IDIOTAS E CANALHAS

Cito abaixo, três pensamentos de Nelson Rodrigues, escritos em momentos distintos da década de 70 e que retratam, e se encaixam perfeitamente, nos dias que vivenciamos a idiotia governamental generalizada. Situei-os de forma a atingir um "grand finale", como se fosse possível estabelecer uma homenagem ao petismo, que se jacta de ser esquerdista, mas não é!, no contexto das burrices (coitados dos burros) e dos crimes cometidos contra a nacionalidade brasileira e em proveito dos bolsos dos líderes "estrelados". 
Ah!, homenagem, também, pela luta insana, INSANA!, em manter a retórica de agentes moralistas e de perseguidos por isto. Tudo em vão, a realidade está aí!
Apenas idiotas e canalhas!

______________________________________
A Revolução dos Idiotas - Nelson Rodrigues
[Até o século XIX] o idiota era apenas o idiota e como tal se comportava. E o primeiro a saber-se idiota era o próprio idiota. Não tinha ilusões. Julgando-se um inepto nato e hereditário, jamais se atreveu a mover uma palha, ou tirar uma cadeira do lugar. Em 50, 100 ou 200 mil anos, nunca um idiota ousou questionar os valores da vida. Simplesmente, não pensava. Os “melhores” pensavam por ele, sentiam por ele, decidiam por ele. Deve-se a Marx o formidável despertar dos idiotas. Estes descobriram que são em maior número e sentiram a embriaguez da onipotência numérica. E, então, aquele sujeito que, há 500 mil anos, limitava-se a babar na gravata, passou a existir socialmente, economicamente, politicamente, culturalmente etc. houve, em toda parte, a explosão triunfal dos idiotas.

_____________________________________
As esquerdas tiveram tudo: — poder, dinheiro, armas. Não fizeram nada. Minto: — fizeram o caos. E os socialistas que andam por aí têm apenas a vocação e a nostalgia do caos. A comunista rilhava os dentes: — “É preciso ser contra tudo”. Insisto, com a maior doçura: — “Portanto, se os fatos querem dizer alguma coisa, a senhora deve comemorar também a Semana do Exército brasileiro”. A cara da mulher não era mais cara e sim máscara do ódio. Sim, do seu lábio pendia a baba elástica e bovina da ira. Perguntou, rouca: — “O senhor confessa que está com isso que está aí?”. Perdi um pouco a paciência: — “Prefiro estar com isso, como a senhora diz, do que estar com os crimes do seu socialismo”. Relembrei que, de uma vez só, Stalin matara de fome punitiva 12 milhões de camponeses. E o pacto germano-soviético? E os processos de Moscou? E as anexações brutalíssimas? E a invasão da Tcheco-Eslováquia e da Hungria? E os povos degradados e reduzidos a passividade escrava? E os intelectuais internados nos hospícios? O que devemos ao socialismo é isto: — a antipessoa, o anti-homem.
_______________________________________________________
No Brasil, quem não é canalha na véspera é canalha no dia seguinte.

Nenhum comentário:

O CONTEXTO DO TEMPO E NÓS

O tempo, ah, o tempo! Nada somos no contexto do tempo e nada deixaremos a não ser lembranças, também estas, morredouras. ___________________...