Pois é! Dar vazão à sociopatia, à psicopatia, à manipulação, à falsidade, à insensibilidade, à irresponsabilidade, dentre outros desvios, pode ser oportuno perante a legislação brasileira, cuja estruturação foi forçada e induzida pela ideologia esquerdista que surfa no "progressismo", mas que de PROGRESSO nada tem. Neste contexto da análise, vale a pena ler o lúcido texto que exponho abaixo.
____________________________________________________________________________________________________________
O Silêncio e o Anestesista
Roberto
Motta, 18/07/2022
É
preciso saber ouvir o silêncio. No caso do médico anestesista, preso após
abusar de uma paciente na mesa de parto, o silêncio relevante é o da esquerda.
Em
um país embrutecido por uma criminalidade onipresente, violenta e rotineira, o
crime do médico desbravou fronteiras de repugnância e depravação.
As
manifestações de repúdio foram quase universais.
Quase.
É
preciso prestar atenção àqueles que se calaram. E preciso ouvir o silêncio
ensurdecedor dos políticos de esquerda e das ONGs de “direitos humanos”.
Como
explico no meu livro A Construção da Maldade, o sistema de justiça criminal do
Brasil vem sendo destruído há mais de 40 anos. Esse é um projeto político e
ideológico. Entre as forças que trabalham para a criação permanente de mais
benefícios para os criminosos, e para o enfraquecimento das punições, está um
consórcio do mal, formado pela extrema-esquerda, pelo narcotráfico e por
organizações de apoio a bandidos, infiltradas em todas as instituições do
Estado e da sociedade.
Esse
“consórcio” movimenta fortunas.
Para
entender a destruição causada por essa turma, pense nisso: o Brasil é o país
onde o estuprador tem direito à “visita íntima” na prisão.
Para
entender o abismo em que jogaram o Brasil, é preciso saber disso: de acordo com
os juristas, o anestesista estuprador será condenado a, no máximo, 20 anos de
prisão (se for enquadrado no artigo 217-A do código penal, parágrafo primeiro,
parte final, por estupro de vulnerável). Como, no Brasil, todos os criminosos
têm direito à “progressão de regime”, esse criminoso provavelmente “progredirá”
para o regime semiaberto antes que se passem 10 anos.
Durante
o tempo em que estiver preso, o estuprador terá direito à longa lista de
benefícios gozados por criminosos no Brasil como “saidinhas”, remição de pena
por leitura, “auxílio reclusão” (um pagamento mensal maior que um
salário-mínimo) e a inacreditável “visita íntima”: o criminoso sexual terá
direito a fazer sexo na prisão às custas do contribuinte.
Um
país que trata assim um criminoso sexual não tem qualquer interesse em proteger
suas vítimas.
Graças
ao empenho da esquerda, o Estado brasileiro não representa mais uma ameaça
crível para os criminosos.
O
que está por trás disso - e por trás da atuação incessante e bem-sucedida do
consórcio do mal - é a lavagem cerebral à qual todos os brasileiros são
submetidos desde a infância: a combinação de populismo, extremismo de esquerda
e deficiência moral que promove a tese de que o criminoso é um pobre coitado,
que não teve oportunidades e é vítima de preconceito.
Foi
exatamente isso que o candidato do Partido dos Trabalhadores à Presidência da
República disse, diante das câmeras de TV, em um comício em Diadema, há uma
semana.
Essa
filosofia - a de que o criminoso não merece punição, mas apenas acolhimento e
“ressocialização” - é defendida por 11 em cada 10 políticos de esquerda. Os
mesmos que, agora, se calam, quando deveriam explicar como se “ressocializa” um
médico que abusa de uma mulher na mesa de parto.
É
essa bandidolatria – que colide frontalmente não só com os sentimentos dos
brasileiros, mas também com nossa experiência diária - que guia a produção
legislativa e a atuação de grande parte das instituições do sistema de justiça
criminal.
Daqui
a duas semanas a mídia terá avançado para outras pautas e o crime do
anestesista terá sido esquecido por todos.
Exceto
pelas vítimas.
Para
essas sobrou uma sentença perpétua: enquanto viverem, em cada aniversário de
seus filhos, será reavivada a memória do crime depravado.
Em
poucos anos esse médico-monstro estará de volta às ruas, livre para fazer o que
quiser, provavelmente até usufruindo de uma celebridade macabra que lhe renderá
retorno financeiro.
Essa
é a regra no Brasil.
Essa
é uma conquista da esquerda.
Por
isso se calam agora.