Concordo com a visão geral do articulista. Mas, neste momento,
minha preocupação não é a "biruta" de Bolsonaro, ela vai muito além.
Voto no Bolsonaro, firme, consciente e convictamente, apenas para extirpar o
LULLOPETISMO do cenário nacional. Bolsonaro, reconheço, não é a melhor
alternativa para o País, mas é, sim, a solução do momento para a Nação. Se
precisar, darei outros votos inconsistentes, tantos quantos forem necessários,
desde que os sejam para apagar da memória nacional essa nefasta
influência do PT e, principalmente, do seu comandante, o LULLA. Isso tudo já
não é mais agremiação política, nem tampouco ideológica, pois tornou-se uma
seita maléfica, de zumbis que só pensam o mal, todos mentalmente obtusos e
sujeitos às idas e vindas de um Lulla, que está mais para JIM JONES que para um
cidadão normal.
Então, vale tudo legalmente para extirpar esse mal.
Biruta
de Bolsonaro causa paralisia
Candidato descobre agora políticas
públicas e amolda programa vago a pressões da realidade
Nos dois meses entre a eleição e a posse, sobra tempo para o presidente
eleito virar do avesso suas falações de campanha. Foi o que fez Dilma Rousseff, com os resultados conhecidos.
Favorito para vencer no domingo
(28), Jair Bolsonaro insinua-se como um caso particular desses
revertérios. Não se sabe bem o que nele é avesso e direito, qual é o lado de
dentro e o que está por fora de seu programa, ao menos no que diz respeito à
economia.
O candidato Jair Bolsonaro (PSL) recebe
camiseta do lutador de jiu-jítsu Robson Gracie (esq.) no Rio de Janeiro - Carl
de Souza/AFP
A inversão dos planos de Dilma Rousseff
provocou choque de confiança econômica e queimou seu prestígio, descréditos que
minaram as bases políticas e os acordos sociais necessários para a
implementação de qualquer programa. O resultado ruinosamente certeiro de sua
reviravolta deveu-se à clareza do seu estelionato eleitoral.
É inverossímil que Bolsonaro possa
repetir tal proeza, mas por motivos ruins. É implausível que o candidato do
PSL, eventualmente eleito, declare-se adepto das políticas de Dilma 1 ou, mais
condizente com sua carreira, do programa de Ernesto Geisel —sim, é sarcasmo.
Bolsonaro parece descobrir apenas agora
o que talvez deva ou possa pensar sobre, por exemplo, política econômica ou
relações internacionais. Está perdido entre seu miolo estatista e
corporativista e a casca fina de liberalismo que vestiu a fim de inventar
sua candidatura.
Quando negou a ideia de criação de uma CPMF, por exemplo, nem sabia
do que estava tratando seu economista-chefe. Praticamente discutia com um meme, seu
universo habitual de debates.
Mais recentemente, tem mudado de ideia a
cada trombada com as pressões do mundo real. Há quem diga que se trata de uma
estratégia esperta de desinformação ou de criação proposital de nevoeiro de
guerra. A impressão que dá é a de um turista acidental no mundo das políticas
públicas.
Nesta quinta-feira (25), disse que o
Brasil não vai abandonar o Acordo de Paris, tratado de controle de gases de efeito
estufa, que criticara e que havia sido denunciado por um ajudante de ordens,
que o chamou de papelucho excrementício.
As ideias conspiratórias de seu círculo
íntimo sobre acordos internacionais causaram péssima impressão em líderes
informados do agronegócio, quase todos bolsonaristas.
A película liberal do candidato prevê a
contenção do Estado, o que demanda reforma da Previdência e,
no meme bolsonarista, caça aos marajás. No entanto, Bolsonaro diz que é preciso
defender direitos adquiridos.
É preciso abrir a economia, base de
qualquer conversa liberal, mas os capitães da indústria nacional impressionaram
o capitão da extrema direita, pregando abertura mui lenta, gradual e segura, de
preferência administrada pelo Ministério do Desenvolvimento e da Indústria, do qual
Bolsonaro pretendia dar cabo.
Assim foi também com privatizações e
investimentos estrangeiros. Os pilares da sabedoria liberal são abalroados
pelos caminhões dos lobbies por direitos especiais e proteções.
Sabe-se lá o que será Bolsonaro, caso
eleito. Sabe-se lá se será massa de modelar ou manobra de lobbies, se sua falta
de informação e convicções econômicas é que determina a inconstância.
Embora, por definição, assim não possa
cometer estelionato eleitoral, sua biruta de ideias também pode causar
degradação, o efeito incremental de muitas incertezas localizadas e variadas.
Não tende assim a causar um choque, de início, mas pode provocar paralisia por
acumulação de dúvidas e descréditos.
Vinicius
Torres Freire
Jornalista,
foi secretário de Redação da Folha.
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