ASSUNTOS DA HISTÓRIA

É-nos possível visualizar como ocorreu a evolução geopolítica da Europa no último milênio, acessando o endereço abaixo. Dentre muitas constatações, percebe-se que territórios de algumas Nações permaneceram praticamente únicos; outras Nações mantiveram poderio territorial e unidade em um determinado tempo, perdendo-o depois; outras, modificaram-se, unindo povos ou etnias, como a Itália e a Alemanha; e, finalmente, como ocorreram as modificações forçadas ocorridas no último século, em decorrência das I e II Guerras Mundiais e da formação do bloco comunista. 
Vale a pena ganhar três minutos de conhecimento. Se quiseres acompanhar essa evolução do século passado, de forma romanceada, recomendo os livros "OS PILARES DA TERRA", cuja história está circunscrita no início dos anos 1100, além de  "QUEDA DE GIGANTES" e "INVERNO DO MUNDO", estas duas ambientadas nos anos 1900, tendo como foco as duas grandes guerras mundiais e as inter-relações sociais da época.
Há, ainda,  o livro "PÓS-GUERRA, Uma História da Europa desde 1945", de Tony Judt, escritor inglês morto há dois anos, com detalhes sociais, políticos, geográficos e econômicos que nos fogem do conhecimento quando lemos sobre o período de forma abrangente.
Boas leituras!
 


http://youtu.be/Q_94OIkJMrM

INCOMPETÊNCIA (burrice) GOVERNAMENTAL OU ESPERTEZA ELEITORAL


Esperteza eleitoral, claro!, por parte do governo. Burrice da sociedade produtiva que aceita esse tipo de negócio estupidificante para 25% da população brasileira, também esta responsável por aceitar a esmola.

 

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Por que o número de beneficiários do Bolsa Família só cresce no Brasil

·         Autor: Comunicação Millenium

  

Em 2013, governo destinou 20,6 bilhões de reais para bancar o benefício a 14,1 milhões famílias – ou seja: um em cada quatro brasileiros

Há oito meses, boatos sobre o fim do Bolsa Família causaram pânico e levaram milhares de pessoas a agências da Caixa Econômica Federal em todo o país. Em meio ao episódio, duas cenas exibidas em telejornais foram reproduzidas na internet por seu aspecto inusitado. Elas mostravam beneficiárias do programa fazendo queixas incomuns. Francisca Flores, de São Luís (MA), reclamava: “Só ganho 134 reais e não está dando nem para comprar uma calça para minha filha, que tem 16 anos. Porque uma calça para uma jovem de 16 anos (sic) é mais de 300 reais”. Diana dos Santos, de Fortaleza (CE), contou diante das câmeras: “Eu fui à lotérica, como vou de costume, fazer um depósito na poupança do meu esposo. Fui depositar o dinheiro. Como eu já estava lá, aproveitei, levei o cartão, e tirei o Bolsa Família”.

Francisca acreditava que o dinheiro do auxílio do governo deveria ser usado para bancar bens de consumo mais caros do que os que o trabalhador médio pode bancar com seu salário. Diana revelou, sem se incomodar, que sua família poupa dinheiro mensalmente – e quem faz poupança evidentemente não está em situação de emergência financeira. É difícil estimar a quantidade de beneficiários irregulares do Bolsa Família: mas os exemplos de Francisca e Diana mostram que há algo de errado com o programa. Os números de 2013 reforçam esta impressão.

No ano passado, o total de beneficiários e o valor gasto com o programa atingiram novos recordes. Foram 20,6 bilhões de reais, pagos a 14,1 milhões de famílias. O próprio Ministério do Desenvolvimento Social aponta que mais de 50 milhões de pessoas, ou seja, mais de 25% da população brasileira, são atendidas pelo Bolsa Família. É o equivalente à população da África do Sul.

Em 2004, as dimensões eram bem menores: o total pago foi de 5,5 bilhões de reais, divididos por 6,6 milhões de famílias. Para 2014, os números indicam que deve surgir um novo recorde: o Orçamento previsto para o programa é de 25,2 bilhões de reais. Comparado com o total do orçamento, o valor significa pouco mais de 1% dos gastos do governo. O problema é a ampliação indefinida no programa. Não é exagero afirmar que, mantida a curva de crescimento populacional do país e o aumento gradual dos recursos para o programa, em menos de dez anos, metade dos brasileiros poderá ser beneficada com o dinheiro do Bolsa Família. Um crescimento tão acelerado no número de dependentes de auxílio governamental não aconteceu nem na parte da Europa que mergulhou em uma grave crise econômica nos últimos anos.

A presidente Dilma Rousseff tem como meta para 2014 incluir no programa outras 500.000 famílias – cerca de 1,8 milhão de pessoas – que teriam direito ao benefício mas estão fora do cadastro dos programas sociais do governo. Fora isso, o crescimento vegetativo e as oscilações da economia podem lançar no Bolsa Família novos beneficiários. É fácil entrar no programa e difícil sair: mesmo que a família passe a receber acima do limite de 140 reais mensais per capita, o corte no auxílio financeiro não é automático. Se a renda per capita não ultrapassar meio salário mínimo (362 reais), o cancelamento do benefício só é feito durante o período de revisão cadastral, em outubro de cada ano.

O governo usa o Bolsa Família como exemplo de uma medida bem sucedida. Mas como um programa criado para tirar pessoas da pobreza pode ser elogiado se o número de dependentes aumenta a cada ano? O crescimento vegetativo da população é uma explicação insuficiente, já que a quantidade de beneficiários sobe muito mais rapidamente do que a de brasileiros. “Se uma em cada quatro pessoas recebe Bolsa Família, isso quer dizer que três em cada quatro pagam por uma quarta. Não me parece que a longo prazo isso seja sustentável”, diz o economista Adolfo Sachsida, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O combate à pobreza é necessário, e o Bolsa Família cumpre essa função. Mas a expansão indiscriminada no número de atendidos pode não ser um simples lapso. Para o governo, há pouco a perder e muito a ganhar com o crescimento descontrolado no número de assistidos pelo dinheiro público: um programa relativamente barato, que tem pouca rejeição popular, mantém dependente do Estado uma parcela cada vez maior dos cidadãos. Com a devida propaganda, a lealdade desse eleitorado a cada quatro anos costuma ser elevada.

Fiscalização 
As falhas na fiscalização também ajudam a explicar o número cada vez maior de beneficiários, apesar do crescimento da economia. Trabalhadores que possuem empregos informais – segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 40 milhões de pessoas – por vezes acabam burlando as regras e recebendo o benefício. “Não tem sido feito um controle adequado e isso desvirtua o programa”, diz o professor Newton Marques, da Faculdade de Economia da Universidade de Brasília (UnB).

Relatos de fraudes no programa não são raros: algumas das irregularidades descobertas envolvem pagamentos em nome de crianças, estrangeiros, mortos e até animais. As dificuldades na verificação dos critérios facilitam os desvios. A fiscalização é feita no plano municipal, com o uso de ferramentas oferecidas pelo governo federal.

Em um fórum virtual que reúne gestores do Bolsa Família, os relatos sobre as dificuldades são frequentes. Em uma das mensagens publicadas na página, um funcionário admite que não pretende cancelar os pagamentos a uma beneficiária que, pelas regras, já ultrapassou a renda exigida para participar do Bolsa Família: “Eu me sinto frustrado em ter que fazer parte desse processo. Será por iniciativa minha que ela deixará de receber o dinheiro que já está acostumada a receber. Sou eu quem irá explicar o motivo de ela estar com o beneficio bloqueado. Enfim, serei eu quem irá escutar as reclamações, ameaças e tudo mais”, diz ele.

O Bolsa Família contempla os núcleos familiares com menos de 70 reais de renda per capita ou famílias que tenham renda de até 140 reais per capita e possuam ao menos um jovem menor de 15 anos. O menor auxílio pago aos beneficiários do programa é de 32 reais. De acordo com a renda familiar e a quantidade de filhos, o valor pode subir muito: há beneficiários que recebem 600, 700 e até 800 reais por mês. O valor médio pago é de 120 reais.

Um dos problemas mais graves do Bolsa Família é a falta das tão propaladas portas de saída. Oito em cada dez atendidos pelo programa continuarão dependentes do benefício depois de cinco anos. E não se pode dizer que os outros 20% superaram a pobreza necessariamente graças ao auxílio do governo.

O efeito do programa também pode ser uma das explicações para a baixa no índice de desemprego. A metodologia aplicada pelo IBGE só considera desempregada a pessoa que, tendo mais de 15 anos, procurou um emprego nos trinta dias anteriores à pesquisa e não encontrou. Com o Bolsa Família garantido por tempo indeterminado, argumentam alguns economistas, muitas pessoas não se dedicam com afinco à procura por um novo trabalho. Como consequência, elas não são vistas estatisticamente como desempregadas.

Adolfo Sachsida e Newton Marques concordam que seria adequado instituir um limite temporal – três ou quatro anos, sugere o pesquisador do Ipea – para que os beneficiários busquem uma qualificação e adquiram uma fonte de renda por conta própria. Mas, dado o potencial eleitoral do programa, nenhum partido político encampa uma proposta do tipo.

Eleições
No período eleitoral de 2014, não haverá debates sobre o fim do Bolsa Família, nem sobre a instituição de limites temporais ao programa. O candidato do principal partido de oposição, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), já se vacinou contra os potenciais boatos de que iria encerrar o programa: apresentou um projeto de lei transformando o benefício em política de Estado.

“Não se pode falar disso durante a eleição. E a principal razão é esta: 50 milhões de pessoas dependem do programa”, diz o professor Paulo Kramer, do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB). Ele lembra que, em 1996, o governo americano implementou uma reforma no sistema de assistência social para impor limites temporais aos benefícios concedidos às famílias pobres. As mudanças implementadas por Bill Clinton alteraram o modelo implementado três décadas antes, no governo de Lyndon Johnson.

O desgaste do sistema anterior era evidente: muitas pessoas em perfeitas condições de procurar trabalho deixaram de fazê-lo para não perder os benefícios; o número de crianças nascidas fora do casamento aumentou, já que os homens solteiros já não se sentiam obrigados a assumir a responsabilidade financeira sobre as crianças; e os gastos federais com a assistência social impediam o saneamento das contas públicas.

A regra aprovada em 1996, após um esforço suprapartidário, instituía um prazo de dois anos para que o beneficiário encontrasse um trabalho; depois disso, ele perderia direito ao auxílio financeiro. Durante toda a vida, o cidadão poderia receber o benefício por no máximo cinco anos. Também foram criados incentivos para a responsabilidade individual dos assistidos. É bom lembrar: Bill Clinton pertence ao Partido Democrata, mais à esquerda. Isso não impediu a reforma moralizadora.

É razoável que o governo auxilie famílias que, por razões diversas, estejam à beira da miséria. O debate gira em torno do modelo aplicado: sem critérios rigorosos e apoio à autonomia dos mais pobres, programas de assistência social podem causar efeitos negativos. É a lição que os Estados Unidos aprenderam e que, aparentemente, o Brasil ainda precisa aprender.

Fonte: Veja

 

ANARQUISMO NO BRASIL, UMA PÁGINA ESQUECIDA DA HITÓRIA


Perdoa-me o entusiasmo, mas penso ser importantíssimo conhecermos todos os aspectos que formaram a nacionalidade brasileira, mesmo que sejam eventos de pequena duração ou de pouco impacto. Este, o da Colônia Anarquista, é significativo pela composição do grupo, a partir imigrantes italianos, aqui situados no contexto da política de colonização do Império, pelas ideias contidas nele e pela vinculação com uma das sociedades curitibanas mais tradicionais, a SOCIEDADE GIUSEPPE GARIBALDI, situada no Centro Histórico da capital do Paraná. O filme, indicado no texto, além de instigante e esclarecedor sobre o episódio, também estabelece os limites da nossa pobreza cultural que nos leva a nada registrar sobre episódios tão significativos. Embora o Anarquismo tenha os tons cinzentos do Comunismo, e foi por esta última doutrina incorporado depois, marcou um momento de tentativa que não pode esquecido.


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Colônia Cecília, o 1º experimento anarquista no Brasil

Em artigo, Celso Lungaretti resgata um episódio pouco conhecido dos brasileiros. Pelas lentes do cineasta francês Jean-Louis Comolli, descobre-se o experimento criado no século XIX por europeus no interior do Paraná

POR CELSO LUNGARETTI | 21/01/2014

O filme La Cecilia (d. Jean-Louis Comolli, 1975) resgata um episódio histórico pouco conhecido entre nós, embora aqui transcorrido: a implantação de uma colônia rural no Paraná, por parte de anarquistas italianos. Pode ser assistido em (http://youtu.be/MTHaEWuIsJg), completo e legendado.

O experimento durou cerca de quatro anos, entre 1890 e 1893. Houve muito entusiasmo no início, mas depois foram aflorando os problemas que acabariam levando à extinção da colônia. Eis alguns deles:

- a contribuição desigual de citadinos e camponeses, pois a produtividade dos primeiros era inferior. Deveriam receber a mesma fração dos frutos do trabalho, conforme os ideais igualitários? Isto não significaria uma espécie de proletarização dos que produziam mais por estarem acostumados a lidar com a terra? De outra parte, se os lavradores fossem melhor aquinhoados do que os outros, não estaria sendo reproduzida a escala de valores da sociedade burguesa? Inexistia uma solução que contentasse a todos.

- a dificuldade de lidarem, no dia a dia, com o conceito do amor livre, uma novidade que incomodava principalmente as colonas de origem camponesa;

- a absoluta falta de seriedade do Estado brasileiro, que já era patético décadas antes de De Gaulle o haver constatado. O imperador Pedro II, atendendo a pedido do músico Carlos Gomes, doou as terras para a instalação da Cecília, mas, proclamada a República, o seu ato foi sumariamente revogado e os colonos tiveram de pagar pelas terras com parte de sua colheita e trabalhando sem remuneração em obras do governo;

- a hostilidade dos moradores da região (por sentirem-se prejudicados pela concorrência) e de uma vizinha comunidade polonesa, católica e conservadora;

- as fases de escassez e de fome, com a consequente ocorrência de doenças decorrentes da desnutrição (problemas passageiros, que, contudo, reforçaram a tendência ao egoísmo por parte dos menos convictos dos ideais anarquistas, gerando nocivas divisões);

- a tentativa do governo de recrutar os colonos (italianos!!!) para combaterem a Revolução Federalista, o que, inclusive, contrariava seus ideais, pois simpatizavam com os revoltosos.

A Cecília chegou a ter 250 moradores, houve defecções em massa, a chegada de novas levas de pessoas atraídas pela divulgação nos círculos libertários europeus, etc. Alguns desistentes migraram para Curitiba, onde fundaram a Sociedade Giuseppe Garibaldi.

É o que o filme mostra, de forma dramatizada e com evidente simpatia pela causa.

Vale destacar que o elenco, cuja única cara familiar ao público brasileiro é a do ótimo Vittorio Mezzogiorno (No coração da montanha, O processo do desejo, Três irmãos), deu perfeita conta do recado.

Particularmente, eu preferiria uma abordagem menos convencional -como, por exemplo, a que o cineasta suíço Alain Tanner deu aos ideais de 1968 no seu extraordinário Jonas, que terá 25 anos no ano 2000.

Mas, sendo tão raras as produções que enfocam episódios históricos ligados ao anarquismo, temos mais é de difundi-las e recomendar a sua discussão.

Chega a ser chocante que, em meio a tanta tralha produzida no Brasil, ninguém haja realizado um filme sobre a Colonia Cecília. Nem sobre a importantíssima greve geral de 1917, a primeira com maior abrangência em nosso país, tendo sido dramática, sangrenta, longa e… vitoriosa!

A tutela do sectário PCB sobre a historiografia de esquerda implicou a minimização tanto da Colonia Cecília quanto da greve de 1917, durante décadas. Quando as bandeiras negras anarquistas foram erguidas nas barricadas parisienses em 1968, o interesse dos historiadores por ambas foi reavivado, daí resultando livros e estudos acadêmicos que dimensionaram melhor sua relevância.

Nosso cinema, contudo, continua desperdiçando estes dois grandes temas. Que cada um teça suas conjeturas sobre os motivos de tão injustificável omissão.




 

 

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL AO VIVO


Sou fã do jurista Dallari, menos em opiniões como esta. Penso ser justo e necessário que os cidadãos acompanhem os debates, vejam as suas nuances, entendam os argumentos jurídicos contextualizados nos processos e, finalmente, formem opinião sobre aquilo que está sendo julgado. Um dos argumentos de Dallari reza que quem assiste aos julgamentos nada entende do campo jurídico. Pura falácia! Esconder-se, sim, esconder-se, na sala dos julgamentos não é democrático e pode ser, até, suspeito. Não!, não aceito argumentos de que em outros países com Instituições mais avançadas é diferente, pois vivo no Brasil e é aqui que necessitamos formar nossa cidadania.

 

 

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Publicidade, vedetismo e deslumbramento

Por Dalmo de Abreu Dallari


A experiência que já se tem da transmissão ao vivo – ou, segundo a gíria dos meios de comunicação, da transmissão em tempo real – das sessões do Supremo Tribunal Federal deixa mais do que evidente que essa prática deve ser imediatamente eliminada, em benefício da prestação jurisdicional equilibrada, racional, sóbria, inspirada nos princípios jurídicos fundamentais e na busca da Justiça, sem a interferência nefasta de atrativos e desvios emocionais, ou de pressões de qualquer espécie, fatores que prejudicam ou anulam a independência, a serenidade e a imparcialidade do julgador.

A par disso, a suspensão da transmissão direta das sessões contribuirá para a preservação da autoridade do Supremo Tribunal Federal, livrando-o da louvação primária aos rompantes e destemperos emocionais e verbais de alguns ministros. A recreação proporcionada pela transmissão ao vivo das sessões do Supremo Tribunal equipara o acompanhamento das ações da Corte Suprema às manifestações de entusiasmo ou desagrado características das reações do grande público às exibições dos programas de televisão que buscam o envolvimento emocional dos telespectadores e a captação de consumidores para determinados produtos, recorrendo ao pitoresco ou à promoção de competições entre pessoas ou segmentos sociais sem maior preparo intelectual para a avaliação racional e crítica de disputas de qualquer natureza.

Como tem sido observado por estudiosos e conhecedores do Judiciário, o Brasil é o único país do mundo em que as sessões do Tribunal Superior são transmitidas ao vivo, proporcionando recreação aos que as assistem, pessoas que, na quase totalidade, não têm conhecimentos jurídicos e são incapazes de compreender e avaliar os argumentos dos julgadores e o real sentido das divergências que muitas vezes se manifestam durante o julgamento e que, em inúmeros casos, já descambaram para ofensas grosseiras e trocas de acusações absolutamente desrespeitosas entre os ministros do Supremo Tribunal Federal.

Diálogo áspero

A prática dessas transmissões teve início com a aprovação pelo Congresso Nacional da Lei nº 10.461, de 17 de maio de 2002, que introduziu um dispositivo na Lei n° 8.977, de 6 de janeiro de 1995, que dispõe sobre o serviço da TV a cabo. Foi, então, acrescentada uma inovação, que passou a ser o inciso “h” do artigo 23, estabelecendo que haverá “um canal reservado ao Supremo Tribunal Federal, para divulgação dos atos do Poder Judiciário e dos Serviços essenciais à Justiça”.

A utilização desse veículo de comunicação ganhou enorme ênfase, com absoluto desvirtuamento da idéia de serviço, quando assumiu a presidência do Supremo Tribunal o ministro Gilmar Mendes, que dirigiu a Suprema Corte de 2008 a 2010. Basta assinalar que no orçamento do STF para o ano de 2010 foram destinados 59 milhões de reais a “Comunicações Sociais”, quantia essa equivalente a 11% do orçamento total da Suprema Corte. Essa dotação superou em quase cinco vezes o orçamento anual do Tribunal Superior Eleitoral – e isso num ano eleitoral no Brasil, em que houve eleições de âmbito nacional.

Tem início, então, uma fase verdadeiramente degradante para a imagem da mais alta Corte do país, com o mais deslavado exibicionismo de alguns ministros e a transmissão, ao vivo de trocas de ofensas e de acusações grosseiras entre membros do Supremo Tribunal. Assim, em abril de 2010 ocorreu um diálogo extremamente áspero entre os ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa. No debate transmitido para todo o Brasil, este acusou Gilmar Mendes de ser um deslumbrado, um praticante do vedetismo, dizendo, textualmente: “Vossa Excelência está diariamente na mídia, dirigindo palavras ofensivas aos demais ministros e destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro”.

Dois anos depois, coube ao ministro Joaquim Barbosa presidir o Supremo Tribunal Federal e o que se tem observado, desde então, é que o vedetismo e o deslumbramento pelo prestígio entre os telespectadores, descaminhos que antes ele condenara, continuaram a marcar o desempenho do ocupante da direção da Suprema Corte e a ser a tônica na utilização do canal de televisão reservado ao Supremo Tribunal.

Linguagem elevada

Por tudo isso é merecedor do mais veemente apoio o Projeto de Lei nº 7.004, de 2013, proposto pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP). De acordo com esse projeto, o referido inciso “h” do artigo 23 da Lei nº 8.977 passará a ter a seguinte redação: “Um canal reservado ao Supremo Tribunal Federal para a divulgação dos atos do Poder Judiciário e dos seus trabalhos, sem transmissão ao vivo e sem edição de imagens sonoras das suas sessões e dos demais Tribunais Superiores”.

O projeto poderia ser mais veemente, dispondo textualmente: “Vedada a transmissão ao vivo”, mas esse é um pormenor. O que é de fundamental importância é a eliminação das degradantes e desmoralizadoras transmissões ao vivo das sessões do Supremo Tribunal Federal, restaurando-se na mais alta Corte brasileira uma atitude de sobriedade, de respeito recíproco entre seus integrantes, sem os desníveis estimulados pelo exibicionismo. E isso não trará o mínimo prejuízo para a prática da publicidade inerente ao Estado Democrático de Direito, que deverá ser ética, em linguagem elevada e respeitosa, transmitindo o essencial das decisões e dos argumentos dos ministros, inclusive das divergências, a fim de que prevaleçam os interesses da Justiça.

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Dalmo de Abreu Dallari é jurista, professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo

DA HISTÓRIA PARA A PAPUDA ( a prisão)

Li o texto de Augusto Nunes e senti-me obrigado a publicá-lo, pois ele está bem historicizado, contextualizado no enredo criminoso do momento e, finalmente, sintetiza o lamentável equívoco e consequente final da vida política de Genuíno. Também, o texto é um daqueles elementos que a imprensa registra e que servem para alertar os cidadãos do quê ocorre no mundo sujo daquilo que se denomina "política", mas que é apenas jogo de interesses. Ele, Genuíno, pode voltar, é claro!, mas a sua história manterá o registro do seu desvio moral. Nunca mais será genuína a sua fala.
 
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04/12/2013 às 0:38 \ Direto ao Ponto - Augusto Nunes
Com a carta da renúncia, Genoino saiu da política para entrar na história da Papuda
Em 2002, obediente à determinação do PT, o deputado federal José Genoino trocou uma reeleição garantida pela candidatura sem chances ao governo de São Paulo. O tucano Geraldo Alckmin reelegeu-se sem sobressaltos. Mas a performance do adversário superou amplamente o desempenho dos companheiros que o precederam na tentativa de conquistar o mais sólido reduto do PSDB. Genoino foi o primeiro petista a forçar a realização de um segundo turno na disputa do Palácio dos Bandeirantes. E os 8,5 milhões de votos (41% do total) abrandaram a frustração reservada aos perdedores.

“Faço questão de te cumprimentar, companheiro Genoino, pela votação extraordinária”, abraçou-o o presidente eleito no comício da vitória promovido na Avenida Paulista. “Daqui a quatro anos, você vai ganhar a eleição. Pode ter certeza, você vai ser governador de São Paulo”. Nem Lula nem o premiado com a profecia imaginavam que havia um mensalão no meio do caminho. Nenhum deles podia saber que o eleitorado de Genoino, em permanente expansão desde a estreia em 1982, seria dramaticamente desidratado pelo escândalo descoberto em meados de 2005.

Na eleição de 2006, os 306.988 votos obtidos oito antes despencaram para 98.729. Voltou à Câmara pela sexta vez, mas agora entre os últimos da fila. Em 2010, com minguados 92.362 votos, foi rebaixado a suplente. Negociou uma vaga e entrou pela porta dos fundos. Condenado pelo Supremo Tribunal Federal, o presidente do PT do Mensalão incorporou-se à bancada dos parlamentares presidiários. Ameaçado pela cassação, demorou a descobrir não escaparia da degola. E renunciou ao mandato nesta terça-feira.

A morte política não ocorre antes da morte física, ensina a frase que se ampara em ressurreições eleitorais consideradas impossíveis. Aparentemente sepultado pelo impeachment, Fernando Collor hoje é senador. Getúlio Vargas foi muito mais longe: além de voltar à Presidência quando parecia condenado ao ostracismo, sobreviveu ao suicídio e seguiu decidindo eleições por vários anos. São casos excepcionais, não custa ressalvar. Frequentemente, a morte política se antecipa à morte física. A carta em que formalizou a renúncia sugere que Genoino sonha com o regresso à vida pública. Vai viver o suficiente para constatar que a morte política se consumou neste crepúsculo de 2013.

A carta de Getúlio foi escrita por um estadista prestes a sair da vida para entrar na História. A carta de Genoino foi rabiscada por um mensaleiro que saiu da Câmara para entrar de vez na cela S 13 da Papuda.

CUSTOS DO CONGRESSO EM 2013

Esse custo-brasil, do qual tanto falamos, só mostra o seu real tamanho e consequente vergonha, quando vemos e analisamos quadros como os que estão anexos à matéria abaixo. O maior problema é que somos nós quem pagamos. Ou seja, não sei se este é o maior problema ou, maior ainda, é aquele que mostra o País tendo o maior deficit nas suas contas, desde há duas décadas. Vemos, então, que  alguém, ou algum bando de criminosos, está dilapidando os recursos da Nação.

 
 

AGORA, de RAchel Sheherazade


AGORA, Rachel atraiu mais um balde de baba raivosa do Lulla. AGORA, Rachel atraiu mais um balde de baba raivosa dos mesmos 300 picaretas de Lulla. O "AGORA" de Rachel torna-se bem cruel para a incompetência governamental, para o oportunismo dos maus políticos e para o farisaísmo do partido que nos governa, pois mostra que só  AGORA, ou seja, quando os fatos vêm à tona, é que eles lembram de tudo aquilo que falavam décadas atrás e de tudo o que prometiam nas últimas campanhas para conseguir o ... PODER. Então, o AGORA de Rachel, é cruel, muito cruel para eles.



"BABY BOOMER", COM ORGULHO!

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