Se
olhares o mundo ao teu redor, sempre verás aquelas pessoas a quem se
atribui a bondade, a correção e de quem sentimos muita proximidade pela
afinidade de princípios, de conceitos de vida, de boa conduta e
intelectualizadas no sentido da grandiosidade humana. Da mesma forma,
sempre verás pessoas que comparecem ao grupo contrário, imorais,
indecentes, mentalmente menos favorecidas, soberbas, cabotinas e
mitômonas profissionais. Pensam poder fazer e dizer tudo sem que ninguém
os avaliem e vejam nos seus erros. É o caso da reportagem, cujo
conteúdo pode ser amplificado para os demais fatos que ocorrem na
sociedade brasileira nos últimos anos.
Enfim, é impressionante como certas figuras humanas, grupos de pessoas e agremiações políticas se portam publicamente. Lulla, o PT, dirigentes de empresas públicas e governantes estão destruindo a Nação Brasileira, com bombardeios diários de mentiras-verdades "gobbelianas", tentando fazer-nos crer nos seus delírios.
Não
veem o mal que estão praticando para o futuro da nacionalidade, pois
apenas voltam os seus olhos criminosos para o seu momento de poder.
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Brasil
| N° Edição: 2358 | 06.Fev.15 - 20:00 |
Atualizado em 07.Fev.15 - 14:09
A empreiteira e o amigão de
Lula
Documento do BC comprova
que José Carlos Bumlai contraiu um empréstimo irregular de R$ 12 milhões junto
ao banco da construtora Schahin. Em troca, a empreiteira ganhou contratos com a
Petrobras. Parte do dinheiro teria sido usada para comprar o silêncio
Claudio Dantas Sequeira (claudiodantas@istoe.com.br)
Relatório inédito do Banco Central anexado a um inquérito da
Polícia Federal, obtido com exclusividade por ISTOÉ, revela que o pecuarista
José Carlos Marques Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, obteve em outubro de
2004 um empréstimo de R$ 12 milhões junto ao Banco Schahin. O documento
desmonta a versão de Bumlai de que nunca havia contraído financiamento do banco
e reforça denúncia do publicitário Marcos Valério feita em 2012. Naquele ano,
em depoimento ao Ministério Público Federal, o operador do mensalão afirmou que
o pecuarista intermediou uma operação para comprar o silêncio do empresário de
transportes Ronan Maria Pinto. Segundo Valério, Ronan ameaçou envolver o
ex-presidente Lula, e os ex-ministros José Dirceu e Gilberto Carvalho no
assassinato do então prefeito de Santo André Celso Daniel. Valério tentava um
acordo de delação premiada e disse ainda que, como contrapartida ao empréstimo
a Bumlai, a Schahin foi recompensada com contratos bilionários de arrendamento
de sondas para a Petrobras. Os contratos estão na mira da Operação Lava Jato,
que incluiu a Schahin no inquérito aberto para apurar o esquema de pagamento de
propina e desvios na Petrobras, conforme antecipou ISTOÉ em sua última edição.
SURGE A PROVA
Amigo de Lula, o empresário José Carlos Bumlai sempre negou
o empréstimo de R$ 12 milhões confirmado agora por documentos
do Banco Central (abaixo) obtidos por ISTOÉ
No documento do BC, datado de 7 de agosto de 2008, Bumlai
aparece numa lista de 24 devedores do Banco Schahin beneficiados com
empréstimos concedidos de forma irregular, “sem a utilização de critérios
consistentes e verificáveis”. Para liberar a bolada, o Banco Schahin burlou
normas e incorreu em seis tipos de infrações diferentes. Desconsiderou, por
exemplo, a apresentação pelo cliente de dados cadastrais completos e
atualizados, não procedeu qualquer análise da capacidade financeira de Bumlai
ou mesmo de seus avalistas. Em outras palavras, o empréstimo milionário ao
amigo de Lula foi liberado sem as garantias exigidas de qualquer cidadão comum.
Ainda assim, quando Valério revelou a operação, Bumlai
poderia ter admitido o empréstimo e alegado outro destino para o dinheiro. Mas
preferiu dizer que nunca teve nada a ver com o Banco Schahin. Todos os citados
por Valério adotaram a mesma estratégia. Questionado novamente, Bumlai, por
meio de seu advogado, negou “qualquer envolvimento com os fatos objeto de
depoimento de Marcos Valério”. E o grupo Schahin classificou o caso como “uma
rematada mentira que jamais foi comprovada”.
AS PRIMEIRAS REVELAÇÕES
Operador do mensalão, Marcos Valério contou ao Ministério
Público que o empréstimo foi necessário para proteger Lula,
José Dirceu e Gilberto Carvalho
Não bastasse a inobservância das regras para a concessão do
empréstimo a Bumlai, o Banco Schahin, segundo o documento do Banco Central,
maquiou o nível de risco da operação, classificando-a como “B”, quando na
verdade era “E”, de acordo com a análise do BC. O ranking de risco do mercado
financeiro obedece a uma escala crescente de nove níveis, começando em AA,
praticamente nulo, e depois seguindo de A até H, o pior. Ao classificar o
empréstimo com nível de risco inadequado, o Schahin “constituiu provisão
insuficiente para fazer face às perdas prováveis”, informou o Banco Central.
Além de apontar inúmeras deficiências nos controles internos da área de crédito
bancário, o BC ainda determinou um ajuste contábil de R$ 108,7 milhões.
Não à toa Bumlai foi escolhido, segundo Marcos Valério, para
ser um dos pontas de lança da operação. Pecuarista oriundo da região
Centro-Oeste, o empresário foi apresentado ao ex-presidente Lula pelo
ex-governador de Mato Grosso do Sul Zeca do PT. A afinidade foi tanta que uma
das fazendas de Bumlai serviu de palco para um dos programas da campanha de
Lula em 2002. Com a ascensão de Lula à Presidência, Bumlai passou a desfrutar
de acesso livre no Palácio do Planalto. Era recebido sem marcar hora e tornou-se
um conselheiro de Lula para o agronegócio. Por indicação do ex-presidente,
integrou o chamado Conselhão do governo – Conselho de Desenvolvimento Econômico
e Social.
Além da burla a normas internas, as facilidades garantidas
pela Schahin a Bumlai impressionariam, não tivesse o pecuarista a chancela da
cúpula do PT e, claro, de Lula. O empréstimo deveria ser quitado em uma única
parcela, com vencimento seis meses depois. Na data do vencimento, porém, o
banco renovou o prazo e elevou o valor da dívida, incorporando os encargos.
Esse procedimento foi repetido mais uma vez, sem que o devedor realizasse o
pagamento de qualquer valor correspondente ao principal ou aos encargos. Com
isso, o contrato 425/04, após dois aditivos, chegou a aproximadamente R$ 15
milhões. Com efeito, o órgão regulador do mercado financeiro responsabilizou os
gestores Sandro Tordin, Carlos Eduardo Schahin, Francos Costa de Oliveira e
José Carlos Miguel pela prática de “má concessão das operações de crédito”,
citando nominalmente o empréstimo feito a José Carlos Bumlai. Todos foram
condenados à inabilitação para o exercício de cargos de direção em instituições
financeiras, mas a condenação foi depois convertida em multa, após recurso.
Bumlai arrolou como “garantidores” do empréstimo o filho
Maurício de Barros Bumlai e a nora Cristiane Barbosa Dodero Bumlai. Estes, por
sua vez, lançaram mão de empresas e terceiros para sustentar a operação, sem
contudo demonstrar capacidade financeira para honrar o compromisso. Nas
palavras do então chefe do Departamento Fiscal do BC, Alvir Hoffmann,
verificou-se que algumas operações foram “garantidas por avais, tanto de
controladores das empresas tomadoras de recursos quanto de terceiros, dos quais
não se encontrou a análise da capacidade de honrar eventuais obrigações”.
“Dessa forma, a mensuração do nível de segurança oferecido pelas garantias
restou prejudicada”, escreveu Hoffmann.
No relatório do BC não há registro de que o pecuarista tenha
quitado o referido empréstimo ou seus avalistas. Como se sabe, o Banco Schahin,
antes de quebrar e ser vendido ao BMG em 2011, notabilizou-se por não reaver
deliberadamente seu patrimônio. O mesmo aconteceu com um depósito de mais de
US$ 100 milhões feito numa conta do Banco Clariden na Suíça, montante este que,
segundo revelou ISTOÉ na última edição, serviu para alavancar outro empréstimo
no Deutsche Bank para a construção dos primeiros navios-sondas que foram
arrendados à Petrobras.
CONTRAPARTIDA
Os contratos de arrendamento de navios-sonda para a Petrobras
renderam num primeiro momento à Schahin US$ 1,2 bilhão
É justamente esse contrato, no valor de US$ 1,2 bilhão, que
Marcos Valério disse ter sido entregue ao grupo Schahin como recompensa ao
empréstimo a Bumlai naquele momento tão delicado. Nos últimos dias, a Operação
Lava Jato lançou luz sobre essas contratações, uma vez que a Schahin passou a
integrar o inquérito sobre os desvios na Petrobras. No depoimento ao MPF, o
publicitário mineiro deu os detalhes sobre os negócios do grupo, grafado
erroneamente como “Chahin”. Segundo disse aos procuradores, depois que o “caso
do mensalão veio à tona”, ele soube que o banco tinha uma construtora chamada
Schahin, “que essa construtora comprou umas sondas de petróleo que foram
alugadas pela Petrobras, por intermédio do seu diretor Guilherme Estrella, como
uma forma de viabilizar o pagamento da dívida”, registra o depoimento ao MPF em
2012.
Depois da operação cala-boca em Santo André, o negócio das
sondas avançou. Em agosto de 2006, a Schahin Engenharia, construtora do grupo,
fez sua estreia no clube das empreiteiras fornecedoras da Petrobras. A estatal
encomendou-lhe duas sondas de perfuração offshore de um lote de seis por um
total de US$ 4,8 bilhões. Além da Schahin, ganharam o negócio a Queiroz Galvão,
a Odebrecht e a Petroserv. Como nenhuma dessas empresas tinha expertise nem
capacidade para a construção das sondas, foram buscar no exterior os
fornecedores tradicionais do setor, atuando como agentes intermediários. A
Schahin, por exemplo, firmou parceria com a Modec, subsidiária da japonesa
Mitsui.
SEGUNDA PARCELA
A PF desconfia que o restante do empréstimo, os outros R$ 6 milhões,
possa ter sido embolsado pelo próprio Ronan Pinto, que adquiriu o jornal
Até hoje, a Petrobras não explica por que não contratou
diretamente os fornecedores. Na ocasião da celebração desses contratos,
Estrella era diretor de exploração e produção e foi o arquiteto do modelo de
exploração do pré-sal. Ele dizia que os negócios com as empresas nacionais gerariam
uma economia de 25% em relação ao mercado internacional, mas não contou que
essas mesmas empreiteiras tinham que comprar as sondas no exterior. O que se vê
hoje é que a estatal pagou muito mais do que deveria em contratos
superfaturados que serviram para o pagamento de propinas a executivos e
políticos. Como já foi revelado por ISTOÉ em sua última edição, o grupo Schahin
cresceu ainda mais dentro da Petrobras nos anos seguintes, negociando o
arrendamento e a operação de mais oito navios-sonda e navios FPSO, sigla para
definir embarcação de produção, armazenamento e descarregamento de petróleo e
gás.
Questionada, a estatal não revela o valor total dos contratos
com a Schahin, mas estima-se que cheguem facilmente aos R$ 15 bilhões. Os
pagamentos são feitos em mais de 50 offshores abertas em uma dezena de paraísos
fiscais diferentes. Nas contas da PF, existiriam em nome de empresas de fachada
do grupo Schahin mais de uma centena de contas bancárias no exterior, que os
investigadores suspeitam terem sido usadas para distribuição da propina. Além
de offshores, o grupo Schahin mantém empresas de fachada no Brasil. Todas
localizadas no mesmo endereço: na Vila Mariana, em São Paulo. Uma delas é a 2S
Participações Ltda., que, segundo a PF, seria uma espécie de “empresa espelho”
da S2 Participações Ltda., de Marcos Valério. Várias empresas do grupo Schahin
são identificadas pelos dois “S”, em referência aos irmãos Salim e Milton
Schahin.
No ano passado, a PF apreendeu no escritório de Meire Poza,
contadora do doleiro Alberto Youssef, um contrato de empréstimo no valor de R$
6 milhões, firmado entre a 2S Participações e a Expresso Nova Santo André, de
Ronan Maria Pinto, o chantagista do caso Celso Daniel. Durante o processo do
mensalão, descobriu-se que a 2S serviu de entreposto para repasses de diversas
outras empresas, inclusive a corretora Bônbus Banval, de Enivaldo Quadrado,
mensaleiro condenado e que está também envolvido na operação Lava Jato. Para a
PF, o contrato entre Valério e Ronan teria servido para simular o repasse de
metade dos recursos obtidos por Bumlai, com o objetivo de ocultar sua origem. A
PF desconfia que o restante do empréstimo, os outros R$ 6 milhões, possa ter
sido embolsado por Bumlai, retornado para o grupo Schahin ou ido parar na conta
de uma terceira pessoa. Outra opção é que o dinheiro também tenha ido para
Ronan, que adquiriu inicialmente 50% do “Diário do Grande ABC”, mas depois
comprou os 50% restantes.
EM TODAS
Mencionado por Marcos Valério, o ex-ministro José Dirceu,
que cumpre prisão domiciliar, sempre negou qualquer
envolvimento no episódio do assassinato de Celso Daniel
A força-tarefa da Lava Jato deve requisitar nos próximos dias
cópia do inquérito que corre na Superintendência do Distrito Federal. Para
delegados que investigam o Petrolão, são cada vez maiores os indícios de que o
grupo Schahin integrou o clube de fornecedores da Petrobras que superfaturou
contratos e desviou recursos públicos para o pagamento de propina a políticos
do PT, PMDB e PP. Em depoimento recente, o ex-diretor de abastecimento da
Petrobras Paulo Roberto Costa citou a ligação de Bumlai com o PT, além do
vínculo estreito do pecuarista com o lobista Fernando Baiano, ligado à cúpula
do PMDB. Bumlai, segundo Costa, é quem teria garantido a Baiano o livre
trânsito na estatal.
Descobriu-se também que, entre 2010 e 2011, o pecuarista
negociou diretamente com a estatal. Foi sócio de uma fornecedora de equipamentos
e peças para grandes obras chamada Immbrax, numa parceria com o grupo Bertin. O
empresário conta que só se associou à Immbrax para importar equipamentos para
uma de suas fazendas. Na delação premiada que serviu de base para a deflagração
da nona fase da operação Lava Jato, na semana passada, o ex-gerente de
engenharia Pedro Barusco reforçou a versão de que a Schahin participou do
esquema de corrupção. Apontou Mario Goes como o operador do grupo e de outras
empreiteiras. Segundo Barusco, Goes guardava o dinheiro em seu apartamento em
São Conrado, no Rio. E fazia entregas de mochila. Segundo investigações
preliminares, Goes seria Mario Frederico de Mendonça Goes, dono da Mago
Consultoria, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval e membro
do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).
NEBULOSO
Até hoje o assassinato do então prefeito de Santo André Celso Daniel (PT),
ocorrido em 2002, está envolto em mistério. No ano passado, o processo,
que estava no STF, foi anulado desde a fase dos interrogatórios
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