TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO, A ENGANAÇÃO

Esta mensagem contém um texto, que está como anexo, e um vídeo, que pode ser aberto no endereço abaixo, antes do texto. Recomendo ler primeiramente o texto e após assistir ao vídeo. Mas, se quiseres o contrário, o conjunto não perde o sentido para o entendimento. Enfim, é a comprovação daquilo que já sabemos há longo tempo, comprovando-se com o registro de fatos e de dizeres, acerca dos quais não há questionamento, pois são claros na sua explanação e irretorquíveis nos seus registros, em face dos acontecimentos que vivenciamos.
Boa leitura, se a conseguires!
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Ex-espião da União Soviética: Nós criamos a Teologia da Libertação.

ACI – Ion Mihai Pacepa foi general da polícia secreta da Romênia comunista antes de pedir demissão do seu cargo e fugir para os EUA no fim da década de 70. Considerado um dos maiores “detratores” de Moscou, Pacepa concedeu entrevista a ACIDigital e revelou a conexão entre a União Soviética e a Teologia da Libertação na América Latina.  A seguir, os principais trechos da sua entrevista:
Em geral, você poderia dizer que a expansão da Teologia da Libertação teve algum tipo de conexão com a União Soviética?
Sim. Soube que a KGB teve uma relação com a Teologia da Libertação através do general soviético Aleksandr Sakharovsky, chefe do serviço de inteligência estrangeiro (razvedka) da Romênia comunista, que foi conselheiro e meu chefe até 1956, quando foi nomeado chefe do serviço de espionagem soviética, o PGU1; Ele manteve o cargo durante 15 anos, um recorde sem precedentes.
Em 26 de outubro de 1959, Sakharovsky e seu novo chefe, Nikita Khrushchev, chegaram à Romênia para as chamadas “férias de seis dias de Khrushchev”. Ele nunca tinha tomado um período tão longo de férias no exterior, nem foi sua estadia na Romênia realmente umas férias.
Khrushchev queria ser reconhecido na história como o líder soviético que exportou o comunismo à América Central e à América do Sul. A Romênia era o único país latino no bloco soviético e Khrushchev queria envolver os “líderes latinos” na sua nova guerra de “libertação”.
Eu me investiguei sobre Sakharovsky, vi os seus escritos, mas não pude encontrar nenhuma informação relevante sobre sua figura. Por que?
Sakharovsky era uma imagem soviética dos anos quentes da Guerra Fria, quando os membros dos governos britânico e israelense ainda não conheciam a identidade dos líderes do Mossad e do MI-6. Mas, Sakharovsky desempenhou um papel extremamente importante na construção da história da Guerra Fria. Ele ocasionou a exportação do comunismo a Cuba (1958-1961); ele manipulou de maneira perversa a crise de Berlim (1958-1961) criou o Muro de Berlim; a crise dos mísseis cubanos (1962) e colocou o mundo na beira de uma guerra nuclear.
A Teologia da Libertação foi de alguma maneira um movimento ‘criado’ pela KGB de Sakharovsky ou foi um movimento existente que foi exacerbado pela URSS?
O movimento nasceu na KGB e teve um nome inventado pela KGB: Teologia da Libertação. Durante esses anos, a KGB teve uma tendência pelos movimentos de “Libertação”. O Exército de Libertação Nacional da Colômbia (FARC –sic–), criado pela KGB com a ajuda de Fidel Castro; o Exército de Libertação Nacional da Bolívia, criado pela KGB com o apoio de “Che” Guevara; e a Organização para Libertação da Palestina (OLP), criado pela KGB com ajuda de Yasser Arafat, são somente alguns movimentos de “Libertação” nascidos em Lubyanka – lugar dos quartéis-generais da KGB.
O nascimento da Teologia da Libertação em 1960 foi a tentativa de um grande e secreto “Programa de desinformação” (Party-State Dezinformatsiya Program), aprovado por Aleksandr Shelepin, presidente da KGB, e pelo membro do Politburo, Aleksey Kirichenko, que organizou as políticas internacionais do Partido Comunista.
Este programa demandou que a KGB guardasse um controle secreto sobre o Conselho Mundial das Igrejas (CMI), com sede em Genebra (Suíça), e o utilizasse como uma desculpa para transformar a Teologia da Libertação numa ferramenta revolucionária na América do Sul. O CMI foi a maior organização internacional de fiéis depois do Vaticano, representando 550 milhões de cristãos de várias denominações em 120 países.
O nascimento de um novo movimento religioso é um evento histórico. Como foi construído este novo movimento religioso?
A KGB começou construindo uma organização religiosa internacional intermédia chamada “Conferência Cristã pela Paz”, cujo quartel general estava em Praga. Sua principal tarefa era levar a Teologia da Libertação ao mundo real. A nova Conferência Cristã pela Paz foi dirigida pela KGB e estava subordinada ao respeitável Conselho Mundial da Paz, outra criação da KGB, fundada em 1949, com seu quartel geral também em Praga.
Durante meus anos como líder da comunidade de inteligência do bloco soviético, dirigi as operações romenas do Conselho Mundial da Paz (CMP). Era estritamente KGB. A maioria dos empregados do CMP eram oficiais de inteligência soviéticos acobertados. Suas duas publicações em francês, “Nouvelles perspectives” e “Courier da Paix”, estavam também dirigidas pelos membros infiltrados da KGB –e da romena DIE2–. Inclusive o dinheiro para o orçamento da CMP chegava de Moscou, entregue pela KGB em dólares, em dinheiro lavado para ocultar sua origem soviética. Em 1989, quando a URSS estava à beira do colapso, o CMP admitiu publicamente que 90 por cento do seu dinheiro chegava através da KGB3.
Como começou a Teologia da Libertação?
Eu não estava propriamente envolvido na criação da Teologia da Libertação. Eu soube através de Sakharovsky, entretanto, que em 1968 a Conferência Cristã pela Paz criada pela KGB, apoiada em todo mundo pelo Conselho Mundial da Paz, foi capaz de manipular um grupo de bispos sul-americanos da esquerda dentro da Conferência de Bispos Latino-americanos em Medellín (Colômbia).
O trabalho oficial da Conferência era diminuir a pobreza. Seu objetivo não declarado foi reconhecer um novo movimento religioso motivando os pobres a rebelar-se contra a “violência institucionalizada da pobreza”, e recomendar o novo movimento ao Conselho Mundial das Igrejas para sua aprovação oficial. A Conferência de Medellín alcançou ambos objetivos. Também comprou o nome nascido da KGB “Teologia da Libertação”.
A Teologia da Libertação teve líderes importantes, alguns deles famosas figuras “pastorais” e alguns intelectuais. Sabe se houve alguma participação do bloco soviético na promoção da imagem pessoal ou dos escritos destas personalidades? Alguma ligação específica com os bispos Sergio Mendes Arceo do México ou Helder Câmara do Brasil? Alguma possível conexão direta com teólogos da Libertação como Leonardo Boff, Frei Betto, Henry Camacho ou Gustavo Gutiérrez?
Tenho boas razões para suspeitar que havia uma conexão orgânica entre a KGB e alguns desses líderes promotores da Teologia da Libertação, mas não tenho evidência para comprová-la. Nos últimos 15 anos que morei na Romênia (1963-1978), dirigi a espionagem científica e tecnológica do país, e também as operações de desinformação destinadas a aumentar a importância de Ceausescu no Ocidente.
Recentemente vi o livro de Gutiérrez “Teologia da Libertação: Perspectivas” (1971) e tive a intuição de que este livro foi escrito em Lubyanka. Não surpreende que ele seja considerado agora como o fundador da Teologia da Libertação. Porém, da intuição aos fatos, entretanto, há um longo caminho.

NA CONTRAMÃO

No texto abaixo, Kanitz traça um roteiro mais adequado à porcaria nacional. Clama por bandidos de verdade. Chega dessa escumalha que está aí, tal qual rataria bem tratada, ambiente em que alguns cuidam da prole e, outros, já saídos da ninhada, partem para a roedura diária à sobrevivência do bando. 
Também penso que o mercado do crime pede bandido de verdade, que assume o erro com coragem, pois, já que somos obrigados a tê-los senão o País fica paralisado, conforme nos esclareceu a filósofa NELMA KODAMA, a amada amante, então que os tenhamos destemidos, pratiquem o crime e, se pegos, declarem-se culpados e que, preferencialmente pratiquem o "haraquiri", de forma social ou física mesmo, para que a sociedade se livre dessa sujeira e possa criar uma nova cidadania em bases Morais e Éticas.
A contramão contida no clamor do texto, está em consonância com outra contramão, a do Juiz de Franca que concedeu liberdade a também bandidos, com base na liberação dos criminosos maiores pelo Teori, aquele que tem teorizado em favor do crime.
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Uma nova classe que Karl Marx nunca imaginou

Bandidos normalmente sabem quando estão cometendo um crime. Sabem também que se forem pegos terão que pagar pelo crime.   
Eles resolvem este conflito acreditando que nunca serão “pegos”. Quando são pegos, levantam as mãos e aceitam a pena de prisão como parte da regra do jogo. “São os riscos da profissão”, e cumprem pena sem reclamar. 
Os políticos envolvidos na Lava Jato são caso à parte. Eles nem consideravam que estavam cometendo um crime.  E se fossem pegos, a própria classe política iria salvá-los, porque no fundo eles são todos unidos, uma nova classe que Karl Marx nunca imaginou. Quando são pegos roubando, não morrem de vergonha. Pelo contrário, se enchem de orgulho. Levantam a mão no gesto de solidariedade política socialista.  Eles não olham para baixo. Pelo contrário, acham que estão sendo perseguidos pela direita, pela Veja, que são vítimas de um ódio irracional. Justificam-se psicanaliticamente achando que no fundo todo mundo é corrupto. Empresários são corruptos, empreiteiros são corruptos, banqueiros são corruptos, e assim por diante. 
O Brasil precisa é de bandidos de verdade no Congresso e na política.  Bandidos que quando são pegos roubando, levantam as mãos e com um sorriso maroto caminham para a cadeia cumprir pena.  Bandidos que renunciam quando são pegos, sem mais nem menos.  
Esta história de continuar a ladainha de que somos coitadinhos, somos inocentes, é uma mentalidade pré-juvenil, de crianças mimadas, não de membros de partidos políticos ditos éticos e cidadãos.  É vergonhoso que nenhum dos 33 políticos da Lava Jato teve a coragem de dizer:  “Errei, fui pego, peço desculpas, admito que errei.” Nenhum dos 33. Nojento!  
Queremos bandidos de verdade na política.  Bandidos honestos, aqueles que assumem os riscos de sua “profissão”, levantem as mãos quando pegos, e peçam desculpas no caminho à prisão. 

Texto de STEPHEN KANITZ

REPOSICIONAMENTO DE FHC

Nos últimos dias, ou tempos, Cardoso vem manifestando opiniões confusas, antagônicas e decepcionantes sobre os mais variados temas, contradizendo propostas da oposição ao petismo e, até, do seu próprio partido político.
Mas, neste texto, incisiva e repentinamente, ele deixa entrever qual é o seu real sentimento em relação ao descalabro nacional, gerado pela incapacidade mental ou pela suprema vigarice do petismo.
Boa leitura.

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Desvendar a trama
Por Fernando Henrique Cardoso, para “O Estado de São Paulo”
‘É preciso que a Justiça não se detenha antes que tudo seja posto às claras. Só assim será possível resgatar os sentimentos de confiança no Brasil’
Eu preferiria não voltar ao tema arquibatido das crises que nos alcançaram. Mas é difícil. Vira e mexe, elas atingem o bolso e a alma das pessoas. Na última semana o início de recessão repercutiu fortemente sobre a taxa de desemprego. Considerando apenas as seis principais metrópoles, ela atingiu 6,2%, a maior taxa desde 2001. A Petrobras, ao tentar virar uma página de sua história recente, pôs em evidência que o “propinoduto”, enorme (R$ 6 bilhões), é incomparavelmente menor do que o “asnoduto”, dos projetos megalômanos e malfeitos: R$ 40 bilhões. São cifras casadas, pois quanto piores ou mais incompletos os projetos de obras, mais fácil se torna aumentar seu custo e desviar o dinheiro para fins pessoais ou partidários.
O setor elétrico foi vítima de males semelhantes (só à Petrobras as “pedaladas” da Eletrobrás custaram R$ 4,5 bilhões) e não é o único no qual os desmandos vêm se tornando públicos. Se algum dia se abrirem as contas da Caixa Econômica, vai-se ver que o FGTS dos trabalhadores deu funding para uma instituição bancária pública fazer empréstimos de salvamento a empreendimentos privados quebrados. No caso do BNDES, a despeito da competência de seus funcionários, emprestou-se muito dinheiro a empresas de solvabilidade discutível, também com recursos do FAT, ou seja, dos trabalhadores (ou dos contribuintes), oriundos do Tesouro.
No afã de “acelerar o crescimento” usando o governo como principal incentivo, as contas públicas passaram a sofrer déficits crescentes. Pior, dada a conjuntura internacional negativa e o pouco avanço da produtividade nacional, também as contas externas apresentam índices negativos preocupantes quando comparados com o PIB brasileiro (cerca de 4%, com viés de alta). Pressionado pelas circunstâncias, o governo atual teve que entregar o comando econômico a quem pensa diferente dos festejados (pelos círculos petistas e adjacentes) autores da “nova matriz econômica”. Esta teria descoberto a fórmula mágica da prosperidade: mais crédito e mais consumo. O investimento, ora, é consequência do consumo... Sem que se precisasse prestar atenção às condições de credibilidade das políticas econômicas.
As consequências estão à vista: chegou a hora de apertar os cintos. Como qualquer governo responsável — antes se diria, erroneamente, neoliberal —, o atual começou a cortar despesas e restringir o crédito. Há menos recursos para empréstimos, mais obras paradas, maior desemprego, e assim vamos numa espiral de agruras, fruto da correção dos desacertos do passado recente. Para datar: esta espiral de enganos começou a partir dos dois últimos anos do governo Lula. Agora, na hora de a onça beber água, embora sem reconhecer os desatinos, volta-se ao bom senso. Mas, cuidado, é preciso que haja senso. Ajuste fiscal, às secas, sem confiança no governo, sem horizontes de crescimento e, pois, com baixo investimento, é como operação sem anestesia. Pior: política econômica requer dosagem, e nem sempre os bons técnicos avaliam bem a saúde geral do país. Também o cavalo do inglês aprendeu a não comer; só que morreu.
Não quero ser pessimista. Mas o que mais falta faz neste momento é liderança. Gente em quem a gente creia, que não só aponte os caminhos de saída, mas comece a percorrê-los. Não estou insinuando que sem impeachment não há solução. Nem dizendo o contrário, que impeachment é golpe. Estou apenas alertando que as lideranças brasileiras (e escrevo assim no plural) precisam se dar conta de que desta vez os desarranjos (não só no plano econômico, mas no político também) foram longe demais. Reerguer o país requer primeiro passar a limpo os erros. Não haverá milagre econômico sem transformação política. Esta começa pelo aprofundamento da operação Lava-Jato, para deixar claro por que o país chegou onde chegou. Não dispensa, contudo, profundas reformas políticas.
Não foram os funcionários da Petrobras os responsáveis pela roubalheira (embora alguns nela estivessem implicados). Nenhuma diretoria se mantém sem o beneplácito dos governos, nem muito menos o dinheirão todo que escapou pelo ralo foi apropriado apenas por indivíduos. Houve mais do que apadrinhamento político, construiu-se uma rede de corrupção para sustentar o poder e seus agentes (pessoas e partidos). Não adianta a presidente dizer que tudo agora está no lugar certo na Petrobras. É preciso avançar nas investigações, mostrar a trama política corrupta e incompetente. Não foi só a Petrobras que foi roubada, o país foi iludido com sonhos de grandeza nacional enquanto a roubalheira corria solta na principal companhia estatal do país.
Quase tudo o que foi feito nos últimos quatro mandatos foi anunciado como o “nunca antes feito neste país”. É verdade, nunca mesmo se errou tanto em nome do desenvolvimento nacional nem jamais se roubou tanto sob a proteção desse manto encantado. Embora os diretores da Petrobras diretamente envolvidos na roubalheira devam ser penalizados, não foram eles os responsáveis maiores. Quem enganou o Brasil foi o lulopetismo. Lula mesmo encharcou as mãos de petróleo como arauto da falsa autossuficiência. E agora, José? Não há culpabilidade política? Vai-se apelar aos “exércitos do MST” para encobrir a verdade?
É por isso que tenho dito que impeachment é uma medida prevista pela Constituição, pela qual não há que torcer, nem distorcer: havendo culpabilidade, que se puna. Mas a raiz dos desmandos foi plantada antes da eleição da atual presidente. Vem do governo de seu antecessor e padrinho político. O que já se sabe sobre o petrolão é suficientemente grave para que a sociedade repudie as forças e lideranças políticas que teceram a trama da qual o escândalo faz parte. Mas é preciso que a Justiça não se detenha antes que tudo seja posto às claras. Só assim será possível resgatar os nossos mais genuínos sentimentos de confiança no Brasil e no seu futuro.

VACCARI: A VACARIA VACANDO

Essa vacaria toda estava vacando na beira do brejo, mastigando o meu dinheirinho que destino todo mês, todo o ano, ao Governo, quando me cobram o Imposto sobre minha Renda. Também vacavam sobre os demais impostos e taxas  que pago rigorosamente para que não cortem o meu direito à água que consumo, à energia elétrica que usufruo, à posse do meu veículo, enfim, sobre cada uma das minhas atividades de lazer e de sobrevivência. Então, essa vacaria toda, esses "vacos" e essas vacas que roubaram o público e enfiaram no seu privado, causando muito do descalabro social, agora estão no brejo. Aliás, penso que a Dilmona preconizava algo, com toda sua delicadeza, ao utilizar na linguagem presidencial um "nem que a vaca tussa". Pode?!
Aliás uma das vacas ainda está foragida, mas logo lhe lançarão o laço e a levarão ao brejo.


http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/mpf-mulher-de-vaccari-recebeu-r-9-mi-em-oito-anos/

VOTAÇÃO DISTRITAL, MAS EM PARCELAS

Bem, está dado um pequeno, mas importante passo para a reforma política. Embora tímida, quanto ao seu contexto, para aplicação apenas em cidades com mais de 200.000 eleitores, já podemos vislumbrar avanços para adoção ampla do voto distrital. Mais que isto, penso que o melhor caminho, junto com a votação distrital, seja a adoção do parlamentarismo como sistema de governo. Embora há aqueles que não acreditam neste modelo como a melhor solução para o Brasil, não vejo outra alternativa, em face do que ocorre no sistema atual.
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Senado aprova voto distrital para eleição de vereadores

GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
22/04/2015  15h15
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O Senado aprovou nesta quarta-feira (22) projeto que institui o voto distrital para a eleição de vereadores nos municípios brasileiros com mais de 200 mil eleitores. Pela proposta, cada município seria dividido em distritos, e cada um deles elegeria um representante para a Câmara de Vereadores.
O número de distritos do município será, pelo projeto, igual ao número de vagas da Câmara Municipal. Cada partido fica autorizado a registrar apenas um candidato por distrito.
De autoria do senador José Serra (PSDB-SP), o projeto foi aprovado em caráter terminativo pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. Se não houver recurso para ser votado no plenário da Casa, segue diretamente para análise da Câmara dos Deputados.
O projeto altera a lei eleitoral para fixar o sistema de votação distrital às Câmaras de Vereadores. A ideia dos senadores é que o texto seja aprovado pelos deputados até outubro, a tempo de valer para as eleições municipais de 2016.
No modelo que está em vigor, a eleição de vereadores segue o sistema proporcional, em que os votos do partido ou coligação são levados em conta na distribuição dos candidatos eleitos. No sistema distrital, o voto é majoritário, elegendo o candidato que recebe o maior número de votos.
Pela proposta, cabe ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) dividir e fixar os distritos onde ocorrerão as eleições. O tribunal deve seguir critérios como contiguidade territorial e igualdade do voto entre todos os eleitores. O projeto também determina que a diferença entre o número de eleitores do distrito mais populoso e o menos populoso não pode exceder 5% no mesmo município.
Relator do projeto, o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) afirma que o sistema distrital deve atingir cerca de 90 municípios em todo o país, onde já há segundo turno das eleições. Como são as cidades mais populosas, cerca de 30% do eleitorado nacional deve ser atingido com a mudança, caso o texto seja aprovado pela Câmara. O projeto é um dos que integra o "pacote" da reforma política.
"Por serem capitais e grandes centros, constituem excelente referência para a experimentação e educação política do povo brasileiro", disse o relator.
Líder do PT, o senador Humberto Costa (PE) apresentou voto em separado contrário ao sistema distrital. O petista afirma que o Congresso Nacional vai violar a Constituição ao aprovar um modelo fora do sistema proporcional, previsto pela legislação do país.
"Em tese, ele viola o princípio da representação proporcional presente no artigo 45 da Constituição Federal, que é perfeitamente aplicável às eleições legislativas municipais", afirmou o petista.
Para Serra, o voto distrital é viável porque reduz o número de candidatos, os custos de financiamento das campanhas eleitorais e aumenta a proximidade entre os candidatos e os eleitores.
"As eleições para vereador constituem, por sua importância, uma excelente oportunidade para começar a aplicar esse sistema. Trata-se de uma experiência para comprovar os bons resultados esperados do modelo majoritário e, consequentemente, para servir como base à futura discussão a respeito das eleições para deputados estaduais e federais", afirmou o tucano.

Na versão original, o projeto acaba com a propaganda eleitoral dos vereadores, uma vez que seria de difícil implantação em cada um dos distritos. A CCJ, porém, retirou essa proibição, abrindo caminho para que os congressistas definam futuramente como poderá ser realizada a propaganda partidária dos candidatos às Câmaras Municipais. 

O REALISMO FANTÁSTICO É NOSSO

Gabeira é bom naquilo que escreve, traduzindo em suas linhas a empatia com o pensamento ou, melhor, com o sentimento do povo brasileiro. Neste texto, então ... !, ele se superou. Foi um pouco de Poe, pelo lado do horror cômico, assim como foi um pouco de Mayakovski, pelo viés da sátira como crítica. Respeitadas as proporções entre ele e os poetas, claro! Gostei bastante quando ele correlaciona o nosso momento ao realismo fantástico de "Cem Anjos de Solidão". Nada mais oportuno do que esta comparação.
Enfim, boa leitura!
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22/04/2015
 às 20:59 \ Opinião (Augusto Nunes_

Fernando Gabeira: ‘Hora e vez de Sibá Machado’

Publicado no Globo
FERNANDO GABEIRA
Mais uma vez, o povo na rua. Grande parte de nossa esperança está depositada na sociedade. Ela é quem pode dinamizar a mudança. A maioria vai gritar “Fora Dilma”, “Fora PT”. Não há espaço agora para outras palavras. No entanto, a saída de Dilma é apenas o começo. Vai ser preciso um ajuste econômico. Todos deveriam se informar e tomar posição sobre ele. O governo Dilma não se mexe na redução de ministérios e cargos de confiança. Não há um projeto sério de contenção de gastos com a máquina. E sem isso, o impacto do ajuste, aumentando impostos e cortando benefícios sociais, dificilmente será digerido pelo Congresso e pela própria sociedade.
O Congresso é passível de suborno com verbas e cargos. A sociedade, não. Mas um simples ajuste econômico merecia um pouco mais de reflexão para além deste domingo.
Vale a pena retomar um crescimento apoiado no consumo de carros e eletrodomésticos? É possível superar a limitação do voo da galinha na economia brasileira, achar um caminho sustentável?
Os rios brasileiros estão exauridos. Vamos continuar a destruição? A Califórnia luta há anos com a escassez de água. É um estado que sempre soube se reinventar. Abriga a indústria do cinema, o Vale do Silício. Apesar de toda a experiência, a crise atual ameaça seu futuro.
Cada vez que um grande movimento vai às ruas pedindo a saída de Dilma, ela, na realidade, vai saindo aos pouquinhos. Hoje não controla a política, nem a economia. Inaugura, faz discursos para a claque. Apegado à negação de seus erros, o PT é quase um fantasma. Seu líder na Câmara é Sibá Machado. Ele acha que as manifestações do dia 15 e também as de hoje são organizadas pela CIA. E foi ao ministro da Fazenda pedir novos financiamentos para as empreiteiras do Lava-Jato.
A tendência é achar que o Sibá Machado não existe, que é criação de algum escritor dedicado ao realismo fantástico. Mas Sibá existe e ocupa a liderança de um partido com 64 deputados na Câmara. Como foi possível Dilma ser presidente do Brasil? Como foi possível Sibá Machado tornar-se o líder de um partido que está no poder há 12 anos?
Não há espaço para explicar tudo. Mas Dilma é fruto da vontade de Lula, que detesta a ideia de surgirem outros líderes no partido. Sibá é o fruto da disciplina de quem espera na fila a hora do revezamento. Todos podem ser líderes, independentemente de estarem preparados. É a hora e a vez de Sibá Machado.
Estamos atravessando uma atmosfera de “Cem anos de solidão”. Sibá pede mais dinheiro público para quem nos roubou. Dilma afirma que sua tarefa é recuperar a Petrobras, que ela e o PT destruíram. Não acredito que sejam cômicos por vocação, embora o Sibá leve muito jeito. Isaac Deutscher, o grande biógrafo de Trotsky, demonstra que muitas vezes os governos fazem bobagem porque já não têm mais margem de manobra.
O buraco em que o PT se meteu é mais grave do que a estreiteza da margem de manobra. É a escolha de quem se agarra à negação para fugir da realidade. Por isso é que, além dos incômodos da crise, do assalto às estatais e fundos de pensão, o PT irrita. São muitas as pessoas simples que se sentem não apenas assaltadas como contribuintes, mas desrespeitadas pelo cinismo oficial.
Já é um lugar comum afirmar que vivemos a maior crise dos últimos tempos. Nela, entretanto, há um dado essencial: aparato político burocrático segue afirmando que a realidade é a que vê e não a compartilhada por milhões de pessoas na rua.
O que pode acontecer numa situação dessas? Collor saiu de nariz empinado e submergiu alguns anos. Ele chamava verde e amarelo, aparecia preto. O PT chama vermelho, aparecem verde e amarelo.
O curto circuito pictórico parece não dizer nada para eles. No fundo, havia em Collor uma espécie de orgulho pessoal. No PT, há uma confiança na manipulação. O partido no poder escolheu o caminho mais espinhoso. Seu líder na Câmara parece delirar, mas apenas quer cumprir suas tarefas elementares de negação.
O assalto à Petrobras não existiu. As manifestações foram arquitetadas pela CIA, e as empreiteiras, coitadinhas, precisam de grana oficial para financiar nossas campanhas. E os marqueteiros nos observam como jacarés tomando sol. Daqui a pouco vão entrar em ação para convencer a todos que o Brasil é maravilhoso e vai ficar melhor ainda.
É assim que a negação se reflete numa alma simples como a de Sibá Machado. Ele vem de uma região marcada pelas experiência místicas com a ayahuasca, planta que provoca visões. Um pouco distante dali, mas também na Amazônia, o pastor Jim Jones comandou um suicídio coletivo.
Na hora e vez de Sibá, o próprio inferno será refrigerado. Ganha-se muito dinheiro quando se passa pela cadeia, como fez José Dirceu. E há sempre Cuba e Venezuela para um recuo estratégico.
Vamos para a rua fingindo que os agentes da CIA nos organizam. No fundo, sabemos que se dependêssemos deles, correríamos o risco de uma grande trapalhada.
Mas pra que contrariar Sibá Machado e o PT na sua fase tardia ? De uma certa forma, já não estão entre nós. Morreram para o debate racional.

ESMAGANDO A PULGA

Não sou daqueles que admiram em 100%  o que escreve Reinaldo Azevedo. Fico aí pelos 70%, se muito! Agora, acompanhando o comentário dele sobre Crivella, em relação à posição deste sobre Fachin, não posso deixar de registrar o debate que ambos estabeleceram na rede, com um massacre de Reinaldo sobre  Crivella. Na coluna de hoje, Reinaldo expõe a carta que recebeu do discípulo de Edir sobre o texto de ontem e, na sequência, mostra a resposta que deu ao "bispo". Esta, a resposta, é um primor de esmagamento da tentativa de reação do universalista, também senador. Ideia por ideia, frase por frase, Reinaldo Azevedo humilha Crivella, com a contraposição argumentativa, a descaracterização da soberba bispal e a ironia, ah!, a fina ironia, a tal ponto que pareceu-me o ato de esmagar uma pulga com a unha, como o fazemos quanto necessário. 
Vale a pena a leitura.
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27/04/2015
 às 20:08

Crivella não gostou do que leu aqui e enviou uma mensagem. Eu a publico na íntegra e respondo

O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) não gostou do texto que escrevi sobre a indicação do advogado Luiz Edson Fachin para o Supremo Tribunal Federal. Parece ter gostado menos ainda da forma como o caracterizei. Leiam a sua mensagem. Comento em seguida.
Prezado Reinaldo,
Acabo de ler sua coluna. Leio sempre que posso. Admiro a altivez na apresentação dos argumentos embora nem sempre concorde. 
Na de hoje, permita-me esclarecer que quando você me denomina senador da Igreja Universal e senador do bispo Macedo, comete um equívoco que macula o texto, pela simples razão de que eles não possuem representação nessa Casa da Federação.
Aqui são representados os 26 Estados e o Distrito Federal em igual número de senadores, para que haja o equilíbrio federativo.
 
Eleito e reeleito pelo bravo estado do Rio de Janeiro, já fui inclusive escolhido pela sua prestigiosa empregadora, como o quinto com melhores projetos e, pela Transparência Brasil, o segundo.
Percebi que você está inconformado com a indicação do novo ministro do STF e respeito suas razões. Eu não direi que você é um vendido a serviço das oligarquias com objetivo de desqualificar sua participação no debate. Jamais. Vou respeitá-lo. Bom seria se pudesse contar com a sua reciprocidade. 
Atenciosamente,
MCrivella
Comento
Senador Crivella, tenho apreço pelas palavras. E o convido a agir do mesmo modo. É visível que não sou o seu prezado. Mas a insinceridade é o menor dos males em sua mensagem.
Em primeiro lugar, eu, de fato, o chamei de “senador da Igreja Universal” — além de senador do Rio (releia), mas não de “senador do Bispo Macedo”. Este segundo, digamos, genitivo, não lhe diz respeito, mas sim à igreja. A sintaxe do meu texto é claríssima.
Sou grato pelo seu esforço de me ensinar a essência da representação da Câmara Alta, mas devo dizer que já a conheço. Ao fazer a referência à denominação religiosa, quis relevar o peso que a sua igreja teve na sua eleição. Ou não teve?
Tenho três “empregadoras”, senador. A opinião que cada uma delas tem não corresponde necessariamente à minha. Essas empregadoras me pagam para que eu emita a MINHA OPINIÃO, NÃO A OPINIÃO DELAS. Afinal, assim fosse, por que precisariam de mim?
Definitivamente, não me obrigo a ter a opinião dos meus empregadores, mas, se me permite, eu o aconselharia a ter a opinião do seu. Não me refiro, claro!, a Edir Macedo, mas ao povo do Rio de Janeiro.
De fato, o senhor não teria como dizer que sou “um vendido a serviço das oligarquias” pela simples e óbvia razão de que não apelo ao voto dessas oligarquias para manter o meu emprego ou para conquistar posições. Não são as oligarquias que fazem desta página o blog de política mais lido do país. Não são as oligarquias que fazem do programa “Os Pingos nos Is” líder absoluto de audiência. Não foram as oligarquias que me convidaram para ser colunista da Folha. E, se a minha coluna, no jornal, está entre as mais lidas, certamente não são as tais oligarquias que garantem essa posição.
Mas há mais do que isso: não creio que as oligarquias quisessem comprar a minha opinião porque, até onde acompanho, elas são parceiras do governo de turno.
Ademais, qual é a sua sugestão senador? Que a defesa da família é um fundamento de oligarcas? Que contestar que “mulher” e “amante” estejam em pé de igualdade perante a lei é outro princípio dos plutocratas? E olhe que o pensamento do advogado Fachin ainda não foi deslindado como deve, o que prometo fazer.
Não o desrespeitei, não!, senhor senador. Apenas lembrei o peso que a questão religiosa tem na sua eleição. E isso não me parece desdouro nem vergonha. Ademais, tenho, e me orgulho disto, o respeito da esmagadora maioria dos evangélicos porque respeito a crença religiosa, mesmo quando discordo de seus pressupostos.
Eu reajo, isto sim, a interpretações um tanto largas do texto bíblico. Numa de suas pregações, vi o bispo Macedo, seu líder espiritual, recorrer ao Eclesiastes para defender o aborto, o que considero uma ignomínia — o aborto e a interpretação. É bem verdade que, diante de tal enormidade, a dissolução da família pode até parecer um mal menor. Combato os dois males.
Continuarei fiel a meus empregadores, senador, dizendo com clareza tudo o que penso sem lhes pedir licença. Espero que o senhor seja fiel ao seu e, ao dar o seu voto na questão em particular, pense nos valores daqueles que o elegeram. Seus empregadores o elegeram para representá-los. Os meus empregadores me elegeram para representar-me.
Respeitosamente,
Reinaldo Azevedo
Por Reinaldo Azevedo

"BABY BOOMER", COM ORGULHO!

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