O CASO DA DESEMBARGADORA CARIOCA

Lembras daquela desembargadora verborrágica que opinou sobre a morte da vereadora carioca? Então, vale a pena acompanhar a reportagem abaixo. Fico pensando sobre a falta de serenidade que orienta seus julgamentos. Coitados dos que têm seus processos judiciais afetos a ela.

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A QUEDA MORAL DO STF E O SURGIMENTO DO STL

Embora os Poderes Executivo e Legislativo historicamente sejam deturpados pela corrupção, pelo oportunismo, pela enganação de suas atuações e propostas e, consequentemente, estejam desmoralizados perante a opinião popular, mantinha-se o Supremo Tribunal Federal ainda como Instituição respeitável. Pois deixou de sê-lo! Os últimos episódios dos últimos anos mostram como este conceito é verdadeiro. Não bastassem as críticas agressivas dos vários estamentos sociais, chegou-se ao ponto de ser ridicularizado frontal e grotescamente em charges, montagens fotográficas e apresentações cômicas. Tanto que dizem ter ele mudado de STF para um STL (supremo tribunal de Lulla); numa outra apresentação, o prédio do STF, aparece com um grande letreiro dando-lhe a denominação de INSTITUTO LULA; em vários outros momentos são mostradas gravações em que os juízes que o compõem declaram algo ontem e, hoje, modificam suas opiniões como se as situassem num oposto de 180º, sem contar aquela em que Lulla denomina de "um Supremo totalmente acovardado". De fato, tem razão o criminoso, o tribunal está totalmente acovardado, sem direção, sem pensamento, sem formar conceitos para Nação e sem valorizar o BEM, mas, apenas, enaltecendo o MAL.
Então, vale a pena ler o editorial do Estadão, pelo qual é clarificado o estado lamentável da Justiça brasileira.
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O Supremo genuflexo
O Estado de São Paulo, 25/03/2018
Num espetáculo indigno de uma Corte cuja função é ser obstáculo aos excessos do poder, a maioria de seus ministros aceitou prestar vassalagem ao chefão petista
O Supremo Tribunal Federal apequenou-se perante Lula da Silva. Num espetáculo indigno de uma Corte cuja função é ser obstáculo aos excessos do poder, a maioria de seus ministros aceitou prestar vassalagem ao chefão petista. O Supremo, em sua atual composição, reafirmou assim sua vocação de cidadela dos poderosos com contas a acertar com a Justiça.
O cidadão comum, aquele que se submete ao pacto democrático na presunção de que a Justiça criada por esse arranjo será igual para todos, há de se perguntar, depois das vergonhosas sessões de quarta e quinta-feira passadas, se ainda subsiste alguma instituição do Estado que não esteja subordinada ao patronato político – do qual Lula, a despeito da sua apregoada identidade com a gente comum, é um dos maiores expoentes.
O demiurgo de Garanhuns não tem mais foro privilegiado, e no entanto foi tratado no Supremo como se tivesse. Mereceu a deferência de ter seu caso apreciado antes de muitos outros, não por coincidência às vésperas da provável rejeição de seu derradeiro recurso no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região contra a condenação a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.
Ou seja, o Supremo desmoralizou, numa só tacada, todo o bom trabalho de nove juízes – Sérgio Moro, que condenou Lula da Silva na 13.ª Vara Federal de Curitiba; os três desembargadores da 8.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, que confirmaram a condenação e aumentaram a sentença; e os cinco ministros da 5.ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, que negaram o habeas corpus preventivo pedido pela defesa de Lula.
Para atingir esse fim, inventou-se uma liminar que, na prática, tem efeito de salvo-conduto, pois impede a prisão de Lula até que o pedido de habeas corpus feito pela defesa seja efetivamente julgado pelo Supremo. Esse julgamento do mérito foi marcado para o dia 4 de abril, mas nada impede que algum ministro invente criativo expediente para adiar o desfecho do caso indefinidamente, como tem acontecido com frequência no Supremo. (Veja-se o que o ministro Fux está fazendo com o desavergonhado auxílio-moradia.) Nesse período, Lula da Silva ficaria livre.
Chegou-se a esse remendo porque o Supremo foi incapaz de iniciar a apreciação do habeas corpus, entretido que estava em um debate sobre se era o caso ou não de aceitar discutir o pedido da defesa – debate este que incluiu até uma menção do advogado de Lula a Luís XVI, exemplo, segundo ele, de vítima da “volúpia do encarceramento”. Quando ficou claro que a sessão seria encerrada sem a votação do habeas corpus, a despeito da urgência do caso – um dos ministros alegou cansaço, outro disse que tinha viagem marcada –, a defesa pediu a liminar, que acabou aceita. Estava dado o salvo-conduto para Lula, válido pelo menos enquanto durar o longo feriado do Supremo em respeito à Páscoa. Isso é que é espírito cristão.
Não à toa, a decisão foi festejada por gente do quilate do senador Renan Calheiros, contra quem correm 17 inquéritos no Supremo. “Nenhuma condenação sem prova sobreviverá ao controle da constitucionalidade e ao princípio da presunção da inocência. Viva a democracia! Viva o respeito à Constituição!”, escreveu o multiencalacrado senador no Twitter, sob a hashtag “Lula Livre”.
Nada mais simbólico. Outra vez, o Supremo Tribunal Federal, que em quatro anos de Operação Lava Jato não julgou nenhum dos implicados com foro privilegiado, enquanto os tribunais ordinários já contabilizam 123 sentenciados, demonstra sua incapacidade de fazer os poderosos pagarem por seus crimes. Não espanta o empenho de muita gente para adquirir o direito de ser julgado ali, ainda que seja por vias tortas, como Lula. Outros condenados pela Lava Jato, presumindo que o ex-presidente escapará mesmo da prisão, já se preparam para explorar essa brecha. Seria o festim da impunidade.
A genuflexão do Supremo diante de Lula fecha com chave de ouro uma semana vergonhosa na história dessa Corte, que incluiu uma infame manobra para manter o auxílio-moradia para todos os juízes. Quando a Corte constitucional atenta contra a própria Constituição, para proteger quem tem poder, o futuro é inevitavelmente sombrio. Os brasileiros honestos já temem pelo que virá.

ASPECTOS DA INTERVENÇÃO NO RIO

Já opinei sobre a atuação das Forças Armadas nas ações de Segurança Pública. Sou contra se elas ocorrerem no varejo, daqui para lá, de lá para cá, como aconteceu e pode ainda acontecer pelo Brasil afora, isso desvirtua o papel que lhes atribuído, sempre havendo o risco de contaminação. No caso do Rio de Janeiro opinei em favor da intervenção em razão de alguns aspectos superiores à mera caça de criminosos, o quê é salientado no artigo abaixo. Além daquilo que está dito no texto de Pascoetto, penso existirem mais dois elementos para análise. Um deles se refere à ingovernabilidade do estado, tanto pelas suas finanças arrasadas, quanto pela perda de Poder que o estado passou a enfrentar em determinadas áreas. Ali, o domínio era totalmente do mundo criminoso e, tanto governo municipal, quanto o estadual, mas, principalmente, o federal, não podem permitir essa ocorrência, pois a Justiça deve ter a capacidade de alcançar os atos criminosos e seus agentes, o que não vinha acontecendo. A Nação brasileira deve ter a preocupação de que o País não perca território para seus inimigos, no caso, o crime.
Enfim, o texto abaixo merece ser lido pois traz uma visão mais aprofundada e sobre  outra questão, também vinculada ao tráfico, e que pouco vem sendo percebida, mas que demonstra a estratégia pensada além da simples ocupação.
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A EVIDÊNCIA SILENCIOSA DA INTERVENÇÃO NO RIO DE JANEIRO
É preciso olhar para o tráfico de armas e drogas
LUIS GUSTAVO DE LIMA PASCOETTO (para o Poder360, de 27/03/2018)

O que sabemos –ou fomos informados– sobre a intervenção federal no Rio de Janeiro é que a medida foi adotada pelo presidente Michel Temer após o pedido do governador Luiz Fernando Pezão. A decisão foi tomada durante uma reunião em Brasília, na noite do dia 15 de fevereiro.
Sobre os motivos dessa intervenção sabemos –ou fomos informados– que o governo optou por fazer uso do art. 34 da Constituição Federal (pela 1ª vez desde a sua promulgação) por causa da crise na segurança pública do Estado, especificamente devido ao avanço nos índices de violência durante o feriado do Carnaval.
Aquilo que não se vê, no entanto, é que a justificativa do governo não se sustenta nos fatos.
De acordo com dados coletados pelo Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP) – em matéria publicado neste site – os crimes cometidos durante o maior carnaval do país sofreram uma queda de 35% se comparado com os anos anteriores. Foram praticados 9.016 delitos no período de carnaval de 2016; entre os dias 9 e 14 de fevereiro de 2018 o número de crimes caiu para 5.865.
Tem-se também uma pesquisa publicada recentemente sobre as 50 cidades mais violentas do mundo. Dessa lista constam 17 cidades brasileiras, entre as quais se pode citar Natal, Fortaleza e Porto Alegre. Para alegria dos cariocas – e espanto de muita gente – o Rio de Janeiro não faz parte das cidades listadas no ranking.
Mas por que o Planalto decidiu pela medida intervencionista mesmo sabendo que as estatísticas provavam que os índices de criminalidade no Estado estavam menores do que antes? Porque os governos sabem que são lembrados pelo que fazem e não pelo que não fazem.
Nassim Taleb explica. Para o autor e analista de riscos líbano-americano, tendemos equivocadamente a ver as consequências óbvias e aparentes, e não as que são invisíveis e menos evidentes. Em outras palavras, subestimamos aquilo que é abstrato demais e privilegiamos o que nos salta aos olhos. Isso é o que ele chama de “evidência silenciosa”.
Taleb observa que os jornais sempre relatam as histórias dos criminosos que são capturados, e não dos que cometeram crimes e se safaram. Os livros contam as peripécias dos aventureiros que sobreviveram e nunca dos que foram azarados. Já os governos são ótimos para mostrar o que fizeram e não o que não fizeram. Segundo Taleb a nossa negligencia em relação à evidência silenciosa se dá porque estamos sempre buscando explicações e agarramos a causa mais aparente como sendo “a” explicação.
Voltemos ao Rio de Janeiro e a intervenção federal. Quando se assiste todos os dias a cenas de violência, tendemos naturalmente a acreditar que o nosso maior problema é a violência. Mas por que o pessoal no Rio de Janeiro é mais violento do que em outros lugares? A resposta é: não são! A capital fluminense continua linda e o seu povo continua maravilhoso. A evidência silenciosa da violência é o comércio ilegal de drogas e de armamentos pesados.
E no Rio de Janeiro entorpecentes e fuzis existem em grandes quantidades. O principal motivo é porque a cidade tem um porto marítimo. Essencialmente, as drogas estão lá para serem exportadas; e os fuzis para serem usados pelas organizações criminosas.
Mas o que geralmente se vê e o que não se vê no mundo do comércio ilegal de entorpecentes? Aquilo que vemos são as apreensões feitas pela polícia. Aquilo que não vemos são as drogas que burlam a fiscalização e são despachadas para o exterior. Segundo a Polícia Federal em 2017 foram apreendidas 45 toneladas de cocaína no país. E qual será o total de drogas que conseguiu escapar da vigilância dos policiais? Isso depende de quanto é a eficiência da polícia. Se acharmos que a eficiência policial gira em torno de 30%, teremos então o valor astronômico de 90 toneladas de cocaína sendo remetidas para fora. Tal quantidade de entorpecentes pode alcançar facilmente a cifra de bilhões de reais.
Fica claro que as consequências daquilo que não percebemos podem ser – e geralmente são – muito mais significativas.
O que todos sabem é que não somos produtores de entorpecentes. Assim a droga que chega ao Rio de Janeiro (e também aos outros Estados) vem de longe. Passa pelo Mato Grosso do Sul, por São Paulo, pelo Paraná. E são transportadas basicamente via terrestre, ou seja, pelas estradas brasileiras.
Se a violência tem como principal combustível as drogas –que servem para o mercado externo– e os fuzis –que servem para o mercado interno– não seria o caso de as Forças Armadas ocuparem o porto do Rio de Janeiro e bloquearem as fronteiras dos Estados?
A incumbência de ocupar um dos portos mais movimentados do país, que tem 6.740 metros de cais contínuo e conta com 65.367 m² de armazéns, não é claramente a das mais fáceis. Ainda assim a ocupação e bloqueios de áreas estratégicas não seriam um problema para o nosso Exército.
Acontece que ao proceder dessa maneira os militares sabem que a presença maciça nesses lugares iria fazer os traficantes sumirem, assim como as drogas. Ou seja, não haveria apreensões de grandes quantidades de entorpecentes. E como dizem, quem não é visto não é lembrado! Com efeito, se não se apreende drogas todo mundo acha que não se fez nada.
As Forças Armadas –e o governo– sabem da nossa negligência em relação à evidência silenciosa. Numa entrevista recente, o porta-voz do Comando Militar do Leste Coronel Roberto Itamar afirmou que a fiscalização portuária não é uma das prioridades da intervenção federal no Rio de Janeiro.
Escapar do viés da ilusão de ótica não é tarefa simples. E o pior é que, segundo Taleb, a fraqueza do nosso mecanismo inferencial nos leva a correr mais riscos do que o necessário e ser mais otimista do que deveríamos.
Com o policiamento das fronteiras e a ocupação de pontos estratégicos não teríamos imagens de apreensões e detenções repetidas exaustivamente na mídia. Contudo, a evidência silenciosa sugere que a simples presença ostensiva dos militares serviria para que toneladas de drogas deixassem de entrar no país, evitando assim que fossem vendidas nas nossas esquinas ou remetidas para o exterior.
Com efeito, os resultados daquilo que não veríamos gerariam consequências positivas ainda não imaginadas para toda a população brasileira. Pelo andar da carruagem, parece que não será dessa vez!
P.S.: Aproveito a ocasião para parabenizar os policiais civis e militares do Rio de Janeiro que apesar de toda a crise no Estado e do aumento de turistas conseguiram (se compararmos com 2 anos atrás) evitar que víssemos mais 3.151 crimes durante o último Carnaval.

O BOM PESSIMISMO

Domingo chuvoso, portanto difícil para a atividade física, mas não para o exercício mental. Posto isto, vai uma instigante aventura de pensamento, por um texto renovador das ideias e pelo qual é exposta ao nosso pensar uma outra versão de uma das verdades, não tão verdadeiras assim, que sempre nos foi imposta pela "sabedoria existencial" dos pensadores tradicionais. Mas, como sabemos não haver verdades absolutas, resta-nos conhecer o pensamento desse filósofo moderno e exponencial no campo da renovação. 
O texto é de  Maarten van Doorn, escrito para o O Projeto Polymath
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OS BENEFÍCIOS SURPREENDENTES DO PESSIMISMO
“O otimismo é a maior falha do mundo moderno.” -Alain de Botton

Alain de Botton é um dos filósofos vivos mais conhecidos. Em oposição à maioria dos entusiastas da filosofia dos mortos-vivos, o foco de De Botton é na filosofia prática, com o objetivo de compreender e dominar as preocupações fundamentais da vida moderna.
Assim, seus livros foram descritos como "filosofia da vida cotidiana".
Ao longo de sua obra, De Botton desenvolveu uma teoria incomum sobre o valor do pessimismo.
Por que devemos ser mais pessimistas
Seu argumento começa com uma questão central: qual é a fonte de nossa infelicidade? O que causa esses episódios de tristeza - esses momentos, dias ou talvez anos, durante os quais estamos completamente convencidos de que a vida é uma droga?
De acordo com De Botton, somos levados à tristeza não pela negatividade, mas pela esperança.
É otimismo em relação a nossas carreiras, vidas amorosas, crianças, políticos e nosso planeta que é principalmente culpado por nos irritar e amargar. A incompatibilidade entre a grandeza de nossas aspirações e a realidade mesquinha de nossa condição gera as desilusões violentas que arruínam nossos dias.
O pessimismo, por outro lado, ajuda-nos a manter a felicidade à luz dos contratempos inevitáveis ​​que encontramos.
Como o pessimismo nos consola
Mas espere - não é bom pensar positivo para sua saúde, felicidade, desempenho e tudo isso? E o pessimismo não é um pensamento negativo e, portanto, não é sensato fazer isso?
De Botton argumenta que é exatamente essa mentalidade que nos fez perder o controle sobre nosso otimismo e, com isso, sobre nossas expectativas.
Nos últimos séculos, melhorias materiais foram tão notáveis ​​para dar um golpe fatal em nossa capacidade de permanecer pessimistas e, portanto, crucialmente para nossa capacidade de permanecer sãos e contentes. Tem sido impossível manter uma avaliação equilibrada do que a vida nos proporcionará quando testemunharmos a quebra do código genético, a invenção do telefone celular, a abertura de supermercados de estilo ocidental de cantos remotos da China e da China. o lançamento do telescópio Hubble.
No entanto, De Botton ressalta, com razão, que, apesar do progresso tecnológico de nossa idade, nossas vidas hoje são, no final, não menos sujeitas a acidentes, ambição frustrada, desgosto, ansiedade ou morte.
O otimismo leva a estimativas errôneas da probabilidade de eventos negativos. Devido a esses julgamentos de probabilidade tendenciosos, gravemente interpretamos erroneamente os infortúnios comuns. Quando aceitamos algum evento negativo - digamos, perder o emprego - para ser um acontecimento excepcional, nos consideramos realmente desafortunados ou inadequados porque aconteceu conosco . Considerando que, de fato, tais desenvolvimentos são parte da vida normal e não devido a uma falta de sorte ou habilidade do nosso lado. O pessimismo nos ajuda a ver isso.
Case comigo?
Usando o exemplo do amor, De Botton mostra que o dano do otimismo se estende muito além dos preconceitos cognitivos em relação às chances de tal ou qual dificuldade nos acontecer.
De Botton compara nossa visão secular das relações românticas com a forma como essas uniões são consideradas nas civilizações religiosas. Em tais sociedades, o casamento não é governado pelo entusiasmo subjetivo, mas sim e mais modestamente visto como um mecanismo pelo qual os indivíduos podem assumir uma posição adulta na comunidade.
Essas expectativas limitadas tendem a evitar a suspeita tão familiar aos parceiros seculares de que poderia haver alternativas mais intensas disponíveis em outros lugares. Dentro do ideal religioso, o atrito, as disputas e o tédio são sinais não de erro, mas de vida precedendo mais ou menos de acordo com o plano.
Os seres humanos são comparativamente monótonos e criações imperfeitas dignas de perdão e paciência, um detalhe que é capaz de iludir nossa atenção no calor dos casamentos entre pessoas que esperam um ao outro para encontrar padrões de amor inspirados em Hollywood. Algum pessimismo alivia essa pressão imaginativa excessiva que nossa cultura coloca no romance.
Não se esqueça do presente
O mundo contemporâneo secular mantém uma dedicação quase irracional a uma narrativa de melhoria.
No futuro, as coisas vão melhorar.
Quando esperamos encontrar a salvação no tempo futuro, as coisas boas da nossa situação atual provavelmente evitarão nossa atenção. Afinal, o mundo vai melhorar - portanto, nossa situação atual é inferior às circunstâncias futuras.
Ao fazê-lo, não vivemos no presente, mas enviamos o nosso - positivo! - pensamentos muito à frente.
Nós disfarçamos o escapismo como uma forma de otimismo.
Isso não é um bom hábito.
Como o filósofo estóico Seneca (4BC - 65AD) coloca:
"O maior obstáculo para a vida é a expectativa, que paira sobre o amanhã e perde hoje ".
De acordo com o filósofo existencialista Søren Kierkegaard (1813-1855), são precisamente essas rotinas de pensamento que são as origens do descontentamento:
“A pessoa infeliz é aquela que tem seu ideal, o conteúdo de sua vida, a plenitude de sua consciência, a essência de seu ser, de algum modo fora de si mesmo. [Desta maneira,] um indivíduo esperançoso não está presente para si mesmo. Ele renuncia ao presente.
Uma mentalidade otimista pode nos levar a descartar o presente. Ao contrário das expectativas, esses pensamentos positivos contribuem para nossa infelicidade em vez de aliviá-la.
Mantenha a calma e continue
É inegável que as trajetórias científicas e econômicas têm apontado firmemente para cima por vários séculos.
E ainda assim, às vezes a vida é uma merda e não há nada que possamos fazer sobre isso.
As atuais expectativas onipotentes de melhoria e direito ao progresso obscurecem esse fato. Em nossa cultura, somos rápidos em esquecer que as pessoas são imperfeitas, que algum fracasso é normal e que o agora é tudo o que temos.
Como De Botton coloca:
“É o secular cujo anseio pela perfeição se tornou tão intenso a ponto de levá-los a imaginar que o paraíso poderia ser realizado aqui nesta terra depois de apenas mais alguns anos de crescimento financeiro e pesquisa médica. Sem consciência evidente da contradição, eles podem, ao mesmo tempo, rejeitar a crença em anjos, enquanto sinceramente confiam que os poderes combinados do FMI, do establishment da pesquisa médica, do Vale do Silício e da política democrática juntos curarão os males da humanidade ”.
O pessimismo, ao contrário, ajuda-nos a manter a realidade, diminuindo nossas expectativas. Revela que nossas misérias não são uma anomalia, mas parte da realidade comum e inevitável da humanidade.


NOVOS PENSAMENTOS NOVOS, MAS BASEADOS NOS ANTIGOS ANSEIOS

A priori, não sou eleitor de Bolsonaro, embora o compreenda como uma forte alternativa ao momento anômalo que a sociedade brasileira vive. Agora, as propostas de um dos "luas-pretas" do candidato, são muito atraentes, pois externalizam muitíssimo do meu entendimento. Portanto, penso valer a pena assistir aos fundamentos desse pensamento, no vídeo indicado abaixo. 


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EVOLUÇÃO? MEDIOCRIDADE? OU O MEIO TERMO?

O relato abaixo, de per si, representa um todo em modificação chocante, constante e inovadora. É progresso, quê fazer? Ou seria mediocridade? Entendermos isso, participarmos disso e influir nisso é a nossa responsabilidade por meio de pensamento livre e soberano. José Ingenieros, em "O HOMEM MEDÍOCRE", diz que "individualmente considerada, a mediocridade poderia definir-se como uma ausência de características pessoais que permitam distinguir o indivíduo em sua sociedade. Esta oferece, a todos, um idênticos fardo de rotinas, preconceitos e domesticidades. Basta reunir cem homens, para que eles coincidam no impessoal: "reuni mil gênios em um concílio e tereis a alma do medíocre". Estas palavras denunciam o que, em cada homem, não pertence a ele mesmo e que, quando a soma sobe a muitos, se revela pelo baixo nível das opiniões coletivas." Por outro lado, Harari, em "HOMO DEUS", falando sobre a evolução social e de como ela antes demorava milênios, depois séculos, para estabelecer mudanças, hoje "no nível coletivo, a corrida se manifesta em reviravoltas constantes, modificando-se a cada geração".
Então, para fugir de um e escapar do outro extremo, devemos pensar e saber viver contextualizados, mas individualmente, sabendo acompanhar, assimilar e induzir os que chegam ao conhecimento e, deste, à sabedoria.
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Crianças já não são Capazes de Segurar o Lápis Devido ao Excesso de Dispositivos Inteligentes (NaturalNews.com)

As crianças de hoje têm mais tecnologia à sua disposição do que qualquer geração antes delas, e isso é uma faca de dois gumes. Alguns pais podem se maravilhar com a ampla gama de aplicativos educacionais disponíveis que afirmam ajudar as crianças a aumentar as habilidades acadêmicas, mas isso não vai contar muito se elas não conseguem dominar a habilidade básica de escrever.
Um estudo realizado pela Heart of England Foundation NHS Trust descobriu que as crianças pequenas estão entrando na escola sem a força da mão e a destreza necessária para segurar seus lápis devido ao uso excessivo e generalizado de tablets e telefones sensíveis ao toque. A capacidade de agarrar e mover um lápis exige um forte controle sobre os músculos finos nos dedos, e as crianças que estão constantemente usando telas sensíveis ao toque não têm a oportunidade de desenvolver essa habilidade essencial.
Os pais são os culpados, de acordo com os pediatras britânicos. Muitos pais acham mais fácil colocar seus filhos na frente de um iPad do que encorajá-los a brincar com blocos ou a participar de outras atividades que constroem os músculos das mãos, como colorir.
Uma mãe relatou ao The Guardian como a escola de seu filho entrou em contato com ela porque ele estava "segurando seu lápis como um homem das cavernas agarrava bastões". Ele não conseguiu exercer um aperto adequado para escrever, e a criança de seis anos agora está participando de uma sessão de terapia ocupacional semanalmente para desenvolver força em seus dedos.
Ela disse que se arrepende de dar-lhe muita tecnologia para brincar e não brinquedos tradicionais suficientes, e ela diz que agora é muito rigorosa quanto ao acesso à tecnologia em casa. É uma história que é muito comum, com a terapeuta ocupacional pediátrica Mellissa Prunty relatando que o número de crianças que estão desenvolvendo a caligrafia tardia está em ascensão por causa da tecnologia.
Limitar o tempo da tela tem muitos benefícios
Mesmo que seu filho consiga segurar um lápis adequadamente, existem outras razões para limitar o tempo da tela. Os especialistas em desenvolvimento estão alertando que a explosão no uso de comprimidos está prejudicando o desenvolvimento social e físico das crianças. O aumento do número de crianças - incluindo algumas tão jovens quanto quatro anos - estão sendo tratadas por comportamento viciante compulsivo após a exposição à internet e dispositivos digitais desde o nascimento. Além disso, o tempo da tela foi vinculado a atrasos de fala em crianças.
O uso de dispositivos móveis também é um fator na epidemia de obesidade infantil. O número de crianças que são obesas é dez vezes maior do que apenas quatro décadas atrás, com crianças obesas em todo o planeta agora superando 124 milhões. Embora a nutrição fraca seja parte da equação, o exercício insuficiente também está desempenhando um papel importante, já que as crianças passam mais tempo coladas em seus tablets do que correndo ao ar livre.
O aumento da miopia nos últimos anos também está sendo atribuído a crianças que passam muito tempo olhando para as telas e não tempo suficiente ao ar livre. Estudos mostram que as crianças que vivem em áreas urbanas são duas vezes mais propensas a serem míopes, do que as que vivem em áreas rurais. A American Academy of Ophthalmology diz que gastar mais tempo ao ar livre pode reduzir as chances das crianças desenvolverem miopia. Em um estudo, cada hora extra que uma criança passou ao ar livre a cada semana reduziu seu risco de miopia em 2 por cento.
As crianças de hoje, obsessivas com a tecnologia, não estão apenas carentes de habilidades motoras e de tempo ao ar livre, mas também estão sendo expostas ao perigoso Wi-Fi e perdendo a chance de forma conexões sociais.

"A TAREFA NÃO É PARA PRINCIPIANTES"

Bah, tchê! Que baita escrita, esta, abaixo. O Almir é um daqueles que, como eu, não sabe quem é o Huck. Claro!, ambos sabemos sobre o animador de auditório e marionete da rede Globo, mas, daí a candidato a Presidente, há uma longa distância de responsabilidade a ser percorrida. Denomino os lullopetistas de oportunistas por terem empreendido um conjunto de ações que os levou ao Poder, possibilitando-lhes o saque legalizado que  arrestou da nacionalidade  brasileira os fundamentos financeiros, infraestruturais, culturais éticos e morais. Da mesma forma, denomino aqueles que pretendem "construir" um Huck presidente de oportunistas, não criminosos ainda, mas, no mínimo e adicionalmente, de ambliópicos mentais. A quais objetivos servem esses que ardorosamente defendem o nome desse fantoche como candidato? Não é possível que alguém veja essa figurinha globalista como Presidente da República. 
Repetindo o Almir, "a tarefa não é para arrivistas e principiantes".



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Eu não sei quem é Luciano Huck. O senhor ou a senhora sabem?
A pergunta é pertinente porque, no vácuo de lideranças que atraiam a confiança de milhões de eleitores, abre-se espaço para que surjam nomes improvisados, politicamente desconhecidos, que se julgam preparados para os desafios da presidência. Sei que é animador de auditórios, mas desconheço as aptidões políticas que se lhe procuram atribuir.
Eleger o presidente da República, no sistema presidencialista, é ato de extrema responsabilidade. Ao presidente a Constituição (CR) confere competências privativas excepcionais como nomear e exonerar os Ministros de Estado; exercer a direção superior da administração federal; sancionar, promulgar e fazer publicar as leis; expedir decretos e regulamentos; vetar projetos de lei total ou parcialmente; dispor, mediante decreto, sobre a organização e o funcionamento da administração federal; manter relações diplomáticas com países estrangeiros; decretar o estado de defesa e o estado sítio; conceder indultos e comutar penas; exercer o comando supremo das Forças Armadas; nomear ministros do Tribunal de Contas da União, dos Tribunais Superiores e do Supremo Tribunal Federal; designar o presidente do Banco do Brasil, da Petrobrás, da Caixa Econômica Federal, do Banco Central, dos Correios (Art. 84). Como máximo líder político é responsável pelas articulações com o Poder Legislativo e deve conservar-se atento às decisões e tendências do Poder Judiciário. Não se isolará no palácio cercado de áulicos e de mordomias. Manterá contato direto com a população, para escutá-la e saber das suas necessidades.
Ao presidente a Constituição concede o direito de enviar ao Congresso proposta de emenda constitucional; de apresentar projeto de lei complementar ou ordinária e, em caso de relevância e urgência, baixar medida provisória. Pertence-lhe a iniciativa da lei sobre o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais. Recai em cima dele o peso de milhões de desempregados, subempregados, pobres, doentes, famintos, e vítimas da violência (CR, arts. 60, 61, 62).
Aos poderes constitucionais acrescentam-se outros não escritos, cujos limites serão determinados pela sensibilidade, ousadia e alguma dose, não letal, de sadia temeridade. É essencial que reúna habilidade de articulação política, como a tiveram José Sarney, Fernando Henrique e Lula, mas faltou a Fernando Collor e Dilma Rousseff.  
É sabido que o vazio de lideranças estimula o aparecimento de aventureiros e demagogos. No rol de prováveis candidatos, excetuando-se Lula, por razões óbvias, alguns nomes já despontam. Entre os conhecidos temos o governador Geraldo Alckmin, Ciro Gomes, Jair Bolsonaro, Álvaro Dias. Por fora correrão Marina Silva, Henrique Meirelles, Rodrigo Maia, Joaquim Barbosa, Levi Fidelix, José Maria Eymael, Rui Costa Pimenta, Luciano Huck.
Empenhado na luta pela sobrevivência, o povo ignora o currículo dos candidatos. A demagogia correrá solta, com promessas que serão esquecidas. Marqueteiros serão pagos para enganá-lo com mensagens falsas, destinadas a renovar as esperanças da maioria. A eleição tem sido o primeiro ato de tragédia cuja duração poderá se prolongar por quatro, oito ou doze anos. 
O Brasil está em meio a processo de transição. O governo não consegue eliminar o déficit e equilibrar as finanças públicas. A economia pedala bicicleta ergométrica. Já se sabe que a recuperação do mercado de trabalho ficará para a próxima década. Até lá milhões de desempregados lutarão para encontrar fórmula milagrosa de sobrevivência. Enfim, o estrago continua grande na educação, saúde, segurança, transporte. Para começar a repará-lo necessita o Brasil de presidente dotado de personalidade forte, de audácia para lutar contra a corrupção, de criatividade para derrotar a apatia e impulsionar o desenvolvimento. A tarefa não é para arrivistas e principiantes.                  
Almir Pazzianotto Pinto foi Ministro do Trabalho e presidente do Tribunal Superior do Trabalho. Autor de A Falsa República.

O CONTEXTO DO TEMPO E NÓS

O tempo, ah, o tempo! Nada somos no contexto do tempo e nada deixaremos a não ser lembranças, também estas, morredouras. ___________________...