TREM-BALA, AQUELE QUE NÃO FOI E NUNCA SERÁ


No dia 24/05/2015, o jornal Folha de São Paulo mostrou a escrita de Elio Gaspari sobre o trem-bala, aquele, arrotado como manifestação de grandeza e que nunca saiu e nunca sairá, irmão mais velho do outro arroto que gerou a proposta da ferrovia transoceânica, que também nunca veremos. Mas, chamou-me a atenção a reportagem que o colunista cita e que eu não conhecia, escrita por Leandro Demori. Busquei, então,  a matéria e também eu fiquei surpreso com a sua qualidade e compreendi por que o autor teve de buscar o abrigo de um sítio estrangeiro para publicá-la. A íntegra está em
 https://medium.com/bang-bang/a-hist%C3%B3ria-do-trem-bala-brasileiro-f27235ccc4b7.





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ELIO GASPARI
Sai o trem-bala, entra o trem chinês
A visita do primeiro-ministro Li Keqiang ao Brasil deu bons resultados e voltou a expor a marquetagem inútil
A máquina de propaganda do governo e a doutora Dilma têm um especial carinho por trens. Em 2004 Nosso Guia perfilhou um projeto de ligação ferroviária entre o Rio e São Paulo. Era o trem-bala. Faria percurso de 500 quilômetros em 90 minutos, cobraria o equivalente a R$ 120 e nada custaria à Viúva. Ficaria pronto para a Copa de 2014. Atrasando, era certo que rodasse em 2016 para a Olimpíada. Deu em nada. Ou melhor, deu em parolagem e pariu uma empresa estatal, a EPL. Quando o projeto naufragou, surgiu a palavra mágica ouvida por Machado de Assis em 1883: "lingu". Ele não esclareceu o que isso queria dizer, mas talvez significasse "investimento": os chineses bancariam o projeto do trem-bala. Pouco depois um mandarim explicou: "Pedir que uma empresa chinesa assuma um risco tipicamente governamental é uma grande piada".
Antes do desembarque do primeiro-ministro chinês Li Keqiang saiu da caixa de mágicas do Planalto o projeto de uma ferrovia transoceânica ligando o Atlântico brasileiro ao Pacífico peruano. Teria 4.400 quilômetros. Nas palavras da doutora Dilma, "ela atravessará os Andes". Custaria entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões.
As dúvidas foram desfeitas quando o companheiro Li assinou 53 acordos com a doutora. Na mesa havia apenas o interesse mútuo de começar os estudos básicos da viabilidade do projeto. A ferrovia que iria do litoral brasileiro ao peruano era um exagero. O memorando assinado cuidava apenas da conexão da linha Norte-Sul, que iria de Campionorte, em Goiás, à costa peruana. A linha para o litoral atlântico é uma tarefa brasileira. Se tudo der certo, esse estudo deve ficar pronto em maio de 2016. O que era um estudo básico para analisar a viabilidade do projeto virou uma ferrovia que "atravessará os Andes".
Cuidando dos seus interesses, os chineses assinaram diversos compromissos, compraram aviões, alugaram navios e arremataram um banco. Todos esses negócios são bons para eles e para o Brasil. Não havia porque botar o "lingu" de Machado de Assis numa ferrovia transoceânica.
A agenda chinesa é sempre precisa. Em geral eles querem recursos naturais e proteínas. Além disso, vendem serviços, bens e máquinas. Jogo jogado. A isso junta-se um interesse do Império do Meio de fornecer sua mão de obra para os projetos onde põe dinheiro. São mais qualificados, conhecem a empresa e às vezes custam menos. Há cinco anos eram 740 mil, de Angola ao Uzbequistão. Obras chinesas no Brasil já tentaram importar operários, mas foram barradas. Esse pode vir a ser um bom debate, pois o que é preferível, um pasto goiano com 50 vaqueiros ou a obra de uma ferrovia com 500 chineses e 500 brasileiros?
Esse item da agenda chinesa chamou a atenção de Machado de Assis. Em 1883, quando o andar de cima queria imigrantes para substituir a mão de obra escrava, chegou ao Rio o mandarim Tong King-sing. Veio acompanhado de um secretário negro, fez o maior sucesso com suas roupas e foi recebido por D. Pedro 2º. O imperador disse-lhe que não tinha simpatia por seu projeto e, no melhor estilo chinês, ele foi-se embora.
À época, comentando a visita do mandarim, Machado de Assis escreveu uma crônica, transcrevendo uma carta que teria recebido dele. Esclareceu que preferiu manter a grafia do autor.
A certa altura, como se fosse hoje, Machado/Tong escreveu:
"Xulica Brasil pará; aba lingu retórica, palração, tempo perdido, pari mamma."
ANDAR DE CIMA
Não se conhece uma só voz saída da banca para condenar o ajuste fiscal enquanto ele avançou sobre despesas que beneficiavam desempregados, pensionistas e aposentados.
Agora que a doutora acrescentou ao ajuste a pimenta da taxação dos lucros bancários, será interessante entender a reação dessa tão fiel torcida.
RENATO DUQUE
A entrada do filho de Renato Duque na roda do dinheiro e das investigações da Lava Jato assustou o comissariado.
O ex-diretor de Serviços da Petrobras seria o arquivo que guarda as conexões do PT e de alguns de seus comissários com as petrorroubalheiras.
O "amigo Paulinho" só concordou em colaborar com o governo quando os investigadores mostraram-lhe que envolvera familiares em práticas criminosas. Até então o PT considerava "satisfatórias" as patranhas que ele contava.
A Lava Jato já custou a Renato Duque uma coleção de arte de novo rico e o equivalente a R$ 68 milhões depositados em Mônaco. Sua defesa diz que esse dinheiro não é dele. Amanhã, Eremildo, o Idiota, pretende se habilitar à sua titularidade.
CHOQUE À VISTA
O senador Renan Calheiros e o deputado Eduardo Cunha, ilustres figuras da lista de parlamentares investigados pelo Ministério Público, decidiram jogar pesado contra a possível recondução de Rodrigo Janot ao comando da Procuradoria-Geral da República.
Rejeitá-lo, caso seja indicado pelo Planalto, além de ser uma imensa carapuça, poderá levar a uma inédita mobilização do Ministério Público, refletindo-se em setores do Judiciário, inclusive em seus gaveteiros.
Uma aula sobre o falecido trem-bala
Ainda não se conhecem as fantasias que acompanham a Ferrovia Transoceânica, mas está na rede uma detalhada narrativa do que foi a maluquice do trem-bala de Lula e Dilma. É a reportagem "Um Trem para Bangladânia", de Leandro Demori. (A mistura de Bangladesh com Albânia é um neologismo criado pelo professor Mario Henrique Simonsen.)
Ele foi das raízes do sonho do trem de alta velocidade até a morte do projeto da empresa italiana que vendeu a novidade ao governo. Nela havia planilhas mágicas e um roteiro inexplicável, pois o trem não parava ao longo do percurso. O primeiro administrador do projeto, José Francisco das Neves, o "doutor Juquinha" dormiu umas noites na cadeia por malfeitos cometidos na Ferrovia Norte-Sul, aquela que cruzará com a Transoceânica.
O repórter Leandro Demori trabalhou onze meses no assunto, conversou com trinta pessoas e colheu documentos brasileiros e italianos. Conseguiu o apoio do Contributoria, uma plataforma independente ligada ao jornal inglês "The Guardian" e seus leitores. Quem quiser pode inscrever seus temas. Os leitores do "Guardian" votam e quem não for assinante do jornal deve pagar US$ 3 por mês para participar das escolhas. A ajuda é dada relacionando-se o número de votos que o tema recebeu e a quantia que o jornalista pede. Aprovado o financiamento, o beneficiado vai à luta e fica livre para colocar o texto onde quiser. Demori preferiu hospedar seu texto na plataforma Medium, de Ev Williams, o criador do Twitter.
Os repórteres, como o Fantasma das Selvas, são imortais.



A POESIA DE MÁRIO QUINTANA

Tempestade Noturna

Noite alta,
na soçobrante Nau exposta aos quatro ventos,
em pleno céu sulcado de relâmpagos,
os marinheiros mortos trovejam palavrões.
Ó velhos marinheiros meus avós…
para eles ainda não terminou a espantosa Era dos Descobrimentos!

Santa Bárbara
e São Jerônimo,
transidos de divino amor,
escutam suas pragas como orações.

Quando eu acordar amanhã, livre e liberto como uma asa,
vou rezar a São Jerônimo
vou rezar a Santa Bárbara
por este nosso fim de século – pobre Nau perdida no nevoeiro -
que em vão busca o rumo


das eternas, das misteriosas Américas ainda por descobrir!

TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO, A ENGANAÇÃO

Esta mensagem contém um texto, que está como anexo, e um vídeo, que pode ser aberto no endereço abaixo, antes do texto. Recomendo ler primeiramente o texto e após assistir ao vídeo. Mas, se quiseres o contrário, o conjunto não perde o sentido para o entendimento. Enfim, é a comprovação daquilo que já sabemos há longo tempo, comprovando-se com o registro de fatos e de dizeres, acerca dos quais não há questionamento, pois são claros na sua explanação e irretorquíveis nos seus registros, em face dos acontecimentos que vivenciamos.
Boa leitura, se a conseguires!
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Ex-espião da União Soviética: Nós criamos a Teologia da Libertação.

ACI – Ion Mihai Pacepa foi general da polícia secreta da Romênia comunista antes de pedir demissão do seu cargo e fugir para os EUA no fim da década de 70. Considerado um dos maiores “detratores” de Moscou, Pacepa concedeu entrevista a ACIDigital e revelou a conexão entre a União Soviética e a Teologia da Libertação na América Latina.  A seguir, os principais trechos da sua entrevista:
Em geral, você poderia dizer que a expansão da Teologia da Libertação teve algum tipo de conexão com a União Soviética?
Sim. Soube que a KGB teve uma relação com a Teologia da Libertação através do general soviético Aleksandr Sakharovsky, chefe do serviço de inteligência estrangeiro (razvedka) da Romênia comunista, que foi conselheiro e meu chefe até 1956, quando foi nomeado chefe do serviço de espionagem soviética, o PGU1; Ele manteve o cargo durante 15 anos, um recorde sem precedentes.
Em 26 de outubro de 1959, Sakharovsky e seu novo chefe, Nikita Khrushchev, chegaram à Romênia para as chamadas “férias de seis dias de Khrushchev”. Ele nunca tinha tomado um período tão longo de férias no exterior, nem foi sua estadia na Romênia realmente umas férias.
Khrushchev queria ser reconhecido na história como o líder soviético que exportou o comunismo à América Central e à América do Sul. A Romênia era o único país latino no bloco soviético e Khrushchev queria envolver os “líderes latinos” na sua nova guerra de “libertação”.
Eu me investiguei sobre Sakharovsky, vi os seus escritos, mas não pude encontrar nenhuma informação relevante sobre sua figura. Por que?
Sakharovsky era uma imagem soviética dos anos quentes da Guerra Fria, quando os membros dos governos britânico e israelense ainda não conheciam a identidade dos líderes do Mossad e do MI-6. Mas, Sakharovsky desempenhou um papel extremamente importante na construção da história da Guerra Fria. Ele ocasionou a exportação do comunismo a Cuba (1958-1961); ele manipulou de maneira perversa a crise de Berlim (1958-1961) criou o Muro de Berlim; a crise dos mísseis cubanos (1962) e colocou o mundo na beira de uma guerra nuclear.
A Teologia da Libertação foi de alguma maneira um movimento ‘criado’ pela KGB de Sakharovsky ou foi um movimento existente que foi exacerbado pela URSS?
O movimento nasceu na KGB e teve um nome inventado pela KGB: Teologia da Libertação. Durante esses anos, a KGB teve uma tendência pelos movimentos de “Libertação”. O Exército de Libertação Nacional da Colômbia (FARC –sic–), criado pela KGB com a ajuda de Fidel Castro; o Exército de Libertação Nacional da Bolívia, criado pela KGB com o apoio de “Che” Guevara; e a Organização para Libertação da Palestina (OLP), criado pela KGB com ajuda de Yasser Arafat, são somente alguns movimentos de “Libertação” nascidos em Lubyanka – lugar dos quartéis-generais da KGB.
O nascimento da Teologia da Libertação em 1960 foi a tentativa de um grande e secreto “Programa de desinformação” (Party-State Dezinformatsiya Program), aprovado por Aleksandr Shelepin, presidente da KGB, e pelo membro do Politburo, Aleksey Kirichenko, que organizou as políticas internacionais do Partido Comunista.
Este programa demandou que a KGB guardasse um controle secreto sobre o Conselho Mundial das Igrejas (CMI), com sede em Genebra (Suíça), e o utilizasse como uma desculpa para transformar a Teologia da Libertação numa ferramenta revolucionária na América do Sul. O CMI foi a maior organização internacional de fiéis depois do Vaticano, representando 550 milhões de cristãos de várias denominações em 120 países.
O nascimento de um novo movimento religioso é um evento histórico. Como foi construído este novo movimento religioso?
A KGB começou construindo uma organização religiosa internacional intermédia chamada “Conferência Cristã pela Paz”, cujo quartel general estava em Praga. Sua principal tarefa era levar a Teologia da Libertação ao mundo real. A nova Conferência Cristã pela Paz foi dirigida pela KGB e estava subordinada ao respeitável Conselho Mundial da Paz, outra criação da KGB, fundada em 1949, com seu quartel geral também em Praga.
Durante meus anos como líder da comunidade de inteligência do bloco soviético, dirigi as operações romenas do Conselho Mundial da Paz (CMP). Era estritamente KGB. A maioria dos empregados do CMP eram oficiais de inteligência soviéticos acobertados. Suas duas publicações em francês, “Nouvelles perspectives” e “Courier da Paix”, estavam também dirigidas pelos membros infiltrados da KGB –e da romena DIE2–. Inclusive o dinheiro para o orçamento da CMP chegava de Moscou, entregue pela KGB em dólares, em dinheiro lavado para ocultar sua origem soviética. Em 1989, quando a URSS estava à beira do colapso, o CMP admitiu publicamente que 90 por cento do seu dinheiro chegava através da KGB3.
Como começou a Teologia da Libertação?
Eu não estava propriamente envolvido na criação da Teologia da Libertação. Eu soube através de Sakharovsky, entretanto, que em 1968 a Conferência Cristã pela Paz criada pela KGB, apoiada em todo mundo pelo Conselho Mundial da Paz, foi capaz de manipular um grupo de bispos sul-americanos da esquerda dentro da Conferência de Bispos Latino-americanos em Medellín (Colômbia).
O trabalho oficial da Conferência era diminuir a pobreza. Seu objetivo não declarado foi reconhecer um novo movimento religioso motivando os pobres a rebelar-se contra a “violência institucionalizada da pobreza”, e recomendar o novo movimento ao Conselho Mundial das Igrejas para sua aprovação oficial. A Conferência de Medellín alcançou ambos objetivos. Também comprou o nome nascido da KGB “Teologia da Libertação”.
A Teologia da Libertação teve líderes importantes, alguns deles famosas figuras “pastorais” e alguns intelectuais. Sabe se houve alguma participação do bloco soviético na promoção da imagem pessoal ou dos escritos destas personalidades? Alguma ligação específica com os bispos Sergio Mendes Arceo do México ou Helder Câmara do Brasil? Alguma possível conexão direta com teólogos da Libertação como Leonardo Boff, Frei Betto, Henry Camacho ou Gustavo Gutiérrez?
Tenho boas razões para suspeitar que havia uma conexão orgânica entre a KGB e alguns desses líderes promotores da Teologia da Libertação, mas não tenho evidência para comprová-la. Nos últimos 15 anos que morei na Romênia (1963-1978), dirigi a espionagem científica e tecnológica do país, e também as operações de desinformação destinadas a aumentar a importância de Ceausescu no Ocidente.
Recentemente vi o livro de Gutiérrez “Teologia da Libertação: Perspectivas” (1971) e tive a intuição de que este livro foi escrito em Lubyanka. Não surpreende que ele seja considerado agora como o fundador da Teologia da Libertação. Porém, da intuição aos fatos, entretanto, há um longo caminho.

NA CONTRAMÃO

No texto abaixo, Kanitz traça um roteiro mais adequado à porcaria nacional. Clama por bandidos de verdade. Chega dessa escumalha que está aí, tal qual rataria bem tratada, ambiente em que alguns cuidam da prole e, outros, já saídos da ninhada, partem para a roedura diária à sobrevivência do bando. 
Também penso que o mercado do crime pede bandido de verdade, que assume o erro com coragem, pois, já que somos obrigados a tê-los senão o País fica paralisado, conforme nos esclareceu a filósofa NELMA KODAMA, a amada amante, então que os tenhamos destemidos, pratiquem o crime e, se pegos, declarem-se culpados e que, preferencialmente pratiquem o "haraquiri", de forma social ou física mesmo, para que a sociedade se livre dessa sujeira e possa criar uma nova cidadania em bases Morais e Éticas.
A contramão contida no clamor do texto, está em consonância com outra contramão, a do Juiz de Franca que concedeu liberdade a também bandidos, com base na liberação dos criminosos maiores pelo Teori, aquele que tem teorizado em favor do crime.
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Uma nova classe que Karl Marx nunca imaginou

Bandidos normalmente sabem quando estão cometendo um crime. Sabem também que se forem pegos terão que pagar pelo crime.   
Eles resolvem este conflito acreditando que nunca serão “pegos”. Quando são pegos, levantam as mãos e aceitam a pena de prisão como parte da regra do jogo. “São os riscos da profissão”, e cumprem pena sem reclamar. 
Os políticos envolvidos na Lava Jato são caso à parte. Eles nem consideravam que estavam cometendo um crime.  E se fossem pegos, a própria classe política iria salvá-los, porque no fundo eles são todos unidos, uma nova classe que Karl Marx nunca imaginou. Quando são pegos roubando, não morrem de vergonha. Pelo contrário, se enchem de orgulho. Levantam a mão no gesto de solidariedade política socialista.  Eles não olham para baixo. Pelo contrário, acham que estão sendo perseguidos pela direita, pela Veja, que são vítimas de um ódio irracional. Justificam-se psicanaliticamente achando que no fundo todo mundo é corrupto. Empresários são corruptos, empreiteiros são corruptos, banqueiros são corruptos, e assim por diante. 
O Brasil precisa é de bandidos de verdade no Congresso e na política.  Bandidos que quando são pegos roubando, levantam as mãos e com um sorriso maroto caminham para a cadeia cumprir pena.  Bandidos que renunciam quando são pegos, sem mais nem menos.  
Esta história de continuar a ladainha de que somos coitadinhos, somos inocentes, é uma mentalidade pré-juvenil, de crianças mimadas, não de membros de partidos políticos ditos éticos e cidadãos.  É vergonhoso que nenhum dos 33 políticos da Lava Jato teve a coragem de dizer:  “Errei, fui pego, peço desculpas, admito que errei.” Nenhum dos 33. Nojento!  
Queremos bandidos de verdade na política.  Bandidos honestos, aqueles que assumem os riscos de sua “profissão”, levantem as mãos quando pegos, e peçam desculpas no caminho à prisão. 

Texto de STEPHEN KANITZ

REPOSICIONAMENTO DE FHC

Nos últimos dias, ou tempos, Cardoso vem manifestando opiniões confusas, antagônicas e decepcionantes sobre os mais variados temas, contradizendo propostas da oposição ao petismo e, até, do seu próprio partido político.
Mas, neste texto, incisiva e repentinamente, ele deixa entrever qual é o seu real sentimento em relação ao descalabro nacional, gerado pela incapacidade mental ou pela suprema vigarice do petismo.
Boa leitura.

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Desvendar a trama
Por Fernando Henrique Cardoso, para “O Estado de São Paulo”
‘É preciso que a Justiça não se detenha antes que tudo seja posto às claras. Só assim será possível resgatar os sentimentos de confiança no Brasil’
Eu preferiria não voltar ao tema arquibatido das crises que nos alcançaram. Mas é difícil. Vira e mexe, elas atingem o bolso e a alma das pessoas. Na última semana o início de recessão repercutiu fortemente sobre a taxa de desemprego. Considerando apenas as seis principais metrópoles, ela atingiu 6,2%, a maior taxa desde 2001. A Petrobras, ao tentar virar uma página de sua história recente, pôs em evidência que o “propinoduto”, enorme (R$ 6 bilhões), é incomparavelmente menor do que o “asnoduto”, dos projetos megalômanos e malfeitos: R$ 40 bilhões. São cifras casadas, pois quanto piores ou mais incompletos os projetos de obras, mais fácil se torna aumentar seu custo e desviar o dinheiro para fins pessoais ou partidários.
O setor elétrico foi vítima de males semelhantes (só à Petrobras as “pedaladas” da Eletrobrás custaram R$ 4,5 bilhões) e não é o único no qual os desmandos vêm se tornando públicos. Se algum dia se abrirem as contas da Caixa Econômica, vai-se ver que o FGTS dos trabalhadores deu funding para uma instituição bancária pública fazer empréstimos de salvamento a empreendimentos privados quebrados. No caso do BNDES, a despeito da competência de seus funcionários, emprestou-se muito dinheiro a empresas de solvabilidade discutível, também com recursos do FAT, ou seja, dos trabalhadores (ou dos contribuintes), oriundos do Tesouro.
No afã de “acelerar o crescimento” usando o governo como principal incentivo, as contas públicas passaram a sofrer déficits crescentes. Pior, dada a conjuntura internacional negativa e o pouco avanço da produtividade nacional, também as contas externas apresentam índices negativos preocupantes quando comparados com o PIB brasileiro (cerca de 4%, com viés de alta). Pressionado pelas circunstâncias, o governo atual teve que entregar o comando econômico a quem pensa diferente dos festejados (pelos círculos petistas e adjacentes) autores da “nova matriz econômica”. Esta teria descoberto a fórmula mágica da prosperidade: mais crédito e mais consumo. O investimento, ora, é consequência do consumo... Sem que se precisasse prestar atenção às condições de credibilidade das políticas econômicas.
As consequências estão à vista: chegou a hora de apertar os cintos. Como qualquer governo responsável — antes se diria, erroneamente, neoliberal —, o atual começou a cortar despesas e restringir o crédito. Há menos recursos para empréstimos, mais obras paradas, maior desemprego, e assim vamos numa espiral de agruras, fruto da correção dos desacertos do passado recente. Para datar: esta espiral de enganos começou a partir dos dois últimos anos do governo Lula. Agora, na hora de a onça beber água, embora sem reconhecer os desatinos, volta-se ao bom senso. Mas, cuidado, é preciso que haja senso. Ajuste fiscal, às secas, sem confiança no governo, sem horizontes de crescimento e, pois, com baixo investimento, é como operação sem anestesia. Pior: política econômica requer dosagem, e nem sempre os bons técnicos avaliam bem a saúde geral do país. Também o cavalo do inglês aprendeu a não comer; só que morreu.
Não quero ser pessimista. Mas o que mais falta faz neste momento é liderança. Gente em quem a gente creia, que não só aponte os caminhos de saída, mas comece a percorrê-los. Não estou insinuando que sem impeachment não há solução. Nem dizendo o contrário, que impeachment é golpe. Estou apenas alertando que as lideranças brasileiras (e escrevo assim no plural) precisam se dar conta de que desta vez os desarranjos (não só no plano econômico, mas no político também) foram longe demais. Reerguer o país requer primeiro passar a limpo os erros. Não haverá milagre econômico sem transformação política. Esta começa pelo aprofundamento da operação Lava-Jato, para deixar claro por que o país chegou onde chegou. Não dispensa, contudo, profundas reformas políticas.
Não foram os funcionários da Petrobras os responsáveis pela roubalheira (embora alguns nela estivessem implicados). Nenhuma diretoria se mantém sem o beneplácito dos governos, nem muito menos o dinheirão todo que escapou pelo ralo foi apropriado apenas por indivíduos. Houve mais do que apadrinhamento político, construiu-se uma rede de corrupção para sustentar o poder e seus agentes (pessoas e partidos). Não adianta a presidente dizer que tudo agora está no lugar certo na Petrobras. É preciso avançar nas investigações, mostrar a trama política corrupta e incompetente. Não foi só a Petrobras que foi roubada, o país foi iludido com sonhos de grandeza nacional enquanto a roubalheira corria solta na principal companhia estatal do país.
Quase tudo o que foi feito nos últimos quatro mandatos foi anunciado como o “nunca antes feito neste país”. É verdade, nunca mesmo se errou tanto em nome do desenvolvimento nacional nem jamais se roubou tanto sob a proteção desse manto encantado. Embora os diretores da Petrobras diretamente envolvidos na roubalheira devam ser penalizados, não foram eles os responsáveis maiores. Quem enganou o Brasil foi o lulopetismo. Lula mesmo encharcou as mãos de petróleo como arauto da falsa autossuficiência. E agora, José? Não há culpabilidade política? Vai-se apelar aos “exércitos do MST” para encobrir a verdade?
É por isso que tenho dito que impeachment é uma medida prevista pela Constituição, pela qual não há que torcer, nem distorcer: havendo culpabilidade, que se puna. Mas a raiz dos desmandos foi plantada antes da eleição da atual presidente. Vem do governo de seu antecessor e padrinho político. O que já se sabe sobre o petrolão é suficientemente grave para que a sociedade repudie as forças e lideranças políticas que teceram a trama da qual o escândalo faz parte. Mas é preciso que a Justiça não se detenha antes que tudo seja posto às claras. Só assim será possível resgatar os nossos mais genuínos sentimentos de confiança no Brasil e no seu futuro.

VACCARI: A VACARIA VACANDO

Essa vacaria toda estava vacando na beira do brejo, mastigando o meu dinheirinho que destino todo mês, todo o ano, ao Governo, quando me cobram o Imposto sobre minha Renda. Também vacavam sobre os demais impostos e taxas  que pago rigorosamente para que não cortem o meu direito à água que consumo, à energia elétrica que usufruo, à posse do meu veículo, enfim, sobre cada uma das minhas atividades de lazer e de sobrevivência. Então, essa vacaria toda, esses "vacos" e essas vacas que roubaram o público e enfiaram no seu privado, causando muito do descalabro social, agora estão no brejo. Aliás, penso que a Dilmona preconizava algo, com toda sua delicadeza, ao utilizar na linguagem presidencial um "nem que a vaca tussa". Pode?!
Aliás uma das vacas ainda está foragida, mas logo lhe lançarão o laço e a levarão ao brejo.


http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/mpf-mulher-de-vaccari-recebeu-r-9-mi-em-oito-anos/

VOTAÇÃO DISTRITAL, MAS EM PARCELAS

Bem, está dado um pequeno, mas importante passo para a reforma política. Embora tímida, quanto ao seu contexto, para aplicação apenas em cidades com mais de 200.000 eleitores, já podemos vislumbrar avanços para adoção ampla do voto distrital. Mais que isto, penso que o melhor caminho, junto com a votação distrital, seja a adoção do parlamentarismo como sistema de governo. Embora há aqueles que não acreditam neste modelo como a melhor solução para o Brasil, não vejo outra alternativa, em face do que ocorre no sistema atual.
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Senado aprova voto distrital para eleição de vereadores

GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
22/04/2015  15h15
3811106
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O Senado aprovou nesta quarta-feira (22) projeto que institui o voto distrital para a eleição de vereadores nos municípios brasileiros com mais de 200 mil eleitores. Pela proposta, cada município seria dividido em distritos, e cada um deles elegeria um representante para a Câmara de Vereadores.
O número de distritos do município será, pelo projeto, igual ao número de vagas da Câmara Municipal. Cada partido fica autorizado a registrar apenas um candidato por distrito.
De autoria do senador José Serra (PSDB-SP), o projeto foi aprovado em caráter terminativo pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. Se não houver recurso para ser votado no plenário da Casa, segue diretamente para análise da Câmara dos Deputados.
O projeto altera a lei eleitoral para fixar o sistema de votação distrital às Câmaras de Vereadores. A ideia dos senadores é que o texto seja aprovado pelos deputados até outubro, a tempo de valer para as eleições municipais de 2016.
No modelo que está em vigor, a eleição de vereadores segue o sistema proporcional, em que os votos do partido ou coligação são levados em conta na distribuição dos candidatos eleitos. No sistema distrital, o voto é majoritário, elegendo o candidato que recebe o maior número de votos.
Pela proposta, cabe ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) dividir e fixar os distritos onde ocorrerão as eleições. O tribunal deve seguir critérios como contiguidade territorial e igualdade do voto entre todos os eleitores. O projeto também determina que a diferença entre o número de eleitores do distrito mais populoso e o menos populoso não pode exceder 5% no mesmo município.
Relator do projeto, o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) afirma que o sistema distrital deve atingir cerca de 90 municípios em todo o país, onde já há segundo turno das eleições. Como são as cidades mais populosas, cerca de 30% do eleitorado nacional deve ser atingido com a mudança, caso o texto seja aprovado pela Câmara. O projeto é um dos que integra o "pacote" da reforma política.
"Por serem capitais e grandes centros, constituem excelente referência para a experimentação e educação política do povo brasileiro", disse o relator.
Líder do PT, o senador Humberto Costa (PE) apresentou voto em separado contrário ao sistema distrital. O petista afirma que o Congresso Nacional vai violar a Constituição ao aprovar um modelo fora do sistema proporcional, previsto pela legislação do país.
"Em tese, ele viola o princípio da representação proporcional presente no artigo 45 da Constituição Federal, que é perfeitamente aplicável às eleições legislativas municipais", afirmou o petista.
Para Serra, o voto distrital é viável porque reduz o número de candidatos, os custos de financiamento das campanhas eleitorais e aumenta a proximidade entre os candidatos e os eleitores.
"As eleições para vereador constituem, por sua importância, uma excelente oportunidade para começar a aplicar esse sistema. Trata-se de uma experiência para comprovar os bons resultados esperados do modelo majoritário e, consequentemente, para servir como base à futura discussão a respeito das eleições para deputados estaduais e federais", afirmou o tucano.

Na versão original, o projeto acaba com a propaganda eleitoral dos vereadores, uma vez que seria de difícil implantação em cada um dos distritos. A CCJ, porém, retirou essa proibição, abrindo caminho para que os congressistas definam futuramente como poderá ser realizada a propaganda partidária dos candidatos às Câmaras Municipais. 

"COMPLEXO INDUSTRIAL DA CENSURA"

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