ser imorredoura, mas que é curta demais para sermos tão egoístas e arrogantes para com a vida. Os ratos da fábula passaram uma vida observando o alimento indisponível pelo obstáculo. Esqueceram de trabalhar para suprir essa deficiência de alimento, enquanto criticavam com palavras vãs o sistema. Ao ter satisfeito o desejo do queijo, perderam-se nas divisões, nas lutas pela sobrevivência dos mais fortes e criaram um sistema, tal qual o anterior. Como na "Revolução dos Bichos", de George Orwell, e assim como os porcos de lá, aqui, o próximo passo será o congraçamento com o gato, em lautos jantares de queijo e marmelada, conspirando contra os ratos fracos.
Tudo pode ser lido em: https://dialogotrivium.blogspot.com/2009/08/fabula-da-assimilacao.html