A VILEZA MORA ONDE NÃO TEM DIREITO DE MORAR

O caso em si, já está bastante analisado em todos os seus segmentos. Mas, dois aspectos são relevantes a acrescentar. Um deles diz respeito ao contexto da decisão judicial, pois levemos em conta que o juiz emissor da opinião seja desses bacharéis mal-formados, oriundos da ênfase lullopetista que originou, ou consolidou, o processo pernicioso da (des)educação vigente. Os dizeres desse "cara" que, por acaso, ocupa esse cargo e cujo salário pagamos, são típicos de um joão-ninguém da vida, da intelectualidade e da sabedoria, fundamentos, estes, que deveriam ser a base de um magistrado verdadeiro, não tê-los leva a formar um de araque como ele o é. 
O outro aspecto relevante que chamou minha atenção durante esses dias do vergonhoso caso, é que ninguém dos usuais esbravejadores na defesa dos "direitosumanu" veio a se manifestar sobre o vil ato do elemento e o vil pensar do juiz. 
Afinal, o que seria mais grave dentre as opções: 1. Bolsonaro sugerir que Maria do Rosário é tão abjeta que ele nem sequer pensaria em estuprá-la?; ou, 2. O sociopata simplesmente executa um ato hostil e vil contra uma mulher distraída e indefesa? 
Em qual dos dois casos, e só para exemplificar dentre milhares de outros possíveis, deveria haver mais impacto dos "defensores" estridentes que andam por aí em busca de espaço na telinha.
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Josias de Souza
Estranho país o Brasil! Aboliu as baforadas de cigarro nos salões dos restaurantes chiques. Mas não consegue impedir que pervertidos ejaculem na cara das mulheres em ônibus e trens urbanos.
Quem poderia imaginar que, no processo da evolução humana, o macho brasileiro se tornaria um bípede para poder abrir o zíper num transporte coletivo do século 21, colocar o pênis para fora, marturbar-se e espargir esperma em fêmeas indefesas?
Um King Kong enxergaria essa modalidade de sexo público como uma prática constrangedora. Em São Paulo, porém, chamado a julgar o caso do sujeito que ejaculou no pescoço de uma mulher dentro do ônibus, um juiz mandou soltá-lo com base na seguinte argumentação:
''Entendo que não houve constrangimento, tampouco violência ou grave ameaça, pois a vítima estava sentada em um banco de ônibus, quando foi surpreendida pela ejaculação do indiciado.''
Levando-se o raciocínio do doutor às últimas (in)consequências, a mulher ultrajada talvez devesse agradecer ao agressor pela civilidade do ataque. Mas a vítima, aos prantos, discordou: “Eu me senti um lixo. Para a Justiça, não fui constrangida!”
A decisão ajuda a explicar o comportamento do agressor. Não foi a primeira vez que ele meteu o pênis na cara de uma mulher. Acumula 13 passagens pela polícia por “ato obsceno e importunação ofensiva ao pudor” e três prisões, sendo duas por “estupro”.
O cobrador do ônibus evitou que o tarado fosse agredido. Segurou-o até a chegada da polícia. Lamentou que a prisão tenha sido relaxada no dia seguinte. Disse estar “decepcionado”.
O juiz escorou sua decisão em manifestação do promotor, também favorável à liberação do agressor, mediante pagamento de multa. Tais injustiças levam algumas pessoas a gritarem, de tempos em tempos: “Livrai-me da Justiça, que dos malfeitores me livro eu.”
Alguém já disse que a civilização é tudo o que sobra para ser desenterrado dez mil anos depois. Quando os arqueólogos desencavarem evidências de que os ataques sexuais eram comuns nos transportes coletivos brasileiros, tudo será esclarecido.
A comunidade científica concluirá que o macho brasileiro parou de evoluir por volta dos anos 2000, tomando o caminho de volta. Era bípede. Mas retrocedeu até ficar de quatro. Registros sonoros indicarão que o macaco voltou à cena para perguntar: “Acha que valeu a pena?”

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O CONTEXTO DO TEMPO E NÓS

O tempo, ah, o tempo! Nada somos no contexto do tempo e nada deixaremos a não ser lembranças, também estas, morredouras. ___________________...