Esporádica ou
episodicamente, quando o clamor pela retidão do Congresso propõe alternativas e
soluções para a moralização parlamentar, o nome do Senador PEDRO SIMON vem à tona. Isto por quê, juntamente
com dois ou três outros colegas, representa o que está mais próximo da decência
pessoal e política. Mas, tudo não passa de meras encenações do
"raposões" daquele ambiente, para desviar o foco, fazer de conta que
"agora vai!", enquanto nos desvãos das tocas e no meio do lixo moral
tramam o comando em torno de nomes "calejados" pela malemolência
parlamentar brasileira e pela esperteza, sem que sejam expertos dos temas
nacionais.
É o que está
ocorrendo agora no Senado, em meio às "negociações" para o comando da
casa. Aí, então, matreiramente, vão lançando nomes como o de Simon e o de Jarbas, mas todos já sabem quem
será o ungido. Não afirmo serem estes ambos, exemplos de conduta sem mácula,
pois, sabemos, todos os que entram na carreira política, cedo ou tarde, serão
respingados por alguma sujeira, da qual farão pouco caso em favor de interesses
pessoais.
Pouco antes das
eleições Carlos Chagas escreveu o artigo abaixo que é pertinente ao assunto e
esclarece de maneira clara o porquê de Simon nunca chegar à Presidência.
Boa leitura!
PORQUE PEDRO SIMON NÃO FOI
NEM SERÁ PRESIDENTE DO CONGRESSO
Por Carlos Chagas
Sabem por que Pedro Simon, senador desde 1979, jamais foi nem será
presidente do Senado e do Congresso? Porque se fosse, marcaria sessões
deliberativas às segundas e sextas-feiras, até aos sábados, caso necessário.
Não daria moleza aos parlamentares e sua atitude certamente contaminaria a
Câmara, impedindo o vexame desta semana, quando na surdina os
deputados oficializaram no Regimento Interno prática que vem desde a
inauguração de Brasília, de só votarem projetos nas terças, quartas e metade
das quintas-feiras.
Um vexame a mais, ainda que nada tenha mudado. Ou vá mudar. Suas Excelências
institucionalizaram a moda de só trabalhar dois
dias e meio por semana. Se quiserem, três dias, mas não mais. Inclusive os
senadores, a grande maioria não mora na capital federal. Acampam aqui, no meio
da semana, isso quando gozam do recesso remunerado, como neste segundo
semestre. Desde agosto que, a pretexto das eleições municipais, vem
comparecendo ao Congresso apenas uma semana por mês, no que chamam de esforço
concentrado. Para que? Para dedicar-se à escolha de vereadores e prefeitos,
inclusive participando das campanhas para o segundo turno, dia 28.
Verdade? Não. Mentira, já que dos 513 deputados e 81 senadores, quantos forame
e estão sendo vistos nos palanques ou trabalhando nos
comitês eleitorais de seus correligionários? Muito poucos.
Virou rotina dizer que o Brasil mudou nos últimos anos, não sendo mais
aquele país do jeitinho, da complacência e da miséria. Pelo menos
no Congresso, não é o que se vê.
Voltando a Pedro Simon, tempos atrás ele explicou as
razões de porque não teria sequer o voto de sua mulher, se ela fosse senadora.
Além de exigir presença de todos, exceto aos domingos, ele proibiria viagens de
seus colegas ao exterior pagos pelos cofres públicos. Restringiria a
distribuição de passagens aéreas para viagens
aos estados de origem de seus colegas, exceção a uma por mês. Suprimiria
o décimo quarto e o décimo quinto salários. Limitaria a
farra do tratamento médico e dentário gratuitos para os parentes de
senadores. Abriria processos administrativos pela prestação de
serviços domésticos por funcionários dos gabinetes. E muita coisa a
mais, em nome da ética e da moralidade. Dispensam-se outros comentários
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