Sem complacência
Por Fernando Henrique Cardoso
Por Fernando Henrique Cardoso
Aspectos sobre a vida e acerca dos fundamentos humanísticos. Ênfase à explanação e à discussão das ideias, na busca do conhecimento. Relevo ao humanismo, base necessária para nossa época.
04/11 - País teve 50 mil mortes em 2012, maior nº em 5 anos
Se os números da economia formal brasileira mostram sinais de
desaceleração, o submundo do crime permanece pujante. É o que mostram os
dados da criminalidade enviados pelas Secretarias de Segurança das 27
unidades da federação para o Anuário Estatístico do Fórum Brasileiro de
Segurança Pública (FBSP). No ano passado, os homicídios no Brasil cresceram
7,6% em relação a 2011.
Os dados completos do Anuário, encomendados pela Secretaria Nacional
de Segurança Pública (Senasp), vão ser apresentados na terça-feira. O Estado
obteve com exclusividade os números dos crimes e da situação do sistema
carcerário.
O total de assassinatos é o maior da série histórica desde 2008. Houve
50.108 casos no Brasil em 2012, incluindo homicídios dolosos (47.136),
assaltos seguidos de morte (1.810) e lesão corporal seguida de morte (1.162).
O País registrou taxa de 25,8 homicídios por 100 mil habitantes. E São Paulo
puxou o índice para cima (veja ao lado).
Os Estados do Norte e Nordeste seguem liderando o ranking de
homicídios no Brasil. Alagoas, com 61,8 casos por 100 mil habitantes, apesar
de estar no primeiro lugar no ranking, registrou redução de 14%. Pará subiu
para a segunda colocação, com 44 por 100 mil, seguido por Ceará (42,5), Bahia
(40,7) e Sergipe (40).
"O padrão de homicídios no Brasil é muito alto, assim como os
outros crimes. Isso mostra como não conseguimos enfrentar o problema da
criminalidade urbana. Mostra a necessidade urgente de reformas nas polícias,
para melhorar as investigações e o policiamento ostensivo. É um assunto que
precisa ser enfrentado com coragem ou o Brasil não vai conseguir reverter
esse quadro", afirma o sociólogo Renato Sérgio de Lima, do FBSP.
Patrimônio. Os registros de crimes contra o patrimônio também são
preocupantes. Os dados do anuário não permitem uma comparação com 2011. Mas,
no ano passado, foram 566.793 casos de roubos, em que os ladrões levaram
carros, atacaram bancos, cargas de caminhões, pedestres e casas. Em todo o
território nacional, considerando só as ocorrências registradas nas delegacias,
foram 1.574 casos de roubo por dia.
Mesmo no Norte e Nordeste há problemas de crimes contra o patrimônio.
Amazonas desponta com 737 roubos de carros por 100 mil habitantes. Bahia fica
em segundo lugar, com 435 por 100 mil.
A guerra contra os traficantes também revela a dimensão do comércio de
entorpecentes. No ano passado, o Brasil registrou 122.921 ocorrências de
tráfico, crescimento de 19% em relação ao ano anterior. Os estudiosos
explicam que a apreensão de drogas mostra, sobretudo, a atuação policial no
combate ao crime. A maioria dos casos foi registrada nos Estados de São Paulo
(41.115) e Minas (24.272).
Encarceramento. As lacunas no sistema de segurança nacional, no
entanto, ficam evidentes ao se comparar a situação brasileira com a de outros
países do mundo. Ao mesmo tempo em que encarcera demais, não parece conseguir
diminuir as taxas de criminalidade. Segundo os dados do Anuário, o Brasil tem
atualmente 515.482 presos, o que o coloca em quarto lugar no ranking daqueles
com maior população prisional do mundo. Fica atrás apenas de Estados Unidos
(2.239.751), China (1.640.000) e Rússia (681.600).
Por outro lado, o Brasil fica em 7.º lugar entre os países mais
violentos. As mais de 50 mil mortes por homicídios são duas vezes mais do que
a média de baixas em um ano de guerra entre Rússia e Chechênia, por exemplo.
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Fonte: BRUNO PAES MANSO - O Estado de S.Paulo
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