ENREDO DE CRIME ORGANIZADO

Gostei muito do escrito abaixo, por ter origem num dos poucos elementos da imprensa que aborda a crise como a vivenciamos, a partir de sua origem e não pelo seu final. A origem está em 2003, quando o lullopetismo assumiu e, embora os bons índices econômicos, foram todos turbinados irresponsavelmente e falaciosamente, vê-se agora, gerando a crise que teve o se ápice quando Dilma, num esforço criminoso de dar a volta na situação, passou a conceder o que o país não tinha, a cometer crimes de responsabilidade, a mentir e a consolidar o processo corruptivo, histórico, sim!, mas aperfeiçoado ao extremo sob a regência de Lulla, tanto nos seus oito anos, quando depois, nos bastidores.
Mas, a um outro aspecto também é importante dar atenção. Enquanto os expoentes da Operação Lava Jato eram apenas operários a serviço da Lei, as coisas funcionavam melhor e a confiabilidade era maior. No momento em que o entorno de Moro, Deltan, Carlos começou a se movimentar para dar-lhes evidência, também foi iniciada uma relação conflituosa exposta entre as forças envolvidas, e movimentos pessoais recrudesceram. Tudo isso, expôs demasiadamente cada um deles, ou seus grupos, tornando-os focos de críticas  e de antipatias de quem antes os admirava pela sobriedade. Os casos em que familiares criavam apoios, livros eram lançados com pompa, filmes produzidos, palestras proferidas, e com dúvidas sobre os pagamentos, aplausos organizados por admiradores, tudo, enfim, iniciou a desmontagem dos pedestais. 
Mas, há um foco principal de tudo isto, Janot. Quais os seus interesses? 
Enfim, essas diminuições nos índices mostrados no editorial são preocupantes porque mostram que pode estar ocorrendo uma inteligente ação diversionista que interessa apenas à Grande Organização Criminosa Lullopetista.
É fácil de compreender o enredo do crime, é só conhecer os criminosos!



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O Brasil no espelho
Editorial do Estadão, de 03/09/2017
Que o atual ceticismo dos brasileiros sirva para impulsionar mudanças que resgatem o sentido da democracia pública

Ninguém presta no Brasil, a julgar pelo mais recente Barômetro Político, pesquisa do instituto Ipsos noticiada no Estado. O levantamento indica uma profunda insatisfação dos brasileiros com os rumos do País e com o modo como se comportam quase todas as pessoas que frequentam com algum destaque o noticiário político. Mesmo aqueles tidos como heróis, como o juiz Sérgio Moro, enfrentam queda de popularidade. Em seu conjunto, os números mostram o grau de hostilidade dos cidadãos em relação àqueles que, de uma forma ou de outra, os representam ou pretendem encarnar a opinião pública e as aspirações da sociedade.
É como se os brasileiros, diante do espelho, não se reconhecessem nesse reflexo – ou, pior, como se a imagem ali refletida lhes causasse engulhos. Esse ambiente de total rejeição e negação é o húmus propício ao populismo – o que nos levou ao desastre, pelas mãos do lulopetismo, e o que nele nos conserva, pela prevalência do ceticismo e da inação –, pois o discurso dos demagogos só se dissemina em sociedades com alto grau de desencanto com as lideranças tradicionais.
A pesquisa mostra que a desaprovação ao presidente Michel Temer chegou a 93%, contra 68% em agosto de 2016, quando ele assumiu definitivamente o cargo depois do impeachment de Dilma Rousseff. A impopularidade passou de 86% em maio para 93% em junho, momento em que repercutia a bombástica delação do empresário Joesley Batista, que baseou denúncia de corrupção da Procuradoria-Geral da República contra Temer. Some-se a isso o fato de que a economia demorou a apresentar sinais de melhora e tem-se como resultado a baixa popularidade do presidente.
Mas não se pode fazer a leitura desses números sem considerar que Temer nunca foi exatamente popular e, além disso, padece por ter a responsabilidade de conduzir o País em meio ao desastre político, econômico e moral legado por Dilma e os petistas. Tampouco se pode analisar a pesquisa sem considerar que, de uma forma ou de outra, semelhante repúdio é reservado a outras personalidades, mesmo aquelas que são vistas como a vanguarda da luta contra a corrupção.
A aprovação ao juiz Sérgio Moro, por exemplo, caiu de 69% em maio para 55% em agosto, enquanto sua desaprovação subiu de 22% para 37% no mesmo período. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é desaprovado hoje por 52%, contra 36% em maio. A desaprovação à presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, saltou de 24% em maio para 47% em agosto. E o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, viu a desaprovação a seu trabalho subir de 25% em maio para 41% em agosto.
Ou seja, quem tem vida pública, ou como protagonista de escândalos ou porque funciona como contraponto aos políticos corruptos, sofre as consequências do desencanto geral do País. E esse desencanto ficou particularmente agudo depois que a delação de Joesley Batista foi divulgada em maio, mês a partir do qual, conforme mostra a pesquisa, a desaprovação de quase todas as personalidades analisadas aumentou de forma sensível.
A delação de Joesley, que fundamentou uma denúncia inepta contra o presidente Temer, é um bom símbolo dessa época de irresponsabilidade generalizada. Enquanto atirava o País no torvelinho de uma profunda crise política, Joesley saía livre, leve e solto – uma afronta que seguramente colaborou para desmoralizar, aos olhos de muitos brasileiros, o trabalho dos que estão à frente da luta contra a corrupção.
O caso Joesley foi, por assim dizer, a gota d’água, mas não se pode atribuir ao bem-sucedido açougueiro a culpa pelo desencanto dos brasileiros. Só se chegou a esse tenebroso estado de coisas, não é demais lembrar, em razão da infame era lulopetista. Foi o sr. Lula da Silva – que hoje, como um saltimbanco, passeia pelo Nordeste a “vender sonhos e esperanças”, como ele mesmo disse – quem prometeu o paraíso na Terra e entregou o purgatório de Dilma Rousseff e o inferno da corrupção desenfreada.
Que o atual ceticismo dos brasileiros sirva para impulsionar mudanças que resgatem o verdadeiro sentido da democracia e restabeleçam a responsabilidade como parâmetro da vida pública. Do contrário, o País continuará à mercê dos astutos camelôs de sonhos.

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O CONTEXTO DO TEMPO E NÓS

O tempo, ah, o tempo! Nada somos no contexto do tempo e nada deixaremos a não ser lembranças, também estas, morredouras. ___________________...