ANOMALIAS REPUBLICANAS

Os parlamentares, tanto da Câmara quanto do Senado, estão reclamando que Lulla interfere para impedir a instalação da CPI da Petrobrás. Está errado Lulla? Democrática e republicanamente, está! Agora, ele como bom oportunista e sem capacidade de entender o holismo histórico que deve ser levado em conta na formação da Nação, acerta. E não se importa com o erro, pois apenas detém a visão pontual do momento, e os seus interesses pessoais e os do seu partido, sem levar em conta o processo democrático. Além do mais, ele surfa no momento Chavista e Morallista, dominantes da América Latina, onde predomina o messianismo e, por ele, a pressão para a ruptura dos padrões republicanos e constitucionais, lá e aqui.


Meu comentário:

Há algumas décadas, poucas, quanto alguém perdia disputas, discussões, embates esportivos, dizia-se que "apanha mais que mulher de soldado". Isso, porque vivia-se uma época em que a sociedade não tinha olhos para essa violência doméstica, constante, virulenta e inaceitável e isso fazia parte do anedotário cruel da vida. À parte o dito jocoso e impróprio, tanto para ontem e muito mais para hoje, não podemos fugir da correlação inevitável com o que ocorre na relação entre os Poderes Judiciário e Executivo, perante o Legislativo. Este, tem sido a mulher de soldado de ontem, que apanhava, ficava quieta e a sociedade aceitava. Já aqueles, Judiciário e Executivo, são os que batem impunemente, porque o outro lado é fraco e a sociedade concorda com isso. Fraco por quê? Por sua própria culpa! Por sua desatenção, pelo seu desleixo, pela sua falta de ética, pela corrupção imperante no seu interior, pela sua mansidão bovina, enfim. Os mais antigos lembramos de outros Congressos, ou os mais lidos sabem das histórias de Casas e de Congressistas espetaculares no enfrentamento dialético e retórico das questões fundamentais da Política, esta sim com letra maiúscula. Agora, pergunto: é possível relevar o ambiente congressista de hoje? À exceção de alguns poucos nomes, em ambas as Casas, que ainda para vê-los é necessário que elevemos o olhar, a quase totalidade faz parte da massa de manobra do Governo. Quando não é isso, mostram-se como oposição, riscam o facão no solo, esbravejam e, depois.....acertam tudo e conformam-se com o entendimento de "afinal, todos fazem, eu também farei". Lembram? Não é essa a notação dominante, cujo padrão foi definido por LULLA, na época do mensalão? E todos foram felizes para sempre. Já o Judiciário, historicamente em papel circunspecto, tem tomado a necessária dianteira e interferido no Congresso, quando este não consegue resolver suas pendências internas. Provavelmente é o que deve ocorrer agora, quando a oposição já anunciou que pensa fazê-lo para garantir os seus direitos na CPI da Petrobrás. É louvável, pois assim é necessário. Mas, aí que está a questão! Necessário porque o conjunto do Senado está cabresteado e não tem capacidade, ou vontade, de reverter o desejo do Executivo. É urgente, pois, que a sociedade se alerte e tome atitude nas próximas eleições, votando e enviando para lá, e para os seus estados, mulheres e homens de caráter e de personalidade, bem preparados em idéias e sentimentos e, fundamentalmente, empatizados com o seu patrão, o povo.





RECESSÃO: FALTA DE TRANSPARÊNCIA GOVERNAMENTAL

PIB cai 0,8% no 1º trimestre e confirma recessão; queda é de 1,8% em um ano
CIRILO JUNIORda Folha Online, no Rio
A economia brasileira teve retração de 1,8% no primeiro trimestre de 2009 ante igual período do ano passado, e de 0,8% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, informou nesta terça-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Trata-se da segunda taxa negativa consecutiva do PIB (Produto Interno Bruto) nessa comparação --houve queda de 3,6% no quarto trimestre--, o que configura um quadro de recessão técnica, a primeira desde 2003.
A queda de 1,8% em relação ao primeiro trimestre de 2008 é a mais forte desde o quarto trimestre de 1998, quando a retração foi de 1,9%. Apesar da esperada queda, a retração é menor que a esperada pelo mercado e economistas
ouvidos pela Folha Online.
Meu comentário:
Desde o início internacional da crise, mais precisamente com localização nos Estados Unidos, no começo do ano passado, era previsível o atingimento de outros países e, dentre eles, o Brasil. Isto, porque a economia mundial é interdependente e, especialmente, em casos de países emergentes, como o nosso país, as relações comerciais são mais comprometidas, tanto em relação às perdas, como aos ganhos nas balanças comerciais. O nosso Presidente, entretanto, assim como sua corte de arrogantes (ou seriam néscios?) executava uma constante arrotação flatulenta de soberba e de retórica farsante, como se o povo não fôssemos esclarecidos e não soubéssemos acompanhar as notícias do norte. Apesar de tudo, após a conjuminação de interesses que geraram a conjunção de esforços de várias nações, a crise não teve o tamanho e não gerou o impacto previsto, a não ser em alguns pontos, como nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, mais o Japão. Mesmo assim, e embora com certo atraso, os impactos se dão no Brasil. É bem verdade que algumas medidas inteligentes, inspiradas em outros países, foram tomadas pelo governo, o que ajudou a diminuir o problema. O irônico disso tudo, é que, na análise dos grandes nomes da economia mundial, o que sustentou a brasileira, impedindo-a de ir à bancarrota, foi o sólido sistema financeiro nacional. Aquele mesmo sistema, tão criticado antes de 2003, e de forma irracional, por esses que hoje são governo. Aliás, de toda aquela crítica infame e incessante o que restou? Restou a adoção da mesma estrutura econômico-financeira, que obteve saltos de crescimento, cavalgando um momento mundial único nas últimas décadas. Mesmo assim, o Brasil esteve à frente apenas do Haiti no crescimento dos seus números econômicos, enquanto Rússia, Índia e China, também componentes do BRIC, bombavam crescimentos fenomenais apesar de, também eles, recém saídos de crises internas, num momento mundial crítico, até o ano 2001. Porém, neste momento, deste Governo, se perdeu a oportunidade de crescer ainda mais se fosse dada continuidade à racionalização do Estado, como vinha sendo proporcionado pelos governos anteriores. Mas, o que ocorreu foi o seu inchamento, com criações de Ministérios obsoletos, contratações desnecessárias, burocratização dos sistemas, vida palaciana nababesca, administração pública perdulária, superposição de atividades, para confundir o acompanhamento de gastos, etc. Enfim, a crise chegou e o PIB garantido de 4%, pelos falastrões do início, já está praticamente zerado na sua previsão. Apesar de tudo, o Governo mantém índices elevados de aprovação junto à opinião pública, em função da proliferação de programas assistencialistas esmolares que em nada contribuem para a formação cidadã, já que não garantem o emprego permanente, condição necessária para que o chefe de família aufira renda em troca do seu trabalho e situação que lhe traz dignidade pessoal e comunitária. O que preocupa é que essa política irresponsável acaba gerando um messianismo, característico de povos menos desenvolvidos, o que não condiz com o atual estado da sociedade brasileira. Além do mais, quanto da estrutura econômica está em comprometimento para as futuras gestões do País? Alguém de hoje, será responsabilizado pelas gerações futuras?

TEMER: "NUNCA HOUVE FARRA DE PASSAGENS" e "AS MEDIDAS FORAM TOMADAS PARA MINIMIZAR O NOTICIÁRIO A RESPEITO"

Após as idas e vindas ciclotímicas, a câmara, pela sua mesa diretora, tomou a decisão de modificar em parte a questão das passagens aéreas. Só que, como não podia deixar de acontecer, o presidente Temer cometeu barbaridades na sua fala, demonstrando a pusilanimidade e, ao mesmo tempo, cinismo com que esses elementos vêm enfrentando a opinião pública.
Há, sim, uma grande farra de passagens, nessa fuzarca do congresso e que gerou a bandalheira institucionalizada. Temer diz que nunca houve. Houve e continua havendo, pois se forem desconsiderados todos os fatos anteriores, ela continua a ocorrer, enquanto não se desvendar e punir os erros cometidos até agora. Quer ele classificar como ação normal viagens às custas do contribuinte, para Miami, Milão, Roma, enfim, sempre lugares que os vãos mortais sonham em ir e não podem fazê-lo? Ou a transferência de direito às passagens, para segundos, terceiros, quartos...? Ou a apropriação dessas passagens, para negociatas em agências de viagens? Tudo isso não é farra? Ora, vamos redefinir conceitos, pois! Esses politicóides têm é que rever suas pessoalidades e encarar o mundo moral praticando ações éticas, sociais e humanas, além, claro, de cumprir o papel para o qual foram indicados pelo povo.
Além do mais, na sua fala, ele diz que medidas foram tomadas para "minimizar o noticiário a respeito". Quer dizer, então, que as providências foram tomadas apenas para isso? Esse é um argumento que ele nem deveria ter ousado proferir! Cadê a racionalização de custos da câmara? Onde ficou o respeito ao contribuinte brasileiro que paga para existir fiscalizador e legislador em seu nome, os deputados? Vindo de quem veio, a fala de Temer é uma temeridade para a cidadania, pois demonstra que os parlamentares, assim como o presidente da casa, não conseguem ter a visão holística da questão. Eles ainda continuam vendo apenas o seu entorno, os seus interesses, o seu corporativismo e o clientelismo consequente. Temer deveria ter maximizado a importância do noticiário que desnudou o corpo fétido do congresso e relevado as medidas tomadas, correlacionando-as ao interesse republicano e democrático das instituições e do processo eleitoral. Mas, tanto ele, quanto os demais congressistas não compreendem isso. É triste, muito triste! Cabe a nós evitar que essa visão míope e distorcida vire lugar comum da retórica congressual e eleitoral.
O Povo temos saudade de voltar a escrever Congresso, Senado, Câmara, Governo, Política com letra maiúscula.

CORRER

Se você puder correr uma longa distância, essa é uma meditação perfeita. Correr em ritmo lento, correr apressadamente, nadar - qualquer coisa em que você possa ficar totalmente envolvido -, é muito bom.
Somente a atividade permanece, você não, porque o ego não pode funcionar. Quando você estiver correndo, existe realmente somente o correr, e não aquele que corre. E meditação é isso.
Se houver somente a dança, e não o dançarino, isso é meditação. Se você estiver pintando e houver somente a pintura e não o pintor, isso é meditação. Torna-se meditação qualquer atividade que seja total e na qual não haja divisão entre aquele que faz e o que é feito.
Osho, em "Osho Todos os Dias".

SENADOR RECLAMA DA INVESTIGAÇÃO NO CONGRESSO

Semana passada o Senador Heráclito Fortes, reclamou da ênfase que a imprensa vem dando à fuzarca instalada no Congresso. Mais ainda, sugere que no Executivo há coisas mais graves a serem investigadas. Veja o que ele diz:“Sinceramente? Espero que vocês finalmente deixem a gente trabalhar em paz. Há escândalos envolvendo fundo de pensão, CPI das ONGs e a gente não pode trabalhar. É bom que vocês investiguem, mas não esqueçam o outro lado da rua. É lá que mora o perigo. É desproporcional isso que vocês fazem”, afirmou Fortes.
Meu comentário:
Senador Fortes, não envergonhe Heráclito, o verdadeiro. Deixe-o no seu sono de dois milênios na Grécia, a continuar o sonho da consolidação democrática, cujos fundamentos surgiram com os seus, dele, colegas filósofos e pensadores gregos. Bravo Fortes, surpreende-me o teu apelo jocoso, crítico, cínico e devaneante, pois, afinal, curtes, sim, curtes, longo período parlamentar. E não sabes que fiscalizar o Executivo é o teu papel? A imprensa não fiscaliza, ela identifica os teus, dos parlamentares, erros e os traz a nós, o povo, o soberano fiscalizador.

ELOGIOS ENGANOSOS?

Há alguns dias, a revista Newsweek, dos Estados Unidos, publicou reportagem enaltecendo o papel de Lula na consolidação do Brasil como força emergente,
com saliência ao papel de liderança que o país exerce no continente. O que surpreendeu nessa reportagem, foi o destaque dado a Lula por ele ter sabido dar sequência à política de Fernando Henrique Cardoso. Agora, em edição recente, a revista divulgou uma pesquisa informal, efetuada pela reportagem, pela qual foi identificado que os estadunidenses não conhecem nosso presidente, o confundem com Cardoso, quem já ouviu falar dele dá-lhe nomes diferentes, ainda não sabem qual é nossa capital, enfim, há um desconhecimento acentuado sobre este país que ganha destaque no cenário mundial.
Meu comentário:
O aparecimento de Obama, recentemente na Europa, louvando nosso presidente de forma acentuada e fora dos padrões normais da linguagem entre mandatários, num primeiro momento, deve nos alegrar, aos brasileiros. Mas, devemos ter os olhos bem abertos e contextualizar esse procedimento anômalo, num cenário de crise mundial, onde todos os apoios, em todas as situações devem ser avaliadas, pois mesmo os países ricos necessitam da adesão dos pobres, ou emergentes, na assimilação das medidas que procuram reduzir o impacto. Por outro lado, no continente americano, há um claro movimento de união de forças ditas de esquerda e contrárias às tradicionais políticas dos Estados Unidos, por aqui lideradas por Chávez. Por essa razão, do ponto de vista deles, há necessidade de quebrar essa sintonia regional e iniciar um processo de intriga, para desestabilizar o bloco. E, para tanto, nada melhor do que a massagem no ego de um, em detrimento do outro.

CIRO, O ESCATOLÓGICO

Após o surto que teve ao comentar a notícia de que teria utilizado indevidamente em seu favor, passagens aéreas do povo, Ciro Gomes é notícia por ser um dos parlamentares que mais falta às sessões da Câmara. Ou seja, enquanto utiliza indevidamente benefícios presumivelmente necessários para o exercício do mandato de deputado, também exacerba no mau uso do salário que lhe é pago pelo mesmo povo. Segundo o levantamento do jornal O Estado de São Paulo, Ciro teve faltas ao trabalho em índices que o situam entre os mais faltosos, seja qual for o critério de análise. Depois de ser questionado, abriu o seu repertório escatológico, espalhando-o em todas as direções, ofendendo instituições e pessoas.
Meu comentário:
Ciro é daqueles bem preparados intelectualmente, mas sem preparo para viver em comunidade. Não detém a denominada estabilidade emocional, ou, segundo Goleman, a inteligência emocional, que alia a base de conhecimento à capacidade de convivência com as pessoas. Não tem as mínimas condições, portanto, de ser candidato a qualquer cargo público.

O CONTEXTO DO TEMPO E NÓS

O tempo, ah, o tempo! Nada somos no contexto do tempo e nada deixaremos a não ser lembranças, também estas, morredouras. ___________________...