RETRATANDO OS RATOS

Poetando, o poeta popular como que produz um retrato colorido, mas triste do mundo político brasileiro. De uma parte dele, apenas, pois se o produzisse do todo, todos choraríamos na tragédia. Mas, por que não choramos mesmo assim? Porque não vemos, ou não queremos ver ao nosso redor, no dia-a-dia. Precisa que alguém, mesmo jocosamente, traga-nos a realidade.



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MAIS DE 500 RATOS
MIGUEZIM DE PRINCESA

No Congresso Nacional,
Eu fiquei estupefato
Quando pulou para fora
De uma caixa de sapato
Uma família composta
De mais de 500 ratos.

II
Rato branco, rato preto,
O pai e a mãe do rato,
O rato ruim e o bom,
O revoltoso e o pacato
Para verem o tesoureiro
Depondo na Lavajato.

III
Tinha rato de batina,
Vi um rato de trabuco,
Um rato todo engomado,
Outro drogado e maluco,
Um rato gordo paulista
E um magro de Pernambuco.

IV
Surgiu um rato baiano
De passado pefelista,
Que era da ala direita
Da agremiação carlista,
Usando um broche vermelho,
Dizendo:  ”Samo petista!”

V
Saltou um rato perneta,
Cunhado de Ferrabraz,
Que já foi ladrão de bodes
Lá pelas Minas Gerais,
Defendendo o monopólio
Pra sempre da Petrobrás.

VI
Cento e vinte de gravatas,
Cinquenta de paletó,
Oitenta cafetinando,
Vinte cheirando loló,
A metade camuflando
A bufunfaria do pó.

VII
Um rato disse: “Eu sou demo!”;
Dois disseram: “Eu sou PT!”
Chegou um rato peitudo,
Líder do MDB,
Que já mandou na Arena
E ainda manda em você.

VIII
Havia um rato com emenda
Pronta para apresentar,
Trocou numa lasca de queijo
De coalho do Ceará
E numa lata de doce
Das bandas do Paraná.

IX
Tinha um rato disfarçado,
Com penas a esvoaçar,
Dizendo que era da base
Mais firme parlamentar,
Descobriram: era um tucano
Querendo se aproveitar.

X
Os ratos se esparramaram
Na paisagem e na mobília.
Depois que comeram o queijo,
Num lauto almoço em família,
Sumiram pelos buracos
Na imensidão de Brasília!

AULA BREVE SOBRE A DIPLOMACIA BRASILEIRA

Trago este artigo, pois sua leitura, além de agradável, é uma aula sobre as diferenças entre a diplomacia brasileira, praticada na era dos governos liberais e voltada à governança global, e a lulista, com a visão do anacronismo, do atraso, do populismo e do radicalismo. A primeira versão tem em vista o contexto mundial e, nele, o interesse do Brasil mesclado aos interesses mundiais, sempre buscando a evolução das relações e, como consequência, a melhoria do ambiente econômico, social e cultural internamente e mundialmente. Já, a segunda versão, é característica do lulopetismo, como diz o escriba do texto, embora eu exclua o petismo, pois este não existe, já que o partido político desaparece sem a figura escrachada e nefasta de LULLA. Resumindo, é uma "lullose" endêmica que afeta o País.
Enfim, a excelente redação, assim como a competente exposição das ideias, merece uma leitura.
Boa leitura, então!




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FHC e Lula, políticas externas divergentes
RUBENS BARBOSA
Jornal Folha de São Paulo 29/11/2015  (caderno Ilustríssima)


RESUMO Artigo de ex-embaixador do Brasil em Washington responde a texto publicado na "Ilustríssima" em 25/10 pelo colunista da Folha Matias Spektor. Diplomata defende que governos do PT partidarizaram política externa, apoiando regimes autoritários e afastando o país das principais negociações comerciais internacionais.
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Ao ler artigo publicado na "Ilustríssima" de 25/10, em que Matias Spektor abordava as diferenças entre PT e PSDB na condução da política externa, não resisto em contribuir para o debate, discordando do autor.
Concordo que os governos dos dois partidos atuaram com estilos distintos, aliás, muito distintos, mas os argumentos de que os governos FHC e Lula agiram com mais semelhança do que parece à primeira vista e que houve convergência em muitos aspectos, como afirma o articulista, são equivocados na forma e no conteúdo.
Essa percepção pode derivar de uma leitura errônea do fato de que as principais linhas da política externa do PT foram as mesmas das dos governos do PSDB: América do Sul, integração regional, Mercosul, África, Oriente Médio, reforma da ONU, busca de assento permanente no Conselho de Segurança e relação com a China.
Embora as prioridades tenham representado uma saudável continuidade na política externa brasileira, as ênfases e a ação diplomática foram bastante distintas.
A partir de 2003, as políticas seguidas pelo PT não podem ser consideradas convergentes com as do PSDB porque foram fundamentalmente influenciadas pela plataforma de política externa do Partido dos Trabalhadores. O que diferencia claramente os dois governos na área externa é a visão de mundo dos dois presidentes que ocuparam o Palácio do Planalto nos últimos 20 anos, determinante para as opções estratégicas seguidas pelo PSDB e pelo PT no poder.
A partir dessas diferentes visões de mundo, é possível detectar algumas opções estratégicas, mantidas até hoje no governo Dilma, segundo documentos oficiais –declarações, comunicados, discursos, entrevistas.
O declínio do poderio dos Estados Unidos e a crítica ao processo de globalização econômica e financeira estavam no centro da visão de mundo do lulopetismo, que requentou temas da esquerda da década de 60 contra a opressão capitalista e o imperialismo.
A retórica oficial personalista, centrada na figura de Lula, ressaltou o interesse do governo em transformar a geografia política, econômica e comercial global pelo fortalecimento do multilateralismo e pelo fim da hegemonia dos Estados Unidos, em especial, por meio da busca obsessiva da reforma do Conselho de Segurança da ONU; mudar o eixo da dependência comercial do Brasil pela redução da influência dos países desenvolvidos e pelo aumento da cooperação com os novos "parceiros estratégicos" (Sul-Sul) definidos a priori; ampliar a integração regional e fortalecer o Mercosul e sua expansão para formar uma área de livre comércio na América do Sul, como forma de oposição aos EUA, e não por uma percepção de ganhos na área econômica.
A aplicação da plataforma do PT com a partidarização da política externa na América Latina culminou com a política de afinidades ideológicas, generosidade e paciência estratégica nas relações econômicas e comerciais com os países sul-americanos –como Venezuela, Argentina, Bolívia–, com países africanos e, em especial, com Cuba.
Politizado, o Mercosul deixou de ser um instrumento de abertura comercial e tornou-se um fórum político e social, cada vez mais isolado das principais negociações comerciais internacionais.
A prioridade absoluta nas negociações comerciais multilaterais da Rodada de Doha na OMC e a crítica à abertura comercial com a rejeição dos acordos de livre comércio colocaram o Brasil na contramão das tendências de maior integração econômica global.
A relação com os países desenvolvidos (União Europeia, EUA, Japão), apesar da retórica oficial em contrário, passou para um distante segundo plano, perdendo a relevância como fonte de investimento e comércio. O acordo comercial do Mercosul com a União Europeia pouco avançou, por dificuldades criadas pela Argentina com a política restritiva e protecionista contestada pela Europa.
EMPREITEIRAS
A diplomacia presidencial de Lula, diferente da executada por FHC, foi principalmente voltada para a América do Sul e a África, alimentada por afinidades ideológicas, em busca de apoio para empresas brasileiras de serviços (empreiteiras), em alguns casos com alegados ganhos posteriores para o PT.
O governo FHC, por outro lado, deixou a política externa longe da influência partidária. Na visão de mundo do PSDB, de acordo igualmente com documentos oficiais, a política externa independe de governos, porque é uma política de Estado; por isso, deu continuidade à política de abertura regional e mundial e, de forma mais ampla, procurou ajustar o Brasil à globalização e à economia de mercado. A inserção externa do país ocorreu em ambiente competitivo, com ênfase no interesse pela busca dos avanços tecnológicos e entendendo o processo de criação e consolidação de grandes espaços econômicos por meio de arranjos regionais.
A integração não significou isolamento, indiferença ou autossuficiência, mas a procura de maior comércio, investimentos e tecnologia. O governo não cogitou organizar-se em função da ideia, considerada superada, do Terceiro Mundo (hoje chamado Sul-Sul), e a alternativa do crescimento autárquico foi excluído do universo de opções à disposição.
Com os EUA, o maior parceiro econômico, com valores e interesses compartilhados, o governo procurou uma agenda bilateral revitalizada. O Mercosul deveria ser consolidado como um instrumento de abertura de mercado e de liberalização de comércio, e a Alca foi condicionada à obtenção de objetivos dentro do estrito interesse brasileiro.
O governo FHC teve como política ampliar as relações com todos os países, inclusive os desenvolvidos (em especial os EUA e a Europa) de onde vêm as importações, as tecnologia e os investimentos.
A América do Sul e o Mercosul continuaram a ser partes centrais da política externa, com ações concretas, sempre com viés estratégico, como a convocação da primeira reunião de chefes de Estado da região, a prioridade para a integração física com vistas à ampliação dos contatos do Brasil com seus vizinhos e à abertura de corredores de exportação para o Pacífico. Continuaram as ações para o aprofundamento do Mercosul, visando transformá-lo em uma união aduaneira.
Na questão do assento permanente do Conselho de Segurança da ONU, o governo do PSDB defendeu a candidatura do Brasil sem prioridade e sem empenhar recursos financeiros e humanos em campanha para se credenciar.
FHC inaugurou a diplomacia presidencial e com ela aumentou a projeção externa do país, obtendo ajuda importante em momentos de grande crise internacional no México, na Rússia, na Ásia e na Argentina. As relações pessoais foram responsáveis pelo apoio que o Brasil recebeu nesse período e no fim do governo em 2002, quando, com respaldo do presidente norte-americano Bill Clinton, foi obtido empréstimo do FMI que permitiu uma transição tranquila para o governo do PT na área econômica.
ARROUBOS
Na análise de Spektor, são mencionados alguns exemplos de semelhanças entre políticas dos dois governos, como no caso da Venezuela. FHC procurou atuar como um fator de moderação para conter os arroubos excessivos de Hugo Chávez sem endossar a visão bolivariana do presidente venezuelano; defendeu o governo eleito quando do golpe de 2002 e buscou ampliar o relacionamento econômico e comercial em benefício das empresas brasileiras, mas não apoiou o bolivarianismo nem algumas das indicações e políticas sugeridas por Caracas no tocante à integração regional.
Em relação aos Estados Unidos, como embaixador em Washington, indicado por FHC, pude ser testemunha da continuidade, pois permaneci por mais algum tempo, confirmado por Lula.
Depois da posse, em conversa pessoal, como relatado em meu livro "Dissenso de Washington" (Agir), fui indagado pelo novo presidente sobre as instruções que havia recebido de FHC, ao assumir o posto em 1999.
Respondi que FHC me havia instruído a trabalhar para a ampliação e diversificação da relação bilateral. Lula deu-me instruções precisas de que as orientações recebidas de FHC deveriam ser mantidas, o que ocorreu durante o ano e meio que permaneci na capital norte-americana, mas depois foram descontinuadas.
CANAL OFICIOSO
Talvez o fato mais significativo a marcar a ausência de semelhanças entre as políticas externas dos dois governos tenha sido a instalação de uma diplomacia paralela na América do Sul. Lula, em pronunciamento no Itamaraty, no Dia do Diplomata de 2006, disse que sua política externa era diferente da de todos os seus antecessores porque tinha um canal oficial, a Chancelaria, para tratar das relações Estado-Estado, e tinha um canal oficioso paralelo, representado pelo assessor internacional da Presidência da República, para tratar assuntos de política externa diretamente com os partidos e os governos progressistas da região.
Do ponto de vista institucional, o governo do PSDB procurou modernizar o Itamaraty e prestigiá-lo na formulação e execução da política externa com o aumento significativo dos recursos orçamentários; nos governos do PT, a Chancelaria foi levada a uma das crises mais graves de sua história.
A influência partidária interferiu em seu trabalho diplomático e em seu processo decisório. O Itamaraty sofre problemas de gestão em função do crescimento de seus quadros, do aumento do número de embaixadas e do decréscimo dos recursos orçamentários, um dos mais reduzidos em todos os tempos.
Em resumo: as mencionadas convergências e pontos comuns na ação dos governos do PSDB e do PT podem ser explicadas pela manutenção de posições tradicionais do Brasil e por ações táticas determinadas por circunstâncias do momento.
As duas políticas externas certamente não beberam de um poço comum. Foram totalmente diferentes, na forma e no conteúdo, e produziram resultados opostos. Para citar apenas dois exemplos, os governos do PT passaram a apoiar governos autoritários na região e fora dela, além de terem isolado o Brasil das correntes dinâmicas da globalização.

ENTREVISTA COM BASHAR AL-ASSAD

Penso ser importante sempre darmos atenção a ambos os lados de uma determinada versão conhecida. O caso da Síria é típico, pois recebemos informações de uma única tendência mundial e não estamos acostumados a tentar compreender o todo do problema. A entrevista da RAI, com Basshar al-Assad, realizada por jornalistas italianos e  traduzida abaixo, permite que tenhamos a versão do outro lado. Ali, estão esclarecidos fatos que já os conhecemos, como a forma e as razões do surgimento da Al-Qaeda e do ISIS e de suas consequências, mas, agora, ditos por um dos personagens que define os rumos do ataque e da defesa no interesse dos povos locais e, como estamos vendo, do mundo todo. 
Aqui, na sequência, há um endereço onde pode ser visto um trecho da entrevista em vídeo.
Resumindo, não há só mocinhos no meio de bandidos, assim como não há só bandidos no meio de mocinhos. Entre ambos os extremos estamos nós, os inocentes úteis a ambos os lados, dependendo do interesse deles. Por isto, é que devemos, sempre, conhecer o necessário para opinarmos.







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Bashar Al-Assad: "Al Qaeda é Criação dos EUA, com Ajuda do Dinheiro Saudita Wahhabista"


Só não digam que foi por falta de aviso!

7/4/2013, Presidente Bashar al-Assad, da Síria (entrevista):
Estamos cercados por países que estimulam o terrorismo

26/9/2013, Presidente Bashar al-Assad (entrevista):
"Essas operações terroristas são financiadas, planejadas e instigadas por gente de fora da Síria"

22/11/2015, Presidente Bashar al-Assad (entrevista):
"Não há guerra civil na Síria. Todos os sírios estamos em guerra contra terroristas
reunidos, organizados e armados por interesses 'ocidentais'."

(Dentre outros exemplos de aviso...)
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RAI UNO: Sr. Presidente, obrigado por nos receber. Comecemos por Paris. Como o senhor reagiu às notícias que chegavam de Paris?

Presidente Assad: Podemos começar por dizer que é crime horrível. Ao mesmo tempo é evento muito triste, sempre que se sabe de inocentes assassinados, sem qualquer motivo, mortos por nada. Os sírios conhecemos bem o significado de perder um membro amado da família, um amigo amado, alguém que você conheça só de vista, qualquer inocente, num crime tão horrível. Os sírios passamos por tudo isso, todos os dias, há cinco anos.

Sentimos pelos franceses, como sentimos pelos libaneses alguns dias antes e pelos russos que sofreram o atentado que derrubou o avião sobre o Sinai, e também pelos iemenitas. Mas e o resto do mundo, sobretudo o 'ocidente', sente por todas essas pessoas? Ou só chora por franceses? Será que lamentam e protestam por os sírios sermos alvos, há cinco anos, do mesmo tipo de terrorismo? Não se pode politizar o sofrimento, todos são vítimas, não se trata de nacionalidades, trata-se de ataque a toda a humanidade.

RAI UNO: Há o Daesh por trás disso. Mas daqui, desse ponto de vista, visto daqui de Damasco, qual a força do Daesh? Como o senhor entende que possamos combater terroristas em solo?

Presidente Assad: Se você quer falar sobre a força do Daesh, a primeira pergunta importante é quantas incubadoras, incubadoras reais, verdadeiras estruturas de incubação, efetivas forças de incubação, dentro da sociedade que possam levar ao surgimento e a manutenção do terrorismo. Até esse momento, o que posso dizer a você é que o Daesh não tem nenhum fator, agência ou estrutura social de incubação, dentro da Síria, que assegure sobrevida ao terrorismo. É muito bom, um fato que nos tranquiliza. Mas simultaneamente, se o terrorismo vai-se tornando crônico, se a ideologia do terrorismo, mesmo chegada de fora, implanta-se aqui, é uma ideologia que pode mudar a própria sociedade.

RAI UNO: Sim, mas alguns dos terroristas foram treinados aqui, na Síria, a poucos quilômetros daqui. O que significa isso?

Presidente Assad: Mas porque os turcos, os sauditas e os qataris os apoiavam. E, claro, sempre houve, aqui e em vários lugares, a política ocidental de apoiar terroristas, dos mais diferentes modos, desde o início da crise, claro, mas a questão não é essa. A questão é que, em primeiro lugar, se você não tem num determinado local, região ou estado, os fatores e agentes que garantem uma estrutura para incubação do terrorismo, não há por que se preocupar. Mas, por outro lado, em qualquer lugar o terrorismo e os terroristas podem se tornar muito fortes, se são apoiados, armados, financiados, e por estados, sejam estados aqui no Oriente Médio, ou no ocidente.

RAI UNO: Sr. Presidente, há especulações no ocidente que dizem que o senhor foi um dos que apoiou o Daesh no início da crise, para dividir a oposição. Como o senhor vê essa questão?

Presidente Assad: A Al-Qaeda foi criada pelos norte-americanos. De fato, é também o que dizem algumas autoridades norte-americanas, dentre as quais Hillary Clinton. A Al-Qaeda foi criada pelos norte-americanos com ajuda da ideologia e do dinheiro saudita wahhabista. Não há dúvida sobre isso, e inúmeras autoridades norte-americanas disseram exatamente isso, também nos EUA. E ISIS e al-Nusra, são desdobramentos, unidades que brotaram a partir da Al Qaeda.

Quanto ao ISIS, começou no Iraque, foi fundado no Iraque em 2006, e o líder era al-Zarqawi, que os norte-americanos mataram logo depois. O que todos sabem é que foi criado sob supervisão dos norte-americanos no Iraque. E o líder do ISIS hoje, conhecido como Abu Bakr al-Baghdadi, conhece bem as prisões dos EUA. Os norte-americanos o puseram dentro de suas prisões em New York e os norte-americanos, depois, o tiraram de lá. Quero dizer: não foi na Síria, nada começou na Síria. Começou de fato no Afeganistão, antes até de recomeçar no Iraque, e isso é o que dizem as próprias autoridades ocidentais. O próprio Tony Blair disse, recentemente,  que, sim, a guerra do Iraque ajudou a criar o ISIS. Quanto ao que você pergunta, portanto, mais importante do que ouvir a minha opinião, é ouvir o que os governos ocidentais já começaram a confessar.

RAI UNO: Sr. Presidente, se se examina o mapa da Síria, tem-se a impressão de que as fronteiras entre Síria e Iraque já não existem. Que parte da Síria o senhor ainda controla?

Presidente Assad: Se você fala geograficamente, o traçado muda todos os dias. Mas o que importa é que proporção da população se reconhece sob a autoridade do governo sírio. Na verdade, praticamente toda a área em que há terroristas implantados já foi evacuada, ou pelos terroristas ou porque a população fugiu para regiões controladas pelo governo sírio.

Militarmente, um dia se ganha outro dia se perde território, e, de qualquer modo, o exército não pode estar presente em cada palmo de território sírio. Mas, se examina o mapa, como você disse, o que se vê é que o governo controlaria 50% ou menos território, que é o que a mídia ocidental não se cansa de 'noticiar'. O que não noticiam é que 50-6-% do território sírio são áreas desertas, onde não há população. Por isso essas áreas são contadas pelos terroristas, e a mídia ocidental repete, como se estivessem sob controle dos terroristas. Não é verdade. Essas áreas são desertas, completamente desabitadas.

RAI UNO: E sobre as fronteiras entre Síria e Iraque?

Presidente Assad: É exatamente essa área. A partir de Damasco em direção ao Iraque, é área deserta, ninguém vive ali. Quanto às fronteiras políticas, é assunto que só se pode explicar se se explica a ação dos governos que apoiam os terroristas, como, sobretudo, o governo turco; e também o governo jordaniano. São dois estados que apoiam o terrorismo. Por isso a linha da fronteira parece pouco clara. Para que uma fronteira seja válida e politicamente estável, é preciso que os dois lados a reconheçam. Nesses pontos de que você fala, só estados que apoiam o terrorismo estão implantados. Estamos em guerra. São áreas disputadas.

RAI UNO: Bem, semana passada houve duas importantes reuniões para tratar sobre a situação síria, em Viena e em Antalya. Muitos países falam sobre a transição na Síria. Há posições diferentes, mas basicamente a maioria dos países concorda com a ideia de que haja eleições dentro de 18 meses. Mas também dizem que, até lá, o senhor tem de deixar a presidência. Qual sua posição sobre isso?

Presidente Assad: Não, não é verdade. A parte realmente importante da declaração de Viena é que tudo que tenha a ver com o processo político tem de ser decidido democraticamente pelo povo sírio. Quer dizer que o que realmente importa aí é a Constituição da Síria, e o presidente – qualquer presidente – deve chegar à presidência, permanecer nela e dela sair pelos procedimentos que a Constituição defina, não porque um ou outro país ocidental ou grande potência mundial ache ou deixe de achar. Assim sendo, se você fala a favor do consenso entre os sírios, é isso que interessa do que ficou resolvido em Viena;

Quanto aos prazos, depende dos acordos que alcancemos aqui entre nós, dentro da Síria. E se não houver acordo ainda ao final de 18 meses, continuaremos a negociar, por que não? Há muitas coisas que me parecem agora triviais, ou, digamos, não são pontos essenciais. O que realmente importa é que os sírios sentaremos todos nós e nós decidiremos planos e agendas nossas, dos sírios.

RAI UNO: Entendo. Mas o senhor considera a opção, a possibilidade de deixar o poder? Quero dizer, o senhor imagina algum processo eleitoral sem o senhor?

Presidente Assad: Depende. O que você quer dizer com processo eleitoral? Para eleger o Parlamento ou o presidente?

RAI UNO: O Parlamento.

Presidente Assad: Claro, haverá eleições parlamentares porque não há outro modo para estabelecer em que direção anda o desejo político dos sírios. Só com eleições parlamentares se pode determinar qual o poder político que tem raízes legítimas dentro da população. A verdade é que qualquer um pode dizer "Sou oposição", mas ninguém sabe como isso se manifesta. Só com eleições parlamentares se pode determinar que oposição realmente existe, que 'fatia' do poder caberá a cada grupo no próximo governo. Isso, é claro, depois de aprovada uma nova constituição. O que estou dizendo a você é uma proposta, um exemplo, não estou dizendo que tudo isso já esteja aprovado.

RAI UNO: E quanto às [eleições] presidenciais?

Presidente Assad: Se os sírios, no diálogo nacional, desejarem eleições presidenciais, não haverá nenhuma linha vermelha. Mas não é decisão que eu possa tomar. Tem de ser resultado de consenso que os sírios construam.

RAI UNO: Mas pode haver outro nome, de sua confiança, que o substitua nas eleições.

Presidente Assad: Não entendi. Como assim "outro nome de minha confiança"?

RAI UNO: Quero dizer, outra pessoa, em quem o senhor confie para presidir a Síria.

Presidente Assad: [risos] Ah, sei. Mas você falou como se se tratasse de propriedade privada, minha propriedade. Então, vou lá e trago alguém para pôr no meu lugar. Não é nada disso. Você está falando de uma questão nacional da Síria. Uma questão nacional. Só os sírios podem escolher alguém em quem eles confiem. Justamente o que mais importa é garantir as condições necessárias para que a presidência síria seja entregue a alguém escolhido pelos próprios sírios, alguém em que os sírios confiem.

RAI UNO: Deixe-me ver se entendi bem. Qual é exatamente o seu cronograma, a sua agenda, um cronograma realista para sair dessa crise?

Presidente Assad: O cronograma, a agenda, se você prefere discutir só isso, começa depois de termos derrotado o terrorismo. Antes disso, não faz sentido algum decidir sobre agendas, porque não se pode conseguir nenhum objetivo político por vias políticas constitucionais se houver terroristas tomando porções do território sírio. Porque em todos os casos, o principal obstáculo a qualquer decisão ou processo político democrático não sou eu nem o meu governo: são os terroristas. Depois de derrotados os terroristas, entendo que de um ano e meio a dois anos é prazo suficiente para qualquer transição. É suficiente. Quero dizer: se se tratar de, primeiro, redigir uma nova Constituição, organizar o referendo que aprove a nova Constituição, depois as eleições parlamentares, depois algum tipo de procedimento para organizar o governo, seja presidencial ou parlamentar, não importa. Tudo isso pode estar feito em dois anos.

RAI UNO: Há mais uma coisa sobre a oposição: em todos esses anos o senhor disse que não considera como oposição os grupos armados. O senhor mudou de posição?

Presidente Assad: Claro que não. Vale o mesmo também para o seu país. Quem aceitaria como oposição ao governo gangues armadas que atacam a população? Quem receberia no Parlamento, como oposição, representantes armados dessas gangues? Ninguém, em nenhum lugar do mundo. Quem faça oposição armada, aterrorize a população, se aproprie de bens públicos dos sírios e passe a explorá-los para seu lucro privado, protegendo com metralhadoras os bens e instalações que roubaram... e matando inocentes, isso não é oposição política, nem na Síria nem em lugar algum.

"Oposição" é termo político. "Oposição política" não é coisa que se defina conforme alguém concorde ou não com opiniões individuais ou de grupos armados ou de grupos econômicos. Só há "oposição" se se organizar disputa política, pelas urnas eleitorais.

RAI UNO: E quem, então, hoje, o senhor considera como oposição, como oposição política?

Presidente Assad: Mas... Que importância tem o que eu considero?! Quem tem de considerar são os sírios. Se os sírios votarem, os partidos e nomes que receberem a maioria dos votos serão a "situação". Os demais, nos termos do que a Constituição definir, serão a "oposição", quer dizer, serão os que os sírios consideraram "oposição". Só oposição eleita é oposição. Portanto, se não se respeitam eleições, não há oposição.

Mas se você quer saber minha opinião pessoal, entendo que só há oposição se ela tiver raízes aqui mesmo, na Síria. Eu não posso ser "oposição" no país dos outros. Um espião estrangeiro não é "oposição" em lugar algum do mundo. Não há nenhum único representante de alguma "oposição" vivendo na embaixada de país estrangeiro, em país estrangeiro ou em instalações clandestinas de país estrangeiro. Para ser "oposição" ao governo da Síria, é preciso ser sírio e não mercenário, fantoche pago para trabalhar contra a democracia síria.

RAI UNO: Hoje na Europa, na Itália, chegam muitos refugiados sírios. O que o senhor gostaria de dizer aos sírios que fogem, que tentam escapar da Síria?

Presidente Assad: Primeiro, quero dizer que cada um que deixa nosso país é uma perda para a Síria. Cada sírio obrigado a converter-se em refugiado tem longa história de sofrimento em nosso país. Essa é a questão importante: "por que eles saíram?"

Por muitas razões. A primeira, óbvia, é a ameaça direta dos terroristas. A segunda, é a ação dos terroristas, que destruíram porções enormes da infraestrutura do país, destruição que afeta a vida diária de todas essas pessoas.

Mas a terceira, no mínimo tão importante quanto a ação dos terroristas, é o embargo econômico que o ocidente impôs à Síria. Se você perguntar aos refugiados se desejam retornar à Síria, sim, muitos querem retornar imediatamente, mas não podem voltar enquanto todos os itens da vida mais básica, da própria sobrevivência deles e das famílias permanecerem tão dramaticamente afetados como hoje.

Dois fatores explicam que tantos sírios sejam obrigados a escolher entre o demônio e o fundo do mar: a influência do embargo ocidental e a influência do terrorismo.

RAI UNO: Mas o senhor não sente nenhuma responsabilidade pelo que aconteceu ao seu povo?

Presidente Assad: Você diz eu, pessoalmente?

RAI UNO: Sim.

Presidente Assad: Eu, pessoalmente, e todo o meu governo, desde o início dessa crise, só fizemos combater o terrorismo, denunciar o terrorismo e apoiar o diálogo. O que mais os sírios poderíamos ter feito? Alguém é contra o diálogo? Alguém é contra combater o terrorismo?

Se você está querendo falar sobre detalhes e sobre propaganda para desfigurar a Síria no ocidente, não percamos nem o seu tempo nem o meu.

O problema do ocidente é que o ocidente 'não quer', na Síria, o governo que os sírios querem. Toda a propaganda é necessária para o ocidente, na tentativa de fazer fracassar o governo que os sírios elegeram. O ocidente precisa do colapso da Síria, para tentarem fazer a 'mudança de regime' de que tanto precisam.

Não lhe digo aí qualquer novidade. Todos sabem disso. Todo o jogo do ocidente é 'mudar regimes' que não agrade ao ocidente, e não importa que regime seja. No caso da Síria, não há 'regime': a Síria é um estado. Mas para o ocidente não faz diferença alguma.

Assim sendo, você pode culpar quem você bem entenda, e escrever o que bem entenda no seu jornal, mas a principal culpa de toda a desgraça que se abate hoje sobre a Síria é o ocidente, que apoiou aqueles terroristas que criaram o ISIS na Síria e criaram a Frente al-Nusra, todos esses terroristas protegidos sob o guarda-chuva que o ocidente criou para proteger terroristas.

RAI UNO: O senhor então não se sente responsável por nada?

Presidente Assad: Não, eu não disse isso. Como sírio, não estou dizendo que não cometemos erros. Todos os dias cometemos erros no plano tático, no trabalho, em casa, na vida diária. E temos estratégias. Mas no plano tático todos erramos todos os dias. Cada Sírio é responsável por tudo que aconteceu. Somos responsáveis, como sírios, quando deixamos que esses terroristas viessem e se instalassem aqui. Somos responsáveis como sírios, pelos sírios que aceitaram ser fantoches dos estados do Golfo e do ocidente. É claro que me sinto responsável por muitas coisas. Mas não vejo que importância teriam alguns detalhes. Acho difícil julgar atitudes e responsabilidades pessoais.

RAI UNO: Gostaria de perguntar-lhe: como foi sua viagem a Moscou?

Presidente Assad: Foi viagem para discutir a situação militar, porque aconteceu quase duas semanas depois de os russos começarem a atacar os terroristas, e para discutir o processo político, porque também aconteceu poucos dias antes de Viena 1. Foi viagem proveitosa, porque os russos compreendem muito bem essa nossa região, com a qual sempre tiveram relações históricas, embaixadas, todos os tipos de relações necessárias para desempenhar um papel no que acontece hoje por aqui. Sem dúvida, foi visita muito proveitosa.

RAI UNO: De Roma, do Vaticano, o Papa disse que matar em nome de Deus é blasfêmia. Mas a primeira questão é: essa guerra é realmente guerra de religião?

Presidente Assad: Não, não é. Não é guerra religiosa nem de religião. É guerra entre gente que se separou da religião real, em primeiro lugar, claro, do Islã, e abraçou o extremismo – que os muçulmanos não consideramos parte de nossa religião>

Aqui na nossa região, é guerra entre muçulmanos e terroristas. Claro que aparecem muitos nomes e títulos: guerra contra cristãos, guerra contra outras seitas. Mas não passam de fórmulas que os terroristas usam para promover a guerra que eles e o ocidente fazem contra alguns povos da nossa região. A maioria dos muçulmanos, a vasta maioria, são moderados e amantes da paz.

RAI UNO: Quem mata gritando Allah Akbar não está fazendo guerra religiosa?

Presidente Assad: É um modo de os terroristas promoverem a guerra deles. Por isso usam expressões ou palavras da religião, para impressionar outras pessoas, para 'demonstrar' que estariam lutando por Alá, por deus, o que é falso. Alguns fazem o que fazem sabendo que é falso, outros creem sinceramente que estejam fazendo guerra por Alá. [...]

RAI UNO: Sr. Presidente, antes de encerrar, permita-me mais uma pergunta. Como o senhor vê seu próprio futuro? O que é mais importante: o futuro da Síria ou sua permanência no poder?

Presidente Assad: A mim só o futuro da Síria preocupa. Quero dizer: claro que meu futuro pessoal está entretecido com o futuro de meu país. Se a Síria não for lugar seguro para viver, não há segurança para nenhum sírio. Isso é autoevidente.

O problema aqui é que, se você insiste em criar uma 'oposição' entre o presidente da Síria em guerra e a Síria em guerra, é como você vir até aqui só para poder 'conclui' que "se o presidente continuar presidente, o futuro da Síria é desgraça." Se o presidente deixar de ser presidente, a Síria terá futuro radioso." Isso é pura propaganda ocidental.

A verdade é que dentro da Síria há gente que quer que o presidente permaneça onde está e há gente que não votou em mim e não apoia meu governo. Por isso as eleições são novamente indispensáveis. Para que a Síria escape completamente do falso dilema que o ocidente inventou, e a propaganda ocidental reproduz todos os dias: se o presidente sai, a Síria vive; se o presidente não sai, a Síria morre. Não posso responder a você como a propaganda ocidental manda, porque é desconectada da realidade. Tenho de responder conforme nossa realidade.

RAI UNO: Obrigado, senhor presidente. Obrigado pela entrevista.

Presidente Assad: Obrigado por sua visita à Síria. [Fim da transcrição]

Soprano SISSEL KYRKJEBO

Bela música, na voz de também bela e competente mulher.


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https://youtu.be/BVL6COJpXBI

EDITORAL DA REVISTA ISTO É

Vale a pena conhecer o pensamento da revista Isto É, até pouco tempo atrás alinhada com o governo. Os tempos mudam! Às vezes as opiniões mudam porque aqueles que pensam não conseguem conviver com a sujeira moral. 
É o caso!



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Revista ISTO É

Editorial: República Desonrada

Estão esculhambando nosso País

Carlos José Marques, diretor editorial
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O grau de perplexidade que toma conta dos brasileiros só aumenta. Como é possível conceber a ideia de um senador da República, líder do Governo, destacado quadro do PT, em pleno exercício do mandato, articular a fuga de um delator de escândalos? E ainda garantir financiamento através de um banqueiro? Não foi através de intermediários. Ele - em pessoa! - negociou. Propôs alternativas de rota. Arrotou influência, inclusive no Supremo Tribunal, e falou do interesse do Governo no caso. Cada passo gravado e documentado. E o que dizer de um presidente da Câmara, denunciado por enriquecimento ilícito, tentando escolher quem pode conduzir o processo e como ele deve ser investigado por seus crimes? A mandatária não sabe quando e por que vários de seus assessores diretos se meteram em maracutaias escabrosas. Nem responde de maneira convincente a muitas das dúvidas de participação que lhe pesam sobre a cabeça, de financiamento ilegal em campanha, de crime de responsabilidade nas pedaladas fiscais entre outras. Seu mentor, e articulador do projeto de poder que por treze anos vem assaltando os cofres do País - fazendo “o diabo”! -, alega que as acusações a seus amigos, filhos, noras e agregados não passam de mera perseguição. Enquanto o chefe do Partido dos Trabalhadores, no afã de defender correligionários (muitos atrás das grades), aponta que eles são “guerreiros do povo” a serviço de missões partidárias, embora pegos em flagrante nas pilhagens que deram origem ao “mensalão” e ao “petrolão”. Parece piada. Lamentavelmente não é. O cinismo desse grupo ultrapassou as barreiras do aceitável. O tamanho da sujeira que espalham há anos parece não ter fim. É uma tentativa milimetricamente planejada de esculhambação geral da República. Surreal! Qualquer cidadão que guarde um mínimo de caráter, de noção do certo e errado – independente de opções partidárias – tem que se sentir ultrajado. Deve estar atento e não temer reagir. Como chegamos a esse ponto? Estão roubando nosso País a luz do dia! Roubando o futuro, os sonhos, as chances de dar certo, o dinheiro de cada um que contribui, enquanto afrontam a dignidade nacional. Pergunta elementar: onde estão os líderes para frear tamanho descalabro? O que foi feito dos homens públicos de bem, capazes da abnegação e luta a favor do interesse comum? Quem vai tomar para si a bandeira da faxina moral e liderar um basta? Apareçam aqueles que entraram na vida política por convicção de que poderiam ajudar o próximo, sem a velada ideia de se locupletar! Hoje as esperanças dos brasileiros parecem residir nas instituições da Justiça, que funcionam plenamente e de maneira louvável. Respondem na letra da lei com a punição que a Carta Magna contempla e a sociedade almeja. Sem receios ou tergiversações. A frase da ministra do Supremo, Carmem Lúcia, diante das últimas revelações, foi lapidar do que vem pela frente. Disse a ministra, para que ninguém se esqueça: “Houve um momento em que a maioria de nós acreditou que a esperança tinha vencido o medo. Depois descobrimos que o cinismo tinha vencido a esperança. Agora o escárnio venceu o cinismo. Mas o crime não vencerá a justiça”. Fez claramente uma referência e uma resposta enfática ao já desacreditado slogan de “esperança” maquinado por Lula do PT. No mesmo tom, o ministro Celso de Mello alertou: “A captura do Estado e de instituições governamentais por organizações criminosas é um fato gravíssimo. É preciso esmagar, é preciso destruir com todo o peso da lei esses agentes criminosos”. Aqui está posta a reação. Que o Brasil nunca mais tenha de engolir calado tanta podridão, tantos políticos de má índole e agremiações partidárias que se transformaram em meras centrais de práticas ilícitas, com ideologias mafiosas e quadros especializados na arte da ladroagem e safadeza institucionalizada. Ano que vem, mais uma vez, ocorrerão eleições municipais, com a volta as urnas. Que o povo dê ali uma resposta consistente e consciente contra esses maus elementos. E que eles sejam varridos dos postos que ainda ocupam.

A MELHOR DEFINIÇÃO DO PETISMO

Como o tempo é senhor da razão e, nestes tempos, ele está dando razão a quem não vota em petismo, em lulismo, em criminosos, enfim!, muitas definições sobre esse mal têm ocorrido. Assim, há comparações com o pardal (coitado do pardal, o passarinho), com o pombo jogador de xadrez, e por aí vai. Agora, a melhor é a esta: 

Petista é igual ao intestino 
- ou tá preso 
- ou tá se preparando pra uma cagada"

É isto.

RESPOSTA À MULHER DO PROGRAMINHA

Parece que há por aí, um programa de televisão apresentado por uma fulaninha qualquer de nome ana maria braga (assim mesmo, tudo minúsculo). Pois bem, nesse programinha da tv,  ao calçar botas, ela teria dito o seguinte: "...que coisa ridícula eu estou hoje, de galocha, pareço uma gaúcha, só falta a bombacha...".  Como sabemos, a rede telemática não perdoa e um gaúcho de boa cepa, ofendido e em nome da província dos pampas, comentou desta forma:
"..........
Sra ANA MARIA BRAGA, eu sou um GAÚCHO, desses RIDÍCULOS como você nos chamou pelo fato de usar-mos a BOTA e a BOMBACHA; Tu esqueceu de falar do lenço branco de Chimango ou do vermelho de maragato, sempre firme no nosso pescoço e o mais importante que tu esqueceu foi de te referir ao MANGO, RELHO, REBENQUE, que usamos pra ensinar VELHAS, VAGABUNDAS, iguais a ti, que apesar de ter 66 anos, te refestela com a gurizada, igual as gurias novas; Que usamos pra ensinar esse tipo à toa que tu és, pra fazer engolir essas babozeiras que tu faz em final de carreira, pois até conversar com papagaio idiota tu conversa, até aprece que faz programa pra piazada!
Não quero mais me alongar e nem dar palco pra PUTA VELHA, pois acho que o que queres é mídia e isso eu penso que igual ao fim da tarde tu já encontrou a noite! Queira o Patrão Velho das Alturas que não lhe falte saúde e nem dinheiro pra que tu possas cobrir de botox os traços de arado que o tempo botou nesse fucinho nojento, bancando guriazinha do pescoço pra cima e de vovózinha do pescoço pra baixo!!!!
Desconjuro te vê em pêlo!!!!!!!!!!!!!!!!!!

BACALHAU VELHO!!!!!!!!!
E tenho dito!!!!!!!!!!
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E eu também, tenho dito.

INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL

Levando em conta os debates a Inteligência Emocional, sugiro a leitura do texto abaixo. É um novo campo de inflexão de estudos da mente e do...