Efetuo a postagem deste
artigo do Kanitz, por vê-lo como importante para nosso futuro como Nação e como
pessoas. Mas, não só! Sua leitura é fundamental para entendermos o nosso papel
no presente, tempo onde devemos construir o futuro, pois nossas ações
desenvolvidas hoje, e se bem desenvolvidas, darão a boa estrutura para que a
sociedade brasileira se consolide, já que recursos naturais os temos em
quantidade necessária. Parece-me faltar a internação do pensamento, com ideias
e propostas simétricas, projetando a nacionalidade de amanhã. Não é o que
ocorre!
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A Importância de Uma Visão do Futuro
por Stephen Kanitz
Nos últimos 30 anos, nossos filhos têm sido
bombardeados pelos nossos intelectuais, imprensa e professores universitários
que nosso país não tem futuro.
Nosso maior problema como prisioneiros de
guerra“, diz Viktor Frankl no seu livro “O Significado da Vida”, “era
não ter uma visão de futuro“.
Ao contrário de presos comuns, não havia para
o prisioneiro de guerra uma data certa para a liberdade.
Isto gerava consequências trágicas.
Muitos prisioneiros de guerra achavam que
seriam libertados antes do Natal de 1944, porque as Forças Inglesas e
Americanas já haviam desembarcado na Normândia.
Mas o Natal passou e a guerra somente acabaria
em Junho de 1945.
Decepcionados e desiludidos, centenas de
prisioneiros morreram logo depois do Natal, sem explicação, numa frequência
duas vezes o estatisticamente normal.
Simplesmente desistiram de viver por acharem
que não tinham mais futuro. Erraram por alguns meses.
Nos últimos 30 anos, nossos filhos têm sido
bombardeados pelos nossos intelectuais, imprensa e professores universitários
que nosso país não tem futuro.
Nos inúmeros textos escritos
por intelectuais para as comemorações dos 500 anos do
Descobrimento em vez de olharmos para um futuro a fazer, usaram a
ocasião para mostrar que nem passado tínhamos.
Intelectuais nos lembraram que somos um país
de corruptos por termos sido colonizados por desterrados e criminosos, mas
nunca revelam que nossas Universidades Públicas contratam mais professores de
Sociologia e Política do que professores de Auditoria e Fiscalização.
A USP tem um único professor de Auditoria e
dezenas de professores de Filosofia e Sociologia, um que virou até Presidente
do Brasil.
Perdemos a nossa Visão de Futuro em
1964, quando imperava que a visão de futuro era a do administrador,
do advogado, do engenheiro, do empresário, do empreendedor.
Para estes, o futuro é para ser feito, com suor, lágrimas e
trabalho, não simplesmente previsto com “modelos estatísticos”.
O futuro é nosso para ser criado da forma que
desejamos, não “esperado” num Deus que o dará pela bola de cristal.
Mas a Revolução de 1964 colocou no poder mais de
600 acadêmicos especializados em previsões, que
controlam o país até hoje.
O Japão e a Alemanha do pós guerra não
pautaram sua reconstrução em previsões econométricas porque sequer tinham
mais uma economia para ser prevista.
Decidiram construir seu novo futuro
ao ponto que suplantaram seus vencedores, a Inglaterra e os Estados Unidos, tal
o poder desta postura perante o futuro.
Precisamos resgatar a visão de futuro dos
engenheiros, dos carpinteiros, empreendedores, advogados e administradores e
rejeitar de vez a visão niilista dos previsores do futuro, que
preveem o futuro da volatilidade, do câmbio, do juro para poder especular,
e das previsões de curto prazo que levam a nada.
Ficamos tão preocupados com as marolas que
esquecemos de ver as ilhas do horizonte.
Administradores muitas vezes quebram a cara
não conseguindo fazer o que pretendiam, nem sempre criam empresas de sucesso como
gostariam.
Afinal, o futuro é
para ser feito não para ser previsto.
Mas a favor dos administradores, eles têm o
mérito de ter pelo menos tentado.
Tentado fazer, em vez de simplesmente tentado
prever, sentados em cátedras acadêmicas com suas redomas de vidro.
Única forma de devolver aos nossos filhos um
sentido para suas vidas é mostrar que existe uma outra visão de mundo, de ação
construtiva e não de especulação que gerou a enorme crise de 2008.
Afinal, o futuro é para ser feito não para ser
previsto.
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