Ao concluir a leitura do artigo abaixo, de Stephen Kanitz, não sabia se ria ou chorava. Então, ri-me! Primeiro, porque está em gestação o tal de PBE-Partido Bem Eficiente, vindo complementar a longa lista de penduricalhos, também denominados de agremiações políticas, engrossada pelo ridículo PROS, pelo Solidariedade e pela Rede que, embora não tenha conseguido se instituir, certamente um dia dará.
Mas, o que mais levou-me ao riso, aquele, para não chorar, foi o desnudamento que o texto faz, dos desvios de ação e das consequentes anomalias institucionais, ocasionados pelo descaramento canalha das autoridades nacionais que os promovem e, na outra ponta, compreendida a apatia e a ignorância da sociedade brasileira que sabe disso tudo e nada faz.
Com uma finalidade bem definida, histórica e conceitualmente, o tal Banco virou um banco qualquer até exportador de recursos financeiros, meus e teus, a republiquetas ou ditaduras nada recomendáveis. Tudo a fundo perdido, perdido mesmo, por que retorno que é bom, jamais!
E aí se vão milhares?, não, bilhões de moedas que deveriam ser destinadas para o desenvolvimento econômico e social do meu Brasil, moedas, estas, que podem comparadas aos trinta dinheiros da traição ocorrida segundo a lenda histórica.
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“A
partir da publicação desta lei, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social, passará a ser denominado de Banco.“
O Partido
Bem Eficiente, em formação, propõe aos demais deputados de outros partidos que
criem uma lei propondo a mudança da razão social do BNDES para B, de
Banco.
Propõe a
eliminação dos termos Social, Desenvolvimento, Econômico e Nacional da
sigla BNDES, por razões éticas.
O BNDES
aprovou empréstimo de R$ 190.000.000,00, a juros subsidiados, para a renovação
de 227 quartos de luxo no Hotel Glória do Rio de Janeiro.
Façam os
cálculos de quanto sairá por quarto. Serão renovados também duas suítes
presidenciais de 300 metros quadrados.
Acontece
que Renovação deveria ser custeada pelo lucro do Hotel, já que
o Hotel existe e funciona, e nunca pelo povo Brasileiro.
Isto já é
suficiente para retirar o Social da razão social do BNDES.
Um S não
pode financiar um Hotel de 5 Estrelas, não está no seu Objeto Social.
Já que o
BNDES faz os empréstimos que faz, basta tirar o S para ele voltar a ser
coerente e não confundir os funcionários, os diretores do Banco, e o
contribuinte brasileiro.
Em termos
de Desenvolvimento, não há nenhum Desenvolvimento em
refazer um hotel que já existe.
Renovação
não é Desenvolvimento, e sim Renovação, como estava explicitamente
dito no projeto.
Em termo
de Econômico, não há nada econômico em R$ 190.000.000,00 serem
emprestados para renovar, sequer construir, 352 quartos no total. A maioria de
luxo discutível, num país que está se isolando cada vez mais do intercâmbio
internacional.
Executivos
do Uruguai, Argentina, Paraguai, e agora Venezuela, não possuem recursos para
pagar um hotel destes.
E como o
Hotel Glória pertence ao grupo Suíço Acron, o Termo Nacional também
não é cabível.
Ou seja, o
BNDES virou um Banco a serviço não de um país, de um projeto de
desenvolvimento, de um ideal de justiça e equidade social. Renovar o BNDES é
simples, basta tirar as siglas que não fazem mais sentido.
O objetivo
aqui não é repensar o BNDES, é pedir uma “volta às origens“, um “back
do basics“, como muitas vezes se faz em Administração quando uma empresa se
desvia da sua razão social.
Num país
que não acredita nos princípios da Administração isto é impossível, um caminho
sem volta para o BNDES.
O Partido
Bem Eficiente não espera eficiência neste caso, somente transparência.
“A
partir da publicação desta lei, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social, passará a ser denominado de Banco.“
Algo para
se pensar.
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