DESAJUSTES ÉTICOS E MORAIS
NACIONAIS
ANTECEDENTES
Lembremos o nosso surgimento
como Nação e veremos que fomos colônia por muito tempo e que a nacionalidade
brasileira atual, moveu-se a partir da independência e consolidou-se com a
República.
A ocorrência de episódios
plenamente democráticos, com os períodos de exceção da democracia, ajudaram no
amalgamento do sentimento de liberdade e de espontaneidade do povo brasileiro,
e que caracterizam a Nação como jovem, jovial e progressista.
O
MOMENTO
Mas, há entraves! No processo de formação, talvez pelas
características de origem da nossa colonização, talvez pelas facilidades
proporcionadas pelas oportunidades ambientais do território, foi-se
consolidando a liberalidade das ações do povo e dos seus governantes, que
geraram o “jeitinho brasileiro”, e que favoreceu a formação de uma moral de
segunda classe.
Junto à estruturação
republicana e democrática, também se consolidou a retórica fácil e melíflua dos
políticos, com promessas permanentemente vãs, nas quais milhões de pessoas
creem; surgiu a possiblidade de criar agremiações políticas a granel e com
“ideologias” buscadas nas prateleiras de qualquer mercado das ideias;
fortaleceu-se a justificação diversionista e hábil, mas sempre enganosa, para
explicar crimes administrativos governamentais e, às vezes, até de morte; e,
finalmente, institucionalizou-se a corrupção, fazendo nascer o conceito de que agentes
do crime são os bons e os agentes da Lei são os criminosos.
Esses descompassos
comportamentais levaram à exaustão a capacidade da população em aceitar e
conviver com os fatos corruptivos, surgidos quase diariamente e que chibatam o
dorso e laceram a face de cada cidadão trabalhador, também curvado em dívida
com a extorsão tributária, com o pagamento por parcos serviços públicos, ou que
não são possíveis de usufruir porquê inexistentes e, mais grave, com o desvio
desses bens financeiros, para o
enriquecimento de poucos, quase sempre governantes, ou seus agentes, todos
facínoras.
Mas, há um momento em que
tudo deve ser repensado para que a Nação não sucumba social e economicamente a
partir da falência da Moral e da Ética, e pela exacerbação sempre perniciosa do
messianismo, do proselitismo e do patrimonialismo.
Este momento, então, é
agora, pois as informações estruturais da economia indicam sérios problemas,
piorados porque o Estado foi tomado por interesses pessoais; porque o
aparelhamento do Estado se tornou completo, tanto pelas centenas de milhares de
pessoas contratadas desnecessariamente, quanto pela nefasta inteligência com
que esses agentes do mal atuam em favor de seitas políticas; porque a
credibilidade internacional do País caiu; porque a infraestrutura existente foi
desmantelada; e porque novas instalações que deveriam ser criadas para a
melhoria da sociedade não foram efetivadas.
Por outro lado, a
credibilidade das instituições e das pessoas envolvidas, dos partidos
políticos, dos três Poderes Nacionais e, especialmente, do processo republicano
e democrático está afetada por ações enviesadas, obtusas, enganosas e
mal-intencionadas.
Tradicionais e respeitados
institutos de pesquisa e de estatística são agora usados para modificar
métodos, subtrair informações e usar o diversionismo de dados, tudo para iludir
a população, extasiada com o mercado onde vende sua vontade, em troca de
bolsas, mesmo com a ausência de trabalho.
O
FUTURO
A população da Nação
brasileira, indignada com a forma como é conduzido o governo do País, exige
mudanças comportamentais dos dirigentes eleitos e indicados por estes para
cargos públicos ou empresas correlatas, visando acabar com a corrupção, embora
saibamos sê-lo processo demorado, pois implica em mudanças culturais. Mas, há
que começar!
Para isso, há elementos
estruturantes da vida nacional que são possíveis de alterar, a partir da
vontade governamental, do esforço do legislativo e da condução do judiciário.
Se, ao longo dos anos, vimos
que o Presidencialismo não ajuda flexibilizar a condução dos caminhos
republicanos e democráticos, mudemo-lo para o Parlamentarismo.
Se, ao longo do tempo, vimos
que o Sistema Majoritário/Proporcional gera distorções, busquemos o Voto
Distrital.
Se há dificuldades para
apurar crimes de parlamentares, que é um dos elementos geradores da impunidade,
alteremos o procedimento e abandonemos a Imunidade Parlamentar.
Se ocorre a compra de votos,
por meio da promessa vã, na campanha política, formemos meios legais para punir
a irresponsabilidade.
Se ocorrem desvios de
recursos públicos, sejam eles financeiros ou bens, estabeleça-se procedimento
legal sumário.
A movimentação para a
higienização da vida nacional já foi iniciado no processo judicial do criminoso Mensalão,
consolida-se na ação judicial do também criminoso Petrolão e, provável e
infelizmente venha a se aperfeiçoar em muitos outros "ãos" que prevê-se
surgirem, pois desse grupo que nos regimenta só podemos esperar mais podridão,
haja vista os conteúdos que até agora nos assombram.
Enfim, para um bom desfecho
dessas ações judiciais em favor da nacionalidade brasileira, devemos ficar
atentos e agir com a dialética necessária.